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ricardo4Ricardo Ribeiro
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Vira e mexe tem alguma faculdade privada realizando mutirão contra a dengue nos bairros de Itabuna, caminhada de conscientização pela Avenida do Cinquentenário e até ensinando as pessoas a capturar mosquito Aedes aegypti. Todas as ações são válidas e louváveis, mas, exatamente por se tratar de instituições particulares, esse trabalho acaba chamando atenção para a dormência da única escola superior pública existente na região.
 A ausente Uesc continua sendo predominantemente uma instituição intramuros, voltada para dentro e de costas para a comunidade onde está inserida. Tem mais olhos para a cintilante “torre platinada”, como gosta de chamar o Eduardo Anunciação, do que para o lado de fora. Nem mesmo o bairro do Salobrinho, ali ao lado, consegue sentir uma lufada do ar universitário.
 A Uesc é meio ilheense, meio itabunense, mas a verdade é que a universidade parece sem raízes nem apego ao solo onde está plantada. Onde estão os projetos de extensão? Onde está a preocupação de formar pessoas capazes de pensar um pouco mais na sociedade, no coletivo, em vez de somente ver o diploma como um instrumento caça-níqueis.
 O tom pode ser duro, mas é um desabafo diante da omissão e do silêncio ensurdecedor da platinada e adormecida Uesc, que possui, entre tantos cursos, dois na área de saúde. Mas, lamentavelmente, parece estar fincada em algum lugar encantado, onde não existe uma epidemia de dengue como esta que já matou doze itabunenses este ano.
 Dedicar-se à formação do conhecimento também significa estar afinado com a comunidade, atento aos seus problemas, colaborando na busca de soluções. Mas é triste que a nossa única instituição de ensino superior pública não pense dessa forma e tenha se tornado uma universidade hermética, insensível e que acaba por deixar de cumprir sua esperada e necessária função social.
 Especificamente com relação à epidemia de dengue que assola o sul da Bahia, e de maneira cruel e mais violenta Itabuna, é preciso saber qual a contribuição da Uesc para enfrentar a situação. Alguma campanha, qualquer tipo de mobilização? Nada. Por enquanto, quem compareceu à linha de frente foram mesmo as instituições privadas. A Uesc caiu picada pela mosca do sono, a tsé-tsé.
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do Pimenta e ex-aluno da Uesc.

Respostas de 17

  1. Zelão, Diz: – Nem com reza braba!
    Caro Ricardo;
    Vejo como oportuno o seu comentário. Quando a Fespi, hoje UESC, foi construída com os recursos da Ceplac, a região aplaudiu, pois todos viam nascer ali a esperança da construção de um novo espírito regional. O tempo passou, a Fespi foi estadualizada, mas,nada de “nascer o tal novo espírito regional”, capaz de retornar a região os imensos investimentos que ali foram empregados.
    Lembro como se hoje fosse, um dia em que se realizava uma assembléia, uma das tantas que foram realizadas na luta pela estadualização, que usando da palavra afirmei: – ” Como nós queremos o empenho da sociedade regional na luta pela estadualização, se nada esta entidade tem dado de retorno?” – Emplogado fui mais adiante ao afirmar: – “Tenho buscado em centros espíritas e em terreiros de macumba, ver “baixar” o tal espírito universitário que todos esperavam nascer nesta casa”. Nem precisa dizer que quase fui linchado.

  2. O combate a dengue é de fato uma luta não só do setor público mas de toda a comunidade.
    É preciso se fazer uma leitura da participação das instituções privadas no combate à dengue, filantropia nos dias de hoje é raro (no sentido de filantropia destituitda d interesses políticos e econômicos), ainda mais tratando-se de faculdades privadas.
    A UESC é uma Instituição de Ensino superior, pública e gratuita, cabendo a ela o ensino a pesquisa e a extensão. Assistencialismo não é a função dela (UESC) e muito menos a “venda” da sua imagem, pois que não tem fins lucrativos.
    O problema da UESC não é a ausência de projetos e programas de extensão e muito menos a omissão nos problemas da comunidade regional. Com certeza ela tem uma política de extensão clara, gerida para o bem estar da comunidade. O que falta a torre platinada (como denomina Anunciação) é uma Assessoria de Comunicação eficiente, que dê publicidade aos seus trabalhos.
    Defendo a UESC por que foi ali que graduei-me,e acompanhe de perto os projetos da Instituição.
    É preciso que áimprensa regional deixe os desafetos com o reitor a parte,e de fato se preocupe com o que os professores e alunos da instituição produzem e do que precisam para produzir ainda mais, para o bem da sociedade.

  3. Creio que este comentário do Ricardo foi muito oportuno e profícuo, pois a UESC quando faz alguna ação, é isolada, e em Ilhéus, apenas, parecendo ser uma pequena Instiuição, tímida, de uma cidade só, e não voltada para o desenvolvimento regional, como foi concebida, …!!!
    Talvez seja pelo número elevado, e cada dia aumenta mais, de gente de fora (principalmente Professores), pouco comprometida ou sem qualquer compromisso com a região, sendo que alguns claramente só estão aqui até aparecer uma nova oportunidade nos seus locais e origem, …!!!
    Hoje, dentre os Professores, por exemplo, são poucos os que nasceram e se criaram aqui, que têm algum amor pela terra, …!!!
    Muitos optam por residir em Ilhéus, pois ficam mais próximos ao aeroporto, já que se torna muito mais cômodo quando desejam viajar nos finais de semana prolongados, …!!!
    Ao ver uma Universidade que interage com a comunidade, como a UFSM, em Santa Maria – RS, como a de Lavras – MG, dentre outras, nota-se o desenvolvimento no entorno da mesma, o comprometimento delas com as cidades, com a população local, …!!!
    Infelizmente, por aqui, isso ainda não aconteceu e, do jeito que vai, não sei se irá acontecer, …!!!
    Talvez com algum tipo de incentivo por parte do Governo do Estado, responsável pela manutenção da mesma, possa ser que “o jogo vire”, caso contrário, ficaremos “na mesma” por séculos e séculos, amém, …!!!
    Uma das coisas que poderia mudar a realidade do Salobrinho, por exemplo, seria – via Cooperativa ou coisa que o valha – incentivar a construção de casas de Professores e/ou Funcionários no Salobrinho, pois fixaria as pessoas mais próximas à Universidade, como acontece, por exemplo, em Camobi, bairro onde fica a UFSM, que desenvolveu em função do pessoal da Universidade resisir por lá, investir em escolas, creches, o comércio, os bancos, e o setor imobiliário acompanharam e, hoje, é um exemplo de bairro universitário, com toda a estrutura tal qual o centro da cidade, apesar de ficar a mais de 10 Km do centro de Santa Maria. Cidade do porte de Vitória da Conquista, …!!!
    Se nos outros lugares dá certo, por que não aqui, …?!?!?!
    Do jeito que está quase ninguém quer residir no Salobrinho, mas se houver um plano de desenvolvimento, todos (ou grande parte)irão migrar para lá, pois, dentre outras coisas, casas em Ilhéus e Itabuna, hoje, apresentam valores incompatíveis com a renda dos Professores e Funcionários da UESC, …!!!
    Dentre outras coisas, a UESC não se esvaziaria nos finais de semana, por exemplo, as pessoas iriam se deslocar muito menos para chegar ao trabalho e poderia ser uma situação muito mais aprazível e produtiva para todos, …!!!
    A única iniciativa neste sentido, que eu me lembre, foi cogitada pelo Professor Agenor Gasparetto, mais ninguém, …!!!
    Daí para haver uma maior inserção nos problemas regionais, seria muito mais fácil que simplesmente um local distante onde se trabalha, mas não se tem indentificação alguma, …!!!
    Parabéns ao Ricardo pelo texto, …!!!

  4. Caro Ricardo,
    Prezado Ricardo:
    Muito bem lembrado sobre a “participação” da UESC em prol da Comunidade Grapiúna nesse episódio de calamidade pública. Também sou ex-aluno da UESC, fui também ex-da FESPI, bons tempos,por sinal. Naquele período, os alunos se envolviam mais, eram mais politizados. Agora é o contrário, talvez seja o reflexo de quem os dirige, ou seja, uma Universidade elitizada, fechada para as causas sociais locais, cada vez mais distante da comunidade!!! Apesar das sercas limitando os espaços, são os “muros” na verdade que impedem uma convivência sadia e aberta com a nossa comunidade!! Aliás esse deveria ser um dos papel desta Instituição de Ensino!!

  5. Ricardo, seu comentário foi o que os membros da UESC merecem ouvir, pois por se tratar de uma instituição pública onde a sua maioria dos acadêmicos tem o poder aquisitivo equilibrado, pessoas esclarecidas, que de fato só em passar no vestibular é um ato de vitoria indiscutível. Todos se esquecem do principio da dignidade da pessoa humana e o fim social para que devesse volta todo o corpo acadêmico. Porem, o único investimento e método de pesquisa adotado e a pratica diária de comparecimento em massa ao famoso e imperdível Inferninho.
    Obs. Não fiquem com raiva, pois pode sofre um mal súbito e as viaturas do SAMU estão quebradas e os Hospitais estão cheio de pobres mortais com dengue. Desculpe-me eu esqueci que a maioria dos alunos da UESC tem plano de saúde e carro. Não fiquem com raiva, por favor, eu sou um poeta, façam um projeto e vão visitar nova ferradas antes de chegarem minha mãe.

  6. Nos tempos em que a Torre Platina, foi ocupada por 12 anos, pela Reitora René Albagli as coisas funcionavam do jeito que a Dama de Ferro queria, e mandava.Na atual gestão de Quincas Viajão, a UESC virou a casa da mãe Joana, ninguém sabe quem manda.Aquilo lá tá uma bagunça, o restaurante popular não funciona,o laboratório de anatómia falta material.Meu filho cursa Agronomia na UESC, as aulas começaram a mais de um mês, e até hoje o professor de calcúlos por lá não deu as caras e nem sabem se neste semestre ele vai dar aulas.Reitor, não é cargo de confiança do Governador, a mesma caneta que assina a nomeação do Reitor, deveria ser usada para assinar a exoneração.O pior os alunos não tem aulas ou aulas vagas,toda hora que você passa na BR 415, o inferninho que funciona na porta de saida da Universidade tá cheio de alunos em farras e bebeiras. ou jogando sinuca até a hora da aula seguinte começar.Prof. Sergio Oliveira, sabe bem que não estou falando mentira nem inventando, são fatos reais que acontecem na Torre Platinada.

  7. Eu sou estudante da UESC, mais precisamente do curso de Enfermagem. O que se vê na UESC é um empenho por pouquíssimos professores quanto à dengue e outros problemas na região. Há até algum tipo de curso, preparação, projetos para serem colocados em prática em Itabuna e ILhéus, mas são poucos comparado ao alunado de grande número. O fato é que muitos alunos são de cidades longíquoas e ainda mais os professores que quase não se acha um da Bahia. Estes não se empenham em um enfoque de problema regional. Embora o curso seja espetacular e muito forte, sendo o 1º da Bahia, o Curso de Enfermagem se dá por falta de professores que incentivem a ajuda à sociedade.
    INFELIZMENTE!!
    Mas, parabéns àqueles que tem bons projetos de cunho social, como o de doenças parasitológicas, da professora Lena.

  8. Fui estudante, graduei-me e atualmente trabalho na UESC.
    Até o momento, não vi – ou não tomei conhecimento – qualquer ação da instituição em relação à dengue em Itabuna. Enquanto isso, as faculdades privadas, apesar dos “interesses”, estão fazendo algo melhor que nada: conscientizar as pessoas da importância do combate ao Aedes.

  9. Obs.: apesar de não gostar de dar trela a anônimos, concordo com a tal “Aluna da UESC” quanto à necessidade de uma maior divulgação dos projetos de extensão da UESC, que realmente ajudam em alguma coisa. Mesmo assim, a instituição bem que poderia dar uma mão no combate ao mosquito da dengue, ou melhor, à irresponsabilidade humana, uma vez que – não custa nada lembrar – o maior vilão da história não é um inseto que nada faz além de cumprir seus instintos de sobrevivência, mas muitos primatas que permitem ao Aedes transmitir a dengue.

  10. Parabéns, Ricardo. Jornalismo se faz sem medos. O seu comentário cala fundo em que imagina que função deve ter uma Universidade. Mas, infelizmente, não temos a Universidade que queremos. Os ex-alunos nada fazem e a Uesc não os estimula a interagir com ela própria.
    Os doutores, mestres e especialistas realmente são como avestruzes. Acredito que residam no campus e não nas cidades em seu entorno. Daí essa apatia que você tão bem enfoca.
    A propósito: a Uesc divulga que seu laboratório vai servir às Guianas, na longíqua região Norte da América do Sul, em vez de servir às cidades vizinhas aos muros do campus. É demais…

  11. É falta de compromisso mesmo, a UESC dispõe de equipamentos e recursos humanos para relizar o GEOPROCESSAMENTO das áreas com epidemia, uma vez que, inúmeras pesquisas são desenvolvidas na área. Porém nenhuma leva em considerações aspectos de desenvolvimento local, todas são sem fundamentos de aplicação direta.
    Excelente artigo Ricardo!

  12. MUITO OPORTUNO O TEXTO DE RICARDO.
    QUASE TODOS OS DIAS LEIO NESTE SITE ALGUNS COMENTÁRIOS E JA LI COMENTARIOS SOBRE A UESC.
    ESTA CLARO QUEM FAZ BOA FACULDADE E OU UNIVERSIDADE É O ALUNO.
    E A NOSSA UESC ESTA DEIXANDO A DESEJAR!!!!!
    NESTE PONTO DE COMPARECER COM TRABALHOS VOLTADOS PARA COMUNIDADE TIRAMOS O CHAPEU PARA A FTC-ITABUNA, ALIAS NO BRASIL ELA TEM DADO BONS EXEMPLOS NO PANAMERICANO, NO PROJETO RONDON, NO CAOS DENGUE ITABUNA ETC ETCCCCCC….. E OS ALUNOS E COORDENAÇÃO DA UESC POR ONDE ANDASSSSSSSS!!!! O REITOR VIAJANNNNNNDOOOOOO.
    É UM ABSURDO MESMO.
    PARABÉNS RICARDO.
    COMO EU TENHO UMA SOBRINHA NO 6ºSEMESTRE DE DIREITO DA UESC E ELA ACHOU NORMAL O DEPUTADO FEDERAL QUE REPRESENTA NOSSA REGIÃO NÃO SABER O SIGNIFICADO DO PROPRIO PARTIDO.
    ONDE ERRAMOS ??? VELOSO!!!!

  13. Falar de universidade é assunto muito abrangente, é um lugar privilegiado para conhecer e entender as ciências e culturas, criar e divulgar o saber; mas antes de tudo assumir sua identidade diante da realidade que vive. Contudo, acredito que a “Universidade do Cacau” não faz a mínima para identidade. Ou a cobre com as folhagens do utópico ouro vegetal. Ainda vai demorar muito para a UESC ser protagonista. E enquanto a ficha não cai… ficaremos com os ensaios às escondidas. Às escondidas sim! É, porque os devotos da mesma dizem que ela atua sim e muito!!

  14. Bom texto, Ricardinho…
    Sou ex-aluna da UESC e sempre achei que a Universidade vive bem distante da realidade. Na época, aluna do curso de Comunicação, nunca nos foi passado um trabalho ou projeto voltado para o social. Ao menos poderíamos ter trabalhado com a realidade do Salobrinho, mesmo assim, em 4 anos de faculdade em que estive lá, nada foi feito. Retratamos muitas vezes a realidade em vídeos, fotografias, roteiros, documentários… mas nada prático voltado para o social (agora já nem sei se isso mais poderá ser feito, pois faltam técnicos para os laboratórios…).
    É uma pena, pois queria ter orgulho de fazer parte de uma Universidade pública, influente, que fizesse diferença na região, mesmo com campanhas contra a dengue no município de Ilhéus, que também não está distante do foco.
    E quanto aos cursos de pós… acho que tb poderíam ser mais práticos. Muita teoria é bom para quem estuda, mas colocar em prática e envolver a comunidade é fundamental.

  15. ela dorme ronca e peida!!tudo aqui cheira ao clientelismo!!meus pesames para essa ACADEMIA!! ha!ha!(“Com certeza ela tem uma política de extensão clara, gerida para o bem estar da comunidade.”)-fala de uma aluna acima-creio q só ela aqui enxerga esse tal BEM ESTAR.SALOBRINHO NAO!procure um oftamologista urgente aluna ufanista!!valeu ricardo!!valeu.

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