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Leal foi morto a tiros quando chegava em casa, perto do Batalhão da PM e do Complexo Policial.
Leal foi morto na porta de casa, perto do Batalhão da PM e do Complexo Policial.

A morte de onze profissionais de imprensa na década de 90 foi lembrada pelo vice-presidente da Associação Baiana de Imprensa (ABI), Ernesto Marques. “Foi um período sombrio para os jornalistas e radialistas da Bahia”, diz, enfatizando que o tema violência vem sendo largamente explorado pelo DEM na campanha de Paulo Souto. A Bahia era governada pelo falecido senador ACM e Paulo Souto no período dos crimes.
Dentre os casos mais nebulosos não esclarecidos pela polícia está o do jornalista e proprietário do Jornal A Região, Manoel Leal, em 14 de janeiro de 1998. Apesar de todas as evidências deixadas pelos criminosos, a polícia não foi capaz de prender aos mandantes. O assassinato ocorreu em uma noite numa rua entre o Batalhão da Polícia Militar e o Complexo Policial de Itabuna.
A maioria dos crimes contra profissionais de imprensa foi de mando, ressalta Ernesto. Os assassinatos ocorreram quando o radialista ou jornalista fazia denúncias de corrupção envolvendo políticos ligados ao carlismo.
Além de Leal, Ernesto cita os crimes cometidos contra os radialistas Ivan Rocha, em Teixeira de Freitas, e Ronaldo Santana, em Eunápolis.
– O corpo de Ivan Rocha não foi encontrado até hoje e nos casos de Ronaldo Santana e Manuel Leal investigações mal feitas impediram que se chegassem aos mandantes, porque a regra era a impunidade – diz Ernesto.
Entidades como o Comitê de Proteção aos Jornalistas (EUA) , Sociedade Interamericana de Imprensa (EUA) e Repórteres Sem Fronteiras (França) cobraram oficialmente a apuração dos crimes, mas o governo carlista ignorou os pedidos.
– A liberdade de expressão inexistia e quem se atrevia a denunciar sofria ameaças e em alguns casos pagava com a vida. Não podemos retroceder diante dos avanços que conquistamos com Wagner. Hoje a Bahia tem uma imprensa livre e o direito de opinião é respeitado – afirma Ernesto Marques.

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