Criador e criatura: Marcone (à esquerda) critica gestão de seu sucessor, Léo da Capoeira
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Cerca de dois meses depois de anunciar mudança de residência de Itajuípe para a vizinha Itabuna, o ex-prefeito Marcone Amaral (PSD) detonou a gestão do seu ex-companheiro de chapa por duas eleições no Município dos Lagos, Leandro Junquilho Cunha, o Léo da Capoeira (PSD). Marcone, que renunciou ao mandato de prefeito em 2022 para concorrer a vaga na Assembleia Legislativa, disse discordar dos rumos administrativos tomados por Itajuípe depois da posse de Léo da Capoeira.

– A gestão [de Léo] não está boa. Precisamos melhorar a gestão. O ritmo de obras caiu – constata Marcone durante sua participação no Café iPolítica, um podcast apresentado por Andreyver Lima e Larissa Moitinho na noite desta quinta-feira (13).

Ainda durante o podcast, Marcone reconheceu que a relação entre ambos, antes harmônica, hoje, assim como a gestão, “não está boa”. Criticou o que considera verticalização da administração e sugere mudança para que o grupo político que está à frente da gestão de Itajuípe desde 2017 não se desfaça.

“PRECISAMOS ACELERAR A CIDADE”

Marcone aponta um afastamento de Léo da Capoeira. Para ele, a queda no ritmo de obras não pode ser admitida diante do volume de recursos e arrecadação própria do município, que, aponta, dobrou desde 2017. Saiu de R$ 50 milhões anuais para cerca de R$ 100 milhões, segundo ele.

O ex-prefeito e suplente de deputado estadual pelo PSD relembra um feito para Itajuípe em meio à tragédia da chuva de 2021, quando o município sul-baiano, como poucos, conseguiu receita de royalties mensal entre R$ 800 mil e R$ 900 mil.

– Nós precisamos voltar a acelerar a cidade. A cidade tem aí 9 meses sem obras com recursos próprios. Nós paramos o projeto que tínhamos, o Projeto Mais, de R$ 7,5 milhões, que eu lancei, com recursos próprios e não conseguimos colocar no papel. Quando eu saí da prefeitura, em 29 de março, eu deixei livre, na Prefeitura, R$ 5 milhões, que, para a cidade, é algo muito importante. Nós precisamos sentar para reaver alguns pontos de gestão – disse ele no Café iPolítica, enfatizando que vai cobrar o prefeito por ter iniciado o processo.

Ainda no podcast, Marcone falou da relação política construída por ele com Rosemberg Pinto, deputado estadual pelo PT, e Paulo Magalhães, deputado federal do PSD, para obter obras para o município. Agradeceu aos parlamentares e atribuiu a Paulo Magalhães a tentativa de reaproximação com Léo da Capoeira, ocorrida no último final de semana, durante o Mica Pedro. Ontem, ambos se falaram por telefone, também com intermediação do deputado Paulo Magalhães, considerado pelo ex-prefeito “um paizão” para ele e Itajuípe

PROMOÇÃO PESSOAL

O estremecimento da relação entre ambos ficou ainda mais evidente há cerca de 80 dias, quando o novo prefeito passou a aparecer em mídia paga pelo Município usando novo slogan de governo (“o trabalho continua”), o que é vedado pela legislação. Logo depois, Marcone confirmou a transferência de residência para Itabuna, mas ainda com domicílio eleitoral em Itajuípe. Clique no play e confira a entrevista.

2 respostas

  1. O ex prefeito fala que deixou 5 mi em caixa, mas não fala o quanto foi gasto em sua campanha para deputado e os restos a pagar de fornecedores e tudo mais que ele deixou.

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