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Professores ameaçam fazer nova paralisação de advertência em maio.
Professores ameaçam fazer nova paralisação de advertência em maio.

A maioria dos professores da rede municipal de Ilhéus iniciou hoje (25) o ano letivo de 2014. As aulas começaram, oficialmente, no último dia 14, mas a categoria cobra do governo respostas à campanha salarial deste ano.
A pauta foi entregue em dezembro, mas o prefeito Jabes Ribeiro sinaliza que conversará com a categoria somente ao final do primeiro quadrimestre. Alega dificuldades financeiras e estouro da folha. A rede conta com cerca de 22 mil alunos.
Apesar de retornar às salas de aula, a categoria já informa que fará paralisação dias 8 e 9, segundo a presidente da Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI/APLB-Sindicato). Segundo Enilda Mendonça, a paralisação ocorrerá somente se o acordo da campanha salarial não for assinada até lá.

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Reunião com o bispo Dom Ceslau (ao centro) com lideranças políticas e rurais em café da manhã (Foto Divulgação).
Reunião com o bispo (ao centro) com lideranças políticas e rurais no ano passado.

Os produtores rurais atingidos pela disputa de terras com índios e autodeclarados tupinambás terão café da manhã com o bispo da Diocese de Itabuna, Dom Ceslau Stanula, neste sábado (26), às 7h30min, na casa paroquial em Buerarema.
A reunião será com representantes dos agricultores, comandos do Exército e da Força Nacional e autoridades municipais. O encontro se dá dois dias após a prisão do cacique Rosivaldo Ferreira da Silva (Babau), em Brasília. A prisão foi motivo de festa no município, ontem, com intensa queima de fogos. Para hoje, estava programada uma carreata.
O bispo diocesano itabunense quer ouvir os relatos dos maiores prejudicados pela disputa de terras na área de 47,3 mil hectares, mas pediu reuniu com, no máximo, 30 pessoas. Ano passado, o bispo já havia se reunido com agricultores. Também há a intenção dos produtores de questionar o posicionamento do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

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Amaurih Oliveira é anunciado como vencedor na categoria Revelação (Foto Divulgação).
Amaurih Oliveira é anunciado como vencedor na categoria Revelação (Foto Divulgação).

O ator ilheense Amaurih Oliveira sagrou-se vencedor, na categoria Revelação, do Prêmio Braskem de Teatro. O premiação foi entregue nesta noite de quarta (23), no Teatro Castro Alves, em Salvador.
Amaurih faturou o prêmio por sua atuação na peça Éramos gay. O prêmio chega em um momento singular do ator. Em janeiro, Amaurih protagonizou com a colega Patrícia Pillar, em Amores Roubados (Globo), uma das cenas mais comentadas da televisão brasileira nos últimos anos.
Amaurih integrou por três anos o elenco do Teatro Popular de Ilhéus (TPI). Assim que foi indicado ao prêmio Braskem, o ator ilheense concedeu entrevista à jornalista Karoline Vital. Amaurih fala da carreira, do teatro e da cultura sul-baiana. A entrevista pode ser conferida aqui.

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O abastecimento de água deve ser regularizado ainda hoje em 12 localidades de Ilhéus. De acordo com a assessoria da Embasa, uma adutora rompeu na Avenida Ubaitaba, no Malhado, ontem (20).
As localidades que podem ser afetadas, conforme a empresa de abastecimento, são a região central da cidade, Malhado, Conquista, Pacheco, Outeiro de São Sebastião, Princesa Isabel, Altos do Coqueiro, Legião, Amparo e Esperança, Banco da Vitória, Vila Cachoeira e Salobrinho.

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Viaturas recolhidas em companhia da PM em Salvador (Foto Whatsapp).
Viaturas recolhidas em companhia da PM em Salvador (Foto Whatsapp).

Policiais militares cruzaram os braços em Ilhéus, após a prisão do líder das greves de 2012 e 2014, Vereador Prisco (PSDB), ocorrida hoje em um resort a 70 quilômetros de Salvador . Mais cedo, circulou informação entre os soldados de que a Polícia Federal estaria à caça de Augusto Júnior, líder do movimento de 2012 em Ilhéus.
Já em Itabuna, a orientação de associações de policiais é não parar. O 15º Batalhão da PM (Itabuna) tem efetivo de cerca de 740 homens. No final da tarde, o deputado Capitão Tadeu orientou a tropa a aderir a uma nova paralisação até que Prisco seja solto.
O vereador tucano foi preso por ordem da Justiça Federal em Salvador e encaminhado para o Presídio da Papuda, no Distrito Federal, onde deverá ficar por, pelo menos, 90 dias (prisão preventiva). A defesa do vereador diz que entrará com pedido de habeas corpus.
ESPOSA CRITICA PRISÃO
Em entrevista concedida ao Bocão News, de Salvador, a esposa de Prisco fez críticas à ação da Polícia Federal na prisão do esposo. Segundo ela, foram mais de vinte homens no cumprimento do mandado de prisão. Ele foi detido na frente de duas filhas, de 10 e 12 anos, conforme o relato.

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Tropa do Exército em exercício nas ruas de Ilhéus (Foto Danilo Matos/Blog Ilhéus24h-Arquivo).
Tropa do Exército em exercício nas ruas de Ilhéus (Foto Danilo Matos/Blog Ilhéus24h-Arquivo).

As tropas do Exército farão a segurança de Ilhéus enquanto durar a greve da Polícia Militar. Ontem, dois representantes se reuniram com o prefeito Jabes Ribeiro. Coronel Silva Neto e o comandante da 18ª Circunscrição Militar, coronel Roosevelt, abordaram o plano de segurança para a cidade turística no período do feriadão da Semana Santa e Tiradentes.
A preocupação maior no município é com a segurança dos cidadãos e de um grande evento que reúne artes, negócios e grandes shows, o Festival Aleluia Ilhéus.
O evento começou ontem e, a partir de hoje (17) terá atrações como Fábio Júnior, Zélia Duncan, Nando Reis, André Valadão e OQuadro, além de apresentações artísticas na Tenda do Teatro Popular (TPI), na Avenida Soares Lopes.
Além do Exército, Polícia Civil, Guarda Municipal e segurança privada foram acionados para dar tranquilidade aos visitantes do festival, segundo o prefeito.
Desde ontem, tropas das Forças Armadas chegaram à Bahia. A previsão é de que até nove mil homens façam serviços de patrulhamento, vistoria e prisão em flagrante nas principais cidades do estado. A vinda das tropas de Pernambuco, Alagoas e São Paulo foi autorizada pela presidente Dilma Rousseff, após solicitação do governador Jaques Wagner.

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Ônibus devem circular, pelo menos, até as 21h.
Ônibus devem circular, pelo menos, até as 21h.

A Associação das Empresas de Transporte Urbano (AETU) informou que os ônibus devem circular normalmente durante o dia em Itabuna. Elvis Souza, da AETU, disse que as empresas podem recolher os veículos às 21 horas até o final da greve da Polícia Militar. Tudo vai depender do nível de adesão da tropa à greve em Itabuna.
A redação do PIMENTA não conseguiu contato com a direção do Sindicato dos Rodoviários.

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Dirigentes do abrigo e da Madre Thaís assinam acordo de cooperação (Foto Maurício Maron).
Dirigentes do abrigo e da Madre Thaís assinam acordo de cooperação (Foto Maurício Maron).

Um convênio assinado entre a Faculdade Madre Thaís e a Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) beneficiará 96 idosos atendidos na instituição. Pelo acordo de cooperação técnica, o abrigo mantido pela SSVP funcionará como espaço de formação de futuros fisioterapeutas. Durante o período de formação, os estudantes terão a oportunidade de aliar teoria e prática na vivência e atenção aos idosos.
Segundo a diretora acadêmica da instituição superior de ensino, Tatiana Barcelos, os idosos já são atendidos por 350 estudantes dos cursos de Enfermagem e Biomedicina. O curso de Fisioterapia terá sua primeira turma no início do segundo semestre. O novo convênio tem duração de quatro anos, segundo Yolando Souza, presidente da SSVP.
Além de Tatiana e Yolando, o convênio também foi assinado pelos diretores da Madre Thaís, Eusínio e Isidoro Lavigne Gesteira, e a Irmã Maria José, diretora de qualidade de vida do abrigo São Vicente de Paulo.

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No início da manhã dessa segunda-feira (14), moradores do bairro Teotônio Vilela interditaram a entrada do bairro, impedindo a entrada e saída de veículos. Os moradores pedem melhores condições para o bairro, que é o mais populoso de Ilhéus.
Até o momento apenas a Polícia Militar está no local. Nenhum representante da prefeitura se apresentou para dialogar com os moradores.
Confira mais no Agravo

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Manutenção afetará abastecimento de água em sete localidades em Ilhéus.
Manutenção afetará abastecimento de água em sete localidades em Ilhéus.

A manutenção da rede de distribuição de água no Basílio afetará o abastecimento em sete bairros de Ilhéus, além do presídio e da Universidade Estadual de Santa Cruz. A manutenção será feita a partir das 8h da próxima segunda (14), segundo o escritório regional da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).
As localidades afetadas, segundo a empresa, serão Alto do Basílio, Nova Esperança, Morada do Bosque, parte alta do Teotônio Vilela, Banco da Vitória, Salobrinho e Vila Cachoeira, além do presídio Ariston Cardoso e Uesc.
A manutenção deve ser concluída até a meia-noite de segunda e a previsão é de regularização do abastecimento em até 24 horas. “Os moradores de imóveis com reservação suficiente para as necessidades diárias não sentirão os efeitos da falta de água”, segundo nota da Embasa.

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Torpedos com ameaças são enviados para celulares dos professores.
“Torpedos” são enviados para celulares dos professores.

Professores de uma escola rede estadual no Malhado, em Ilhéus, estão sendo ameaçados de morte por supostos traficantes. Vários profissionais receberam mensagens em telefones celulares com números identificados, segundo a direção da Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI/APLB-Sindicato).
Os traficantes ameaçam matar os educadores porque estes teriam acabado com supostas bocas de fumo no Centro Estadual de Educação Profissional (Colégio Estadual de Ilhéus). Os educadores também são xingados nas mensagens, de acordo com a direção do sindicato da categoria.
A direção da APPI informou que encaminhará denúncia à Secretaria Estadual de Educação, Ministério Público Estadual e Procuradoria Geral do Estado da Bahia. As vítimas das ameaças prestaram queixa na 7ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (7ª Corpin).
Os professores dizem desconhecer a existência de boca de fumo no colégio estadual.

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Lenildo lidera campanha por mais recursos para municípios.
Lenildo: municípios cobram maior fatia no “bolo”.

Municípios sul-baianos aderiram ao protesto nacional para que a União “reparta” melhor o bolo tributário. Atualmente, a União fica com 60% de tudo que é arrecadado em impostos no Brasil, enquanto estados levam 25% e o restante (15%) vai para os municípios.
A ofensiva para que o pacto federativo seja revisto é liderada pela Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc) na região cacaueira. A recomendação é para que, na sexta (11), as prefeituras fechem as portas, mantendo apenas os serviços essenciais, decretando ponto facultativo.
Há pouco, o prefeito ilheense, Jabes Ribeiro, anunciou adesão à campanha nacional. Ao PIMENTA, o prefeito Claudevane Leite, de Itabuna, também confirmou a paralisação, mas de forma diferenciada: apenas a área administrativa não prestará atendimento externo. Postos de saúde e escolas funcionarão normalmente.
O presidente da Amurc, Lenildo Santana, prefeito de Ibicaraí, disse que estudos feitos pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelam perdas de R$ 11,09 bilhões de 2009 a 2014 em repasses do Fundo de Participação dos Municípios.
O mesmo estudo, segundo Lenildo, aponta que 54 dos 63 programas na área de saúde não se sustentam com os repasses feitos pela União e Estados aos municípios. Os prefeitos baianos terão audiências com deputados e senadores, na sexta, às 9h, na sede da UPB, em Salvador.

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A Região
O juiz José Cairo Junior, da 3ª Vara do Trabalho de Ilhéus, proibiu a prefeitura de pagar os salários dos servidores públicos contratados irregularmente, a partir de abril.
Os servidores devem “abster-se de prestar serviços a partir de 01 de abril de 2014 e o prefeito municipal e o secretário de administração, deverão abster-se de fazer o pagamento da retribuição dos referidos servidores”.
A decisão inclui pagamento de multa diária de R$ 10.000,00 em caso de desobediência, por parte do prefeito e não da prefeitura. José Cairo Junior explica sua decisão.
Confira a íntegra

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Educadores de Ilhéus farão assembleia nesta quarta (9).
Educadores de Ilhéus farão assembleia nesta quarta (9).

Os profissionais da educação em Ilhéus farão assembleia nesta quarta (9) para decidir se iniciam ou não o ano letivo dentro do prazo previsto. A discussão será no plenário da Câmara de Vereadores, às 9h.
A direção da Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI/APLB) informa que a pauta da campanha salarial deste ano foi entregue em dezembro de 2013, mas o governo até agora não assinou o acordo. A data-base da categoria é janeiro.
O ano letivo em Ilhéus começará com atraso de dois meses. Em 2013, ocorreram paralisações do funcionalismo e, em várias escolas, o ano letivo começou apenas em outubro. A assembleia da próxima quarta também avaliará decisões como a que obriga o governo ilheense a pagar o Piso Nacional do Magistério.

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Stédile5O líder nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, 60, esteve em Salvador no último final de semana, onde participou de uma plenária sobre o Plebiscito por uma Constituinte Exclusiva. Stédile é graduado em economia pela PUC do Rio Grande do Sul e pós-graduado pela Universidade Nacional Autônoma do México.

Nesta entrevista, ele fala também sobre a Reforma Agrária nos governos FHC, Lula e Dilma e diz que o agronegócio utiliza veneno que está o provocando câncer. Stédile também vê o Congresso Nacional dominado pelas bancadas ruralista e do empresariado e faz uma avaliação sobre as próximas eleições.  Confira a entrevista concedida a Marival Guedes, especialmente para o Pimenta.
BLOG PIMENTA – Vamos começar fazendo uma comparação entre os mandatos de Fernando Henrique, Lula e de Dilma sobre a Reforma Agrária.
JOÃO PEDRO STÉDILE – No Brasil, a rigor, nunca tivemos Reforma Agrária no que ela representa, que é um programa de governo que leve a democratização do acesso à terra a todos. FHC abriu as portas para as grandes empresas internacionais, mas teve um azar: o agronegócio, na sua ganância de tomar conta das terras, cometeu dois grandes massacres que deixaram a população indignada. Teve aquela nossa grande marcha à Brasília que fez com que FHC se obrigasse a um programa de assentamentos que foi até razoável, mas foi fruto dos massacres em Carajás e no Paraná.
PIMENTA – Com Lula, houve uma grande expectativa…
STÉDILE – Nós tínhamos esperança de que o governo Lula pudesse acelerar, mas, infelizmente, ele seguiu apenas a política de assentamentos. Então, onde havia pressão política, houve desapropriações. Nós mantivemos, digamos assim, o mesmo ritmo do governo FHC.

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A reforma agrária praticamente parada. E esta é a nossa bronca com relação ao Governo Dilma.

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PIMENTA – E estes três anos e três meses do governo Dilma?
STÉDILE – Agora, está praticamente parada. E esta é a nossa bronca com relação ao governo Dilma, porque não avançou na Reforma Agrária.
PIMENTA – Quais os motivos?
STÉDILE – A resposta simplista seria que falta vontade política do governo, mas não é bem assim. A nossa avaliação é de que a correlação de forças na luta de classe na agricultura piorou no governo Dilma. Piorou em função da crise do capitalismo internacional, houve uma avalanche de capital internacional que veio se proteger no Brasil. Investiram em usinas, hidrelétricas, praticamente desnacionalizaram todo o setor canavieiro e compraram muita terra. Isso representa a força do capital que chega lá no interior, compra terra, controla o comércio etc.

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O cacau tem o comércio cada vez mais concentrado nas mãos da Dreyfus, Nesttlé e da Cargil. Isso foi de pouco tempo pra cá.

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PIMENTA – Pode citar um exemplo?
STÉDILE – O cacau tem o comércio cada vez mais concentrado nas mãos da Dreyfus, Nesttlé e da Cargil. Isso foi de pouco tempo pra cá. A segunda explicação é que, dentro do governo Dilma, há uma presença maior do agronegócio.  Terceira mudança: o Congresso no governo Dilma é mais ruralista. Aquilo que no governo tava parado – e nos ajudava -, o agronegócio avançou pelo Congresso fazendo chantagem. Esta bancada fazia as mudanças, como foi o episódio do Código Florestal, e impunha ao governo como uma derrota. Estas três circunstâncias levaram o governo Dilma a recuar com relação à Reforma Agrária.
PIMENTA  – O que o MST reivindica a curto, médio e longo prazos?
STÉDILE – De curto prazo, a Carta e a pauta que entregamos na audiência durante nosso congresso, em 13 de fevereiro passado, quando sinalizamos para a presidenta: olha, nós entendemos a correlação de forças, que não depende de vontades pessoais. Mas, ao seu alcance, estão, imediatamente, antes de terminar o governo, algumas medidas concretas de emergência.

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Nós temos 100 mil famílias acampadas, inclusive algumas ao longo das rodovias em Itabuna, Ilhéus e outros municípios do sul da Bahia.

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PIMENTA – E quais seriam?
STÉDILE – Nós temos 100 mil famílias acampadas, inclusive algumas ao longo das rodovias em Itabuna, Ilhéus e outros municípios do sul da Bahia. É um absurdo que nós tenhamos acampamentos com oito anos, pessoas morando debaixo de lona preta. Segunda medida, aqui para Nordeste, nós descobrimos que dentro dos perímetros irrigados, já com tudo pronto, o governo botou água, gastou milhões de reais, existem 80 mil lotes vagos, porque, na política burra do Dnocs e da Codevasf, eles fazem primeiro o perímetro irrigado e depois fazem o edital de licitação em que só o pequeno empresário do sul vem aqui. No caso da Bahia, a região de Juazeiro. E, depois, abandonam.
PIMENTA – Quais as razões para esse abandono?
STÉDILE – Porque eles criam uma ilusão: “vou plantar manga, abacaxi e vou bamburrar de dinheiro.” O mercado mundial de frutas já tá tomado. Não é chegar assim: vou exportar manga pra Europa e vou ganhar dinheiro. Não há mais mercado pra fruta na Europa, nem sequer da uva. Ao contrário, toda a produção do perímetro irrigado no Nordeste, hoje vai para o mercado nacional, porque aumentou a renda do brasileiro. Então, é melhor vender no Brasil que no exterior.
PIMENTA – O que foi feito com estes lotes?

STÉDILE – Estão vagos. Tem 80 mil lotes vagos, tudo pronto com água passando. E nós falamos pra Dilma: pelo amor de Deus, bote sem-terra nestes lotes. Não precisa gastar nada, nem desapropriação, pra eles produzirem alimentos.

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A Polícia Federal, nos últimos 12 anos, identificou 566 fazendas onde havia trabalho escravo. Ora, a Constituição é clara: não cumpriu a função social, desapropria. É só ter coragem.

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PIMENTA – A questão do trabalho escravo também consta na carta. Qual a reivindicação?
STÉDILE – A Polícia Federal, nos últimos 12 anos, identificou 566 fazendas onde havia trabalho escravo. Ora, a Constituição é clara: não cumpriu a função social, desapropria. Não interessa se é produtiva ou improdutiva. É um crime hediondo, primeiro motivo absoluto, o cara que pratica trabalho escravo tem que ter [a área] desapropriada. Então, é só ter coragem e pegar os processos e somente aí já teríamos 566 fazendas.
PIMENTA – Quais as ações do MST a partir de agora?
STÉDILE – Nós temos três inimigos do pobre do campo: o primeiro é o latifúndio atrasado, que ainda é improdutivo ou que paga mal aos trabalhadores e que agride a natureza. O segundo é o agronegócio, que é moderno, mas não gera riqueza para o povo brasileiro. E o terceiro é este sistema geral, mundial, que transformou o Brasil numa economia de exportação de matéria-prima, apenas. E não fica nenhuma riqueza aqui.

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Cargil, Dreyfus e Nestlé controlam as exportações. Elas que ficam com o lucro da riqueza do cacau, não o produtor. Este fica com uma pequena margem.

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PIMENTA – Quem controla as exportações?

STÉDILE – O agronegócio aumenta cada vez mais as exportações, mas Cargil, Dreyfus e Nestlé controlam as exportações. Elas que ficam com o lucro da riqueza do cacau, não o produtor. Este fica com uma pequena margem. Então, se queremos que o cacau seja um produto orgânico para produzir chocolate para o povo brasileiro, temos que derrotar este sistema destas empresas transnacionais. São nossas inimigas.
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