Itabuna terá pacote de obras de infraestrutura|| Foto José Nazal
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Os dados preliminares apurados no Censo 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam queda de 11,7% no número de habitantes em Itabuna em um espaço de pouco mais de 12 anos. O principal município do sul da Bahia viu seu contingente populacional cair de 204.667 para 180.654 habitantes do Censo 2010 para o de 2022, iniciado em agosto passado e concluído em maio deste ano.

Ontem (26), o coordenador do IBGE em Itabuna, Luiz Mafra, apresentou os dados preliminares, durante a III Reunião de Acompanhamento do Censo (Repac) do município. Da reunião online, participaram representantes da Prefeitura de Itabuna e da Associação Comercial de Itabuna.

O resultado preliminar é menor do que apontava a prévia em dezembro passado – 185.500 habitantes -, mas um pouco acima do coletado até janeiro (178.237). No início do ano, o governo federal decidiu fazer mutirões e prorrogar o Censo (veja mais abaixo).

Mafra explica processo de coleta de dados

Na reunião de ontem, Luiz Mafra falou de todo o processo de coleta dos dados do Censo 2022. Há pouco, por telefone, Mafra alertou ao PIMENTA que os dados de ontem são preliminares.

Segundo adiantou, os números finais estão acima do apresentado nesta segunda-feira, mas abaixo do apurado no censo de 2010. Queda populacional.

MAIS DOMICÍLIOS, MENOS MORADORES

No censo de 2010, foram apurados 73.597 domicílios em Itabuna. Já no censo atual, 93.313.

Dos mais de 93 mil imóveis, 69.453 estão permanentemente ocupados, conforme apuração do PIMENTA. Outros 1.970 estão ocupados, mas não foi possível fazer entrevista com os seus moradores. Dentre os motivos, o morador estava ausente – o agente não faz apenas uma visita! – ou se recusou a receber e responder ao questionário do IBGE.

Dos dados até aqui disponíveis, sabe-se que caiu a média de moradores por residência de 3,28 para 2,86 por unidade, conforme os dados preliminares aos quais o PIMENTA teve acesso.

Do Censo, extraiu-se que há, pelo menos, 17.102 imóveis desocupados nas áreas urbana e rural.

A maior queda se deu na zona rural. Eram 3,58 por moradia em 2010. Hoje, 2,54, segundo o Censo 2022.

O município foi dividido em 379 setores e 180 recenseadores participaram da coleta dos dados entre agosto deste ano e o mês passado. O índice de cobertura ficou em 95%.

O levantamento de dados em todo o país foi concluído somente em 28 de maio com mutirões em áreas indígenas e condomínios nos dois últimos meses no país. Os dados finais serão oficialmente apresentados nesta quarta-feira (28) pela presidência nacional do IBGE.

REVISÃO DOS DADOS

Rosivaldo diz que município poderá solicitar conferência, caso seja confirmada a redução populacional

Inicialmente procurado pelo site, o secretário de Planejamento de Itabuna, José Alberto Lima, disse que técnicos do governo participaram da reunião do IBGE, mas quem deveria se pronunciar seria a pasta do Governo.

Procurado pelo PIMENTA, o secretário de Governo, Rosivaldo Pinheiro, informou que o município vai aguardar a divulgação oficial, amanhã (28), para adotar providências.

Rosivaldo antecipou ao site, porém que o município poderá pedir a conferência dos setores censitários para que identifiquem a migração populacional. “O governo fará aquilo que nos compete”, informou o secretário, antecipando que o decréscimo não levará à perda de receita. “Mas redução populacional não é [algo] positivo para as políticas públicas”, acrescentou.

NO CENSO, DIFICULDADES

O Censo de 2022 foi muito prejudicado pela resistência de parte da população a atender os recenseadores em todo o país. Houve dificuldade de coleta de dados principalmente em áreas habitadas por pessoas de classe média ou mais ricas. Quanto mais alto o poder aquisitivo, maiores as barreiras para os recenseadores. A resistência não se dava só por questões de segurança pública, mas devido à polarização política no país, conforme dois recenseadores ouvidos por este site.

As dificuldades no levantamento de dados não se deram apenas por causa da recusa de moradores. A logística do IBGE foi afetada. Com baixo orçamento e reveses desde 2020, com a pandemia da Covid-19 e “corpo mole” do governo federal, o Instituto somente pôde iniciar o Censo em agosto passado. Atrasos de pagamento e desistências de recenseadores também foram problemas enfrentados. Com a mudança de governo central, houve liberação de mais orçamento para o trabalho de campo, que durou mais três meses, sendo encerrado mês passado (reveja aqui).

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