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emilio1-1Emílio Gusmão

emilio.gusmao@gmail.com

 

 

” Nos povoados camponeses mestiços, inclusive naqueles onde a língua mudou e a indumentária tradicional foi abandonada, subsistem traços da ‘cultura material, das atividades produtivas, dos padrões de consumo, da organização familiar e comunitária, das práticas médicas e culinárias e de grande parte do universo simbólico’: a desindianização provoca nesses grupos ‘a ruptura da identidade étnica original ‘, mas continuam tendo consciência de ser diferentes ao se assumir como depositários de um patrimônio cultural criado ao longo da história”.

Nestor Garcia Canclini
Culturas Híbridas, editora Edusp.

As discussão sobre a demarcação das terras Tupinambás, em Olivença, não deve cair no erro de questionar a legitimidade “étnica” dos índios.

A mestiçagem nos caracteriza e é um componente intrínseco do povo brasileiro.
Devemos levar em consideração o diálogo permanente entre as culturas e a influência do capitalismo, que altera as relações humanas em todos os aspectos. Considerar índio apenas o “primitivo” que come carne humana ou anda com as suas “vergonhas” de fora, é, sem sombra de dúvida, uma opinião equivocada e ignorante.
O desenvolvimento capitalista influencia qualquer comunidade que não seja totalmente isolada das outras, sendo assim, não há porque exigir do índio “comportamentos” de um silvícola.
Os povos indígenas submetidos à hegemonia cultural do homem “iluminista”, com o passar dos tempos, perderam componentes valiosos de sua identidade. Essa imposição, além de ser dura, é cínica, pois cobra deles autenticidade.
Dúvidas relacionadas às origens dos índios de Olivença (Tupinambás ou Aimorés ou Tupiniquins), podem ser consideradas problemas de pesquisa, porém, isso não lhes tira o direito pela terra, pois o reconhecimento étnico-cultural veio em 2002, através da FUNAI.
Caso o amigo leitor não acredite, na “persistência” de tradições indígenas no cotidiano deste grupo, sugiro maior atenção à citação do escritor argentino Nestor Canclini, colocada no início do texto.
A discussão sobre a dimensão da reserva merece outro artigo, que não poderá ignorar os direitos dos moradores de Olivença, e dos demais grupos ali presentes.

 

Emílio Gusmão é comunicólogo e autor do Blog do Gusmão.

12 respostas

  1. Querem por força dividir o povo brasileiro fruto da miscigenação em raças que que não existem mais no Brasil. Quem no Brasil pode dizer que é negro, indio ou branco? Todos somos brsileiros, com direitos iguais, conforme diz a Constituição. Vamos acabar com esta historia de demarcação de reserva indigena e de cotas de negros pois tais politicas só atendem interesses particulares, de pessoas incompetentes e preguiçosas, que querem o sucesso atraves da cor e não da competencia.

  2. Acho que esse zé critico,nao sabe de nada sobre questões culturais vivemos nesse pais que democratico,mais que um dia foi fragelado por pessoas que pensam como vcs infelizmmente, antes foram os portugueses quem nos criticaram por sermos como eramos livres sem pretedem as questoes materias,viviamos interagido com a natureza na paz mais uma dia issso acabou simplesmente por nao aceitamos as condiçoes que eles nos colocou, muda nossso modo de pensar de ser agora vem vc com aquelas mesma palavras acaba com tudo de novo não, não aceitamos mais tantas injustiça com qualquer povo do nosso brasil parece que vc não brasileiro,tem em tudo que e lugar existe pessos preguiçosas como vc que não ler a historias do brasil va se enforma melhor.

  3. A problemática indigena em nossa Região, realmente é muito complexa. Negar a existência de indios (caboclos) em Ilhéus, é desconhecer a realidade. É necessário que estar imbuído de sensatez para dirimir o comflito que pode vir a acontecer. Os indios reivindicam suas terras anteriormente ocupadas, os brancos realçam a sua intransigência em opor a referida pretensão, cabe a Justiça decidir. O importante é inexistir a violência. Este informante, inclusive participou em algum trecho do interior de Olivença, de várias reuniões juntamente com algumas liderança indigenas e, funcionários da FUNAI, há mais de 10 anos e, posso afirmar com sã consciência: Alí realmente existem indios e, que necessitam do nosso apoio.

  4. Tenho parentes que moram no municipio de olivença, e realmente existem indios, mas eles estão usando formas de precionar o governo com fotos mentirosas, declarando que os povo “branco” estão fazendo eles trabalharem debaixo de surra, onde é uma grande mentira, mandaram fotos para Brasilia, onde veio uma Senhorita, que trabalha com indios, dizendo que nada disso existe, que discorda do que os indios mandaram para Brasilia, depois que a mesma passou a conhecer os fazendeiros daquela regiao!!!

  5. Quem ta por traz disso? a funai vai levar quanto? Indio de verdade tem quanto? Tenho sangue indio.Da pra entrar nessa? De graca quero tudo.

  6. Os indíos que hohe, estão revindicando as terras como se fosse da etnías tupinambás, são da 7ª geração de cablocos, por isso não são considerados mais indios, são alfabetizados, eleitores, possuem RG, não são tutelados pela Funai, alguns até posuem curso superior.O recadastramento indígena não aponta mais que 100 indíos na região.Muitos que estao cadastrados como indíos querem tirar seus noms da lista, mas a cacique não aceita que eles tirem os nomes da lista, pois isso enfraqueçe o movimento indígenas.Tenhos terras em Olivença,criação de bois,tenho escritura titulada, quando comprei terras em Olivença, era mato, não tinha casas, construi casa de residencia a mais de 20 anos,casa para caseiro,curral,pastagens, gastei minha vida arrumando as minhas terras, será que o governo vai me indenizar, toda a infraestrutura gasta, os anos que cultivei a terra,paguei empregados.E sera que os indíos vai realmente continuar fazendo benfeitorias como faço?Indíos não quer apitos, querem terras valorizadas, trabalhadas e não terras crúas para trabalhar, querem mordomias.O governo fderal tem tantas terras devolutas da União na Amazônia e Pará, dê terras a eles na mata, onde existem caças a vontade, rios para pescar, terras para plantar.Agora vem querer nossas terras já todas formadas e de graça!Vou brigar na justiça enquanto tiver recursos e apelação judicial!

  7. Com a experiência que tenho nessas questões, posso afirmar que em Ilhéus, Olivença, o contexto difere de muitos outros como o de Raposa Serra do Sol e mesmo o de Coroa Vermelha em Porto Seguro. Aldeamentos extintos, como é o caso de Olivença, não são considerados, judicialmente, como área de terra tradicionamente ocupadas por populações indígenas, o que justificaria a demarcação. A resolução 650 do STF não deixa margem para dúvidas. Porém, a FUNAI vem insistindo em desconsiderar a súmula e continua peticionando a demarcação dessas áreas, causando tumulto e apreensão. Da mesma forma, a pretensão de envolver área sabidamente urbana como passíveis de demarcação, adiciona mais tensão à causa, aumentando a insatisfação pública com o pretendido e enrijecendo a resistência e contrariedade da sociedade geral, ou seja, contraindo desafetos à justa causa dos índios do Brasil, por mera especulação “natum mortis”, com objetivo meramente político. Os registros históricos são fartos a respeito do aldeamento jesuíta de Nossa Senhora da Escada de Olivença, inclusive sobre a sua extinção. Creio que os “adverxi” ao proposto não terão dificuldades em comprovar o que a súmula retrocitada definiu. Assim, os erros do pleiteado só servirão para acirrar ânimos e demonstrar uma distância da verdade histórica, tal como o erro étnico “tupinambá”, que não prejudica a questão, mas evidencia um “recheio” de erros sucessivos, talvez por apressamento, aproveitando a “onda” de Raposa Serra do Sol e o restante do governo do presidente LULA. Mas a pressa, esta inimiga da perfeição, pode causar o efeito “bumerangue” e os defeitos na elaboração do relatório apresentado se reverter contra os pleiteantes. Por outro lado, a presença de famílias sabidamente indígenas ou descendentes, não é o bastante para caracterizar uma terra indígena tradiconalmente ocupada, como requer a lei, para ter como resultante uma demarcação. Em território como é o caso de Ilhéus, outros fatores, além dos históricos, serão levados em consideração, como os dados estatísticos da área pretendida – população total, produção, investimentos, zona urbana, etc.- presença do homem branco ou negro na dita área e há quanto tempo, bem como a ambiguidade de provas que fornece a antiga igreja, que tanto satisfaz para testemunhar a população indígena, como também, inegavelmente, a presença do “branco”, alí, há mais de trezentos anos, gerando a miscigenação e ainda facultando a permanência das populações indígenas no mesmo território, fato remanescente que se prova pelos proprietários de terras tituladas, que são índios a alí também vivem, ainda hoje. Portanto, além do tumulto e tensão, não vejo possibilidades, juridicamente, de chances de sucesso no referido pleito que deixou perplexa a sociedade regional. Superada a fase de conflitos, que devem ser evitados, à justiça só caberá um pronunciamento. Aos condutores da reinvindicação, a suspensão do procedimento para uma uma melhor preparação do processo, como um todo, aumentaria suas possibilidades de sucesso. Porém, pelos registros históricos, improvável.

  8. Infelizmente a grande maioria aqui está desinformada. Os indios do eixo olivença-buerarema são em sua grande maioria não-indios. Inclusive familiares deles comprovam isso. Por outro lado, a grande maioria das terras que eles reivindicam estão na mão de pequenos produtores, em agricultura familiar, fruto de um trabalho do próprio governo, através da Ceplac. Esses ditos indios invadiram a prefeitura de Buerarema e quebraram tudo, jogando inclusive computadores das janelas, isso não é indio, mas sim bandido. Eles invadiram fazendo, queimaram sedes e mataram um trabalhador rural, passou na TV. Independente de ser ou não ser indios, tem muitos marginais envolvidos tirando proveito da situação.

  9. Medo!! isso é a unica coisa que os moradores de Olivença e região estão sentindo.Como pode um movimento que diz defender os direitos humanos permiti que se forme quadrilhas para ameaçar os moradores?
    Afinal não somos todos humanos e temos o direito de trabalha e possui terras? Quer ter vida boa? se cadastra.
    Pessoas de bem trabalha e com suor consegue seus objetivos não fica tomando a força as propriedades de pobres agricultores.
    E tem mais agora para qualquer um querer chega a sua propriedade tenque paga pedagio a um pessoal q mora não sei onde que se dizem indios.

  10. POis é , o povo brasileiro é formado através da mestiçagem étnica e cultural. Evidentemente então isso não pode ser considerado traço singular de um grupo específico para justificar a reserva de terras para esse grupo. Os agricultores de Olivença, que correm o risco de serem depejados,também podem ter traços indígenas em seu sangue e em sua cultura- inclusive em alguns pontos mais fortes que os supostos índios que demandam a terra. Do meu posto de vista, os critérios (predominantemente culturais) que levam a serem considerados índios os supostos tupinambás de Olivença permitem enquandrar na mesma classificação a quase totalidade do população brasileira.

  11. Desculpe. Senhores nasci no municipio d Olivença,mas nunca vi índios na regigão.Vocês poderiam serem mais claro neste caso até por que quem nasceu em Olivença, e se criou na região sabe muito bem do qeu se trata.

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