Lula, sem nenhum tipo de constrangimento, como nada estivesse acontecido, anda de mãos dadas com Renan Calheiros, então presidente do Senado na efervescência do golpe.
O comando estadual do PDT, sob a presidência do deputado Félix Júnior, tem que exigir uma explicação da cúpula do PT sobre essas alianças que a legenda vem fazendo com os “golpistas”.
É bom lembrar que foi o próprio PT que denominou como “golpistas” os parlamentares que votaram a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff.
Essa aproximação, ou melhor, reaproximação de Lula com o senador Renan Calheiros (PMDB), protagonista-mor da defenestração de Dilma, é um acinte ao PDT.
Não só ao PDT, mas a todos os partidos que enfrentaram os “golpistas” e terminaram derrotados pelo rolo compressor do toma lá, dá cá.
Vem o PT agora e estende o tapete vermelho para os “golpistas”, transformando-os em sofisticados cabos eleitorais da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula, sem nenhum tipo de constrangimento, como nada estivesse acontecido, anda de mãos dadas com Renan Calheiros, então presidente do Senado na efervescência do golpe.
E a Dilma Rousseff, como fica? Vai dividir o palanque com os “golpistas” e engolir o insulto da banda pragmática do PT?
Ao PDT só resta um pedido de explicação ao petismo, sob pena de ser conivente com as arrumações assentadas no maquiavelismo de que “o fim justifica os meios”.
Para os mais desinformados, fica a lembrança que o PDT, do saudoso e inesquecível Leonel Brizola, expulsou seis deputados federais e, salvo engano, dois senadores porque votaram no impeachment.
A militância, pelo menos a coerente, que não se amedronta diante dos sobressaltos do processo político, espera uma atitude por parte da Executiva estadual.
Marco Wense é editor d´O Busílis.