Tempo de leitura: 2 minutos

Dom Mauro Montagnolli

“A criação está gemendo como em dores de parto” (Rm 8,22).

Queremos acompanhar os passos que estão sendo dados para a concretização do projeto Intermodal. Manifestamos nossa grande preocupação com um projeto de tal envergadura e que está sendo visto como algo já aprovado pelo poder público estadual e municipal.

Muitos questionamentos estão sendo feitos e até agora não foram devidamente esclarecidos. Qual a vantagem para a população local com este projeto? Qual o impacto ambiental que causará com os prejuízos para a fauna e a flora da região afetada? Quais as garantias de que esse projeto não vai trazer mais prejuízos e danos à região do que efetivamente os ganhos para a população: melhoria de vida, trabalho, desenvolvimento sustentável?

No Brasil, muitos projetos desse tipo têm trazido graves conseqüências tanto para as pessoas que residem na região afetada quanto para o meio ambiente, deixando um rastro de problemas para a vida da população, aumentando assim a dívida social.

É preciso levar em conta, igualmente, as considerações técnicas feitas por cientistas, o que as leis brasileiras prescrevem e as ponderações de movimentos sociais.

Queremos para a nossa região o verdadeiro desenvolvimento que respeita a vida humana e o meio ambiente; que tenha a participação efetiva das pessoas na discussão e decisão dos projetos; e garanta benefícios para elas e não só para os empreendedores.

Lamentamos que órgãos governamentais, entidades e pessoas que se dizem de acordo com esses parâmetros, os neguem na prática. Não se pode apoiar projetos que ameaçam a vida dos habitantes da região e agridem, desrespeitam e destroem o meio ambiente.

Chamamos a atenção para o que afirma a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010: “Os processos de desenvolvimento econômico deveriam implicar em uma redistribuição de benefícios, mas deveria haver também uma partilha do poder entre os diversos atores sociais; precisariam ser ouvidos e levados em conta na hora das decisões. Mas visivelmente o país não chegou a isso e não é possível assistir passivamente à privação de direitos tão importantes” (Cf. Texto base nºs 57-58).

É grave a situação. Precisamos sensibilizar a população e esperamos que as autoridades tomem as devidas providências a fim de que não tenha início a execução do projeto antes de proporcionar reais oportunidades para que as populações implicadas possam debatê-lo, apresentar suas propostas e tenham suas considerações respeitadas.

Somos solidários ao povo que está lutando pelo respeito à sua vida e aos seus direitos e às pessoas que põem em risco a sua vida ao se colocar ao lado dos pobres que clamam: “Deus do universo, volta-te, olha do céu e vê, visita esta vinha, protege a cepa que tua mão direita plantou” (Sl 80,15-16).

Dom Mauro Montagnoli CSS é bispo da Igreja Católica de Ilhéus.

16 respostas

  1. O projeto Porto Sul tem que ser avaliado e a sociedade tem que participar e não se omitir como vem fazendo com tantos outros projetos. Precisamos participar, nos informar e “brigar” por melhorias para termos argumentos… Se não sabemos nossos direitos e deveres, nunca teremos bons argumentos para lutar por algo melhor.

  2. Estou pasma!
    É por essas e outras que as igrejas Evangélicas crescem a cada dia.
    O povo de Ilhéus, passa por diversos problemas, fome, desemprego, falta educação, saúde e tantas outros. Nunca vi uma campanha da igreja pra ajudar este povo sofrido.
    São muitos os excluídos que clamam por uma oportunidade para ter uma vida digna, descente.
    Sou católica mas estou pasma, estou com vergonha.
    Não me permito pensar que por trás disso exista outros interesses.
    Não vou dar ponto final aqui.

  3. è, Dom Mauro!
    Não entendo porque somente agora o Sr. resolveu emitir opinião.
    Essa é uma opinião da Igreja catolica? ou apenas a da Vossa Senhoria?
    Parece que estava em oração profunda e não viu a barca passando.
    Está atrasado, muito atrasado. Seria bem visto se fosse pronunciado no inicio das discursões. As coisas estão adiantadas Dom Mauro, e ninguem está esquecendo de nada disso ae que o Sr. escreveu. Existem os pros e os contras. E ninguem deu como certo nada ainda.
    Então que a Igreja, ou Vossa Senhoria, se coloque, primeiro, a par dos fatos, e no minimo se atualize, antes de emitir opiniões.

    Joilson

  4. Em todas as reuniões que fizemos, para discutir o Projeto Intermodal de Ilhéus,o bispo nunca se manifestou nem prós nem contra.Não participou das discusões porque não quis, ou não interessava a Santa Madre Igreja Católiga, com seus dogmas em defesa de tudo que é progresso para a humanidade a igreja é contra.
    Agora que o projeto já esta pronto, avaliado e aprovado, lá vem o bispo meter o betelho.Fica na sua como ficou todos estes tempos.Lugar de padre é cuidando de seu rebanho,que po sinal esta sendo muito mal conduzido. Por isso as igrejas evangelicas tem crescido a a igreja católica tem regredido.

    Melck Rabelo

  5. Enquanto aí tem uma frescuragem para construir um projeto benéfico,aqui no ES já estão analizando outro projeto de um porto em Vila Velha,Itabuna precisa de politicos intelectuais que visam o bem do povo.

  6. Vou tentar explicar.

    De acordo com o livro Máfia Verde 2 – Ambientalismo, Novo Colonialismo – Lorenzo Carrasco (et alli) – editora Capax Dei, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) – Igreja Católica – é uma das organizações dentro do Brasil que trabalha para o “aparato internacional”. Esse aparato, de motivação essencialmente econômica e dominação, pretende abortar o desenvolvimento de emergentes que possuam elevado potencial de recursos naturais, como é o caso do Brasil.

    O Porto Sul é uma obra estruturante que deve gerar desenvolvimento, empregos e melhorar a condição de vida dos habitantes desta região. Esse tipo de investimento “precisa” ser combatido pelo “aparato”, utilizando-se o mote ambientalista como motivo.

    O tal “dom”, dos quadros da igreja romana, obedece às deliberações do CIMI e deve ter recebido instruções para se manifestar contrariamente às obras que poderão promover desenvolvimento e libertar o povo da região.

    É preciso ter muito cuidado com essas opiniões e combatê-las com informações como esta que estou postando.

  7. kakakakakakakakakakakakakakakakakakakakakaka

    esse é meu comentário para dom mauro kakakakakakakakakakakak

    como dizia o comentarista da band e ex jogador do corinthians, neto: é brincadeira!!!!!
    kakakakakakakakakakakakaka

  8. Sempre estranhei o silêncio da Igreja diante das várias mazelas que enfrentam a humanidade nos dias de hoje.
    Mas pior do que o silêncio da Igreja é o coro dos que são favoráveis ao Porto Sul. Amaior riqueza de Ilhéus e região é seu patrimônio ambiental. Destruir nosso patrimonio só pra exportar minério pra India e China pros próximos 25 anos.
    Que tipos de emprego este Porto predador tem pra oferecer? A única alegria que percebo são dos que vão correr atras de propina….(esse ano tem eleições)
    FORA PORTO SUL, Fora vc e todo sistema predatório que vc representa!
    SUSTENTABILIDADE JÁ!

  9. Dom Mauro fez a coisa certa, pensou, refletiu e falou quando tinha que falar.
    Pra que falar antes e falar o que não deve, como alguns comentários acima. As Igrejas Evangélicas estão crescendo e a fé deles cada vez diminuindo (Só pensam no lucro, dinheiro). Vamos deixar a nossa linda Ilhéus, cresçer em tamanho e diminuir em qualidade de vida?
    O que nós queremos é viver e viver com dignidade.
    Não queremos isso, até pq nós não vamos ser favorecidos em nenhuma hipótese com a vinda do Porto Sul.
    Não vamos nos iludir!

  10. Uma leitura recomendada aos que são contrários ao desenvolvimento:

    MÁFIA VERDE 2 – AMBIENTALISMO, NOVO COLONIALISMO – LORENZO CARRASCO – EDITORA CAPAX DEI.

  11. Sim, e os quem sustentam a campanha dos contra??? tambem vão participar de eleições este ano??? Hora, me traga uma garapa viu.
    Pior é o coro dos que são contra o Porto Sul, pois se utilização dos poires meios de convecimento (o terrorismo).
    Socoooorro!!!!!!!!!!!

  12. acho que a igreja tem muito mais coisas para se preocupar do que a construcao do porto sul,.exemp.quantidade de joves drogados viciados
    nesta dogra chamada crak, e o dom nao vem a publico se manisfestar com tanta veenmencia, devia procura reestruturar as familias que estao se degradando atraves da falta de Deus.

  13. Sou pastor da igreja quadrangular e concordo com Dom Mauro. Este projeto pode ser a ruína da região. Precisa ser muito bem estudado e acredito eu que só pelas questoes ambientais e legais , por se encontrar em uma regiao de protecao ambiental , por si só , se torna inviavel. Sou contra e tenho muita preocupacao em torno do aumento de vandalismo , prostituiçao e violencia na regiao.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *