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Cláudio Rodrigues || aclaudiors@gmail.com

 

 

 

Desde a redemocratização, o Brasil nunca assistiu a um governo recém-empossado se desgastar em tão pouco tempo. Pelo visto, Bolsonaro perdeu e vai continuar perdendo seus eleitores e a opinião pública em plena lua de mel.

 

 

Não existe uma formula mágica para se manter um casamento. Nesse elo estabelecido entre duas pessoas, há alguns itens que ajudam a preservar essa união, tais como confiança, respeito, compreensão e, sobretudo, amor. Ao que parece, o vínculo que uniu os 57,7 milhões de eleitores ao então candidato e hoje presidente da República, Jair Bolsonaro, começa a definhar antes da hora.

O casamento entre os eleitores e um candidato tem prazo de validade. Não existe nessa relação o “até que a morte os separe”. Esse casamento é de quatro anos. Dependendo da convivência, é renovado apenas por mais quatro. Com pouco mais de cinco meses na presidência do Brasil, a relação do presidente Bolsonaro com aqueles que lhe confiaram o voto sofre um grande abalo, colocando o casamento em crise.

Eleitores de primeira hora, como o cineasta José Padilha e o cantor Lobão, como assim dizer, “já saíram de casa”. Padilha, que teve no ex-juiz e hoje ministro da Justiça e Segurança a “alcoviteira” para ele dizer sim a Bolsonaro, afirma que “o Moro não se deu ao trabalho de olhar o histórico dos Bolsonaros. Os Bolsonaros têm relações com a esgotosfera do crime organizado carioca. Ele é de Curitiba, talvez não saiba. A outra possibilidade é que ele sabia o que estava fazendo e ele fez. Aí, o Moro é totalmente diferente de quem eu pensei que ele fosse”.

Antes um fervoroso defensor de Bolsonaro e de seu governo, o cantor Lobão salta do barco desolado, no período em que o casamento era para estar no auge. “Eu tinha que optar por alguém e esse alguém foi o Bolsonaro. Mas ele mostrou que não tem a menor capacidade intelectual e emocional para poder gerir o Brasil. Isso está muito claro para mim, e fico muito triste. É óbvio que o governo vai ruir”, disse ao jornal Valor Econômico.

Jair Bolsonaro, presidente da República || Foto Alan Santos/PR

As inúmeras caneladas do presidente, como a postagem do vídeo escatológico do carnaval, as brigas entre as alas olavista versus militares, a saída de dois ministros, o laranjal do PSL (partido do presidente), as denúncias do MP/RJ contra o filho Flávio Zero Um e o seu ex-assessor Queiroz, o incendiário e gestor das redes sociais do pai o filho Carlos Zero Dois, a arrogância do filho Eduardo Zero Três, o caos no Ministério da Educação e o cortes de verbas para a educação básica e superior, que culminaram com protestos de rua em mais de 200 cidades brasileiras. Tudo isso, mais a falta de projetos e propostas concretas de um governo que só tem como meta a reforma da previdência, colocam em crise um casamento de apenas cinco meses.

Desde a redemocratização, o Brasil nunca assistiu a um governo recém-empossado se desgastar em tão pouco tempo. Pelo visto, Bolsonaro perdeu e vai continuar perdendo seus eleitores e a opinião pública em plena lua de mel.

Cláudio Rodrigues é consultor de comunicação e de empresas.

7 respostas

  1. Se fosse no Tribuna da Bahia este comentarista iria fazer o comentário,mas aqui neste brilhante online,certamente seria impublicável o comentário deste comentarista,envia-se o anunciado ao tribuna da Bahia.

  2. Não li sua matéria política partidária!
    Apenas te digo que ele não está perdendo ok eleitorado dele… Quem está perdendo é o Brasil por causa do câncer que assola a política… O que ele não conseguiu foi em virtude de não aceitar o modelo de política corrupta que saqueiam os cofres do estado! E quem perde somos nós brasileiros.
    E quem perde

  3. Discordo da tese do ilustre claudio Rodrigues, não vou entrar no mérito dos descontentes notáveis pois, nem mesmo Jesus Cristo conseguiu unanimidade entre seus profetas e demais seguidores. Em plena ditadura a rede globo escolhia ministros e mandava no todo poderosp governo militar (pesquisar vídeos com o presidente Figueiredo desabafando), para baixar a bola de Roberto Marinho o último presidente militar, incentivou a criação da TV SIlvio Santos e Manchete. Como esperar que o presidente Bolsonaro, não encontre obstaculos desonestos da mídia e dos políticos acostumados com as maracutaias? Abaixo uma pequena amostra do que muita gente finge desconhecer:

    MÍDIA E CENTRAO, CENTRAO E A MÍDIA UMA DROGA SÓ, APESAR DO CENTRAO TER SIDO CRIADO EM 1998, ESSA UNIÃO NEFASTA, FOI SACRAMENTADA NO GOVERNO Sarney. A GRANDE MAIORIA DOS MEMBROS DO CENTRAO, POSSUEM EMISSORAS DE RÁDIO, TV OU JORNAL, NA MAIORIA DAS VEZES, OS TRÊS JUNTOS COMO É O CASO DA FAMÍLIA DE ACM Neto.

    https://www.bbc.com/portuguese/brasil-40616755

  4. A matéria abaixo foi publicada em 2016, Bolsonaro nem sonhava ser candidato e nem Lula ser preso, sabem quem era o homem que tocava essa obra tão importante para o nordeste? Era o Ciro Gomes presidente do consórcio TRSNSNORDESTINA, a obra não terminou em 14 anos de governo petista, e já custou muito mais que o valor da ponte Rio Niteroi, só que a ponte foi construida em 5 anos, a ferrovia após 10 anos ainda nao terminou.
    SÃO POR ESSAS E OUTRAS QUE O PRESIDENTE BOLSONARO NÃO SERVE PARA A MAIORIA DOS POLITICOS BRASILEIROS.

    https://exame.abril.com.br/brasil/apos-10-anos-ferrovia-transnordestina-leva-a-lugar-nenhum/

  5. Seu Claudio,

    Te digo que nem houve casamento propriamente dito. Votei em Bolsonaro e me arrependi com um ministério de quinta categoria. Ele está mal assessorado e vejo que tão somente lhe restará a renúncia, posto que age semelhante aos seus antecessores. Adotou a velha política. Decepção ainda maior ver o seu filho sendo pego naquele escândalo da Assembleia Legislativa do Rio.

    Pode levar pro cipó!

    Não tenho bandido de estimação.

    Quero meu Brasil livre desses estrumes políticos.

    Bolsonaro enganou milhões. A mim, não engana mais.

  6. A mudança seria continuar com a mesmice?

    Quem votou em Bolsonaro não se arrependeu, está cada vez mais convicto da necessidade de mudanças.
    Pena que essa mudança só foi no executivo, demais poderes ainda estão repletos das mesmices e grande imprensa desesperada com a falta de verba pública.

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