
Representantes da indústria da construção civil e de movimentos sociais defenderam, nesta quinta-feira (25), a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), do governo federal. O argumento é que o programa é fundamental na geração de emprego e renda e na construção de moradias dignas para a população mais pobre do Brasil. Eles participaram de uma audiência na Câmara dos Deputados.
A defesa foi uma reação ao anúncio de que o governo não tem dinheiro para tocar o programa a partir de julho. A falta de recursos foi a principal fala do ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, em outra audiência realizada na Câmara, na quarta-feira (24).
Os participantes da audiência desta quinta argumentaram que o MCMV mobilizou municípios, que adquiriram terrenos para viabilizar projetos de habitação social, e todo um setor de produção de projetos, além de famílias que buscam moradias.
A coordenadora de Projetos da União Nacional por Moradia Popular, Evaniza Rodrigues, afirmou que “uma paralisação como a gente está vendo neste momento faz com que tudo o que foi mobilizado – prefeitura, movimentos sociais, indústria da construção – seja jogado no lixo”.
A coordenadora argumentou que o resultado da falta de investimento em habitação são as mortes de pessoas em áreas de risco. Para ela, não é justo que a maior preocupação do governo seja a reforma da Previdência. “Não é possível colocar a habitação, um direito humano, na mão de se aprovar ou não uma reforma.”
Já o presidente da Federação Nacional de Pequenos Construtores, Fabiano Zica, reforçou que o setor da construção civil é o mais capaz de mudar o quadro de desemprego no País. Para isso, no entanto, é necessário segurança jurídica. “A gente precisa que o único risco que eu tenha seja o de não vender a casa. Não dá para eu ter uma casa pronta e acabada e ela não ser financiada”, exemplificou.
OS DADOS
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, em seus dez anos de existência o Minha Casa Minha Vida entregou mais de 4 milhões de moradias. Um investimento total de quase R$ 458 bilhões resultou na geração de 22 empregos diretos e indiretos para cada R$ 1 milhão investidos, além de representar 2/3 do movimento imobiliário nacional.
O orçamento atual do programa é de R$ 4,17 bilhões. Um aporte extra de R$ 800 milhões foi liberado pela Casa Civil e pelo Ministério da Economia, o que garante o funcionamento até junho. No entanto, para que as obras sejam tocadas até o fim do ano, mais R$ 800 milhões seriam necessários. Atualmente, existem 334,6 mil obras em andamento em todo o País e outras 50.221 paralisadas.
Uma resposta
Esse MCMV já deu o que tinha de dar. E quem está ganhando esta casa tá trambicando, vendendo, alugando para outras pessoas. O certo é destinar a verba para outros setores.