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Daniel Thame | www.danielthame.blogspot.com

A Seleção da Espanha jogou para o gasto e não para o gosto. Ganhou.

A Espanha bateu a Holanda por 1×0, com um gol discutível no finalzinho da prorrogação e, ao conquistar a Copa do Mundo da África do Sul, entrou para o seleto clube dos campeões da mais importante competição futebolística do planeta.
Os espanhóis agora fazem companhia ao Brasil (cinco), Itália (quatro), Alemanha (três), Argentina e Uruguai (dois) e Inglaterra e França (um).
A Espanha campeã é o retrato do futebol atual e em nada contribuiu para resgatar a magia do jogo. Em sete partidas, marcou gols absolutamente necessários (venceu cinco por 1×0, uma por 2×1 e perdeu da Suíça por 1×0).
Os espanhóis, que por décadas carregaram a fama (justa, até então) de amarelar em Copas do Mundo, viajaram à África para buscar o título. Se desse para jogar futebol, tudo bem, se não desse, azar.
Jogou para o gasto e não para o gosto. Ganhou.
Nenhuma injustiça. A Holanda também foi à África para ganhar. Venceu medianamente suas seis primeiras partidas (incluindo o 2×1 sobre um Brasil descontrolado) e tropeçou justamente no  “jogo de espelhos”, em que, não fosse pela  camisa e pelos nomes dos jogadores, seria difícil identificar quem eram os holandeses e quem eram os espanhóis.
Uma Copa insossa só poderia terminar sem um craque indiscutível, aquele que as gerações futuras lembram como o nome do Mundial, como Pelé em 58, Garrincha em 62, Pelé de novo em 70, Cruijjf em 74, Paulo Rossi em 82, Maradona em 86, Romário em 94, Zidane em 98 e Ronaldo Fenômeno em 2002.
É preciso fazer um esforço monumental para citar o craque  de 2010.
Messi? Robben? Iniesta? Davi Villa? Diego Forlán? Müller?
Nenhum deles é unaminidade.
O saldo positivo da Copa é que os sul-africanos conseguiram realizar um Mundial bem organizado e, mais do que isso, contagiante pela alegria da população. Até as insuportáveis vuvuzelas tiveram sua graça.
Baixadas as cortinas do espetáculo (?) na África do Sul, as atenções se voltam para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
E é bom que as atenções estejam bem atentas mesmo!
Porque, no quesito bola, alguns de nossos políticos botam até craques estelares no bolso (embora prefiram botar é outra coisa no bolso!).
É muito dinheiro em jogo, na reforma e construção de estádios e aeroporto, melhorias no sistema viário e outras obras de infra-estrutura.
É um olho na Seleção, que vai juntar os cacos, e outro nessa gente que adora um tipo nada ortodoxo de jogo.
Daniel Thame é jornalista e autor do livro Vassoura.

3 respostas

  1. Com certeza esse cara assistiu outro jogo. A superioridade da Espanha foi indiscutível, o gol não teve nenhuma dúvida e só não saiu antes devido aos erros de arbitragem ao não expulsar os holandeses. Poderia não ter jogado nada nas outras partidas(o que não é verdade), mas na final jogou como campeã merecida.
    Conselho: limite-se a escrever sobre vassouras…

  2. Concordo com o articulista. A Espanha esteve bem longe do bom futebol. Nunca tinha visto, em meus 42 anos, uma final de Copa faltosa e sem brilho. O gol espanhol? Um escanteio surrupiado dos holandeses geraste o golo do titulo.

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