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A “BARRIGADA” É O TERROR DAS REDAÇÕES

1BarrigadaOusarme Citoaian | [email protected]
O sentido mais comum para barrigada é o de bater com a barriga (no samba de roda, umbigada), mergulhar de mau jeito, se o indivíduo, em vez de entrar na água de cabeça, cai de barriga. Com outro significado (divulgar notícia que não aconteceu), a barrigada é o terror das redações. Quando o veículo “torce” a matéria, em benefício de interesse que não o dos leitores, diz-se que ele é tendencioso, manipulador. Também se pode, com essa intenção desonesta, publicar algo não acontecido, para beneficiar ou prejudicar pessoas ou instituições – mas aí também não é barrigada. Esta é um erro involuntário – causado pela paranoia de dar um “furo” ou pela pressão do deadline (se não der a notícia agora, vai esperar a próxima edição).

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Jornalistas devem “parecer” isentos
Neste começo de ano, barrigadas monumentais, em dois veículos famosos do Brasil e da Espanha. El País divulgou, com o destaque “merecido” também na edição online, como sendo do presidente Hugo Chávez a foto de um sujeito entubado, agonizante, se não morto; O Estadão deu em primeira página que o ex-presidente Lula seria investigado pelo Ministério Público Federal (MPF). No primeiro caso, o jornal logo admitiu o erro e recolheu a edição; no caso brasileiro, foi o MPF que desmentiu o boato.Como ambas são noticias políticas, é de se especular se outros fatores, além dos que citamos, não contribuíram, lá e cá, para o “mico”. Jornais e jornalistas não são isentos, mas devem se esforçar para conter seus interesses pessoais.
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(ENTRE PARÊNTESES)

3ManifestoLeio coisas como “o comunista Fulano”, o “socialista Sicrano” – em referência a pessoas que militam em certos partidos, e me sinto incomodado. Tais grêmios não têm uma gota de ideologia, um cêntimo de marxismo, uma pitada de teoria política, um grama, sequer, de solidariedade humana. Seus membros, festejados na mídia, nada fazem ou dizem que denunciem já terem lido, pelo menos, as orelhas de Marx, Engels, Rosa Luxemburgo ou Gramsci. Penso até que estes autores, indignados, se sacodiriam em suas tumbas, se acaso pudessem perceber o comportamento dos “camaradas” de nossos dias. Indago, à Machado de Assis: mudariam os comunistas ou mudei eu?

JOÃO SALDANHA, O BOTAFOGO E O CHOPE

Em 1965, o Flamengo fez a final do campeonato carioca contra o quase invencível Botafogo, perdeu de 1 x 0, mas foi campeão, devido à vantagem que tinha. Após o jogo, João Saldanha (botafoguense fanático) e o colega Maurício Azedo (Flamengo também doente) chegaram juntos à portaria do jornal Última Hora, e João disse a Maurício que o Botafogo pôs água no chope do Flamengo… Foram subindo as escadas e discutindo, a temperatura também subiu, e quando “adentraram” a redação já estavam embolados, aos tapas, com os companheiros de jornal tentando separar os valentões. O jornalista Anderson Campos, também Flamengo doente e membro do PCB, segurou Saldanha, enquanto o ex-jogador Ademir Menezes segurava Maurício, mas a discussão continuou.
_________________5Saldanha
Briga não conhece regra, nem lógica
Maurício jogou duro: disse que Saldanha era analfabeto, que fazia frases curtas porque “se puser uma intercalada no meio vai tropeçar na vírgula”. Saldanha, pouco antes tinha dito que Maurício era “um maroto, um temperamental”. Minutos depois, quando tudo parecia serenado, cada um na sua mesa, os colegas, de olho nos brigões, perceberam Saldanha pronto para atirar sobre Maurício Azedo, pelas costas, uma Olivetti enorme, de carro duplo. À turma que lhe tomou a máquina e reprovou sua atitude de tentar esmagar a cabeça do colega, Saldanha argumentou, aos berros: “– O que tem regra é jiu-jitsu, judô, caratê, essas coisas. Briga não tem regra”.  A história está no delicioso João Saldanha – uma vida em jogo, do jornalista André Iki Siqueira.

UM POUCO LEMBRADO SAXOFONE “DA PESADA”

Para quem pouco sabe de jazz, como o locutor que vos fala, Sonny Stitt (não confundir com Sonny Rollins) é menos conhecido do que Coleman Hawkins, Charlie Bird Parker, Lester Young e Dexter Gordon. Mas é dos grandes. Na flor dos 21 anos, entrou para a orquestra de Billy Eckstine, passando a tocar com Gordon – aquele que, estreando como ator, foi indicado ao Oscar pelo papel de Bird no filme Por volta da meia-noite. Depois de Eckstine, tocou com Bud Powell (não confundir com Baden Powell) e Dizzy Gillespie. Dirigiu vários grupos pequenos (combos), antes de tocar com o trio de Oscar Peterson, em 1957, e com o quinteto de Miles Davis, em 1960 – substituindo John Coltrane. Sua ficha ainda inclui trabalhos com Dizzy Gillespie, Art Blakey e Thelonious Monk, no grupo Giants of jazz.
_______________7Lover man
Canção bem ao estilo Billie Holiday
Uma mulher desesperada emite sinais em versos como “eu estou tão triste” (I’m feeling so sad), “eu procuro alguma coisa que eu nunca tive” (I long to try something I never had), “a noite está fria e eu tão sozinha” (the night is cold and I’m so alone), sempre repetindo este refrão: “Homem apaixonado, onde você poderia estar?” (Lover man, oh, where can you be?”). Lover man é a cara de Billie Holiday. Além de Billie, a canção teve pencas de gravações (instrumentais,  a maioria):  Charlie Parker, Ella Fiztgerald, Coleman Hawkins, Sarah Vaughan, B. B.King, Dave Brubeck, Julie London, Jimmy Smith, Norah Jones, Whitney Houston, Jimi Hendrix, Ahmad Jamal, Sonny Rollins, Lee Morgan, Miles Davis, Carmen McRae, Chet Baker, Duke Ellington, Stan Kenton, Django Reinhard – só as de que me lembro.
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O saxofone que vem após a tempestade
Nesta temporada pós-carnaval, vai bem um “som” que não agride os ouvidos e que sugere o descanso, a calma que se segue à tempestade. Lover man, com uma formação que, a meu entender (o juízo de quem pouco sabe), funciona muito bem: sax, mais “cozinha” de piano, contrabaixo e bateria, desde que todos dominem o ofício. No caso, Sonny Stitt (sax alto),Walter Bishop (piano),Tommy Potter (contrabaixo) e  Kenny Clarke (bateria).

(O.C.)

Resposta de 0

  1. Esse socialismo já aportou aqui no Brasil mais torto que as pernas do Garrincha:deformado pelo Estalinismo e embriagado pelo Positivismo. Este comunismo brazuca, criança levada, pequena, perversa e polimorfa não conheceu o Comunismo Vovô. Nem quer saber dessas velharias. A pá de Kal já enterrou a literatura e a práxis.

  2. O nosso monumental João “Sem Medo” Saldanha. O mesmo que mandou um recado desaforado para o maior assassino brasileiro, Emílio Garrastazu Médice: “você escala seu ministério, eu escalo minha seleção.
    O desaforo foi criado por conta da ingerência do milico que queria que Saldanha convocasse Dadá Maravilha. João foi defenestrado pouco tempo depois mas não perdeu a coragem.
    Entrou pra história, enquanto o merda do Médice foi parar no lixo, como de resto todos os que serviram à ditadura civil- militar que horrorizou o país.

  3. Não, não vou comentar.Ainda nem sequer ouvi a música da semana! Minha internet está péssima, não faz o que eu mando nem a chibata! Mas quero agradecer a presença do Universo neste céu que lhe é próprio.Boa semana para todos!!!!

  4. Que diria o ilustre João Mangabeira sobre os prefeitos e prefeitas socialistas – de municípios vizinhos – conhecidas de todos, ou, pelo menos, filiados ao Partido Socialista Brasileiro (PSB)?
    Não é diferente a “Pecha(?)” comunista para filiados aos partidos Comunista do Brasil e (PCdoB) e Comunista Brasileiro (PCB).
    Na minha ótica, nem sempre de acordo com o grau correto, trata-se apenas de um filiado às agremiações.
    Com as bençãos de João Amazonas, Luiz Carlos Prestes, Haroldo Lima, dentre outros menos votados.
    Se a ideologia já era uma convicção duvidosa (será que existe?), depois do muro de Berlim ir ao chão, do PT governar o Brasil…as convicções são puramente de ordem conveniente e eleitoreiras.
    Mas que devem ser chamados de comunistas, isto devem, sim, até que os partidos promovam o competente expurgo.
    Concordam plenamente que não se fazem mais comunistas como antigamente.

  5. O interessante é que ainda vivemos sob a perspectiva marxista, damos voto de confiança e tudo, em quem levanta-se em nome de uma pais igual, mas cá pra nos, não existem ideologias politicas, a maior ideologia politica é a lei do dinheiro! De quem paga mais.É isso ai senhores, é fácil ser comunista e participar de sindicatos, o difícil mesmo é se manter marxista quando se chega ao poder… se nosso Pt falasse…

  6. Se não conseguir encontra um aió, quem sabe um bocapiu não sirva. Pode, inclusive, carregar mais mercadorias. Mas, voltando ao aió, somente poderá encontrá-lo las pras bandas de Sergipe em diante.

  7. Alguns brasileiros se esquecem facilmente,das lutas pela liberdade que nos trouxeram até aqui.Filhos,pais,mães amigos con-
    tra um sistema politico e assassino da ditadura.Hoje com a democracia as lutas cairam no esquecimento.

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