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Gabriel, Jairo (ao centro) e Egnaldo discutiram cotas para negros em concursos || Foto Gabriel Oliveira
O vereador Jairo Araújo quer garantir que 20% das vagas oferecidas em concursos públicos de Itabuna sejam reservadas aos negros. Pela proposta por ele apresentada, poderão concorrer à reserva “aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos”. O projeto que institui cotas para ingresso na Administração Pública tramita no Legislativo itabunense tendo o vereador Júnior Brandão como relator.

Nesta semana, a Câmara de Itabuna promoveu uma Audiência Pública, que na opinião de Araújo “democratiza a discussão em torno das cotas raciais”. Ao defender as políticas públicas baseadas em nichos populacionais, o professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) Gabriel Nascimento afirmou que “o racismo estrutura as relações de classes” e que a pobreza brasileira é estruturada a partir de questões raciais.

Gabriel Nascimento pontuou a desigualdade de renda entre negros e brancos no país e o fato de a maioria das ocupações precárias no Brasil ser ocupada pelos primeiros. Usando dados itabunenses, o docente destacou que 84,9% das pessoas que vivem com 1/8 do salário mínimo são negras. “Na verdade, são pessoas que vivem de bico. A pobreza no Brasil tem cor”, criticou.

O historiador Egnaldo França reforçou que o combate à desigualdade social requer ações afirmativas, das quais a cota é uma das medidas. “Quem é o médico negro que atende você no serviço público em Itabuna? Estou dizendo que, se existe, não conheço”, comentou. Para Egnaldo França, a cota racial para o serviço público já deveria estar implementada nos concursos públicos de Itabuna.

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