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ricardo artigosRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

É muito difícil negar que a artilharia da Operação Lava Jato esteja intencionalmente direcionada ao governo e ao PT. Não que inexistam motivos para tanto, mas quando a Polícia Federal e o MPF escolhem o que investigar, e depois o que levar ao público, demonstram o direcionamento de suas baterias.

O PT merece toda reprimenda pelas falcatruas em que se meteu. Não importa se o fez para sustentar a governabilidade ou se, entusiasmada com a facilidade do acesso, gente do governo aproveitou a deixa para também se beneficiar no campo pessoal. Pouco importa até mesmo se “sempre foi assim”, pois o fato é que precisa deixar de ser, urgentemente, e se a bomba caiu no colo do PT, azar o dele.

É plausível acreditar que a rapinagem não terá fim, com o Partido dos Trabalhadores ou sem ele. O “sempre foi assim” traz implícita a mensagem de que “sempre será”, mas a esperança é que, após o escárnio ter vencido o cinismo, como disse a ministra Carmem Lúcia, a justiça se estabeleça de uma vez por todas, e para todos.

Pode ser ilusão, utopia, ingenuidade. A Lava Jato pode não passar de uma farsa das elites para tirar o PT do poder e varrê-lo do mapa político nacional… Pode ser e em vários momentos realmente isso fica muito claro, até porque há precedentes históricos.

No entanto, o Brasil de 2016 não é o mesmo de 1954. Espera-se que uma sociedade mais informada, atuante e exigente continue a cobrar um padrão ético de comprometimento dos políticos e de si mesma. Quem experimentou os avanços conquistados nos últimos anos dificilmente aceitará o retrocesso, e a forte rejeição ao atual governo demonstra isso.

Espera-se que o mesmo nível de exigência se mantenha, não importa quem venha a despachar no Palácio do Planalto.

Ricardo Ribeiro é advogado.

0 resposta

  1. Amigo Ricardo
    Nesta semana, ao ver o ex-presidente Lula ser conduzido por policiais, lembrei-me de quando eramos colegas no Colégio Gama no ano de 1992. Naquela época você trazia na veia a energia de uma juventude que queria o impeachment do Collor. Me recordo dos seus discursos inflamados e de ouvir você dizer que “agora o país será diferente” ou algo assim. Vinte e poucos anos passados podemos dizer que temos um país um pouco melhor, sim. Mas não diferente. Continuamos com os mesmos vícios: corrupção, espertezas e outras “baixezas”. Nossa cultura não mudou. Esquerda e direita – se é que isso ainda existe – não são diferentes em seus projetos de poder perpétuo. Vale tudo. Vale sujar as mãos e os dedos, mesmo que apenas nove deles.Uma pena. Mas se a pouco tempo atrás a esperança venceu o medo, hoje a decepção não vencerá a esperança.
    Um grande abraço.

  2. Júnior, meu amigo, eu me lembro daquela época. Tinha 17 anos e era um adolescente cheio de sonhos. Acreditava que o Brasil mudaria e realmente fui pra rua, vestido de preto e de cara pintada, para cobrar o impeachment de Collor. Era um menino e nunca tinha votado, mas já achava que precisava participar e acreditava na esquerda. Eu lhe confesso que, após vinte e tantos anos, tive muitas decepções e passei a entender que o sistema político precisa ser totalmente repensado. Não adianta trocarmos as peças, se o modo de funcionamento da máquina permanecer o mesmo. Espero em Deus que tudo o que acontece neste momento contribua para tornar o Brasil um país melhor, mas sei que nada do que está havendo é suficiente para isso. Talvez seja um passo, mas é necessário que a limpeza não se limite a um partido ou grupo político, bem como não será apenas com medidas de natureza policial que alcançaremos essa mudança. Já não creio em direita e esquerda, mas acredito que uma sociedade mais informada e consciente de seus direitos pode ser capaz de forçar a transformação com a qual sonhamos. Estamos caminhando, talvez um dia cheguemos lá… Se não nós, quem sabe nossos filhos ou nossos netos!

    Forte abraço!

  3. Amigos. Muito bom os comentários e o pensamento de vcs. Hj precisamos muito mais que partidos e ideologias. Precisamos de pessoas e líderes que se comprometam com a justiça e honestidade. TB fui às ruas contra Collor e hj fico decepcionado com aqueles que nós acreditávamos ser diferente se igualou aos outros, inclusive manter na mesma base Collor e Sarney. VC amos fazer uma corrente a favor da honestidade MB a política. Mudança já para acabar com esse excesso de partidos VC e uma verdadeira revolução na política. Fora os corruptos!!!

  4. Limpar da história o câncer que se tornou o PT, dissipador dos maiores engodos promovidos na nossa história política, econômica e social, que utilizou-se da pobreza e ignorância do povo para se perpetuar no poder, nada mais significa que instituir o divisor de águas dentro do judiciário brasileiro, pois, aqueles que profetizavam haver enraizado no nosso sistema a corrupção como engrenagem , hoje temem ser o próximo a torna-se recluso numa penitenciária. Por fim, o devido processo legal, princípio norteador do direito, deve ser respeitado em sua totalidade, juntamente com a isonomia para que todos descumpridores da lei sejam penalizados da maneira correta.

  5. As ideologias são necessárias, em sua volta aglutinam-se pensamentos e tendências econômicas sociais, etc…Algumas ações do PT só são possíveis de entendimento quando se discute dialética socialista e estratégias politicas, e isso não vem ao caso, agora é necessário depurar, manter os avanços e fazer correções de rumo. O exacerbamento dos fatos, a decepção com um misto de ódio propagados nas mídias pode levar o País a um governo de coalisão de centro / direita, aí é só Rezar e Orar ou, começarmos a remar tudo de novo.

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