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Alunas do Félix Mendonça, ao centro, venceram etapa regional do Technovation 

A equipe Educa Girls, formada pelas alunas Anna Karoline Alcântara, 14, Anabelly Mota, 17, e Julia Catenacci, 15, do Colégio Estadual Félix Mendonça, em Itabuna, ganhou a etapa regional do Technovation Challenge Brazil, competição de desenvolvimento de aplicativos para garotas na faixa de dez a 18 anos dos ensinos Fundamental, Médio e Técnico. As estudantes foram classificadas ao criar o aplicativo ASF (Acompanhe seu filho), passando para a final do evento, que será em julho, em São Paulo.
A estudante Anna Karoline fala sobre a experiência de ter desenvolvido um aplicativo e ser finalista do Technovation. “Está sendo muito interessante participar do evento, aprender como funciona alguns apps que usamos no dia a dia. Ganhamos um olhar mais amplo, mais tecnológico sobre o desenvolvimento dos aplicativos. Irmos para a final do evento é uma conquista importante e inesperada. Nunca imaginamos. Estamos muito felizes”.
A participação das alunas no Technovation Challenge Brazil é consequência do Hackathon – Criação de APP, ação realizada por meio do e-Nova Educação, projeto criado pela Secretaria de Educação da Bahia, em parceria com o Google, com o objetivo de levar tecnologias digitais para a sala de aula, integrando acesso à internet de alta velocidade com os dispositivos móveis, dentro da proposta de propiciar a contextualização da Educação no século XXI. No dia 15 de junho, o App ASF será exibido no Félix Mendonça, uma das escolas-pilotos do e-Nova.
O ASF é um aplicativo voltado para as Secretarias de Educação, que poderá ser acessado mediante liberação da unidade escolar e pelo número de matrícula do estudante. “Esse aplicativo visa dar mais visibilidade às ações escolares, fazendo com que os pais possam acompanhar o rendimento, frequência, avisos, reforçando assim a parceria entre família e escola”, afirma a coordenadora do Núcleo de Tecnologias e Plataformas Multimídias da SEC-BA, Carla Almeida.
Carla observa que o aplicativo não tira o compromisso dos pais em estarem presentes nas reuniões e chamadas escolares. “Ele apenas é um elo para fortalecer o foco educacional que é transformar realidades”, explica.Leia Mais

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Mamédio foi feito refém e assassinado dentro da própria casa || Foto Tássio Loureiro/Via41

Um empresário de 55 anos foi morto a tiros, na noite de segunda-feira (21), durante um assalto à casa dele, em Eunápolis, no sul da Bahia. De acordo com informações da polícia, Mamédio Soares da Silva estava em casa com a esposa, quando dois homens armados invadiram o imóvel por volta das 19h30, informa o G1.

Ainda segundo a polícia, a dupla manteve Mamédio e a esposa como reféns durante 1h30min, enquanto vasculhava a casa, localizada na Rua Gutemberg Amazonas, bairro da Sapucaeira, em busca de dinheiro e objetos de valor.

Quando os criminosos iam saindo da casa, atiraram no empresário, que morreu no local. Não há informações sobre se os criminosos levaram alguma quantia ou objeto da casa.

Mamédio era dono de uma oficina mecânica no bairro Gusmão. O corpo dele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Eunápolis.

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Quase 500 novas viaturas foram entregues hoje || Foto Manu Dias/GovBA

– Catorze viaturas serão destinadas às cidades de Ilhéus e Itabuna
A Polícia Militar da Bahia (PMBA) ganhou reforço de 461 viaturas novas, na manhã desta terça-feira (22), durante cerimônia no pátio da Governadoria, em Salvador. A entrega foi feita pelo governador Rui Costa. “Tenho orgulho de saber que chegarei ao final deste mandato com 100% das viaturas das polícias Civil e Militar renovadas“.
A ação representa um investimento de mais de R$ 31 milhões, utilizados na compra de 20 bases móveis, 62 monovolumes, 144 caminhonetes e 235 motocicletas. “Outro fato inédito e que me dá muita alegria é que chegaremos ao final deste ano com um total de 6.800 policiais militares, civis e bombeiros contratados. Nunca, na história da Bahia, um governador realizou este feito, nesse espaço de tempo”.
Do total de veículos entregues nesta terça-feira, 130 ficarão em Salvador e 331 serão destinados ao interior do estado, sendo 7 para Itabuna e 7 para Ilhéus. De acordo com o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, a ação representa o compromisso do Governo na reformulação da infraestrutura do serviço de segurança.
– O Estado tem feito investimento significativo na segurança, tanto na aquisição de novos veículos e na contratação de novos policiais. Além disso, temos aperfeiçoado o uso da tecnologia com a contratação de novas câmeras e softwares. São ações que resultam na redução dos índices de criminalidade. A Bahia já alcançou uma redução de 15% no número de homicídios e roubos a banco – disse Barbosa.

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Prazo para pagar inscrição se encerra nesta quarta-feira

Encerra-se nesta quarta-feira (23), o prazo para os candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pagarem a taxa de inscrição, no valor de R$ 82. O pagamento pode ser feito em instituições bancárias, agências dos Correios e casas lotéricas.
O Ministério da Educação alerta que os estudantes que não obtiveram direito à isenção precisam pagar a Guia de Recolhimento da União (GRU), e devem ter atenção ao selecionar a data de pagamento. Isso porque alguns bancos agendam, automaticamente, o débito para a data de vencimento da GRU – 23 de maio –, atrasando a confirmação da inscrição.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) orienta que os candidatos não deixem o pagamento da taxa para os momentos finais e que confiram a situação da inscrição. Em outubro, o Inep divulgará o cartão de confirmação da inscrição, com as informações sobre o local das provas, que serão aplicadas em 4 e 11 de novembro.

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MP-BA quer suspender concurso da polícia civil|| Foto Ilustrativa

O Ministério Público estadual recomendou a suspensão do concurso público da Polícia Civil da Bahia até que sejam “suficientemente apuradas e esclarecidas” as supostas irregularidades apontadas por quem participa do processo seletivo. A decisão ocorreu após denúncias de candidatos de falhas na fiscalização no dia da aplicação das provas em Salvador.

A recomendação foi encaminhada, na segunda-feira (21), pelas promotoras de Justiça Heliete Viana e Rita Tourinho ao secretário Estadual de Administração, Edelvino da Silva Góes Filho, e ao diretor-presidente da Fundação Vunesp, empresa responsável pela organização concurso. Com mil vagas para delegado, escrivão e investigador, o certame foi realizado no último dia 22 de abril.

Segundo a recomendação, foram protocoladas no MP “diversas” notícias de supostas irregularidades ocorridas durante a aplicação das provas da primeira e segunda etapas do concurso. Entre elas, o uso de aparelho celular para fotografar o momento de aplicação da prova; ausência de identificação formal dos candidatos; retirada do gabarito antes do término do tempo estabelecido para a realização da prova; deficiências na fiscalização e descumprimento da proibição de o candidato levar consigo o caderno de prova após a finalização do tempo regular.Leia Mais

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Um dos maiores jornalistas brasileiros|| Foto Zanone Fraissat/Folhapress

Faleceu às 7h15min desta terça-feira (22), no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo, o jornalista, professor universitário, fundador do Observatório da Imprensa, biógrafo e escritor Alberto Dines. O hospital não informou as causas da morte de Dines, que passou por vários veículos de comunicação no Brasil e é um dos escritores mais debatidos no meio acadêmico no País.
Alberto Dines nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 19 de fevereiro de 1932, filho de Israel Dines e de Raquel Di­nes, ambos de origem judaica. Fez os cursos primário e ginasial em colégios israelitas do Rio. Ele iniciou a carreira em 1952 como crítico de cinema da revista A Cena Muda. 
Em 1953 foi trabalhar como repórter na recém-fundada revista Visão, cobrindo assuntos ligados à vida artística, ao teatro e ao cinema. Passou a fazer reportagens políticas, cobrindo as campanhas de Jânio Quadros para a prefeitura de São Paulo em 1953 e, um ano mais tarde, para o governo do Estado.  Leia Mais

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Procuradora-geral do MP-BA assina acordo com o TCU.

Um acordo de cooperação com o Tribunal de Contas da União (TCU) facilitará o trabalho de promotores de justiça na Bahia no combate à corrupção. O documento foi assinado na segunda-feira (21), em Brasília, pela procuradora-geral de Justiça da Bahia, Ediene Lousado.
De acordo com a representante do Ministério do Público da Bahia, o acordo facilitará a investigação de pessoas físicas e jurídicas que pratiquem atos de improbidade administrativa. A assinatura do termo de cooperação ocorreu durante a 1ª Ação Nacional de Enfrentamento à Corrupção, do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), com a participação da procuradora-geral da República Raquel Dodge e do presidente do TCU, Raimundo Carneiro.
Ediene Lousado afirmou que “este acordo permitirá que os promotores de Justiça da Bahia, com atuação na defesa do patrimônio público, nas áreas cível e criminal, tenham ferramentas para a realização de um trabalho mais eficiente e com maior efetividade”.
BANCO DE DADOS
O LabContas é um ambiente tecnológico por meio do qual são disponibilizadas bases de dados da Administração Pública e diversas ferramentas de análise de dados, que permite a obtenção de informações que possam ser utilizadas em ações de controle e de combate à corrupção realizadas pelo Ministério Público.
Segundo o MP-BA, o acordo busca conferir maior eficiência, eficácia e efetividade à gestão pública, fortalecer a atuação coordenada de combate à corrupção e contribuir para melhoria da Administração Pública por meio da transferência de tecnologias, conhecimentos e do acesso a sistemas e compartilhamento de informações constantes de bases de dados a cargo das instituições participantes.

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Ex-hippie em Ilhéus se torna dono de rede de lojas|| Foto Paula Souza

Trabalhar muito e não temer novos desafios. Foi assim que sempre pensou João José Azevedo, o Coco, que começou como empreendedor aos 16 anos. Na época, o então hippie produzia suas próprias bijuterias e miçangas para vender nas praias de Ilhéus. Hoje, 40 anos depois, o homem é dono da rede franquias de joias e semijoias ArtCoco, que no ano passado faturou R$ 10 milhões.
O empresário conta que tudo começou em 1978, quando decidiu ser dono do próprio negócio no  sul da Bahia. Ele saía todos os dias para vender bijuterias nas praias de Ilhéus e retonava para casa sem uma única peça. O sucesso das vendas fez com que o homem decidisse abrir um quiosque em um mercado de artesanato da cidade.
Onde tudo começou em Ilhéus, no sul da Bahia|| Foto Arquivo Pessoal

Mas não ficou só nisso. Coco queria ir mais longe e, 10 anos depois de inaugurar o quiosque em Ilhéus, decidiu expandir seus negócios. Ele escolheu Vitória da Conquista, no sudosete da Bahia, para abrir a sua primeira loja física. Atualmente, o empresário é dono de uma rede de lojas que conta com 16 unidades em cidades baianas como Barreiras, Teixeira de Freitas, Itabuna, Conquista, Eunápolis, Guanambi, Nova Viçosa e Porto Seguro. Leia mais sobre essa história aqui.

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SineBahhia divulga vagas de emprego para Itabuna

A unidade do SineBahia em Itabuna oferece um total de 30 vagas de emprego nesta terça (22). Metade das vagas é destinada a pessoas com deficiência. A unidade fica no SAC, no Shopping Jequitibá, na Avenida Aziz Maron (Beira-Rio).
O interessado deve comparecer à unidade, caso não possua cadastro, com CPF, carteiras de Identidade e de Trabalho e comprovantes de residência e escolaridade. Para as vagas destinadas a pessoas com deficiência, há exigência de apresentação de laudo médico. Clique no “leia mais” e confira todas as vagas.Leia Mais

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TJ-BA nomeia aprovados em cadastro de reserva

O presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargador Gesivaldo Britto, nomeou mais 12 candidatos classificados, no  cadastro de reserva, no concurso realizado em 2014.  O  decreto publicado no Diário da Justiça Eletrônico (DJE) de segunda-feira (21) convoca nove candidatos para “Analista Judiciário – Subescrivão” e três para “Técnico Judiciário – Escrevente”.
O ato leva em consideração a renúncia à nomeação de candidatos anteriormente convocados, e o não comparecimento para posse dos convocados por meio do Decreto Judiciário nº 304, publicado no Diário da Justiça do último dia 12 de abril. O Edital nº 01/2014 tem vigência até julho de 2019.
O concurso de 2014 ofereceu 200 vagas, além de cadastro de reserva. O TJ-BA já chamou todos os aprovados dentro de número de vagas e passou a convocar os habilitados na reserva. O decreto de nomeação dos habilitados pode ser acessado aqui.

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Nazal diz que casamento político com Marão acabou e vê governo “degringolar”

José Nazal Pacheco Soub, 62 anos, era, até o dia 30 de abril, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável de Ilhéus. Pediu exoneração ao final da tarde daquela segunda-feira, véspera do 1º de Maio, Dia do Trabalhador. Passou a ser, a partir dali, apenas vice-prefeito. Ou, como diz, “figura decorativa”.
O casamento político com o prefeito Mário Alexandre (Marão) acabaria dois dias depois. O prefeito tentou dissuadi-lo. Ouviu de Nazal uma espécie de “Ou Bento ou eu”. Bento Lima vem a ser o secretário de Administração de Ilhéus. Mandachuva do governo, como define Nazal. Marão não topou abrir mão de Bento.
Nazal faz críticas e autocríticas. Para ele, o Governo Marão está degringolando (palavras dele) e a hora é da “cidade acordar” e a gestão ter pessoas comprometidas com Ilhéus. Aponta desvios éticos e afrontas ao erário.
O vice-prefeito acredita que Marão governa sem compartilhar poder. E, mais que isso, sem comparecer ao próprio gabinete. Pior, diz que o prefeito passou mais de 8 meses sem reunir o secretariado. Também não acredita que o governo melhore. Diz ter batido de frente com mandachuvas do governo – secretários Bento Lima, Alisson Mendonça e Alcides Kruschewsky.
Membro da Rede, o vice-prefeito fez autocrítica: enxerga-se como intransigente com várias coisas. Na tarde da última quinta-feira (17), Nazal concedeu a seguinte entrevista ao blog:
PIMENTA – Começando do começo, como é que surge a aliança com Marão?
JOSÉ NAZAL PACHECO SOUB – Lançamos pré-candidatura para discutir os problemas de Ilhéus. Para mim, era muito mais importante governar do que ganhar. Ficamos em um grupo menor. Terminou não dando certo, mas tivemos uma relação boa [em uma aliança inicial de 7 legendas]. Na última semana para convenções, Mário ficou sozinho. De 7 partidos daquele grupo, ficaram 5. Depois, um. Rachou tudo. Foi quando houve proposta de [Emílio] Gusmão e Hélio Ricardo: Por que não junta com Nazal? Aí, marcamos uma conversa, no dia 30 de julho, 10 da manhã. Conversamos. Lá, eu disse: se a gente fechar um acordo, a minha proposta é só uma. É Ilhéus, é por Ilhéus. Não sabíamos se iríamos ganhar ou não. Dia 31, convenção do PSD, sentamos novamente. No outro dia, ele vira pra mim e diz: Essa noite eu dormi. Os acordos que eu tentei fazer, todo mundo trabalhou na faixa de 50%, dividindo loteando o governo.
PIMENTA – E contigo?
NAZAL – Eu disse: minha proposta é por Ilhéus. Agora, tem uma condição. Se sair da linha, eu grito. Ganhamos a eleição sem dívida política nenhuma. Eram cinco partidos. Um grande e os nanicos: O PSD, PTdoB, PTB, PSL e a Rede.
PIMENTA – Você impôs condições, Marão aceitou. Pelo que aconteceu no governo, você se sentiu usado?
NAZAL – Não me senti, pois não me subjuguei. Não concordei, um abraço. Muitos dizem você foi importante para a eleição de Mário. Talvez não tenha essa dimensão. Eu era pré-candidato, tinha 2%, sem estrutura e densidade eleitoral. Mas algo mudou quando tornei-me vice. Mas não me senti usado. A discussão, o discurso eram um. Mas, eepois, a prática… Mas o meu permaneceu o mesmo. O que eu não aceitava, eu dizia. Coisa que não aceitei, eu sempre bati de frente.
PIMENTA – Com o prefeito?
NAZAL – Com Mário e com algumas pessoas do governo que são mandachuvas: Bento Lima (secretário de Administração), Alisson Mendonça (Governo, e agora na Seplandes) e Alcides Kruschewsky (Comunicação). Com Alcides, menos, para não ser injusto. Com Alisson, forte… Eu não entrei para disputar o poder, mas para compartilhá-lo. Essa é a diferença. Eu dizia com Alisson: ‘o meu compromisso é muito maior que o seu. Você é secretário. Eu sou secretário e vice-prefeito’. Eu botei meu nome. Meu nome estava na tela [da urna]. O de Mário foi para a tela, o meu foi para tela. Eu não queria ser um vice decorativo como agora vou ficar.

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Tem pessoas que chegaram no governo, não conhecem nada, fazem um bocado de porcaria, não botam a cara na tela…

PIMENTA – E qual é o sentimento?
NAZAL – Poderia ter contribuído até mais, mas ele [o prefeito] não quis. A Marão, eu disse: você toma decisões que eu não concordo. Como você quer que eu concorde, se eu não fui, sequer, ouvido? Tem pessoas que chegaram no governo, não conhecem nada, fazem um bocado de porcaria, não botam a cara na tela…
PIMENTA – Que tipo de porcaria?
NAZAL – Tem várias coisas. [O prefeito] pegou um cara de Maraú para a Odontologia que fez horrores na área. Eu concordo, tem que botar o pessoal para trabalhar, mas você não tem o direito de dar grito, assediar. Eu disse, Mário, você não trata ninguém mal, eu não trato ninguém mal. Aí vem um cara de fora, em nome da gente, para tratar os funcionários mal? Não dá. Não sou xenófobo. Pode ser de fora, mas tem que ter compromisso com Ilhéus.
PIMENTA – Após o pedido de exoneração, o prefeito não tentou mantê-lo na Seplandes?
NAZAL – Eu disse ao prefeito… A condição para eu ficar, é você tirar Bento e um bocado de gente. Ele: então me dê nomes. Ele não tiraria.
PIMENTA – A decisão foi apenas de sair só da secretaria ou o casamento, realmente, acabou?
NAZAL – Para mim, acabou. Mário é uma pessoa que eu gosto, não há nada de pessoal, não sou de ofensas, de xingar. Agora, quando quebra a confiança, quando quebra a proposta… Eu estou vendo o governo degringolar. Eu ando na rua, eu vou para a padaria, feira, ando de chinelo na rua, ando de calção, vou para fila de banco pagar minhas contas… Eu não mudei minha forma de viver. E espero não mudar. O poder é tão efêmero. Eu não fiz campanha e nos elegemos para pensar, imediatamente, em reeleição. Para mim, reeleição é consequência, tem que acontecer de forma natural. Meu compromisso é com Ilhéus, em primeiro lugar. Então, para mim, acabou.

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Mário está governando só com Bento. Disse isso a ele. Eu não fiz campanha para uma pessoa governar sozinha.

PIMENTA – Você falou em quebra de confiança. O que minou essa confiança?
NAZAL – Sempre fiz críticas aos governos dos quais participei. Eu me afastei politicamente de Jabes em julho de 2006. Eu disse, Jabes você errou quando governou sozinho com Isac Albagli, John Ribeiro, com núcleo fechado, que acha que não erra, que acha que é infalível. Isso é ruim. Depois, veio Newton Lima e governou discutindo tudo. Tudo era na mesa. Foi reeleito com mais de 60% dos votos válidos de Ilhéus, algo que não irá se repetir por muitos anos. E aí, Jabes voltou para o governo [em 2013] e repete-se situação que você fecha o governo para decidir com poucos. Aí vem Mário e está governando só com Bento. Disse isso a ele. Eu não fiz campanha para uma pessoa governar sozinha. Fiz campanha para governar discutindo dentro do governo e com o povo. Então, não vou recuar no meu modo de pensar. Agora, a decisão foi minha por um único motivo. Eu levei 75 dias para Mário me receber esse ano.
PIMENTA – Quantas reuniões como secretário?
NAZAL – Apenas duas em todo o governo. É uma crítica que eu tenho com Mário. Por exemplo: ele não tem rotina para despachar. Todo governo deve ter. Se ele está te atendendo, chega outro secretário e entra na conversa. Então, não pode ser assim. Não é que seja sigilo, segredo, mas tem coisas que exigem foco. Eu fiz uma crítica a ele, de frente. Você não está indo ao gabinete, que está às moscas. Eu vou lá todo dia.
PIMENTA – Nem vai à rua?
NAZAL – Ele despacha em casa. Está errado.
PIMENTA – O que distancia o prefeito do próprio gabinete?
NAZAL – Decisão pessoal dele. Eu não tenho dificuldade de dizer não. Se posso dar um sim, será um prazer imenso. Se não, será com dor forte, mas terei que dizer não posso. Governar é tomar decisões. E não ter decisão é pior que protelar. Eu disse a ele: Jabes entrava pelos fundos, mas ia ao gabinete, mas você nem isso.
PIMENTA – Dá para administrar uma cidade como Ilhéus, assim, desta forma?
NAZAL – Não dá. Diversas vezes, e abertamente, propus fazer o seguinte: nós dois vamos entrar em um carro, ir a posto de saúde, escola, unidade administrativa para ver como as coisas estão acontecendo. Vamos chegar em uma escola na hora da merenda para ver como está a merenda. Vamos chegar em um posto às cinco horas da tarde, para ver se tem alguém lá, que o horário é até as 18h. Não tem ninguém em nenhum posto. A gente perdeu, agora, do meu ponto de vista, o apoio que estava tendo do governo do estado na área da Saúde.
PIMENTA – Por quê?
NAZAL – As coisas não estão acontecendo. Não vamos ter mais o apoio que estávamos tendo do Estado e que, inclusive, causou ciúmes em políticos do passado. Tínhamos um apoio muito forte, mas hoje está meio frio.

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Meu amigo, tá faltando copinho para fazer exame de tuberculose. Copinho que custa centavos.

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PIMENTA – Esse novo comportamento do estado se dá por causa do prefeito ou de quem comanda a Pasta?
NAZAL – O prefeito é quem governa, mas vem também da pasta. Algumas coisas melhoraram. É inegável. O atendimento na pediatria… Mas não está ainda bom. Eu não concordo com governo que vive de releases. Tem que viver com ações concretas. Hoje (quinta), de manhã, recebi solicitação que não vou poder ajudar. Meu amigo, tá faltando copinho para fazer exame de tuberculose. Copinho que custa centavos. Cheguei no Ilhéus II, e uma senhora me disse que comprou fita – R$ 5,80 – para o posto de saúde marcar a consulta dela. Tenho que ficar com vergonha. A Prefeitura de Uruçuca está com 4 escolas dentro de Ilhéus. E Uruçuca construiu uma escola dentro de Ilhéus, em Banco Central, ano passado. Eu reclamei, reclamei e nada foi feito. Reclamei até ontem (15), meia-noite. Pode ser que tenha sido feito hoje. Construída.. Isso é improbidade administrativa. Na revisão do limite, a pessoa pode dizer que quer ser de Uruçuca. Ninguém toma providência. Não é a defesa intransigente, mas a gente tem que tomar conta do nosso chão.
PIMENTA – O governo tem tempo para mudar, melhorar?
NAZAL – Todo mundo, na hora que quer mudar, muda. Mas tem que querer. Se não houver vontade… Eu acho difícil acontecer [mudança]. Eu vi pesquisa com recortes pontuais. Disse na cara, não acredito. Pesquisa eu acredito vendo-a completa, quem fez… Pode ser Ibope, Datafolha… Vendo pedacinho, não acredito. A pesquisa verdadeira é a do dia a dia. Vai na feira, pergunte. Vai…
PIMENTA – O prefeito sempre foi visto como acessível, afável. O que provocou essa mudança, esse distanciamento do gabinete?
NAZAL – Não vejo ninguém melhor que Mário para fazer esse corpo-a-corpo, mas ele está deixando a desejar. Tem coisas que não justificam. O atendimento ao público… Infelizmente, a maioria vai fazer pedido pessoal, mas há quem peça coletivamente, de forma plural. Então, tem que ter atenção. Vou dar exemplo. Inema, no interior, ele não tinha ninguém na campanha. Eu abri conversa e o grupo nos deu votação expressiva. O grupo não foi atendido em nada. Eram pedidos coletivos. Foram atendidos por mim, Alcides, Alisson. Mas ele, nada.
PIMENTA – O governo reage da melhor forma às críticas de opositores?
NAZAL – Sabe a história do avestruz, do enterrar a cabeça pra não ver… Eu não sou o prefeito. Prefeito é Mário. A minha rede social quem responde sou eu. Se acho que é pertinente a reclamação, dou a devida resposta. Ontem, fiz uma observação ao governador [Rui Costa]. Fui ver uma reclamação quanto à obra de esgoto na zona sul. De fato, está uma porcaria. Mostrei ao governador e avisei à Embasa. Ele respondeu meia hora depois, dizendo que tomaria providência. É um problema sério. São R$ 52 milhões investidos, uma grande obra. Ilhéus vai chegar a 92% de esgoto tratado.
PIMENTA – E na sua Pasta, o Planejamento? 
NAZAL – Briguei no governo e não consegui dar conta do Plano Municipal de Saneamento Básico. Nós precisamos fazer. Se não fosse prorrogado o prazo para 2019, ficaríamos sem receber dinheiro nenhum, nem de emenda nem de nada, por falta do plano. Ninguém no governo dá importância. Fizemos um convênio com a UFSB, e espero que continue, de levantamento arbóreo, isso é importante para a população viver, ar mais limpo, respirar melhor, fizemos um trabalho para a Bacia do Iguape, que é um problema grave d´água. Espero que deem continuidade. Uma série de coisa que a gente encaminhou, mas paciência.
PIMENTA – Sua secretaria foi boicotada?
NAZAL – A dificuldade que tínhamos era com pessoal. Por meio de parceria com o Ministério Público, conseguimos fazer algum tipo de capacitação. Agora mesmo foi curso de poda de árvore, por uma semana… Temos condições péssimas de trabalho, de estrutura. Tínhamos uma pessoa para fazer todo o licenciamento ambiental de Ilhéus. Ficamos um ano com só uma pessoa. É, humanamente, impossível dar conta com uma só pessoa. Claro que não dá conta. Aí foram chamados mais 4, mas somente no final do ano passado.

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Tem empresas grandes que estão enganchadas porque têm passivo ambiental pesado e pedem para dar jeitinho.

PIMENTA – Havia queixa quanto à concessão das licenças ambientais.
NAZAL – Fomos duros na concessão de licenciamento, construção em áreas de proteção, construção irregular. No dia que se dava uma notificação, havia dez pedidos políticos para dar um jeitinho. Tem um prédio que estava sendo construído na zona sul e foi embargado porque estava sem licença, alvará, sem nada. Ainda veio pedido para ter paciência com um negócio desse… Tem empresas grandes que estão enganchadas porque têm passivo ambiental pesado e pedem para dar jeitinho.
PIMENTA – O governo ficou aquém do pensado?
NAZAL – Muito. Por exemplo, transparência de todos os atos. É uma obrigação legal. Mas temos que fazer mais que a obrigação. O que é isso? É contratar bem, saber se o serviço está sendo bem feito. Deficiência no serviço de transporte escolar, na merenda, na atenção básica de saúde… Agora, como vice-prefeito, vou ter condição de enxergar mais…
PIMENTA – A secretaria conseguiu desempenhar o papel, de planejar, discutir a cidade?
NAZAL – Conseguiu. Tem vários projetos prontos. Nunca é um trabalho sozinho. A gente teve discussão muito forte sobre a mobilidade urbana, resultando em projeto que se for implantado terá grande impacto. Temos projeto para fazer escola na área social do Clube do Pontal… Está bacana. O Clube tem projeto de doar terreno para o município, mas nunca consegui apresentá-lo ao prefeito. Temos a mudança do projeto de transporte coletivo, de diametral para radial, com o usuário podendo usar ônibus por 2 horas pagando só uma passagem. O transporte público é deficiente em Ilhéus. Por isso, temos o avanço do transporte clandestino. Precisamos discutir a questão da água. O prefeito perdeu uma ligação da cidade de Sobral, Ceará. Vinham propor implantar em Ilhéus um sistema de educação que é modelo no Brasil e no mundo. Sabe onde está sendo implantado? Em Vitória da Conquista. O prefeito Herzem está entusiasmado, encantado.
PIMENTA – E qual seria o custo?
NAZAL – O operacional, o normal. Ele [Marão] nem ouviu, não houve interesse. Falei com a secretária… Então, essas coisas… A cidade precisa acordar. Incomodou tanto eu me separar, politicamente, do governo que tá saindo um bocado de meme dizendo Nazal, Mário e a deputada. Tem culpa. Mas eu sei de onde está partindo… Nesta semana, fizeram uma reunião grande para entrar nessa linha do desgaste de Mário.

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Quem governar diferente, está governando certo. Agora, eu não fiz campanha em 2016, andei por Ilhéus, para fazer um governo como está sendo feito.

 
PIMENTA – Sinaliza preocupação com 2020. Você será candidato a prefeito?
NAZAL – Em 2006, eu dizia que seria candidato a prefeito de Ilhéus não para ganhar, mas para puxar temas, discutir Ilhéus, que queria ser diferente. Fui secretário de Uruçuca no Governo de Fernanda Silva [2013-2016]. Na primeira reunião em dezembro de 2012, no Barravento, ela queria ouvir cada um. Eu não tinha tanta intimidade. Disse, prefeita eu só tenho uma sugestão para a senhora. Faça diferente. E ela, como é que governa diferente? Respondi: governe certo. Quem governar diferente, está governando certo. Agora, eu não fiz campanha em 2016, andei por Ilhéus, para fazer um governo como está sendo feito.
PIMENTA – E como está sendo feito?
NAZAL – Principalmente com o erário. Fui contra fazer o carnaval desde o primeiro ano. Adoro carnaval, mas só faz festa quem tem dinheiro sobrando. Um milhão e duzentos que gastou no carnaval consertava quantos postos de saúde, quantas escolas? A Escola de Tibina tem mais de cinco anos que está sem teto. Fui à secretária [de Educação] Eliane Oliveira. E ela respondeu que foi a primeira que pediu para consertar. E mostrou: aqui a prova. Quem mudou a prioridade? Não sei, mas foi a primeira escola. Tem oito meses que não fazia reunião de secretário. Fez na terça (15). Como governa dessa forma? Que unidade tem esse governo? Até para discutir, até para brigar… Um não sabe o que o outro está fazendo… O plano de iluminação da Soares Lopes quem fez foi a Administração. A Secretaria de Serviços Urbanos, na época era Jorge Cunha, não sabia de nada. Alcides levantou uma questão, e tinha razão. O projeto da Avenida era um e o da ponte, feito pelo Estado, era outro. Não se comunicou. Ontem, o pessoal da obra da Ponte me pediu que enviasse a referência do poste [de iluminação pública] para planejar igual. Coloquei em contato com Hermano Fahning para fazer.
PIMENTA – O projeto é bom?
NAZAL – É bom. Vou dar exemplo… Marão estava viajando e eu entrei em contato com o governador para falar do projeto. Governador, queremos fazer um estacionamento aqui. Ele respondeu, façam um projeto bonito… Até agora, não foi levado ao governador. Não é um projeto caro. Fiz pedido ao prefeito na minha carta. Aquelas pedras da construção da ponte serão retiradas, está no contrato. devem ser jogadas em área licenciada ambientalmente. A licença indica que se jogue na Sapetinga, no São Miguel e São Domingos. No São Domingos, o SIT (Governo do Estado) está fazendo a licença. Na Sapetinga e no São Miguel, a prefeitura terá que fazer. Ninguém fez. Será que vão querer fazer de qualquer jeito? Tem que ter responsabilidade. Civil, inclusive. A gente não tem em Ilhéus uma cascalheira licenciada. Como é que se faz manutenção de estradadas? Ilhéus não se tem uma sequer. O governo não discute. Acha que é besteira isso? Quem está no campo, sofre. O lavrador, o agricultor, quem precisa usar o ônibus. Em Uruçuca, teve aquele acidente com morte da estudante. Em Ilhéus, tem veículos rodando naquelas condições. Mas como dá manutenção se não tem cascalheira licenciada?
PIMENTA – Começamos falando do casamento… Em casamento, ambos têm responsabilidade, se na união ou na separação. Que autocrítica você faz?
NAZAL – Faço todo dia, todo dia, todo dia. A minha talvez seja a de ser intransigente com algumas coisas, com as coisas que têm de ser feitas da forma certa. Há coisas que você possa achar um caminho. Mas sou intransigente com o interesse público estar acima do privado.
PIMENTA – O privado se sobrepõe ao público com grande incidência em Ilhéus?
NAZAL – Em todo governo. A pessoa chega com o projeto, tudo bacana. Aí o sujeito chega e a gente pergunta das desvantagens. Ah, não tem. Como? Só tem vantagem? Mas é preciso ter coragem para enfrentar isso.

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O prefeito deu declaração de que a usina vai funcionar [essa semana]. Se funcionar, vai ser de forma irregular.

 
PIMENTA – Falando ainda das causas do rompimento, os atritos com secretários pesaram na decisão?
NAZAL –Atrito teve, mas não a ponto de criar trauma. O mais melindroso foi a coragem que a gente teve de fechar a usina, estando a usina irregular. Como é que nós, como governantes, exigimos que esteja correto e libera a usina? Município tem que fazer correto. Não é favor fazer o correto. Agora, para resolver o problema da usina, a gente escolheu algumas áreas. Mas a decisão de Bento, do prefeito, foi desapropriar a área onde a usina está, sem observar o valor venal da área, que é alto. O prefeito deu declaração de que a usina vai funcionar [essa semana]. Se funcionar, vai ser de forma irregular. E eu não sei se a empresa já devolveu todos os equipamentos, porque havia equipamento do município sendo usado em Itacaré. Até seis meses atrás, estava lá.
PIMENTA – Você se arrepende da aliança com Marão?
NAZAL – Não. Valeu a pena. Não é a posição pessoal de ser vice-prefeito. Isso é passageiro. Passa tão rápido. Vou me dedicar agora a um trabalho em função do Censo de 2020. Vou trabalhar sozinho. Depois, apresento. Até ao prefeito. É pelo município, por Ilhéus. Marina me disse uma coisa, meu filho, você fez um contrato com o povo. Eu vou me dedicar. Onde sou chamado e onde for chamado, eu vou.
PIMENTA – Já é o plano para 2020?
NAZAL – Pode até ser, mas eu sempre fui. Eu atendo telefone sem olhar quem está ligando. Devolvo todas as ligações que fazem para mim. Eu não sei se estarei vivo amanhã. Não sei se chego em casa hoje. Eu gostaria de ver o governo mudar, mesmo não estando nas decisões, mas pelo bem da cidade.
PIMENTA – Com as mexidas feitas na equipe, dá para mudar?
NAZAL – Só o tempo para dizer. Sem se reunir, sem interação entre as pastas, saber o que o outro está fazendo, ajudar o outro, não tem mudança.
PIMENTA – Dá para a equipe jogar bem com o técnico a distância?
NAZAL – Não. Mário tem que ter rotina de prefeito, não lê um processo para despachar. Tem coisas que você tem que saber, entender o que está fazendo. Tem coisas que a gente precisa não apenas conhecer, tem que saber daquela coisa lá. Agora, repito, tem que ter compromisso com a cidade. Eu moro na mesma casa há 62 anos. Não pretendo sair. Quero olhar para as pessoas. Está faltando amar as pessoas verdadeiramente. Trabalhei com vários prefeitos. Não encontrei um top. Tem que pensar no coletivo. Não gostou, mas quantos mil gostaram? É fazer o que tem que ser feito, mas não com interesse em ser reeleito. Ele dizia eu vou ser o prefeito top. Prefeito, não foi top.