Eric Thadeu escreve sobre atuação de Andrea Castro na Semps
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Agradecer por ter trazido valores importantes para uma área tão delicada, o maior deles o da empatia, o se colocar no lugar do outro, compreendendo angústias e ansiedades.

 

Eric Thadeu N. Souza

Na manhã deste sábado, 28 de janeiro de 2023, recebi a notícia da desvinculação da senhora Andréa Castro do cargo de secretária municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza de Itabuna, uma secretaria que não existia na cidade antes da chegada da atual gestão. Uma secretaria nova e inovadora.

Sim! Antes, Itabuna possuía uma Secretaria de Assistência Social, conhecida inclusive como “SAS” e que, através da secretária Andréa Castro e da sua equipe, ainda no período de transição de governos, foi rearticulada e se transformou em “SEMPS”, se observando a diferença gritante entre aquilo que é “assistência” e o que é “promoção”.

Mas, antes de pontuar o que pode e o que não pode ser reconhecido como “assistência” e como “promoção”, preciso destacar que eu tive algumas oportunidades de observar de perto o trabalho da, agora, ex-secretária.

Estivemos nos mesmos espaços por diversas vezes, eu inclusive entrevistando-a para os veículos de comunicação oficiais da Prefeitura de Itabuna.

Eu, Eric Thadeu, servidor efetivo do município, comunicólogo por formação, jornalista, redator, especialista em Gestão Cultural, assessor de Comunicação na Secretaria de Relações Institucionais e Comunicação Social.

Numa das oportunidades que eu tive de entrevistá-la, no QG das ações de minimização dos impactos da enchente de dezembro de 2021, na sede do Grapiúna Tênis Clube, percebi o quanto a então secretária Andréa estava ali com sintomas latentes de fadiga e cansaço mental.

Mas, fortalecida por um sentimento incomum por parte de uma autoridade municipal com aquele gigantismo de força, de sensibilidade e empatia pura e simples; atenciosa com todos os integrantes, colaboradores e voluntários que ali estavam; cuidadosa com a população que buscava ajuda; paciente com os profissionais de imprensa que lhe solicitavam uma entrevista.

Confesso que, naquele dia e naquela hora, precisei me controlar para não chorar durante a entrevista, emocionado que fiquei com o tamanho da força daquela mulher e com a mensagem que ela gravara para mim.

É nessa perspectiva que se faz, então, a exata distinção entre “Assistência Social” e “Promoção Social”.

A assistência está para uma relação já contaminada e desgastada entre a população e o poder público de impessoalidade, do não se enxergar as pessoas como elas são e não as respeitar.

Andréa Castro fez diferente em Itabuna.

Hoje, as pessoas são respeitadas, seja quem for: do ser humano mais necessitado aos colegas de trabalho que comandam outras pastas municipais, o jeito dela de atender a quem quer que fosse era sempre o mesmo.

Nunca desvencilhado, um momento que fosse, por um sorriso positivo e de otimismo, já pontuando que é na atitude que se efetiva a “Promoção Social”.

Já pontuando o que viria a ser a secretaria inaugurada e comandada por ela por pouco mais de dois anos.

Na “Promoção Social”, as pessoas são tratadas pelos nomes. Suas histórias não se transformam em números somente. Cada indivíduo atendido nessa primazia é compreendido como “cliente” e para todo mundo, todos os dias está sendo oferecido o melhor atendimento possível.

Andréa Castro fez isso.

Acompanhando o seu trabalho de longe, sabendo que uma equipe de Comunicação sempre teve o pensamento alinhado com o dela, acompanhando e entendendo todos os caminhos percorridos, Andréa Castro como secretária de Promoção Social, fez um trabalho assertivo e delineador de um novo modelo gestor.

Por essa razão, é preciso falar do quanto de importância existe no trabalho para o qual a senhora Castro se lançou.

Alguns podem falar sobre isso enxergando sobretudo a primeira-dama preocupada em contribuir para que o trabalho do prefeito estivesse complementado com o seu afinco da esposa preocupada e disposta a ajudar.

Hoje, é possível dizer que Andréa conseguiu se desvincular da máxima que a colocaria, num primeiro plano, como primeira-dama.

Ela conseguiu algo inédito, inquestionável e praticamente impossível para uma cidade como Itabuna, que é cuidar das pessoas dessa cidade. De verdade.

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Objetivo da medida é evitar que fantasias sejam usadas em crimes
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A Prefeitura de Itacaré e a Polícia Militar anunciaram, nesta sexta-feira (27), restrição ao uso de fantasias de careta, tradição carnavalesca. Trata-se de medida de segurança para evitar que as máscaras sejam utilizadas como disfarce para ação criminosa. Ocorrência recente, envolvendo disparos de arma de fogo, motivou a decisão.

A fantasia de careta só poderá ser usada no próximo dia 11 e de 17 a 21 de fevereiro, sempre até as 18h, com identificação do folião em crachá, sob pena de a indumentária ser apreendida, segundo nota conjunta da Prefeitura e da 72ª Companhia Independente de Polícia Militar.

“Nunca saí de careta, mas acho uma tradição top. Porém, enquanto uns saem para realmente manter a tradição e também porque gostam da cultura, outros já saem com objetivo de cometer delitos. Então, perfeita a decisão das autoridades, pensando na segurança da comunidade”, comentou Renato Moreira Alves, morador de Itacaré, na rede social onde as restrições foram anunciadas.

Armas, celulares e outros aparelhos apreendidos em imóvel usado pelo suspeito || Foto SSP-BA
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Policiais civis e militares fazem buscas no extremo-sul da Bahia para localizar um dos suspeitos do assassinato dos jovens pataxós Samuel Cristiano do Amor Divino e Nawir Brito de Jesus, em Itabela, no último dia 17 (relembre).

“Estamos com equipes espalhadas pela região buscando o foragido que possui mandado de prisão temporária”, contou o titular da 23a Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), delegado Moisés Damasceno, neste sábado (28).

Samuel e Nawir foram mortos a tiros no último dia 17

Samuel e Nawir foram mortos a tiros quando seguiam em uma motocicleta pela BR-101. Segundo testemunhas, os autores dos disparos foram dois homens, que também estavam em uma moto e atiraram nas vítimas pelas costas.

Equipes da Força Integrada (FI) de Combate a Crimes Comuns envolvendo Povos e Comunidades Tradicionais, da Secretaria da Segurança Pública, revistaram um imóvel usado pelo suspeito, na zona rural de Porto Seguro. No local, apreenderam armas, celulares, rádios comunicadores e outros dispositivos eletrônicos. Segundo a SSP-BA, o homem foragido presta serviço de segurança privada na região.

O comandante do 8° Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Alexandre Costa de Souza, acrescentou que unidades territoriais e especializadas da PM atuam em conjunto nas buscas. “O patrulhamento segue reforçado na região por tempo indeterminado”, completou.

João França Santana (último sentado à dir.), com familiares e amigos || Foto Acervo de Sandoval Santana
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“Os vereadores foram surpreendidos com o artigo 10 do Ato Institucional n° 2 (AI-2), que proibiu a remuneração dos vereadores, o que para João França Santana nada mudou no seu posicionamento”.

Walmir Rosário

A sabedoria popular diz – com acerto – que a cada legislatura municipal, os eleitores terão saudades da bancada anterior. De minha parte, juro que não encontro base científica para tal assertiva, mas sou obrigado a dar o braço a torcer. Antes que me tomem como ressentido, vou logo avisando que nada tenho contra os senhores edis com assento nas câmaras municipais por este Brasil afora.

Como dizem que a voz do povo é a voz de Deus, sou impelido a aceitar a sabedoria popular, mormente quando as mídias sociais deixam claro e transparente atos e fatos da vida pública de um vereador. E tomo por base os cinco mandatos do vereador itabunense João França Santana, em tempos idos, o que me dá total garantia da tese elaborada por anos pelo povão de Deus, que conhece como ninguém a política e os políticos.

Pra início de conversa, considero uma das eleições mais difíceis do poder legislativo a do vereador, haja vista a ampla e próxima base de eleitores, formada, na essência, por amigos. E aí é que a porca torce o rabo, pois essa base se torna fácil de ser minada, pois os amigos são os mesmos de mais da metade dos candidatos a vereador. E estou dizendo isso levando em consideração a Itabuna dos anos 1950/60 e 70 do século passado.

E são exatamente esses vereadores do passado os eternos lembrados por terem deixado marcas positivas em seus mandatos. Em Itabuna, políticos do naipe de José Soares Pinheiro, Paulo Ribeiro, Raimundo Lima, Pedro Lemos, Mário César, Plínio de Almeida, Titio Brandão, o próprio João França Santana, e mais recente Edmundo Dourado, Orlando Cardoso, José Japiassú, João Xavier, são vistos como referência positiva.

Assim que se formou em Direito, em Salvador, João França Santana volta a Itabuna e inicia sua atuação na advocacia. Atencioso no trato às pessoas, se destaca como um possível candidato a vereador. Uniu as convicções políticas ideológicas com a amizade e ganhou a primeira eleição. Mesmo assim, seu trato com os colegas no legislativo sempre foi marcado pela cordialidade, independente dos temas partidários.

Por muitas vezes, o vereador esteve na oposição a prefeitos, mas sempre se destacou pela apresentação de bons projetos e, por muitas vezes, foi voto decisivo na aprovação de matérias do executivo. E sempre destacava: “Se o projeto vai beneficiar a população, não tenho o direito de votar contra, pois assumi o compromisso de trabalhar pela cidade e seus habitantes”, justificava com tranquilidade.

E o ex-vereador contava algumas passagens de sua vida legislativa, quando do bipartidarismo – Arena e MDB. Como se não bastasse a oposição entre os dois partidos, cada um deles era dividido em sublegendas. Então existia a Arena 1, 2 e 3, o que não era diferente no MDB. Ele mesmo era filiado da Arena 2 e era oposição ao prefeito José de Almeida Alcântara, da Arena 1. Ele fazia oposição cerrada, mas com o foco em Itabuna.

João França Santana ficou na suplência apenas uma vez, pois contava com um cabo eleitoral muito eficiente, o sogro Antônio Joaquim de Santana, o Marinheiro, forte liderança política no bairro da Conceição. Àquela época, os votos eram as chapas com os nomes de candidatos, largamente distribuídas e colocadas num envelope e depositadas na urna. Era tiro e queda!

Em 27 de outubro de 1965, os vereadores foram surpreendidos com o artigo 10 do Ato Institucional n° 2 (AI-2), que proibiu a remuneração dos vereadores, o que para João França Santana nada mudou no seu posicionamento. Continuou o mesmo vereador dedicado de sempre, procurando cumprir todos os compromissos assumidos quando pedia a confiança dos eleitores e voto.

Personagens de muitas histórias relevantes em sua vida e nos cinco mandatos, além dos anos em que foi consultor jurídico da Câmara de Itabuna, todos os anos, por ocasião do aniversário de Itabuna, João França Santana colaborava contando-as. Pouco antes do dia 28 de julho, ele chegava ao jornal Agora, com um texto histórico pronto, acompanhado de uma ou duas fotos, para publicação.

Ao chegar, fazia questão de cumprimentar toda a redação, diagramação e arte, entregava seu artigo ou crônica, tecia comentários sobre os fatos e fazia questão de compará-los com a política atual. Nesses momentos eu aproveitava para consultá-lo sobre outras matérias históricas que estávamos elaborando, tirava nossas dúvidas, trazia à tona novas e importantes informações, já com o seu aval.

Uma curiosidade eram as legendas das fotos, elaboradas em seu escritório, ainda na máquina de escrever (manual). Citava o evento, os personagens e concluía com a seguinte informação: “Fulano e sicrano já mortos, sou o único vivo da foto”. E assim atualizava as informações aos mais jovens sobre a verdadeira história de Itabuna, especialmente na seara política.

Profundo conhecedor do direito público e privado, além das leis e do processo legislativo, João França Santana atuou, por muitos anos, como consultor jurídico da Câmara Municipal de Itabuna, a quem prestou relevante contribuição. Casado com Stella, filha do casal Antônio Joaquim de Santana (Marinheiro) e Joana Oliveira de Santana, morreu em 25 de janeiro de 2020, aos 96 anos, deixando dois filhos e três netos.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.