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ricardo artigosRicardo Ribeiro | ricardo_rb10@hotmail.com

 

Estão aí os sujeitos que voam para festinhas e jogos de futebol às custas do erário para comprovar a tese. A partir de agora, ou eles entendem o recado ou serão abatidos em pleno voo.

 

Há quase um consenso em torno da justiça dos protestos que se tornaram parte da paisagem brasileira. No caso dos ocupantes do poder, a concordância mais se aproxima de uma rendição por questões de sobrevivência, daí o atendimento de algumas demandas na tentativa de apascentar a tribo. Bem poucas, na verdade, em relação ao tamanho da dívida que o Estado tem com o povo.

Outro ponto é que está bem identificada a manifestação autêntica da sociedade, diferenciada das patéticas ações de manipulação ou adesão esperta, da direita e da esquerda. Nem o grupo do PSDB, DEM e seus congêneres têm condição de fazer coro com as vozes das ruas, nem o PT e os sindicalistas pelegos podem gritar contra si mesmos. Até tentaram, mas foi ridículo.

É certo que o status quo se encontra ainda perdido, sem plena compreensão do tamanho da mudança, propondo medidas atabalhoadas, como quem joga barro na parede para ver se cola. De tudo isso, haverá um custo político a ser pago, embora também ainda não se saiba quanto.

Percebe-se uma esperança do lado da vidraça de que os ataques arrefeçam, mas – apesar dos protestos terem diminuído – há previsão de que ele virá em novas ondas, até porque os principais motivos se mantêm e a eles não param de juntar-se outros.

Uma das consequências, pelo que se ouve nas ruas, poderá ser um recorde de votos brancos e nulos, bem como de ausências nas eleições de 2014. Nunca se viu tanta descrença em uma classe como ora se percebe com relação aos políticos. Os que estão no poder e os que já estiveram, embora estes se beneficiem por encontrar-se circunstancialmente na oposição. Vale acrescentar que se opõem ao governo, mas sempre se filiaram às práticas que criam as mazelas e perpetuam a miséria de grande parte da população brasileira.

É por isso que os protestos devem ser entendidos não como um grito contra o governo, mas como uma bronca geral nas práticas nefastas de uma política sempre afinada com propósitos inconfessáveis e divorciada do interesse público. Estão aí os sujeitos que voam para festinhas e jogos de futebol às custas do erário para comprovar a tese. A partir de agora, ou eles entendem o recado ou serão abatidos em pleno voo.

Ricardo Ribeiro é advogado.

2 respostas

  1. Triste foi ver que o Joaquim Barbosa (que acabou de receber meio milhão de reais em diárias!) fez o mesmo que esses políticos e, sentado no jatinho da FAB, foi assistir à final da Copa das Confederações… Quem diria!

  2. Zelão diz: – Eles ainda acreditam na impunidade

    “Segundo as leis e costumes que ordenam as práticas políticas no Brasil, o político ou “grande líder, como prefere ser chamado,” não erra; no máximo ele comete pequenos equívocos, que em geral são atribuídos ao marketing ou aos seus assessores diretos.”

    Tão acostumados (viciados)estavam nas práticas políticas que os levaram ao poder, que mesmo escutando o grito estridente das vozes roucas das ruas, será difícil, para eles, reformular em tão pouco tempo; velhos conceitos e práticas. Atordoados, vão preferir aguardar, apostando, mais uma vez, no velho conceito de que; “o povo tem memória curta.”

    Dois mil e quatorze é logo ali. Seria até desumano e politicamente incorreto, exigir tão radicais mudanças nos conceitos e práticas consolidadas à seculos no cotidiano político do país. Poucos serão os que irão se arriscar em fazer um “upgrade” de caráter, pela exiguidade de tempo ou pela total inexistência de material ético que lhes permita fazer a transformação.

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