Imagem da pintura "A parábola dos cegos" (Pieter Bruegel, 1568)
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Que líder fuleiro, perverso e egoísta vocês me arranjaram. Isso não tem nada a ver com política. É ser ruim ou ser bom. E, infelizmente, esse filho da puta de franja não tem nem nunca teve nada de bom.

Rodrigo Melo

Estamos à beira de algo nunca visto antes, nem mesmo em época de guerras, e vai acontecer aqui mesmo, no Brasil: pessoas morrendo como as frutas caem das árvores, sem que ninguém possa reparar. Há mais de um ano se previa isso, mas aí aparecia esse pessoal raivoso e cheio de razão falando sobre combater comunistas e gritando, enlouquecidos, pelo capitão, o único homem honesto sobre a terra. Muitos ainda fazem isso: por orgulho e pela vaidade de não aceitarem que erraram, que esse presidente é um grande pau no cu.

O capitão não é honesto, nunca foi, todo mundo agora sabe, mesmo esses arautos da moralidade, tanto que faz tudo às escuras e vive fugindo de investigação, criando inclusive a PEC da impunidade para livrar um dos filhos da cadeia. E para ele próprio quando precisar. E para livrar os outros filhos também. Todos eles metidos com crime e contravenção. E se você não enxergar isso, você também é muito cara de pau.

Hoje o Brasil saiu do grupo das dez maiores economias do mundo. O gás subiu, ao contrário do que dizia Paulo Guedes, e nós somos o único país onde a pandemia aumenta em vez de diminuir. Morre-se aos montes, sem parar.

Enquanto isso, o filho primeiro compra uma casa de milhões só para dar o recado de que ele pode fazer o que quiser e que nunca vai ser preso, pois vai ter o pai para corromper a lei e uma porção de besta, todos prepotentes e petulantes, servindo de advogados de defesa, espalhando fake news e brigando em nome de um sujeito que no fundo não está nem aí pra ninguém.

Que líder fuleiro, perverso e egoísta vocês me arranjaram. Isso não tem nada a ver com política. É ser ruim ou ser bom. E, infelizmente, esse filho da puta de franja não tem nem nunca teve nada de bom. Assim como todos que, por detrás de suas vidas esplendorosas e exemplares, avalizaram todo esse terror.

Rodrigo Melo é escritor; publicou Jogando dardos sem mirar no alvo, O sangue que corre nas veias, Enquanto o mundo dorme e Riviera

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