Da coluna Tempo Presente, de A Tarde:
Prefeito de Cravolândia, pequeno município da região de Barreiras (de 1983 a 1987), João Moreira Pires era conhecido como João da Cruz, por um detalhe: analfabeto, assinava o nome desenhando um “J” (jota) com uma cruz ao lado.
Distribuía simpatias por onde ia. Bastante conhecido nos ciclos políticos, não teve dificuldades de entrar na Governadoria carregando um saco. Adentrou o gabinete do governador João Durval Carneiro acompanhando uma caravana, tomou a dianteira, abriu. Era docinho de buriti, iguaria muito comum no oeste baiano. Pegou um tablete, falou: Aqui, governador, o que eu trouxe para o senhor.
Coma um pedacinho de manhã antes do café, outro ao meio-dia antes do almoço e outro antes do jantar. Depois me diga, levanta até defunto! É bom pra tesão! Os presentes silenciaram, João percebeu que deu um fora, não perdeu o embalo, se corrigiu: Desculpe, governador. Tesão, não. Eu quis dizer potência!