Tempo de leitura: 2 minutos

Idosos ônibus

Amanda Oliveira

Como usuária frequente do transporte público de Itabuna, venho observando as dificuldades enfrentadas pelos idosos que utilizam esse serviço. Durante a semana, estava em um ponto de ônibus da Beira-Rio e uma senhora de seus oitenta anos, aguardando um ônibus para o Santo Inês. Quando ele se aproximou, a senhora estendeu a mão para que o mesmo parasse. Contudo, o motorista, apressado, querendo passar enquanto o sinal estava aberto, acelerou em vez de reduzir e assim passou batido pela senhora que, desesperadamente, estendeu sua mão e gritou para que o mesmo parasse. Presenciei aquela cena horrorizada, imaginando o quanto aquela idosa esperaria em pé, pelo próximo ônibus que a levasse para casa. Sua sorte foi encontrar um amigo que a ajudou quando outro ônibus para o Santo Inês passou, isso quase meia hora depois.

Nesse último sábado presenciei outra cena, desta vez, uma senhora estende a mão e o motorista para muito à frente. Quando esta finalmente o alcança, percebe que ele só parou porque outra pessoa pediu para descer. Mal a passageira desce do ônibus e o motorista apressado, quase sai com o carro sem olhar que a senhora ainda estava subindo. Sem falar na impaciência que os “motocobras” têm com os idosos, que muitas vezes não sabem onde colocar aquele cartão que libera a catraca.

Sabemos que o cotidiano muitas vezes exige de nós pressa para cumprirmos horários. Contudo, muitos motoristas do transporte público olham para os idosos como seres invisíveis que não merecem sua atenção – e isso é uma atitude desprezível. Ao contrário, os idosos merecem mais atenção e respeito, e isso é Lei. E quem negar isso a eles de forma discriminatória pode pagar de acordo com o Estatuto do Idoso:

“Quem discriminar o idoso, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte ou a qualquer outro meio de exercer sua cidadania pode ser condenado e a pena varia de seis meses a um ano de reclusão, além de multa.” (Estatuto do Idoso)

Idosos, exijam seus direitos!

Amanda Oliveira é estudante de Comunicação Social.

4 respostas

  1. Sugiro que o Conselho Municipal do Idoso e entidades afins promovam campanhas periódicas nas empresas e usuários de transporte coletivo, funcionários e público nos bancos, incentivando o respeito aos idosos.

  2. J.Reis.
    Eu mim junto, a essa sua preocupação.
    No cotidiano percebemos essa falta de profissionalismo.
    E infelizmente o sindicato,dos condutores de ônibus urbano,
    não demostra preocupação,a esse mau serviço.

  3. verdade seja dita, é estarrecedor. Outro dia, como um mero espectador do cotidiano grapiúna, tive a mesma sorte infeliz! um senhor que aos gritos e tapas frenéticos na lataria do carango, não pôde embarcar naquele trem fantasma.
    também pudera! essa era a interjeição que minha avó sempre usava e que ora se confundia com conformismo, ora com concordância- de que as coisas deviam mudar.
    Minha avó se foi e não precisa mais de ônibus. Aqui, em terras neocoronelistas, ceteris paribus. Mudança nunca foi transformação.

  4. Oi, a falta de respeito não só com os idosos que é um absurdo também com aqueles que estão dentro do ônibus. O motorista dirige em alta velocidade freando bruscamente sem pensar que ele esta conduzindo pessoas.

Deixe aqui seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *