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Da coluna de Levi Vasconcelos (A Tarde):

Da vassoura ao leão

É mesmo uma saga a do produtor de cacau nos dias de hoje. Edvaldo Sampaio tornou-se um ícone na cacauicultura. Após muito sofrer com a vassoura-de-bruxa, a praga que aniquilou a economia da região cacaueira, desenvolveu técnicas de combate à doença e com isso ganhou respeito no País, inclusive dos cientistas, ao publicar um livro (que virou Bíblia entre os seus confrades) relatando passo a passo o conhecimento adquirido.

Foi mais longe. No embalo do PAC, juntou o que conseguiu de economia e correu para o banco. Pagou de uma só penada R$ 520 mil cash. E após 20 anos de luta, aos 66 de idade, bradou: enfim, livre! (da vassoura-de-bruxa e da gula insaciável dos bancos).

Livre? Qual o quê. Havia outro faminto à espreita. O leão da Receita Federal está no encalço de Edvaldo. Quer o seu naco sobre os R$ 520 mil pagos ao banco.

É assim que o governo quer recuperar o cacau? E Edvaldo é exceção. O grosso dos produtores terá que vencer os três gigantes, a vassoura, o banco e o leão. É mole?

6 respostas

  1. Mais uma vez o Grande EDVALDÃO enfrentando os BICHOS!!!
    Mas, certamente ele vai tirar de letra, pois é um exemplo de Coragem, Luta, Destemor e vai derrotar o LEÃO assim como derrotou a BRUXA

  2. Infelismente a orgia do PT tem culpa porque GERALDO fala que esta havendo negociação com os CACAUICULTOR mentira dele, ta ai a falencia da nossa região, Wagner vem e promete, Lula vem e Promete, Geraldo vem e Promete, quando vai mesmo resolver esse fruto da nossa região sabe quando NUNCA e o povo que se LASQUE volte no PT e veja a desgraça que vai ser mais ainda a nossa REGIÃO vote

  3. Não entendi bem o que existe de errado. Empresários, profissionais liberais, comerciantes e empregados do setor público e privado pagam imposto de renda. Cacauicultor não paga, mesmo tendo a quantia de 520 mil reais? É por essas e outras que a cultura do cacau tem esta fama atual.

  4. Prezados JORGE, Não tem nada de errado! O assunto Imposto de Renda realmente merece atenção de todos, principalmente quando o ítem é empréstimo agrícola. Às vezes a dúvida é oriunda da maneira como se usa determinadas expressões que induzem a conceitos equivocados.
    IMPOSTO DE RENDA SE PAGA BASICAMENTE SOBRE A DIFERENÇA ENTRE RECEITA E DESPESA, QUANDO SE TRATA DE ATIVIDADE RURAL
    O que foi pago ao BANCO foi oriundo de receita recebida.
    Se parte foi recebida em 2008, já foi pago o imposto em 2009.
    A outra parte, a recebida no ano de 2009 será declarada agora em 2010.
    Com relação às DESPESAS temos o seguinte: “Os encargos financeiros efetivamente pagos em decorrência de empréstimos contraídos para o financiamento de custeio e investimentos da atividade rural podem ser deduzidos como despesa na apuração do resultado.”
    “Ressalte-se que as parcelas de amortização do financiamento ou empréstimo, no montante correspondente ao valor do principal, não podem ser deduzidas como despesa quando de seu pagamento, devendo apenas ser informadas na ficha Dívidas Vinculadas à Atividade Rural do Demonstrativo da Atividade Rural.”
    Por isso reitero que o grande EDVALDÃO dominará também o leão.
    E ainda digo mais: o Exemplo do Edvaldo em superar a crise da VB e pagar as suas dívidas bancárias e tb com o Leão, evidencia que a cacauicultura tem solução, à despeito de todas as adversidades.

  5. Ok. Cacau. Mas você é que está presupondo que o IR foi pago devidamente. Se foi desta forma realmente não existe problema.Mas se não foi desta forma o imposto terá que ser recolhido porque refere-se a renda utilizada para o pagamento da dívida. Se a receita está cobrando é porque o valor não foi declarado. Isso não tira o mérito do cacauilcultor mas também não o torna imune ao pagamento do IR como qualquer pessoa.

  6. Caro Jorge…concordo com vc!
    Infelizmente ainda há quem acredite que os cacauicultores são perdulários, incompetentes e que não há saida para a cultura do cacau. Creio que somos unanimemente contra estas posições, mesmo que se discuta, vez por outra (e seria preciso discutir com maior profundidade), o lucro potencial que a atividade pode propiciar.
    E o trabalho político mais abrangente fica ainda mais difícil, com o uso partidário e ideológico que é dado por muitos à questão.
    Há os que são contra o cacau e acham que os agricultores são suspeitos, porque conhecem casos que não podem ser generalizados, mas que não foram poucos, de gastança, falta de empenho e trabalho, empréstimos desviados e beneficiamentos governamentais direcionados para alguns. Há os que achem que isso somente os atuais governistas acham (o que é uma bobagem: há pessoas de todos os credos políticos que acham a mesma coisa e no caso brasileiro esta não é a posição oficial e majoritária dos governos federal e estadual). Há até quem atribua à Jorge Amado, um romancista num país de analfabetos, e não um historiador, esta imagem, quando na conversa com as pessoas da região, sabe-se de muitas histórias, que não posso garantir que são verdadeiras, que constroem esta imagem. Para desfazer esta imagem a defesa corporativa de TODOS os cacauicultores não me parece uma posição correta e tampouco, sendo pragmático, hábil.
    Há os que acham que o comunismo está chegando e sentem a compulsão de enquadrar todos os movimentos de interesse social nesta linha de pensamento e de movimentação, prejudicando a contrução do tal consenso social possível, fortalecendo as críticas dos que acham que os agricultores não são politicamente corretos. O que é um equívoco porque os cacauicultores em sua grande maioria não são de grande porte, dentro do conceito nacional de grande produtor (se é que existe algum neste conceito) ou não comentem maiores irregularidades na aplicação das normas legais. E, se porvetura cometerem, pode-se até compreender em alguns casos, mas não se pode justificar.
    Esta posição “correta” não divide a agricultura entre agro-negócio e agricultura familiar. Estas duas escalas existem e a questão humana, fundiária e técnica convive com as duas escalas. Aliás tanto o governo estadual quanto federal dão a maior importância, de fato, ao agro-negócio, que sempre contou com a embrapa, com financiamentos e, com a exceção do cacau, com perdões e compensações por perdas decorrentes de infecções – mesmo que não tenham aplicado vacina – ou problemas climáticos muito adversos.
    Aliás, quase ninguém pode pensar diferente desta percepção da importância das diferentes escalas de produção.

    Enfim, a política está permitindo pressionar a CEPLAC a fornecer uma nota técnica assumindo que as orientações estavam erradas e induziram os tomadores dos empréstimos à insolvência, principalmente os que de fato aplicaram o dinheiro no cacau e seguiram a orientação dada e imposta pelos agentes financeiros. Também está permitindo que a sociedade avance na comprensão desta qustão complexa e controversa.

    e-Abs

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