Assentamento Bom Gosto está fora da área do porto (foto José Nazal)
O Governo da Bahia publicará no Diário Oficial, até fevereiro, o decreto que determina nova redução na área da poligonal do Porto Sul, empreendimento que aguarda licença ambiental para ser construído no norte de Ilhéus.
Em novembro, o governo diminuiu a área destinada ao projeto, de 4.833 para 2.268 hectares, o que atenuou significativamente os impactos ambientais do complexo portuário que, além do porto público, terá também um terminal da empresa Bahia Mineração.
A segunda redução da poligonal foi antecipada pelo PIMENTA no final de dezembro (leia aqui) e confirmada nesta quarta-feira, 18, pelo coordenador de Políticas de Infraestrutura do Governo da Bahia, Eracy Lafuente Pereira. Ele se reuniu hoje à tarde com trabalhadores do assentamento Bom Gosto, diretamente beneficiados pela nova medida do governo.
Com a diminuição, o assentamento, onde vivem cerca de 70 famílias, estará fora da área do porto. Além de não precisarem mais ser reassentados, os trabalhadores rurais – de acordo com o governo – serão contemplados com programas de melhoria habitacional, capacitação e inclusão social.
A possibilidade de remoção das famílias do assentamento Bom Gosto era criticada pela igreja, sobretudo pela Comissão Pastoral da Terra. Outras áreas rurais, como as comunidades do Valão e do Itariri, foram anteriormente excluídas da poligonal para reduzir o impacto social do Porto Sul.
Panorâmica da área escolhida para a implantação do Porto Sul (Foto José Nazal).
Entrevista concedida pelo superintendente do Ibama na Bahia, Célio Costa Pinto, à Tribuna da Bahia deixa claro que o órgão ambiental federal dá como certa a liberação da licença ambiental do Porto Sul em Ilhéus.
Célio avaliou como altamente positiva a audiência para discutir o projeto, realizada em Ilhéus no ano passado. O Ibama aguarda resposta do governo baiano a questionamentos técnicos surgidos a partir dos estudos e do relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima). “Dependemos destes pontos para criar um programa específico para melhorar o controle ambiental na área do empreendimento”.
O governo baiano prometeu entregar as respostas aos questionamentos dentro do prazo estabelecido pelo Ibama. Além de redução da área do projeto, também foi escolhida nova localização para o porto.
“As ações para minimizar os impactos são muitas e encontram-se devidamente listadas no Estudo de Impacto do Meio Ambiente e no Relatório de Impacto do Meio Ambiente apresentados”, informa o coordenador de Políticas Públicas de Infraestrutura do Governo da Bahia, Eracy Lafuente.
Técnicos falam sobre os impactos positivos e negativos do empreendimento
O Governo do Estado, com apoio da empresa Sondotécnica, está promovendo encontros preparatórios para a audiência pública do Porto Sul em várias comuidades de Ilhéus. Até a audiência, haverá 18 reuniões em locais situados na área de influência do projeto, abrangendo um total de 31 comunidades.
A chefe da Casa Civil do governo, Eva Chiavon, explica que essa preparação está prevista no processo de licenciamento e tem como objetivo assegurar que todos participem da discussão sobre os impactos positivos e negativos do Porto Sul. Segundo ela, a metodologia “combina com a ação política do governo, na qual o envolvimento popular é considerado peça fundamental”.
Eva diz ainda que o projeto Porto Sul representará um marco para o desenvolvimento da Bahia. “Estamos virando uma página na história da região, que enfrentou uma crise severa e agora se abre a novas oportunidades”, afirma.
Enquanto a região espera a audiência pública do Porto Sul, marcada para o dia 29, uma empresa já realiza estudos de alternativa locacional para o novo aeroporto de Ilhéus. Uma coisa já se sabe com certeza: ele não ficará mais na área da antiga poligonal do Porto Sul, na região norte do município, já que esta será transformada em unidade de conservação. Um dos locais em estudo para o aeroporto internacional fica na rodovia Ilhéus – Itabuna, próximo à sede regional da Ceplac.
Muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul.
Desde o início das discussões sobre a construção do Porto Sul em nosso município, eu tive a oportunidade de emitir minhas opiniões de forma clara, deixando-as registradas “por escrito” nos jornais ou nos blogs. Para relembrar, nas minhas colocações deixava claro o meu contentamento com a possibilidade de novos investimentos em infra-estrutura, porém tive posição frontalmente contrária à sua localização na Ponta da Tulha, principalmente da área de 1700 hectares desapropriada pelo Governo do Estado, a qual seria inicialmente destinada a uma zona portuária e industrial ao longo do litoral norte, entre o loteamento Jóia do Atlântico e a Ponta da Tulha. Em minha posição contrária a essa localização, argumentava eu que se tratava de uma área ambientalmente frágil e ao mesmo tempo extremamente importante para o desenvolvimento turístico do município. Que poderíamos perfeitamente ter um novo porto sem perder tão importante zona de desenvolvimento urbano e turístico. Bastaria que mantivéssemos a zona portuária e industrial com seus galpões, depósitos e indústrias do outro lado do rio Almada, mais próximo ao Distrito Industrial e à rodovia BA-262 (Ilhéus/Uruçuca) em ligação com a futura ZPE. No texto uma “Parábola Tupiniquim”, fazendo uma analogia com nossas residências, dizia eu que uma máquina de lavar roupa, muito necessária e importante para a família, não deveria ser instalada na sala de visitas e sim na área de serviço da casa. Para aqueles que diziam que “não se podia fazer omelete sem quebrar os ovos”, eu respondia que a omelete poderia ser feita e quebrados quantos ovos fossem necessários, porém deveria ser feita na cozinha e não no meio da sala. Muitos entenderam e concordaram, mas muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul. Essa simplificação, que beirava o ridículo, gastou energia e tempo que atrasaram as análises e estudos verdadeiramente importantes sobre a melhor forma e melhor local para implantar o novo e importante equipamento de infra-estrutura, de forma a possibilitar enormes ganhos com mínimas perdas para toda a região. Mas as questões puramente urbanísticas nem sempre tem importância frente aos grandes interesses econômicos ou às decisões politicamente equivocadas. Mas, por sorte, a área inicialmente escolhida era tão inapropriada em todos os sentidos, principalmente na questão ambiental, esta sim com força suficiente para frear os ímpetos vorazes do pseudo-desenvolvimento baseado apenas nos lucros de alguns, determinou a necessidade de encontrar outro sítio para a sua implantação. Com isso os projetos se voltaram para as áreas situadas a oeste do rio Almada, próximo a Aritaguá, ao Distrito Industrial e à ZPE. Exatamente como eu sugeria! Que bom! O bom senso está prevalecendo! Pelo menos do ponto de vista urbanístico estamos de acordo. Agora, que sejam feitos todos os estudos para minimizar os impactos ambientais, assunto que eu não tenho conhecimento técnico suficiente para opinar, portanto, com a palavra os biólogos, hidrologistas e demais especialistas em meio ambiente que podem contribuir para que seja possível a implantação deste tão importante investimento. Mas não nos esqueçamos de lutar decisivamente para que sejam elaborados todos os planos de desenvolvimento do município de forma a garantir que tenhamos um investimento ainda maior do que o investido nas instalações portuárias, em habitação, saúde, educação, saneamento básico, infra-estrutura viária e segurança, pois a região precisa crescer com harmonia para não inchar no meio do caos e da desordem. É preciso que fique bem claro e bem documentado que esses investimentos serão feitos dentro de um cronograma pré-estabelecido e com as responsabilidades de cada esfera governamental e de cada empresa privada, devidamente claras e aprovadas em documentos públicos, para que no futuro, a sociedade, junto com o Ministério Público, possa cobrar de cada órgão ou empresa, o cumprimento de suas obrigações. Se assim se fizer, que venha o Porto Sul, que venha a ferrovia, que venham os empreendimentos turísticos. Que venha o desenvolvimento sustentável. Alan Dick Megi é arquiteto, especialista em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades. (Artigo extraído do site R2C Press)
O governador Jaques Wagner estará em Itabuna nesta quinta-feira, 28, data do aniversário de 101 anos da cidade. Na agenda, o principal compromisso será a inauguração do posto de abastecimento do Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste).
No programa de rádio “Conversa com o Governador”, produzido pela Agência de Comunicação do Governo (Agecom), Wagner diz que presença do gás natural na região tende a estimular o surgimento de um parque industrial entre Ilhéus e Itabuna. Ele também menciona outros investimentos que devem ajudar o sul da Bahia a caminhar nesse sentido, como por exemplo a Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e o Porto Sul.
Ouça trecho do programa:
Declarou-se no Brasil uma guerra injusta contra o adjetivo (dirão que as guerras são assim mesmo e que o espaço da justiça não é a gramática, mas o tribunal): uns o execram sem qualquer vezo de compaixão, reduzindo a zero sua presença no texto; outros o aspergem na página, atrelando-o a substantivos suspeitos. Talvez seja possível encontrar-lhe o meio termo, que é o uso quando necessário. Graciliano, o mais “descarnado” dos escritores brasileiros, pasmem os matadores de adjetivos, usava esse penduricalho em lugar certo e momento aprazado. Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes, diz ele, abrindo magistralmente Vidas secas (citado em coluna anterior). Na mesma frase, dois adjetivos necessários e certeiros.
ESTILO QUE DEIXA AS CARÊNCIAS À MOSTRA
Convém não confundir texto econômico com texto pobre. O econômico é rico sem ser perdulário, tem tudo de que precisa, sem nada lhe sobrar; o pobre deixa à vista carências básicas, até de grafia. Mesmo com risco de vida, digo que a internet é o túmulo da linguagem – cada vez mais descuidada, maltratada e “econômica”, transforma “que” em “q”, ”também” em “tb”, e por aí vai a carruagem. “Acabou-se o nosso carnaval” – o verso de Vinícius, numa canção com Carlos Lyra, serve como ícone do fim da alegria na construção do texto, o enterro do metafórico, o império do estereótipo da cultura pequeno-burguesa apressada e “pragmática”. Quase não mais se escreve com purpurina, lantejoulas, serpentinas, confetes, paetês, sangue, coração e alma.
A BOA LINGUAGEM EXIGE COR, RITMO E SOM
Ensinam os mestres da estilística esquecida que “escrever bem” inclui preocupações que ultrapassam o saber primário da gramática: pensar em ritmo, sonoridade, criatividade, não temer a palavra desusada, correr do pedantismo e do lugar comum. Le mot juste (o termo que não só define o pensamento como o emoldura com cores e sons) há de ser buscado, e essa busca às vezes é penosa. A tarefa de escrever, para quem o faz com responsabilidade, é estafante. O texto é areia movediça, terreno cheio de armadilhas, há o autor de locomover-se com cuidado, velho marinheiro conduzindo o barco em noite de temporal. Mas é trabalho compensador. Imagino até que o prazer, mais do que a obrigação de escrever, seja o dínamo do profissional dessa atividade.
Só para quem é de outro ramo, que não jornalismo: o editorial é o espaço mais nobre do veículo. É texto analítico, opinativo, afirmativo, que representa o ponto de vista da empresa, em geral sobre notícia do momento. Faz-se editorial, por exemplo, a respeito do Porto Sul ou da ponte Ilhéus-Pontal, nunca sobre as capitanias hereditárias ou as pirâmides do Egito. Diz-se nas redações que o editorial (também chamado “artigo de fundo” e – quando muito pequeno – “suelto”) é o texto de paletó e gravata, grave, circunspecto e, obviamente, lavrado em linguagem formal. Não é à toa que os veículos escolhem para fazê-lo, via de regra, um jornalista de cabelos brancos.
NÃO SOU LINGUISTA, SOU APENAS LEITOR
Daí o espanto ao ler um jornal de Ilhéus e tropeçar, no seu espaço mais nobre, com uma linguagem absolutamente fora do lugar. O título, Informações vaciladas, é algo inesperado, exigindo esforço para saber o que o autor pretende dizer. Vacilar, todos sabem, é hesitar, cambalear, tremer, estar incerto, irresoluto etc. Logo, uma informação “vacilada” é uma invenção carente de sentido. Concedamos que “vacilante” seria bem aceita no texto – mas que “vacilada” é uma ousadia gramatical que só a corrente linguista excessivamente bem humorada acataria. Não sou linguista, mas leitor de jornais, e meu bom humor, graças ao bom Deus, está esgotado para esse tipo de coisa.
LEITURA PARA SABER COMO NÃO ESCREVER
Mesmo assim, por mera curiosidade, leio, em busca da solução do mistério. A primeira frase (“Palavra dita é palavra que não volta atrás”) introduz um pleonasmo “defensável” (ah, os linguistas!) que me deixa em expectativa nada positiva. A segunda “explica” a primeira: “Pelo menos é isso o que aprendemos desde pequeno”. Como é mesmo? Aprendemos desde pequeno”? Ih!.. Em seguida, doutoral, o artigo cita que “um homem deve ter palavra” e que “isso é o que costuma nos afirmar nossos pais…”. Chega. Curioso, sim, masoquista, não, suspendi a leitura. Mas a recomendo a todos quantos quiserem saber como não escrever. Por certo, o editorial não é mais o mesmo.
A vida dura de um retirante nordestino visto em Copacabana inspirou Vinícius de Morais a fazer (com Carlos Lyra) Pau de arara, na linha da música engagée, em moda naqueles anos sessenta. Mas a canção, na voz de Ary Toledo, ganhou vida própria, e o que tinha ares trágicos transformou-se em comédia: era de fazer chorar, arrancou risos da plateia. Não sei se a mensagem política – com crítica às desigualdades sociais, em particular no caso do Nordeste – perdeu força. O fato é que Pau de arara foi o momento que consolidou a carreira de Ary Toledo, um artista que ainda não havia encontrado o caminho a seguir.
RISADAS “ESTRIPITOSAS” DE ELIS REGINA
Na peça Pobre meninarica (texto de Vinícius e música de Carlinhos Lyra), Ary pediu aos dois que o deixassem cantar Pau de arara “ao seu estilo”, no que foi atendido, e não deu outra: o público caiu na risada. Lançada num compacto simples, a saga do “paraíba” não alcançou grande êxito, até que Ary fez uma gravação ao vivo no Teatro Record (programa “O Fino da bossa”), arrancando gargalhadas estrepitosas do público e da apresentadora, chamada Elis Regina. Era 1965. Vinícius e Elis aconselharam o jovem Ary Toledo (nascido em Martinópolis-SP/1937) a seguir a carreira de humorista, no que foram atendidos.
NÃO HÁ LUGAR MELHOR DO QUE NOSSA CASA
A canção desfia as desventuras do pobre homem, a comer em praça pública, mediante pagamento vil, lâminas de barbear e cacos de vidro. A canção do retirante, portanto, não era engraçada, mas trágica, denunciadora do modo de vida que se impõe ao povo, o acúmulo de riquezas tantas para uns poucos e da miséria para milhões. Após desfilar seu rosário de sofrimentos e humilhações, o personagem conclui ser mais sensato retornar à terrinha: “Vou-me embora pro meu Ceará/ porque lá tenho um nome/ e aqui não sou nada, sou só Zé Com Fome/ sou só pau de arara/ Não sei nem cantá”. Não existe lugar como nossa casa.
O novo presidente do Ibama, Curt Trennepohl, chega ao instituto com o propósito de melhorar a gestão do órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Pelo perfil traçado em matéria da revista Exame, Trennepohl, que é advogado e uma autoridade em legislação ambiental, tem tudo para simplificar e dar mais agilidade aos processos de licenciamento.
A ordem no Ibama agora é priorizar a objetividade reduzir o espaço para interpretações ideológicas que vêm travando obras importantes para o país. Os prejuízos para as empresas são gigantescos e a situação já inibe investimentos, retardando o processo de recuperação da economia nacional. O caso do Complexo Intermodal Porto Sul, em Ilhéus, é típico.
Segundo apurou a Exame, o número de pedidos de licenciamento em tramitação no Ibama aumentou 70% desde 2007. Existem hoje nada menos que 1.675 projetos aguardando a emissão das respectivas licenças, que muitas vezes demoram a sair em virtude da pressão de ambientalistas “xiitas”.
O novo presidente afirma que costuma analisar o impacto ambiental “sem paixão” e conciliar crescimento econômico com preservação da natureza.
Na briga das emissoras de tevê, ontem a Band exibiu no seu jornalístico de início de noite uma reportagem sobre o Complexo Intermodal Porto Sul. E frisou que um lobby ameaça uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O complexo está orçado em aproximadamente R$ 6 bilhões. A reportagem ouviu moradores da Ponta da Tulha, no litoral norte de Ilhéus, o governador Jaques Wagner, o ambientalista Rui Rocha e o vice-presidente da Bamin, Clovis Torres.
Levantamento realizado esta semana pela empresa Compasso Pesquisa indica que a grande maioria dos ilheenses apoia o Complexo Intermodal Porto Sul. Pelos números apurados, 83,1% dos moradores do município são a favor da execução do projeto, enquanto apenas 6,8% se manifestam contrários. Outros 8,8% responderam que “depende do impacto”.
Um dado interessante da pesquisa é que somente 1,3% dos ilheenses afirmam desconhecer o projeto. Pesquisa feita em 2010 indicava que apenas 20% da população tinha algum conhecimento sobre o complexo logístico que está para ser construído em Ilhéus. A maior percepção sobre o empreendimento, registrada nesse último levantamento, é vista como resultado das ações de comunicação desenvolvidas pelo Governo do Estado e a Bahia Mineração, empresa-âncora do projeto.
A pesquisa da Compasso foi realizada nos dias 16 e 17 de março e ouviu 602 pessoas em todo o município, inclusive na zona rural. A margem de erro é de 3%.
Em discurso na Câmara, o deputado federal Geraldo Simões (PT) acusou o que ele classifica como “oposição sistemática” da Rede Globo contra o Complexo Intermodal Porto Sul, projeto que engloba a Ferrovia da Integração Oeste-Leste, ligando Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA), além de um porto público e um aeroporto internacional no município sul-baiano.
A oposição, segundo o parlamentar, se reflete na postura da Rede Bahia, afiliada da emissora carioca. “A parcialidade da Globo ficou patente com o registro e divulgação do abraço simbólico à Lagoa Encantada, divulgado por todos os telejornais da emissora, mesmo com a lagoa fora da área de influência do projeto”, disse Simões.
O deputado também criticou a Rede Bahia por ter destacado em seu noticiário uma pequena manifestação contrária ao Porto Sul, realizada durante o Carnaval, ignorando outra bem maior, favorável, promovida no mesmo período na comunidade da Ponta da Tulha. Outra manifestação favorável, realizada em Ilhéus no segundo semestre do ano passado, com mais de 10 mil pessoas, também foi praticamente desprezada pelo jornalismo da Rede Bahia, segundo palavras do petista.
Simões afirmou que “causa estranheza esta parcialidade da Rede Globo em suposta defesa do meio ambiente e contra os programa de desenvolvimento sustentável do Governo Federal e do Governo do Estado da Bahia”. Ele finalizou o pronunciamento questionando “os interesses que movem a Rede Globo para se opor de maneira sistemática à Ferrovia Oeste Leste e ao Porto Sul”.
Tempo de leitura: < 1minutoNazal entrega "Minha Ilhéus" a Fábio Lago (foto Clodoaldo Ribeiro)
O ator Fábio Lago se encontra em sua cidade natal, Ilhéus, onde pretende conhecer de perto os projetos do Complexo Intermodal Porto Sul e do Terminal da Bamin, e iniciar um projeto relacionado ao meio ambiente na zona norte.
Na visita à Terra da Gabriela, Lago encontrou-se com o fotógrafo, memorialista e chefe de gabinete do governo ilheense, José Nazal, de quem é amigo de longa data.
Nazal aproveitou para presentear o ator com a última edição do livro Minha Ilhéus, que traz informações e fotos históricas da cidade. O artista se emocionou com o presente.
Curioso verificar que uma das regiões mais procuradas por turistas de todo o mundo convive com três grandes terminais de embarque de minério, sem que essa situação interfira em sua vocação turística.
O noticiário informa que a Vale irá expandir o seu terminal de embarque de minério em Mangaratiba, no sul do Estado do Rio de Janeiro, em uma região conhecida como Costa Verde. O terminal tem capacidade para movimentar 42 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e recebe investimentos para alcançar 54 milhões de toneladas / ano em 2015.
Além da exportação de minério de ferro, Mangaratiba, um município dinâmico, está entre os mais procurados por turistas de todo o mundo, possuindo grandes condomínios e hotéis e resorts de luxo. A localização privilegiada, próxima a Angra dos Reis, Paraty e Itaguaí, favorece a atividade turística, sendo importante destacar que na região existem outros dois portos que se dedicam à exportação de minério de ferro.
Em Ilhéus, a empresa Bahia Mineração aguarda a Licença Prévia do Ibama para a instalação de um Terminal de Uso Privativo, pelo qual serão escoados 19,5 milhões de toneladas de minério de ferro/ano (menos da metade do volume embarcado em Mangaratiba). O minério virá de Caetité pela Ferrovia da Integração Oeste-Leste (Fiol), esta com as obras já iniciadas.
Um parêntese: é importante destacar que o transporte do minério de Caetité a Ilhéus seria feito por mineroduto, mas o Governo Federal entendeu que o empreendimento da Bamin seria a oportunidade de colocar em prática o antigo projeto de construir a Ferrovia Oeste-Leste. Ou seja, a iniciativa privada favoreceu e ajudou a viabilizar uma ação de alto valor estratégico para o Brasil.
Curioso verificar que uma das regiões mais procuradas por turistas de todo o mundo convive com três grandes terminais de embarque de minério, sem que essa situação interfira em sua vocação turística. Não desconsiderar também o fato de que se trata de uma região conhecida como Costa Verde e na qual a Mata Atlântica ainda preserva sua exuberância.
A convivência entre grandes portos e zonas turísticas existe em outros lugares do Brasil, como Suape (Pernambuco), que fica próximo à belíssima praia de Porto de Galinhas e ao Eco Resort Cabo de Santo Agostinho. Quem visita esses locais se encanta com a beleza e pode observar a satisfação da comunidade com a existência do terminal portuário. É um catalisador de empregos e desenvolvimento.
Há pequenas cidades na Europa onde vários portos operam com cargas diversas. Sines, em Portugal, tem uma população menor que a do bairro ilheense do Teotônio Vilela e conta com três grandes portos.
Em Ilhéus, um reduzido grupelho, cheio de interesses “por baixo do pano”, combate com ferocidade o Complexo Intermodal Porto Sul e o Terminal de Uso Privativo da Bamin. A turma tenta propagar que a infraestrutura do complexo será incompatível com o turismo e destruirá o meio ambiente. A visão é obtusa e míope, a postura é arrogante e egoísta.
Essa turma tem entre suas maiores protagonistas uma senhora que cultivava ligações bastante próximas com hoteleiros ingleses cuja área foi desapropriada pelo Governo da Bahia para a instalação do Complexo. Seus interesses, disfarçados de defesa do meio ambiente, passam por essas e outras questões, que depõem contra a seriedade do falso movimento ambientalista.
Diante de tamanha insensatez e egoísmo de quem sobrepõe mesquinhos interesses a um projeto que trará desenvolvimento para a nossa região, resta-nos um grito: Socorro!
Aldicemiro Duarte (Mirinho) é coordenador do Coeso (Comitê de Entidades Sociais em Defesa dos Interesses de Ilhéus e Região).
Tempo de leitura: < 1minutoPara Josias, Porto Sul beneficiará o turismo
O deputado federal Josias Gomes (PT) fez pronunciamento no plenário da Câmara defendendo o Complexo Intermodal Porto Sul e a implantação de uma área industrial no sul da Bahia, aproveitando o Gasene (Gasoduto Sudeste-Nordeste) e a Zona de Processamento de Exportação em Ilhéus. Com relação à ZPE, o deputado integra um grupo que pressiona por agilidade nas obras de implantação.
Para o parlamentar do PT, o Complexo Porto Sul tem importância que extrapola as fronteiras baianas. “Esse amplo complexo assumirá importante papel como polo gerador de riquezas e desenvolvimento não só para a Bahia, mas para todo o país”, declarou o deputado na tribuna.
Ele também acredita que o Porto Sul terá impacto positivo no turismo, prevendo a geração de receita e postos de trabalho com a presença do porto e do aeroporto internacional. “Há exemplos interessantes em outras partes do Brasil, como no Porto de Suape, em Pernambuco, onde a estrutura portuária fica a apenas três quilômetros do Eco Resort Cabo de Santo Agostinho e a poucos quilômetros de Porto de Galinhas”, mencionou Josias.
Propagam que o cacau e o turismo não podem conviver com o complexo logístico e as indústrias que ele irá atrair. Argumento míope e falso.
Grandes projetos estruturantes, em qualquer parte do Brasil, costumam enfrentar inúmeras barreiras. Estas se encontram tanto em uma legislação ambiental rigorosa (muitas vezes em excesso), quanto nos movimentos sociais que se propõem a uma defesa extrema do meio ambiente, quase sempre deixando de lado o entendimento de que é necessário conciliar proteção à natureza e desenvolvimento.
O economista Sérgio Besserman Vianna, ex-diretor do BNDES, é enfático ao condenar a visão anacrônica dos que opõem desenvolvimento e questões ambientais. Segundo Vianna, “esse anacronismo não corresponde mais à realidade” e “quem continuar apostando nisso vai errar, pois a economia global está iniciando a maior transição tecnológica desde a Revolução Industrial”.
O fortalecimento da democracia brasileira e a consolidação de suas instituições são fatores que têm estimulado os grandes investimentos. O país vive um dos melhores momentos de sua economia, graças a um clima favorável e à compreensão de que o Brasil finalmente atingiu a maturidade que lhe permitirá empreender voos elevados. No entanto, persistem as barreiras.
Falando especificamente sobre o Complexo Porto Sul, é impressionante como este empreendimento – calcado em uma visão estratégica voltada à descentralização do desenvolvimento da Bahia – desperta a ira de um determinado e reduzido, apesar de bastante articulado, setor da sociedade. Matéria publicada neste domingo (27) no jornal A Tarde indica os interessados no naufrágio do projeto: operadores dos portos de Suape, em Pernambuco, Pecém, no Ceará, e o empresário Eike Batista, que constrói o Superporto de Açu, no norte fluminense, estão entre eles.
São as tais “forças ocultas” às quais o governador Jaques Wagner se referiu em pronunciamento na Assembleia Legislativa da Bahia. É gente que hoje fatura ou que pretende faturar no futuro com o escoamento de produtos que a Bahia atualmente não tem condição de despachar. É a essa turma que interessa espalhar a fantasia de que o projeto público está atrelado unicamente ao interesse de uma empresa privada.
Além das forças ocultas, há também os interesses travestidos. Gente que se fantasia de defensora da causa ambiental, mas que na verdade está associada a outras causas. É de espantar, por exemplo, a “preocupação” do senhor Fábio Feldman com o meio ambiente de Ilhéus, cidade onde serão instalados o porto e o aeroporto do Complexo Intermodal. Feldman foi deputado e secretário do meio ambiente de São Paulo e não se sabe quais foram suas grandes contribuições à natureza naquele estado. O Rio Tietê, por exemplo, seria um bom mote para Feldman levantar sua bandeira.