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Do Política Etc:

Carlos Freitas, o Marquês de Quiricós, grita: "Uhu, o Atacadão é nosso!"

Nossas duas maiores cidades sul-baianas, embora aspirem o grau de cosmopolitas, não cessam de adotar posturas provincianas que fazem ambas ser comparadas à eterna Sucupira. As peripécias e bizarrices de Odorico Paraguaçu são em tudo, por a mais b e c menos d, comparáveis às atitudes de figuras políticas dos dois municípios, coisa que ficou evidente na mais recente disputa travada entre eles.

Na “Batalha de Quiricós”, com direito a ampla cobertura dos veículos de imprensa, Itabuna e Ilhéus reivindicavam o direito sobre as terras onde estão instalados dois mercadões. Itabuna, mais perto deles, não quer se limitar a ir às compras; também deseja se beneficiar com a receita dos impostos dessas empresas. Ilhéus, mais longe, pode não frequentar os estabelecimentos com a mesma assiduidade, mas é oficialmente dona das terras e exige o devido retorno pela sua ocupação.

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Daniel Thame | danielthame@hotmail.com

A onda de violência que assola o eixo Ilhéus-Itabuna, com sete assassinatos no último final de semana, além do banho de sangue que eleva o índice de homicídios à estratosfera, acaba produzindo situações, digamos, inusitadas.

Tome-se, por exemplo, um assalto a ônibus ocorrido na linha Itabuna-Barro Preto.

Assaltos a ônibus, assim como furtos, roubos e arrombamentos raramente merecem registro, diante da profusão de assassinatos. As vítimas, muitas vezes, nem se dão ao trabalho de prestar queixa. É pura perda e tempo e chateação.

Mas o assalto em questão chama a atenção pela situação em que se deu, digna de entrar para o anedotário, não fosse o fato de que a explosão da criminalidade não tem graça alguma, muito pelo contrário.

O citado ônibus seguia sua trajetória normal junto à outrora pacata Barro Preto. Num determinado ponto, entraram três rapazes. Mais outro ponto e entram mais três rapazes. Simples passageiros nessa profissão onde, como na vida, tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.

(Um parêntese: em algumas linhas até o cobrador tornou-se dispensável. Sua função é acumulada pelo motorista. Isso, enquanto não inventam ônibus dirigidos por robôs).

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Paixão Barbosa (blog Política, Gente & Poder):

Já se pode prever uma batalha jurídica pela frente neste caso das vagas de suplentes, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) está dividido em relação a quem tem o direito de reivindicar o mandato do deputado ou senador que se afasta por qualquer motivo, se à coligação ou ao partido. Quando tudo parecia indicar que o STF iria definir que os mandatos pertencem aos partidos e não a esta excrescência que é a coligação partidária, o ministro Ricardo Lewandowski mostrou que a coisa não é bem assim.

Ao julgar mandado de segurança de autoria de Wagner da Silva Guimarães, que concorreu a deputado federal pelo PMDB de Goiás, ele decidiu que vaga de suplência parlamentar pertence à coligação e não ao partido. Segundo Lewandowski, a coligação é formada para um fim específico (eleições), mas seus efeitos se projetam para o futuro. Ele apontou como exemplo que uma coligação pode entrar com ações na Justiça após o período eleitoral. O ministro também rebateu os argumentos de que a regra da fidelidade partidária tem que valer também no caso de suplência por vacância de parlamentar para ocupar outro cargo.

O problema é outros ministros do STF, como Carmen Lúcia, entendem que as vagas são do partido e já decidiram deste forma em outros mandados de segurança impetrados por suplentes. Atualmente, 14 mandados de segurança questionam vagas de suplência no Supremo, sendo que cinco decisões – uma do plenário e as outras individuais dos ministros – definiram que a vaga é do partido.

Na Bahia, vários suplentes assumiram mandatos com base no entendimento da Câmara federal de que a vaga é da coligação. Portanto, deverão acompanhar atentamente, e ansiosamente, a definição que, pelo visto, envolverá ainda muito debate.

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Marco Wense

ACM Neto, que é forte pré-candidato ao Palácio Thomé de Souza na sucessão do prefeito João Henrique (PP), diz que não é mais candidato a deputado federal.

O deputado federal ACM Neto, sem dúvida um bom parlamentar, estava tramando sua saída do DEM para o PSDB. O avalista seria o ex-governador de Minas, o tucano Aécio Neves.

A cúpula do DEM, sabendo que a perda de ACM Neto seria um desastre para a legenda, tratou logo de prestigiar o baiano e indicá-lo para a liderança do partido na Câmara dos Deputados.

Agora, ACM Neto, que é forte pré-candidato ao Palácio Thomé de Souza na sucessão do prefeito João Henrique (PP), diz que não é mais candidato a deputado federal.

ACM Neto, dizendo que não quer mais disputar uma re-re-releição para o parlamento, procura evitar uma revoada de democratas para o Partido Social Democrático, o PSD.

Os democratas, principalmente os deputados federais, de olho no espólio carlista, nos eleitores de ACM Neto, permaneceriam no DEM.

PSB E CONSISTÊNCIA

O Partido Socialista Brasileiro, do saudoso Miguel Arraes, nordestino retado de bom, corre o risco de virar uma agremiação partidária totalmente desfigurada.

O PSB, hoje sob o comando nacional de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, se não abrir os olhos, vai perder toda consistência programática e ideológica.

Com a criação do Partido Democrático Brasileiro (PDB), tendo à frente o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), muitos políticos vão se filiar ao novo lero-lero do prostituído sistema eleitoral.

Não existe nenhuma restrição para se filiar ao PDB. Todo tipo de político é bem vindo. Não interessa se é ficha suja ou não, se for bom de voto é político bom.

Depois de formalmente criado, o PDB vai se fundir ao PSB. O PSB vai ser a nova casa de todos os ex-filiados do PDB. A pombinha, símbolo do socialismo, vai se transformar em um “pombão”.

O PSB não pode perder sua identidade, sob pena de virar um simulacro de socialismo.

COLIGAÇÕES

Se tudo caminhasse na direção do entendimento, com uma disputa entre a petista Juçara Feitosa e o demista Azevedo, duas coligações seriam formadas.

Ou seja, PT/PCdoB/PSB/PDT/PP versus DEM/PSDB/PPS/PMDB/PR. Com óculos ou sem óculos, como diria o jornalista Eduardo Anunciação, o sonho de todos os dias do deputado Geraldo Simões.

Marco Wense é articulista da Contudo.

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Marco Wense

Não lançando candidato próprio, o PMDB não se coliga com o PT de Geraldo. Renato Costa não cansa de dizer que o petista é um “inadimplente da palavra”.

O médico Renato Borges da Costa, presidente do PMDB de Itabuna, já defende o lançamento de candidatura própria na sucessão do prefeito Azevedo (DEM).

Renato Costa, ex-deputado estadual, eleito o melhor parlamentar da Casa Legislativa, não tinha feito nenhuma referência a uma candidatura do PMDB.

Renato Costa, que já foi adversário político e crítico feroz do ex-ministro Geddel Vieira, parecia conformado com a coadjuvante posição do PMDB na sucessão de 2012.

O PMDB estava mais do que satisfeito com a indicação do candidato a vice-prefeito, principalmente em uma chapa encabeçada por Davidson Magalhães (PCdoB).

Renato Costa, em tempo hábil, mudou de comportamento, segue outro caminho. Não sei se por ato próprio ou sob pressão do comando estadual da legenda.

E quem seria o candidato do PMDB para disputar o cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves? O nome mais forte é o do ex-prefeito Fernando Gomes.

Será que o PMDB tem alguma surpresa para o traiçoeiro e movediço jogo sucessório? O partido teria filiado alguém com viabilidade eleitoral para enfrentar a petista Juçara Feitosa e o demista Azevedo?

Uma coisa é certa: não lançando candidato próprio, o PMDB não se coliga com o PT de Geraldo Simões. Renato Costa não cansa de dizer que o petista é um “inadimplente da palavra”.

GERALDO E OS “ALIADOS”

O mínimo que se pode dizer de Geraldo Simões, na entrevista que concedeu ao conceituado blog Pimenta na Muqueca (reveja aqui), é que o deputado foi infeliz.

Membros do diretório do PT de Itabuna não gostaram do desdém e do deboche do ex-prefeito com o PCdoB. Acharam que Geraldo foi além da conta, dificultando mais ainda uma possível aliança com os comunistas na sucessão de 2012.

O que “minha pedinha” diria da candidatura de Marco Wense pelo PDT? Daria uma sonora risada. Igual a que muitos deram quando o então sindicalista saiu candidato pela primeira vez.

Enquanto o governador Jaques Wagner se esforça para unir os partidos aliados, Geraldo Simões faz o caminho inverso.

Marco Wense é articulista da Contudo.

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Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

Leal deu o troco: “não entendo porque um médico sério e competente como Adib Jatene tem a coragem de sacrificar um bezerro para salvar a vida de Antônio Carlos.”

Nas eleições de 86 os principais candidatos ao governo do estado eram Josaphat Marinho e Waldir Pires. O primeiro apoiado pelo governador João Durval e pelo ministro das comunicações Antônio Carlos Magalhães. Manuel, leal a Antonio Carlos, era superintendente da Companhia Viação Sul Baiana, “vaca leiteira” dos candidatos governistas.

O esquema funcionava com transferências de recursos para o ICB (Instituto de Cacau da Bahia), principal acionista. Quando o dinheiro era depositado na conta da empresa no Baneb, um assessor da Sulba sacava e entregava aos candidatos. Às vezes também os políticos vinham buscar o dinheiro da arrecadação na “boca do caixa”.

Numa dessas operações Manuel Leal, temendo problemas, ligou para o deputado Luís Eduardo Magalhães reclamando contra a sangria, e ouviu: “meu pai lhe colocou aí pra você fazer política.” Waldir Pires venceu a histórica eleição. Com a derrota do grupo, Leal foi procurar um dos beneficiados, eleito deputado federal, para saber como ficaria a contabilidade da Sulba. Mas este estava de partida para os Estados Unidos e mandou o superintendente “se virar”.

O rompimento

Manuel procurou Antonio Carlos e quando fez o relato ouviu a frase que marcaria o rompimento: “você deveria ter me avisado. Estou me sentindo traído. E abandonou o fiel escudeiro que passou a responder na justiça pelos desvios de recursos.

Troca de farpas

A partir daí começaram as trocas de farpas. Antônio Carlos retornou ao governo da Bahia nas eleições de 90 e visitou Itabuna. Magoado, Leal, proprietário do jornal A Região, publicou foto de ACM passando pela porta da casa de dona Sarinha, viúva do prefeito José de Almeida Alcântara, que muito ajudou o governador. Na legenda escreveu que ACM sequer cumprimentou a viúva, numa clara prova de ingratidão. O chefão ficou furioso.

Veio novamente a Itabuna inaugurar o colégio Amélia Amado e “destilou” a maior parte do discurso contra Manuel Leal, que há algum tempo havia se submetido a uma cirurgia cardíaca, sendo atendido pelo famoso Adib Jatene a pedido do governador. Sarcástico, pediu desculpa a Itabuna por ter salvado a vida de Manuel Leal. Aproveitou e “aconselhou” os empresários a não anunciar no jornal do ex-aliado.

Mas Antônio Carlos também tinha se submetido a uma cirurgia cardíaca  e recebeu enxerto extraído do coração de um bezerro. Manuel Leal deu o troco numa auto-entrevista ao jornal de sua propriedade: “não entendo porque um médico sério e competente como Adib Jatene tem a coragem de sacrificar um bezerro para salvar a vida de Antônio Carlos.”

Marival Guedes é jornalista e escreve às sextas no Pimenta.

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Marco Wense

O PMDB leva sozinho a fama de “danadinho”, como se fosse o único partido fisiológico e abarrotado de corruptos.

O PMDB, depois de mostrar que é fiel nas votações de interesse do governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional, vai cobrar a fatura.

Para não cometer uma injustiça com a legenda do saudoso Ulysses Guimarães, é bom dizer que todos os partidos são pragmáticos e adeptos do toma-lá-dá-cá.

O rompimento político por discordância ideológica (ou programática) é coisa do passado. É caretice. Coisa de babaca e Zé Mané. De político de um só mandato.

O PMDB leva sozinho a fama de “danadinho”, como se fosse o único partido fisiológico e abarrotado de corruptos. O patinho feio do sistema eleitoral.

O grande teste do toma-lá-dá-cá, quando o peemedebismo espera a contrapartida do Palácio do Planalto, é a votação da PEC do Vice no Senado e na Câmara dos Deputados.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional que impede o vice-presidente de suceder o presidente da República em caso de vacância do cargo.

A PEC enfraquece a figura do vice. E o vice de Dilma é Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Pela proposta, o vice seria apenas o substituto temporário do titular.

Com a impossibilidade do presidente da República – por morte, doença gravíssima ou impeachment – novas eleições seriam convocadas em 90 dias.

O próprio relator da PEC, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), admite a perda de prestígio do vice-presidente: “A intenção é essa mesma, é para enfraquecer mesmo o vice e para ter sempre um presidente eleito”.

A PEC, que ainda precisa ser votada no plenário do Senado antes de ir para a Câmara, pode causar o mais grave confronto entre petistas e peemedebistas.

O PMDB não vai permitir que Michel Temer seja um vice-presidente da República sem nenhuma chance de suceder Dilma Rousseff.

UBALDO DANTAS

O ex-prefeito de Itabuna, Ubaldo Dantas, até hoje considerado como o melhor gestor que já passou pelo Centro Administrativo, vem sendo sondado para disputar a sucessão do Capitão Azevedo (DEM).

Ubaldo, que é filiado ao PMDB do médico Renato Costa, não quer nem ouvir falar na palavra prefeiturável. Descarta, veementemente, qualquer possibilidade de retornar ao cenário político.

PDT

O bom gaúcho Alexandre Brust, presidente estadual do PDT, precisa tomar algumas providências em relação ao partido em Itabuna.

A ala histórica da legenda brizolista, que votou em Dilma Rousseff e na reeleição do governador Jaques Wagner, está a ver navios. O outro PDT ficou com o tucano José Serra e o demista Paulo Souto.

O PDT não faz reunião e, o que é o pior, ninguém sabe quem é quem na legenda. O partido se encontra acéfalo, totalmente perdido e sem nenhum projeto para a sucessão municipal de 2012.

O PDT carlista e atucanado, que continua no governo do prefeito José Nilton Azevedo (DEM), é chamado de “PDT do Paraguai”.

Marco Wense é articulista da revista Contudo.

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Do Política Etc

Ninguém pode desconsiderar a força do PT no campo da esquerda em Itabuna, ainda mais com suporte estadual e federal. Mesmo assim, a maneira como o partido procura afirmar essa força confirma uma arrogância já apontada neste blog.

A soberba se revela nas respostas do deputado federal Geraldo Simões, em entrevista concedida ao PIMENTA. Em toda a conversa, o político deixa claro que não haverá brechas para partidos aliados que pretendam ocupar a cabeça de uma chapa com apoio do  PT. Esta legenda continua reivindicando para si o protagonismo do bloco de centro-esquerda em Itabuna.

Vá lá que reivindique, mas o tratamento aos aliados chega a ser desrespeitoso. O PCdo(0,4%)B, por exemplo, é menosprezado como partido, e o “companheiro” Claudevane Leite – que ensaia uma pré-candidatura, terá que se enquadrar à sua pouca importância dentro do PT. Se for às prévias, como sugere o deputado, será atropelado pelo já conhecido rolo-compressor. Caso se mostre rebelde e insista em ser candidato, a porta da rua é serventia da casa. Tudo de acordo com os princípios democráticos.

Sobrou arrogância também quando o deputado atribui à equipe de marketing da campanha todo o ônus da derrota de Juçara Feitosa em 2008. Os pobres marqueteiros arcaram com a responsabilidade integral pela pouca aceitação do “produto”, sem direito nem sequer a uma reflexão sobre as qualidades e defeitos inerentes ao mesmo. Mas isso é praxe: quando no governo, alguns políticos também costumam responsabilizar a comunicação e/ou o marketing pelos desacertos deles.

Em gozo de juízo perfeito, ninguém vai imaginar que o PT entregue graciosamente o cavalo selado, quando dispõe de todas as condições para tomar a rédea do processo. Isso não existe em política. O que incomoda é a tal da arrogância, de quem afirma que uma pesquisa feita a um ano e dez meses das eleições pode determinar que todos os partidos de esquerda se posicionem a reboque do PT.

A petista Juçara Feitosa chegou a estar em primeiro lugar na eleições de 2008, até ser atropelada por um inusitado Capitão Azevedo, que de pulo em pulo chegou a uma vitória com ampla margem de votos. Mas, e as pesquisas?

E Geraldo Simões, que em 1992 começou a corrida sucessória com 2% das preferências e terminou com uma belíssima vitória, de lavar a alma de quem não aguentava mais o fernandismo…

Para felicidade do PT, o partido naquela época se apresentava com mais humildade.

Ricardo Ribeiro

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Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

O anfitrião se distraiu e só retornou ao entardecer. Quando abriu a marmita, encontrou apenas os ossos da penosa.

O advogado e político Raimundo Lima (19/12/1908-20/11/1987), que foi presidente da câmara e prefeito de Itabuna, gostava de pescar. Num domingo, convidou alguns amigos para seu sítio na Lagoa Encantada, Ilhéus. Cada um levou a própria marmita. Raimundo Lima preparou galinha caipira ao molho pardo. Ao meio-dia, os amigos interromperam a pescaria e foram comer.

O anfitrião se distraiu e só retornou ao entardecer. Quando abriu a marmita, encontrou apenas os ossos da penosa. Os visitantes riram, o “velho comuna” nada disse. Enfrentou as gozações, a fome e a vontade de comer com decência e serenidade.

Dias depois, convidou o grupo para a mesma programação e novamente levou a marmita com galinha caipira ao molho pardo. Foi pescar e só retornou no final da tarde. Tomou mais uma “branquinha” e abriu a marmita. Nova sacanagem, só havia os ossos.

Raimundo Lima encarou o grupo e perguntou gritando: “quem comeu o meu urubu? Quem foi o filho da égua que comeu o meu urubu?”. Berrava, encenando como se tivesse no Tribunal do Júri, onde se destacava pelo brilhantismo.

Os amigos não levaram a sério. Então ele foi ao quintal, cavou a terra e retirou os “documentos de prova”: na mão direita, as penas, na esquerda. a cabeça do bicho, exibida como se fosse um troféu.

Os companheiros ficaram perplexos, estáticos por alguns segundos. Quando conseguiram se locomover, correram ao sanitário pra “chamar raul”. O anfitrião gargalhava e tossia.

Durante algum tempo a turma deixou de cumprimentar o “cozinheiro”. Mas depois concluíram que não deveriam perder tão boa companhia.

Marival Guedes é jornalista e escreve no PIMENTA às sextas.

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Do Cia da Notícia:

 

Walmir Rosário | ciadanoticia@ciadanoticia.com.br

Prometida à sociedade para o início deste ano, a reforma administrativa do prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, perdeu o fôlego e o governo volta a dar sinais de fadiga. Apesar do esforço empreendido pelo prefeito no sentido de avançar, a máquina administrativa não ajuda. Pelo contrário, atrapalha.

Uma última tentativa do Capitão foi implantar o projeto “Prefeitura Móvel” nos bairros mais carentes dos serviços públicos. No bairro Lomanto Júnior, atendeu a expectativa em parte, haja vista o descompasso entre as unidades da prefeitura. Enquanto uns remam pra frente, outros, ao que parece de propósito, tentam dar ré ao barco.

Nessa história, o mais grave é que o comandante tem plena consciência de como agem os “remadores”. Num corpo humano, cada órgão “trabalha” em conformidade com outro, em ajuda mútua. De nada vale ter um coração batendo dentro da normalidade se os pulmões não oxigenam. O sangue, ao invés de alimentar o corpo, vai envenená-lo totalmente.

A Prefeitura de Itabuna, ao contrário, segue como um corpo à beira do colapso, com secretários agindo de forma individualista, como se do governo não fizessem parte.

O prefeito deve (ou pelo menos deveria) conhecer a máxima de que não é possível a alguém estar ligeiramente grávida ou, como mais se assemelha a questão, ser mais ou menos honesto. Ou está, ou não está! Ou é ou não é! E ponto final.

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Quem é pego distraído por um assaltante costuma mudar de comportamento. Pelo menos por algum tempo, torna-se mais cauteloso, vigilante, às vezes desenvolve um medo incontrolável e até precisa de tratamento para sair de casa. A memória do fato ruim determina atitudes e decisões. Se não fosse a lembrança, nada mudaria.

Assaltaram Itabuna no verão de 2009 e não foram (só) os gatunos que você pode imaginar à primeira impressão. Os autores do crime foram milhões (ou bilhões, sei lá) de mosquitos Aedes aegypti, que se valeram de uma comunidade descuidada para se alastrar. Quieto e sorrateiro, o insetinho contaminou mais de 13 mil pessoas e matou nove, sendo a maioria delas crianças.

Seria plausível que o poder público, alarmado por tão pavoroso e hediondo assalto, adotasse políticas severas e contínuas de combate à dengue. Mas quase todo o ano de 2009 passou e somente nas proximidades do verão seguinte o governo local surgiu com uma bateria de mutirões que, em última análise, procuram suprir sem muito sucesso a falta de uma ação regular.

Atualmente, ouve-se falar menos de óbitos decorrentes da dengue, mas não porque o governo tenha adotado uma política séria de controle. A maior parte da população, depois do “assalto”, passou a ter mais cautela e evitar a formação de focos, embora ainda haja os incautos e para eles é como se não existisse dengue.

Quais foram as nove pessoas que a dengue matou na cidade de Itabuna em 2009? Seria de grande valor que elas fossem lembradas, tivessem seus nomes e fotografias gravados em um monumento construído em praça pública. Um monumento às vítimas, para que o sofrimento delas não deixasse de nos comover e alertar.

Em tempo: naqueles mutirões realizados após a grande epidemia de dengue em Itabuna, o governo municipal prometeu cestas básicas como prêmio a moradores da periferia que não tivessem focos em suas casas. Muitas pessoas carentes contavam com a ajuda e foram estimuladas por ela a entrar na campanha, mas o governo cometeu a desfaçatez de esquecer de entregar as cestas. E lá se vão quase dois anos!

É essa a grande “contribuição” do poder público para aumentar o nível de consciência da população.

Ricardo Ribeiro
ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br

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A pouco menos de um ano e meio das eleições municipais, PCdoB e PT digladiam-se na avenida para ver quem terá a primazia dos votos progressistas em Itabuna.

De um lado, o PT reúne os nomes de Juçara Feitosa e Geraldo Simões – além do vereador Claudevane Leite correndo por fora. O PCdoB desfila do outro lado da avenida cheio de gás e com os nomes de Davidson Magalhães, Wenceslau Júnior e Luís Sena. Se há risco de colisão, este é calculado e suportável para os comunas.

Até aqui, o PT é quem melhor aparece nas pesquisas, embora 2008 tenha mostrado que esse não é dos melhores indicativos nem certeza de vitória.

Neste momento, o PCdoB tenta se cacifar como a legenda que tem alguns dos melhores nomes para a disputa de 2012. Não é para qualquer partido oferecer à disputa um Davidson, Wenceslau ou Sena, este último mais do que testado no Legislativo.

No campo comunista, Davidson Magalhães foi o único lançado à disputa pelo executivo encabeçando uma chapa. Ficou em terceiro lugar. Era 1996 e o economista e hoje presidente da Bahiagás sucumbiu ao aceitar o rótulo de “laranja” de Fernando Gomes naquela peleja. Deu a volta por cima uma década depois.

Aquela era uma disputa em que a esquerda (?) apresentava também Renato Costa, apoiado por Geraldo Simões. A direita ia à luta “unida” com Fernando. E venceu. O tempo passou. A esquerda chegaria, enfim, ao poder. Mas em 2000, quando unida para enfrentar Fernando. Venceu, mas apertado, apertado: pouco mais de 1,8 mil votos de frente e tendo Geraldo na cabeça da chapa.

Corte na história, retorno ao cenário de hoje: nome mais provável na disputa em 2012 – caso o PCdoB mantenha-se como cabeça de chapa -, Wenceslau Júnior terá o desafio de desgrudar a sua imagem do governo de Capitão Azevedo. Explicável, pois. Wenceslau teve mandato combativo na última gestão de Fernando Gomes. Mudou quase que radicalmente, embora sua arma noutros tempos tenha sido sempre o diálogo. Agora, flutuou entre passivo e conivente com a gestão que aí está.

(Compreensível: os tempos são outros e ir para o embate, mostrando os erros da gestão de Azevedo, resultaria em ganhos diretos não para o próprio Wenceslau. Os herdeiros desta estratégia poderiam ser outros que não o comuna: os petistas Juçara Feitosa e Geraldo Simões.)

Sena, historicamente, é o comunista que desfruta de maior simpatia: foi o único comunista eleito três vezes vereador no município, mas tem contra si o fato de não ter subido ao ringue eleitoral de 2010. Foi vice de Juçara Feitosa em 2008. Mas, no ano passado, abriu espaço para Wenceslau, que aproveitou bem a oportunidade e por pouco não se torna deputado. E se política é – olha o surrado chavão – a arte de ocupar espaços, Sena corre perigo.

Fato é que, se não lideram as pesquisas, os comunistas usam a favor dois pontos negativos dos principais nomes petistas para a disputa: rejeição alta e desgaste de Geraldo Simões e Juçara Feitosa. Ambos também perderam base. Mas é a tal história repetida por Lula: a rejeição é alta, mas têm votos – se em volume necessário para uma vitória, aí são outros quinhentos.

Geraldo foi reeleito deputado federal em 2010, mas saiu daqui com 12 mil votos a menos quando comparado com o desempenho de 2006 (35.366 a 23.639 votos). Sim, claro, trata-se de eleições diferentes e Geraldo sofria ano passado com a ameaça da Lei Ficha Limpa, mas a perda situa-se no campo do pra lá de considerável. Juçara sofreu com o dilúvio – para alguns, um tsunami – chamado Azevedo, que impôs 12 mil votos de frente sobre a rival em 2008.

Não tendo exatamente o privilégio de poder assistir à disputa entre petistas e comunistas, o Capitão Azevedo (DEM) tenta aplicar uns jabes com um piloto do Prefeitura Móvel aqui, mudança de secretário ali e uma operação cosmética acolá, tudo sempre combinado com uma bolsinha-renda municipal de R$ 20,00 ou R$ 50,00 ou autoescola que não sai do papel. Ele, claro, não é besta. Reciclou para o seu time gente que se não tem a simpatia do eleitor sabe atuar no palco da política eleitoral.

Apesar de possuir uma rejeição estratosférica, Azevedo fatalmente se beneficiará de uma disputa no campo inimigo – nem tão inimigo assim, é bem verdade. Até aqui, sobram nomes, faltam projetos…

Davidson Samuel
davidsonsamuel@pimentanamuqueca.com.br

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Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

O jogo seguiu normalmente. Mas quando se aproximou do final, empatado em 1×1, os jogadores do Galícia começaram a cair na grande área.

 

Na véspera de uma partida entre Galícia e Itabuna em Salvador, pelo campeonato baiano na década 80, o presidente do Azulino, João Xavier, ao encontrar o então radialista, atual advogado e professor universitário Geraldo Borges, comentou que o Itabuna iria ser prejudicado pela arbitragem. Ao chegar à Rádio Clube na capital, Geraldo ouviu nos bastidores a mesma denúncia.

Quando falou, no programa esportivo, sobre a expectativa da disputa, enfatizou que confiava muito na arbitragem. Momentos antes do jogo, Geraldo orientou o repórter Jorge Caetano a comentar com o juiz a expectativa sobre a arbitragem. Caetano começou com a frase “um grande juiz para um grande jogo”. E emendou: “ o sul da Bahia assiste com muita atenção à arbitragem. O juiz respondeu: “diga ao sul da Bahia que farei uma boa arbitragem”.

O jogo seguiu normalmente. Mas quando se aproximou do final, empatado em 1×1, os jogadores do Galícia começaram a cair na grande área. Caíam – até mesmo sem ser tocados pelos itabunenses – e levantavam as mãos pedindo pênalti.

O juiz, que já havia prejudicado o Itabuna em outros jogos marcando faltas inexistentes , “amarelou” e gesticulava mandando seguir o jogo. A diretoria do Galícia desesperou-se. O árbitro cumpriu o que prometeu ao sul da Bahia e a partida terminou empatada. Inconformado, um diretor do time da capital disse em entrevista que “botaram um torcedor na locução. Este rapaz não é um profissional”, criticou se referindo a Geraldo Borges, o homem que inviabilizou a trapaça.

Encerro com uma história que o técnico João Saldanha contava: durante uma partida, o atacante escapou e na grande área só tinha à sua frente o zagueiro, que andava igual caranguejo. O atacante falou:

-“Venha, que eu estou vendido”

-“Não posso, que eu estou comprado”, respondeu o zagueiro.

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Aldicemiro Duarte | mirinho_estivador@hotmail.com

 

Curioso verificar que uma das regiões mais procuradas por turistas de todo o mundo convive com três grandes terminais de embarque de minério, sem que essa situação interfira em sua vocação turística.

 

O noticiário informa que a Vale irá expandir o seu terminal de embarque de minério em Mangaratiba, no sul do Estado do Rio de Janeiro, em uma região conhecida como Costa Verde. O terminal tem capacidade para movimentar 42 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e recebe investimentos para alcançar 54 milhões de toneladas / ano em 2015.

Além da exportação de minério de ferro, Mangaratiba, um município dinâmico, está entre os mais procurados por turistas de todo o mundo, possuindo grandes condomínios e hotéis e resorts de luxo. A localização privilegiada, próxima a Angra dos Reis, Paraty e Itaguaí, favorece a atividade turística, sendo importante destacar que na região existem outros dois portos que se dedicam à exportação de minério de ferro.

Em Ilhéus, a empresa Bahia Mineração aguarda a Licença Prévia do Ibama para a instalação de um Terminal de Uso Privativo, pelo qual serão escoados 19,5 milhões de toneladas de minério de ferro/ano (menos da metade do volume embarcado em Mangaratiba). O minério virá de Caetité pela Ferrovia da Integração Oeste-Leste (Fiol), esta com as obras já iniciadas.

Um parêntese: é importante destacar que o transporte do minério de Caetité a Ilhéus seria feito por mineroduto, mas o Governo Federal entendeu que o empreendimento da Bamin seria a oportunidade de colocar em prática o antigo projeto de construir a Ferrovia Oeste-Leste. Ou seja, a iniciativa privada favoreceu e ajudou a viabilizar uma ação de alto valor estratégico para o Brasil.

Curioso verificar que uma das regiões mais procuradas por turistas de todo o mundo convive com três grandes terminais de embarque de minério, sem que essa situação interfira em sua vocação turística. Não desconsiderar também o fato de que se trata de uma região conhecida como Costa Verde e na qual a Mata Atlântica ainda preserva sua exuberância.

A convivência entre grandes portos e zonas turísticas existe em outros lugares do Brasil, como Suape (Pernambuco), que fica próximo à belíssima praia de Porto de Galinhas e ao Eco Resort Cabo de Santo Agostinho. Quem visita esses locais se encanta com a beleza e pode observar a satisfação da comunidade com a existência do terminal portuário. É um catalisador de empregos e desenvolvimento.

Há pequenas cidades na Europa onde vários portos operam com cargas diversas. Sines, em Portugal, tem uma população menor que a do bairro ilheense do Teotônio Vilela e conta com três grandes portos.

Em Ilhéus, um reduzido grupelho, cheio de interesses “por baixo do pano”, combate com ferocidade o Complexo Intermodal Porto Sul e o Terminal de Uso Privativo da Bamin. A turma tenta propagar que a infraestrutura do complexo será incompatível com o turismo e destruirá o meio ambiente. A visão é obtusa e míope, a postura é arrogante e egoísta.

Essa turma tem entre suas maiores protagonistas uma senhora que cultivava ligações bastante próximas com hoteleiros ingleses cuja área foi desapropriada pelo Governo da Bahia para a instalação do Complexo. Seus interesses, disfarçados de defesa do meio ambiente, passam por essas e outras questões, que depõem contra a seriedade do falso movimento ambientalista.

Diante de tamanha insensatez e egoísmo de quem sobrepõe mesquinhos interesses a um projeto que trará desenvolvimento para a nossa região, resta-nos um grito: Socorro!

Aldicemiro Duarte (Mirinho) é coordenador do Coeso (Comitê de Entidades Sociais em Defesa dos Interesses de Ilhéus e Região).

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Aldicemiro Duarte | mirinho_estivador@hotmail.com

Propagam que o cacau e o turismo não podem conviver com o complexo logístico e as indústrias que ele irá atrair. Argumento míope e falso.

 

Grandes projetos estruturantes, em qualquer parte do Brasil, costumam enfrentar inúmeras barreiras. Estas se encontram tanto em uma legislação ambiental rigorosa (muitas vezes em excesso), quanto nos movimentos sociais que se propõem a uma defesa extrema do meio ambiente, quase sempre deixando de lado o entendimento de que é necessário conciliar proteção à natureza e desenvolvimento.

O economista Sérgio Besserman Vianna, ex-diretor do BNDES, é enfático ao condenar a visão anacrônica dos que opõem desenvolvimento e questões ambientais. Segundo Vianna, “esse anacronismo não corresponde mais à realidade” e “quem continuar apostando nisso vai errar, pois a economia global está iniciando a maior transição tecnológica desde a Revolução Industrial”.

O fortalecimento da democracia brasileira e a consolidação de suas instituições são fatores que têm estimulado os grandes investimentos. O país vive um dos melhores momentos de sua economia, graças a um clima favorável e à compreensão de que o Brasil finalmente atingiu a maturidade que lhe permitirá empreender voos elevados. No entanto, persistem as barreiras.

Falando especificamente sobre o Complexo Porto Sul, é impressionante como este empreendimento – calcado em uma visão estratégica voltada à descentralização do desenvolvimento da Bahia – desperta a ira de um determinado e reduzido, apesar de bastante articulado, setor da sociedade. Matéria publicada neste domingo (27) no jornal A Tarde indica os interessados no naufrágio do projeto: operadores dos portos de Suape, em Pernambuco, Pecém, no Ceará, e o empresário Eike Batista, que constrói o Superporto de Açu, no norte fluminense, estão entre eles.

São as tais “forças ocultas” às quais o governador Jaques Wagner se referiu em pronunciamento na Assembleia Legislativa da Bahia. É gente que hoje fatura ou que pretende faturar no futuro com o escoamento de produtos que a Bahia atualmente não tem condição de despachar. É a essa turma que interessa espalhar a fantasia de que o projeto público está atrelado unicamente ao interesse de uma empresa privada.

Além das forças ocultas, há também os interesses travestidos. Gente que se fantasia de defensora da causa ambiental, mas que na verdade está associada a outras causas. É de espantar, por exemplo, a “preocupação” do senhor Fábio Feldman com o meio ambiente de Ilhéus, cidade onde serão instalados o porto e o aeroporto do Complexo Intermodal. Feldman foi deputado e secretário do meio ambiente de São Paulo e não se sabe quais foram suas grandes contribuições à natureza naquele estado. O Rio Tietê, por exemplo, seria um bom mote para Feldman levantar sua bandeira.

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