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Itabuna e outros 10 municípios podem enfrentar surto de dengue

Dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério da Saúde indicam que pelos menos 11 cidades do sul da Bahia correm sério risco de enfrentar surto das doenças dengue, zika e chikungunya. O PIMENTA verificou que são localidades com índices de infestação do Aedes aegypti  que variam de 4,3% a 10,7%, considerandos preocupantes pelas autoridades de saúde.

O primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2019 indica que a pior situação no sul da Bahia foi verificada em Ibicaraí. Lá, de cada 100 imóveis visitados pelos agentes de combate às endemias, 10,7 estavam infestados com larvas do mosquito transmissor das três doenças.

O levantamento apontou altos índices de criadouros do mosquito e situação preocupante também nas cidades de Barro Preto (5,1%), Coaraci (5%), Floresta Azul (5%), Gongogi (7,7%), Ilhéus (10%), Itabuna (8,3%), Itororó (4,3%), Mascote (4,4%), Santa Luzia (5,7%) e Uruçuca (5,5%).

Entre as cidades com bons resultados estão Almadina (zero), Camacan (0,3%), Dário Meira (0,5%), Itaju do Colônia (0,9%), Pau Brasil (0,4%) e Una (0,8%). Para o Ministério da Saúde, índice de infestação predial inferior a 1% é considerado satisfatório. Os dados, aos quais o PIMENTA teve acesso, mostram que cerca de 30 cidades do sul da Bahia estão em situação de alerta, com índices variando de 1% a 3,9%.

NACIONAL

O Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti indica que 994 cidades em todo o país (20% do total realizado) apresentaram alto índice de infestação, com risco de surto para as doenças dengue, zika e chikungunya.

Ao todo, 5.214 cidades realizaram algum tipo de monitoramento do mosquito transmissor dessas doenças, sendo 4.958 (95,1%) por levantamento de infestação (LIRAa/LIA) e 256 por armadilha. A metodologia da armadilha é utilizada quando a infestação do mosquito é muito baixa ou inexistente no local.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber, afirma que “o resultado do LIRAa confirma o aumento da incidência de casos de dengue em todo o país que subiu 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Esses resultados indicam que é preciso fortalecer ainda mais as ações de combate ao mosquito transmissor, com a participação da população e de todos os gestores locais e federal”.

Wanderson Kleber ressalta, no entanto, que “mesmo com aumento no número de casos da doença, a taxa de incidência de 2019 está dentro do esperado para o período. Sendo assim, até o momento, o país não está em situação de epidemia, embora possa haver epidemias localizadas em alguns municípios e estados”.

Além das cidades em situação de risco, o levantamento identificou 2.160 localidades em alerta, com  índices de infestação predial (IIP) variando de 1% a 3,9% e outras 1.804 com índices satisfatórios, inferiores a 1%. No total, 25 capitais realizaram o LIRAa.

CAPITAIS

As capitais com índices satisfatórios são Boa Vista (RR), João Pessoa (PB), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e o Distrito Federal. Cuiabá (MT) está em risco. Outras 16 capitais estão em alerta: Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Salvador (BA), Teresina (PI), Recife (PE), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Vitória (ES), São Luis (MA), Belém (PA), Macapá (AP), Manaus (AM), Maceió (AL), Aracaju (SE) e Goiânia (GO).

Natal (RN), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR) realizaram levantamento por armadilha. As capitais Florianópolis (SC) e Rio Branco (AC) não enviaram informações. Os dados foram coletados no período de janeiro a março deste ano.

O LIRAa é um instrumento fundamental para o controle do vetor e das doenças (dengue, zika e chikungunya). Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de criadouro predominante. O objetivo é que, com a realização do levantamento, as prefeituras tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito.

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