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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

A discussão sobre o saneamento inevitavelmente será contaminada pelo debate político eleitoral.

 

Os problemas de saneamento básico em Itabuna ganharam amplo debate na nossa cidade, especialmente no que diz respeito ao fornecimento de água potável. É fato que o fenômeno El Niño tem influência direta no ciclo das chuvas, mas o modo de vida do homem faz piorar esse processo, através do desmatamento das matas ciliares, descaso com as nascentes dos rios e poluição do ar, entre outras ações humanas. Uma das reações da natureza a essa agressão é a redução da precipitação pluviométrica.

Itabuna tem uma população estimada de 219.680 habitantes (IBGE), sem contar a população flutuante diária, e é polo de comércio, serviços e educação, além de ter uma posição de destaque na saúde em alta e média complexidade. A cidade já tem 106 anos de fundação e já viveu o mesmo drama em outros momentos. Falta de água e água salgada não são novidades para os moradores… Enfrentamos episódios semelhantes com água salgada em meados da década de 1990. Outro velho problema nosso é que, ao longo dos 27 anos de existência da Emasa, a reservação de água nunca foi de fato uma prioridade local.

Ao mesmo tempo, não podemos isentar a falta de liderança dos governos locais e a insensibilidade dos governos estaduais. Destaco que no segundo mandato de Jaques Wagner foi feita a licitação da barragem do Rio Colônia, mas questões burocráticas e desentendimentos entre a empresa vencedora do certame e o governo do estado interromperam a obra. O governador Rui Costa assumiu com disposição e refez a licitação, cuja obra está prevista para ser concluída até novembro de 2017. Notícia boa, mas ainda com um prazo sofrível para nós.

A barragem significará para Itabuna e outros municípios da região uma tranquilidade no abastecimento por até 30 anos, além de proporcionar a atração de novas atividades produtivas, especialmente unidades fabris. Enquanto isso não acontece, a escassez de água segue reduzindo a nossa atividade econômica e impactando negativamente em nossa qualidade de vida. A discussão sobre o saneamento inevitavelmente será contaminada pelo debate político eleitoral; nesse contexto, as opiniões em grande maioria deixam em segundo plano o viés técnico-científico, não possibilitando ao conjunto da sociedade local respostas que apontem soluções viáveis para superarmos os problemas de saneamento.

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O ator itabunense Osvaldinho Mil, que faz sucesso no teatro e em novelas globais, prestou ontem (17) uma grande homenagem ao jornalista e colunista social Charles Henri, morto após sofrer um AVC hemorrágico e ficar internado por quatro dias, além de passar por cirurgia. O corpo de Henri foi enterrado, há pouco, no Cemitério Campo Santo. Abaixo, a íntegra da homenagem publicada no Facebook.

Osvaldinho MilOsvaldinho Mil, via Facebook

Hoje o céu tem purpurina.

Morreu a primeira grande bicha da minha vida: Charles Henry.

Itabunenses devem ter colocado luto cor de rosa, ornado de lantejoulas brilhantes.

Hoje em dia, rapazes assumirem que gostam de rapazes é natural e corriqueiro. Apesar de todo o preconceito que ainda há, avançamos muito na aceitação desta relação. Na minha infância, no interior da Bahia, anos 70, era uma aberração. Pura viadagem. E Charles Henry fazia parte de um grupo de bichas chiques, aristocráticas e respeitadas nas terras do cacau. Diogo Caldas, Serafim de Itajuípe, Dicas Cezimbra.

Em meio à feliz viadagem deste povo, uma cidade se coloriu. Estes rapazes tinham a coragem de ser quem queriam ser em uma comunidade ainda comandada por restos de coronéis e seus ‘masculinos valores cristãos’.

E mais do que isso, nos abriu as portas para possibilidades além das que as tradições nos empunham. E não falo só em se liberar sexualmente, mas de várias outras amarras que se desfazem quando abrimos a possibilidade de enxergar caminhos além dos já conhecidos.

Minha memória mais antiga neste tema ‘fundiu minha cuca’ na época. Lembro que vi uma vez um negrão musculoso (digo ‘negrão ’porque era negro. Se fosse loiro, diria ‘loirão’), grandão, vestido de mini saia e top vermelhos. Aquela bicha forte estava de dedo em riste ameaçando alguém e dizia com raiva e força em voz grave: ‘eu só sou viado embaixo dessa roupa aqui, porque se eu tirar, eu te quebro todo na porrada’. Hein?! Como é? Viadagem não era coisa de homem bichinha, afeminado e frágil? Vi que não era. Deu um nó na cabeça do menino.

Nesta mesma época surgia o grupo Secos e Molhados. Ney Matogrosso com aquele rosto pintado, o corpo nu. Meio macho, meio fêmea. Uma figura andrógina que eu não entendia na minha meninice.

Caetano cantava: ‘ele é um homem, e eu sou apenas uma mulher’. Como é? Não entendia um homem cantando isso.

Vivas à Charles Henry!

Vida longa às nossas bichas!

Que suas purpurinas despertem os nossos arco íris!

Peço permissão para neste texto usar as palavras viado e bicha pra designar os protagonistas. Eram os únicos termos que usávamos na época. Não existia toda essa gama de palavras que hoje há para nominar rapazes que gostam de rapazes.

Beijos!

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Oito meses dedicados a manobrar artimanhas de interesses individuais que se sobrepõem aos interesses nacionais. Tempo que custa caro.

 

O Brasil tem assistido impotente, nesses oito meses, discussões que não deveriam contaminar a ordem pública, uma vez que a república conta com leis,  instituições e poderes constituídos cujas atribuições serviriam  à prevenção e à resolução de demandas ora em evidência, sem prejuízo à democracia. Assim pensam os leigos.

Entre o silêncio dos que se imaginam ao largo dos fatos oriundos da política e o protesto legítimo pelas causas de todos, toma corpo o ódio e a desarmonia social. Há quem ignore a longevidade da corrupção, ignorando também, a presença dela no seu meio representada por questões inimagináveis.

Nesse contexto, os valores éticos se perdem conspurcados por podres poderes, como diz o poeta. Curiosamente, o desvio de caráter de muitos que governam os destinos da nação está por certos indivíduos normatizado, o que acaba contaminando o cerne do inconsciente coletivo. A deprimente situação cai no antigo dilema do que vem primeiro, se o ovo ou a galinha, uma vez que os protagonistas da corrupção são membros da sociedade, logo, toda ela há que refletir sobre atitudes e ações individuais.

Diuturnamente, a palavra que mais se ouve na mídia é Manobra, que nos últimos oito meses tem sido multiplicada por membros de poderes da República. Uns arquitetam as Manobras, outros as materializam, outros na retaguarda aprovam-nas, tudo na frente do Brasil e do mundo, tornando isso uma bola de neve, difícil de aceitar. Após esse vergonhoso episódio, a palavra Manobra ficará no imaginário brasileiro como sinônimo de corrupção sufocante e assassina de ideais e de pessoas.

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rpmRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Por certo, esse debate será um dos temas que pautarão a permanente luta das mulheres na atualidade. À medida que ocupam novos papeis, precisam ser asseguradas com mais mecanismos que garantam seus direitos.

 

Vimos nas últimas semanas um levante das mulheres brasileiras cobrando medidas protetivas relativas à violência de gênero. A intensidade dos debates foi aflorada a partir do estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro no último mês. Se analisarmos os fatos, perceberemos que, no cotidiano, parcela significativa dos homens, por descuido, gracejo, excesso de simpatia ou pelo despertar de um suposto “lado animal”, acaba cometendo deslizes que podem ser interpretados ou tipificados como assédio.

Os novos tempos da interação humana, em função da facilidade dos mecanismos das mídias sociais, aceleram a ampla divulgação e elucidação de crimes, especialmente aqueles de maior repercussão. Ao passo em que essa exposição nas mídias sociais prejudica a imagem de quem estiver sendo pautado, cria também um ambiente para mudança de comportamento da sociedade, e é justamente aí que temos que nos debruçar para a produção de leis que busquem o combate efetivo desses males, assim como investimento em educação e cultura para possibilitar um novo olhar acerca dessa temática.

No tocante à violência que sofrem as mulheres, uma das conquistas mais comemoradas foi a criação das delegacias especializadas. Só que no funcionamento delas cabem reparações e atualizações, tanto do ponto de vista das suas estruturas físicas, na criação de um ambiente mais acolhedor, como da preparação das equipes dessas estruturas. Penso que os postos de chefe de delegacia e investigação deveriam ser ocupados na grande maioria por mulheres, pois elas melhor compreendem a posição de potencial vítima nesse universo, estando, portanto, mais dispostas a um acolhimento diferenciando. Um fato que comprova isso foi a mudança da linha de investigação na condução do inquérito após a substituição do delegado por uma delegada no caso do Rio de Janeiro.

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ricardo ribeiroRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Em uma seca que materializa catastróficas previsões, noticia-se o primeiro caso de tentativa de homicídio por causa de água.

 

Situações extremas podem levar seres humanos a atitudes que seriam impensadas em condições normais. Muitos assistiram àquele antigo filme sobre um acidente aéreo nos Andes, em que os sobreviventes, no desespero da fome, usaram a carne das vítimas como alimento. Absurdo? Nada! É apenas humano, demasiadamente humano, como diria Nietzsche.

Livros como “Ensaio sobre a cegueira” e até séries como “The Walking Dead” demonstram como as circunstâncias mudam os comportamentos, revelando verdadeiras feras que habitam no interior de pacatos cidadãos. Pela sobrevivência, ou até por muito menos, cometem-se as mais abjetas atrocidades. Limites desaparecem e a lei da selva se impõe.

Nossa querida Itabuna vive dias assim. Em uma seca que materializa catastróficas previsões, noticia-se o primeiro caso de tentativa de homicídio por causa de água. E é sintomático que o fato não tenha como protagonistas pessoas sedentas pelo líquido ora tão escasso, mas dois comerciantes, sedentos pelos lucros auferidos nesses tempos em que uns sofrem e, como de praxe, outros gozam.

Assim como na história do boi que morre e do urubu que não vê a hora de lhe devorar os restos, em nossa releitura de “Vidas Secas” há também os que se valem e se fartam da miséria alheia. Para eles, quanto mais a seca perdurar, melhor. Enquanto puderem vender 1 mil litros de água por 300 reais, que sequem os rios e morra o gado.

Há relatos de disputas entre moradores, desesperados, por baldes da água escassa dos tanques comunitários, mas é extremamente revelador da natureza humana que o primeiro a empunhar uma faca tenha sido um beneficiário da tragédia. Ele feriu o outro não porque tinha sede do líquido, mas para defender sua fatia de um negócio espúrio, cruel e desumano. Um negócio que revela o quão terríveis nós podemos ser.

Ricardo Ribeiro é advogado.

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celina artigoCelina Santos | celinasantos2@gmail.com

 

É preciso entender que desrespeitar os limites, quando está envolvido o corpo do outro, é crime hediondo. Não cabe, portanto, o silêncio nem a tentativa de justificar o definitivamente injustificável.

 

“Será que ela não quis?”; “Também pudera! O que ela queria àquela hora da noite, com uma saia tão curta?”; “Se provocou, o cara não resistiu, ora!”; “Homem não é de ferro!”. Estas são colocações bastante comuns diante de um caso de violência sexual. Elas comprovam o estudo realizado pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), segundo o qual 58,5% dos brasileiros concordam que “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”.

O dedo da sociedade muitas vezes transforma vítimas em algozes – até mesmo quando os abusos ocorrem dentro de casa, a partir de pais, padrastos e outros familiares. Assim, o temor do julgamento leva ao silêncio, em lugar da busca por punição àqueles capazes de cometer um dos crimes mais covardes. A mulher estuprada, além do trauma pelo resto da vida, amarga a vergonha de suporem que a causa foi a roupa, o lugar onde estava, o comportamento diante do homem que a violentou.

Apesar dos inúmeros episódios ocultos, as estatísticas (um caso registrado a cada 11 minutos) mostram o quanto resiste no Brasil o que prefiro chamar de “contracultura do estupro”. Talvez como um absurdo indício de naturalização, é possível identificar diversas manifestações de um discurso machista a tratar a figura feminina como objeto. É o caso de letras de músicas que incentivam a exploração sexual, a imposição do desejo do homem sobre a mulher, mesmo que não seja esta a vontade dela.

Não se pode desconhecer, por exemplo, que fiquem no imaginário letras do funk, ritmo que atrai centenas de jovens para bailes com uso indiscriminado de bebida e droga. Muitos desses “versos” incentivam atos sexuais violentos – sobretudo com mulheres menores de idade, as chamadas “novinhas”. E ali se forjam comportamentos deploráveis, mas impunes, porque envoltos numa moldura de naturalidade.

Na Bahia, onde lamentavelmente foram registrados 576 estupros nos primeiros três meses de 2016, não é diferente. Letras repetidas até mesmo por meninos, que sequer sabem o seu significado, também estimulam o sexo com violência. Enojados, ouvimos expressões como “joga lá no meio/ … em cima, … embaixo”, “bota com raiva”, “passa a madeira” etc. Do mesmo modo, está implícito um discurso a incitar práticas passíveis de punição, que esbarram na falsa naturalidade (sempre ela!).

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Karoline VitalKaroline Vital | karolinevital@gmail.com

 

Fico feliz que o moço que foi citado como exemplo seja tão amado a tal ponto de várias pessoas não se conterem em se levantar em sua defesa. Isso demonstra que ele é importante e precioso para muita gente.

 

Eu tenho uma filha de seis anos que é do espectro autista. E, diariamente, tento ensiná-la a não abordar pessoas tocando nelas, porque é um modo de invasão de privacidade. Cada um tem o direito sobre seu corpo e ninguém pode ser tocado quando não permite. Ensino que ela só deve ter contato físico com quem ela já conhece, ou seja, o toque e a brincadeira só devem acontecer com quem já se tem intimidade.

Quando escrevi o texto sobre a necessidade de conversarmos com nossos meninos sobre cultura de gênero, assédio e estupro, tomei como exemplo para ilustrar a delicadeza e urgência da abordagem das questões um fato que tinha acontecido comigo há poucas horas. A intenção do meu artigo não foi atacar o rapaz em si ou sua família, mas alertar todos sobre o que está sendo ensinado aos nossos meninos a respeito do tratamento com mulheres.

A indignação que o meu texto gerou em muitas pessoas que o leram, e que conhecem o rapaz intimamente, pode ter sido gerado por ser inadmissível associar a imagem de assediador a uma pessoa carinhosa, criada com zelo, sob a proteção de familiares e amigos e que possui uma condição diferenciada. Mais uma vez reitero que o meu objetivo não foi manchar a imagem do rapaz, mas reprovar a forma que o ensinaram a abordar as mulheres. Com isso não insinuo que a família dele é que o orienta a agir desse jeito, mas que ele também é uma vítima dessa sociedade machista, que obriga os meninos a comprovarem sua masculinidade através do assédio.

Se a intenção do rapaz não foi me ofender, mas demonstrar um carinho, do mesmo modo a minha intenção não foi bestializar ninguém, mas trazer a temática à discussão. Fico feliz que o moço que foi citado como exemplo seja tão amado a tal ponto de várias pessoas não se conterem em se levantar em sua defesa. Isso demonstra que ele é importante e precioso para muita gente. Espero que continuem cuidando dele com ainda mais força do que o ímpeto que cada um foi movido a demonstrar sua ofensa. E, se não concordarem com o meu posicionamento feminista, que prezem então pela integridade dele, já que, como ele tende a abordar desconhecidas, não dá para adivinhar como essas estranhas podem reagir. Talvez não tentem o diálogo como eu tentei e sempre tentarei.

E espero que toda essa mobilização ajude não apenas o rapaz da praça, mas a todos ampliarem seus olhares para verem como nossas mulheres são coisificadas pela sociedade machista. Um machismo que é tão natural, corriqueiro, que passa despercebido, vira brincadeira, piada, mas não deixa de ser machismo. Devemos repensar a maneira como a mulher é tratada como um objeto que não tem direito ao seu corpo. Devemos falar sobre cultura de gênero e também cultura do estupro. Por isso escrevi que precisamos conversar com nossos meninos para que não sejam vistos de maneira negativa por causa de algo evitável. Porque conversando com civilidade, acredito que todos possam se entender.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

A mensagem da Carta escrita no ano 2070 registra a precariedade da vida na Terra, pela escassez não somente de água, mas de oxigênio, elementos essenciais, em falta no ambiente, pela escassez, também, de árvores na paisagem terrestre.

 

A Carta escrita no ano 2070, publicada no ano 2002, na revista Crónicas de Los Tiempos, apresenta fortes características proféticas, realidade no Sudeste brasileiro, no Sul e Extremo sul da Bahia, regiões sem antecedentes de seca.

Sentindo a iminência da tragédia, o cronista externa sua aflição que aos desatentos parece besteira. Limitam-se, eles, a rotularem de ecochatos os que recomendam parcimônia no uso da água potável, ou de qualquer outro bem natural. Aqui, trechos da referida Carta antecipam as consequências da irresponsabilidade com o único líquido que cria e robustece todos os seres vivos do planeta:

“[…] Recordo que havia muitos anúncios que diziam CUIDA DA ÁGUA, só que ninguém ligava; pensávamos que a água jamais acabaria. […] Agora, todos os rios, barragens, lagoas e mantos aquíferos estão irreversivelmente contaminados ou esgotados. […] Os cientistas investigam, mas não há solução possível. Não se pode fabricar água, o oxigênio também está degradado por falta de árvores, o que diminuiu o coeficiente intelectual das novas gerações. […] Alterou-se a morfologia dos espermatozoides de muitos indivíduos, e como consequência, crianças nascem com insuficiências, mutações e deformações […]”. A Carta faz, pois, referências às consequências ora constatadas.

Fontes idôneas dão conta de que as regiões brasileiras perdem, todos os anos, milhões de toneladas de água, e que as chuvas escassas, provocam acentuados prejuízos no cenário socioeconômicoambiental nacional.  Aliás, os eventos climáticos têm ganhado contornos severos. Em alguns lugares, chuvas torrenciais interferem abruptamente na vida em suas dimensões; em outros, a seca aniquila impiedosamente todos os cantos.

O serviço de meteorologia promete chuva para o sul da Bahia, em imagem que anima a todos os afetados pela ausência dela. Tem sido assim. Logo começa forte ventania que desvia as nuvens carregadas, e no outro dia, céu de brigadeiro, sem chance de água para as tarefas domésticas e para umedecer a lavoura que adorna as feiras livres com alimentos diretos da agricultura familiar.

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juremaJurema Cintra | falecomjurema@gmail.com

Eu estou mortificada sim, de ver a vida de um advogado  ser destruída pela mídia, pelos facejudges, por essa história de vazamento seletivo de gravações.  Entre bravatas e gravatas, a luta pelo direito tem dessas quedas que nos fortalecem. Força, Anderson, estamos em vigília permanente por sua libertação.

A prisão, no meu entender, indevida do advogado criminalista Anderson Sá, me trouxe à baila diversas lembranças. Sou uma contadora de casos e causos, sempre gostei de ouvir meus avós, meus pais, os amigos e vizinhos de roça de meu avô, além dos mais antigos da família. Na Chapada Diamantina o que não falta é história de cobra, lobisomem, onça e outros encantados.

Na Faculdade, meus colegas de república estudantil e de universidade se lembram muito bem de algumas pitorescas histórias. Um dos temas recorrentes era “Toinho”, um primo de minha avó materna lá de Ipupiara, o fim de linha de uma estrada bonita nos rincões da Bahia, por coincidência meu pai é de Ipupiara, um tio querido Wilson e uma colega de turma de Direito, é coincidência mesmo.

Pois bem. Toinho tinha umas frases e umas ideias estapafúrdias. De tanto repetir, poderia ser meme de Facebook.  Ele tinha uma série de idiossincrasias, de manias, de jeito de fazer as coisas. Algumas falas era de baianidade pura , tão comuns pelo sertão até o litoral. Um Cristão Católico fervoroso, não gostava de evangélicos, não gostava de homens com cabelo grande, não gostava de passas no arroz, não gostava de alface, não gostava de tomar banho regularmente(morreu com mais de 70 anos e cabelos pretos). Quando ele via uma dessas coisas, dizia logo:

– Só um tiro na cara desse homens de cabelo grande, se eu fosse presidente eu pegava, botava na parede e passava o facão  no cabelo;

-Só um tiro nesses “crentes”, se eu fosse presidente passava longe, tinha de ter cemitério separado;

– Só um tiro na cara nesse povo que bota essas “moscas”(uva-passa) no arroz;

– Só um tiro na cara , quem bota esse “capim”(alface) na mesa do almoço;

– Tá desrespeitando mulher? Só um tiro na cara.

E quando alguém o recriminava, dizia logo: – Você é promotor?

Engraçado que ele fazia o gesto com a mão como se estivesse com uma arma. Toinho nunca teve uma arma, nunca cometeu nenhum ato agressivo conosco, nem com nenhum evangélico, nem com os homens cabeludos, nem com as cozinheiras. Tudo isso era modo de falar de suas posições atordoadas, a famosa BRAVATA. Ao contrário, sofreu muito bullying, muita perseguição, eram frequentes as chacotas para com ele.

Mas o que isso tem a ver com o Dr. Anderson Sá de Oliveira, colega itabunense que foi detido acusado de tramar a morte de uma juíza carioca? Tudo!!

No exercício de seu múnus de GRAVATA, a advocacia, ele foi pego numa interceptação telefônica, que a imprensa publicou 10 segundos apenas, em que ele fazia uma dessas BRAVATAS, que na baianidade dizemos em momentos de raiva, e nem por isso fazemos ou concretizamos, é modo de dizer, mesmo que imprudente e indevido. Indevido na conduta em sociedade, mas numa conversa íntima com seu cliente?? Ora, não serei Hipócrita, tem uma brincadeira do Quem Nunca? que se faz muito em barzinho, no afã da cerveja e da bebida, vamos lá:

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WALMIR~1Walmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

 

Desenvolvimento, e não o simples crescimento baseado em alguns números e estatísticas, é o que nossas cidades precisam para promover oportunidades a todos os segmentos sociais. No caso de Canavieiras, o turismo que se avizinha é o da melhor idade e ecumênico, bastando, apenas que a cidade ofereça todas os serviços que esses turistas se sintam em casa.

 

Em tempo de recursos cada vez mais escassos, só resta aos municípios brasileiros buscar novos paradigmas de administração pública. Há muito não se consegue junto aos governos Federal e estaduais recursos suficientes para atender as necessidades mais prementes dos municípios, com responsabilidades crescentes no atendimento à população.

Aquele modelo de simples crescimento, calcado na implantação de obras sem planejamento não mais funciona hoje. A população, embora cada vez mais pobre e sem perspectivas, possui modernos instrumentos de comunicação rápidos e eficientes: as chamadas redes sociais, disponíveis em qualquer smartfone conectado a internet.

E o avanço tecnológico provocou uma mudança comportamental em toda a população, sem distinção da sua estratificação econômica e social. Determinada pessoa pode até não saber analisar determinada situação de forma pedagógica, mas tem o conhecimento do fato e sua metodologia de discernimento é o caixa do supermercado.

Daí, o cuidado redobrado do governante em mudar seus conceitos: ao invés do simples e atrasado crescimento, terá que perseguir o desenvolvimento, adotando o planejamento municipal e não só o das finanças, como sempre aconteceu. Qual a cidade que queremos, quais os recursos que dispomos e quais as nossas prioridades?

Tudo isso deverá estar contemplado no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) como linha mestra a ser seguida. Para elaborá-la, ou reformá-la, precisamos do apoio de técnicos especialistas em cidades e vontade política de executar suas recomendações, transformadas em lei balizadora do zoneamento urbano.

Agora, passados 10 anos da aprovação do Plano Diretor Urbano Municipal, é hora de recolocar Canavieiras no caminho do desenvolvimento, com propostas dentro de novas perspectivas. Para tanto, é primordial instrumentalizar o processo com uma política urbana concreta, baseada na vocação econômica e nas possibilidades futuras.

E parceiros para essa monumental empreitada não faltam. Temos hoje na região a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), com conhecimento acumulado sobre nossos municípios, e a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), com uma proposta acadêmica diferenciada, o que a permite atuar de acordo com a realidade local.

Abrindo um parêntese, essa é a segunda grande oportunidade de Canavieiras integrar o rol dos municípios turísticos de fluxo perene. O primeiro foi o Projeto Canes (Complexo de Atividades de Natureza Econômica e Social), elaborado em 1990 pelos urbanistas André Sá e Francisco Mota e o economista Paulo Gaudenzi.

Nas ações complementares ao projeto Canes, a desapropriação de áreas no centro e na Ilha da Atalaia, para a implantação de hotéis, pousados e cabanas de praias padronizadas, bem como unidades residenciais. O Projeto Canes foi o primeiro grande vetor do desenvolvimento turístico de Canavieiras, proposta era a de transformá-la numa cidade que conseguisse reunir todas as condições de oferecer ao turista uma hospitalidade de primeira linha.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Algumas curiosidades marcam os Jogos Olímpicos da antiguidade clássica. Mulheres não participavam, nem assistiam às competições, pois os homens atuavam nus com os corpos untados com óleo.

 

No dia 05 de agosto acontece na cidade do Rio de Janeiro, a abertura das Olímpiadas 2016, uma festa que merece ser apreciada por pessoas de todas as idades, se possível, em família. Preliminarmente, à festa, a passagem da Pira por diversas cidades do Brasil encanta a todos, nas mãos de pessoas que representam suas comunidades com entusiasmo e esperança do êxito na realização do evento.

Os Jogos olímpicos são uma produção dos gregos antigos, cujo objetivo era homenagear os deuses na cidade de Olímpia. Participava das competições, a cidade-estado comprometida em cessar a guerra, ou seja, ela deveria, em respeito ao estatuto regente, estar em paz com os vizinhos, sem qualquer possibilidade de modificar o que estava posto. Nada de jeitinho para contemplar a quem quer que fosse. A pira, ou tocha olímpica, tal como hoje, era acesa em cerimônia bastante concorrida.

Algumas curiosidades marcam os Jogos Olímpicos da antiguidade clássica. Mulheres não participavam, nem assistiam às competições, pois os homens atuavam nus com os corpos untados com óleo. Dizem que as mulheres tinham seu momento olímpico à parte. Os atletas se empenhavam com afinco, e os vencedores recebiam como louro, uma coroa feita com ramos de oliveira, sem compensação monetária. Vem daí a expressão louros da vitória.

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ricardo ribeiroRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Tivesse havido prevenção e investimento em um modelo de uso racional da água, a situação seria outra. Mas se optou pela facilidade e a ilusão da fartura infinita.

 

A natureza dá sinais muito evidentes de que está chegando ao seu limite, mas a humanidade segue adiante com suas mesmas prioridades, modos de agir e uma imutável inconsequência. A elevação das temperaturas quebra recordes sucessivamente, não apenas por fatores naturais, principalmente o El Niño, mas também pela emissão de poluentes na atmosfera. Ademais, seguimos despejando esgotos nos rios, enquanto falta-nos água potável nas torneiras, o que é esdrúxulo.

Não é difícil imaginar aonde isso vai parar? No sul da Bahia, antes uma região com fartura de água, nem dá mais para fazer tal pergunta, pois o colapso antevisto já se materializa no presente. Noticia-se que, depois de mais de nove meses de estiagem, a região perdeu mais de 80% do volume de água que possuía. É terrível, mas era previsível que isso um dia poderia acontecer. Falta chuva, é certo, mas a ausência de bom senso, responsabilidade e compromisso com as futuras gerações contribuíram para tingir o cenário com cores mais dramáticas.

Há quantos anos se sabe que Itabuna, maior cidade da região, desperdiça mais de 50% da água tratada, antes que ela chegue aos domicílios? E esta não é uma insanidade exclusiva deste município, pois em todo o país, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, o uso inconsequente da água é a regra. Apesar dos avisos inequívocos, em muitos lugares utiliza-se o recurso como se inesgotável fosse. Ledo engano, cujos resultados serão catastróficos, como já são por aqui.

As consequências da miopia são sentidas e, como de praxe, é só neste momento crítico e desesperador que se pensa em buscar “soluções”. Tivesse havido prevenção e investimento em um modelo de uso racional da água, a situação seria outra. Mas se optou pela facilidade e a ilusão da fartura infinita.

Por falar nas tais “soluções”, no que toca ao poder público, nota-se que infelizmente elas seguem uma rota obscura, permeada por rumores preocupantes e em um delicado momento de transição política, quando coisas estranhas costumam acontecer.

É momento de a sociedade civil estar vigilante e participante dessa busca de alternativas. Não se trata apenas de tirar o sal da água, mas de remover toda e qualquer impureza das negociações que possam eventualmente se valer da crise para concretizar velhos e conhecidos intentos, não exatamente vinculados ao interesse público.

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Weliton-NascimentoWeliton Nascimento | weliton@arezza.com.br

 

Seria importante os apaixonados pela cidade, pelo turismo, abrir mais espaços para comentários e cutucar os administradores. Uma cidade com cidades vizinhas importantes, turismo em várias delas, muitos hotéis, bastava uma boa associação e teríamos ao menos 2 voos fretados todos os finais de semana.

 

Circulou num importante jornal da região uma matéria muito importante fazendo críticas sobre a gestão, operação e voos no aeroporto de Ilhéus.

De fato, todos sabem, a cidade não tem gestor interessado em buscar voos em horários alternativos, fretamentos, voos internacionais, ainda que fretados, etc. Cidades já conhecidas como Foz do Iguaçu, Caldas Novas, Porto Seguro e tantas outras semanalmente recebem dezenas de voos extras. Mas isso é outra história. Administradores amadores, sem paixão, não vão fazer isso mesmo.

Fora tudo que a matéria fala, que é verdade, é bom explicar o outro lado. Eu adoro aviação e vivo acompanhando as estatísticas. O Aeroporto de Ilhéus, por ser minha cidade, me atrai ainda mais. Todos sabemos a crise que a aviação vive. Já é uma vitória poder manter diversos voos em nossa cidade. Essa é a pura verdade. Diferentemente do que fala a reportagem, a cidade tem diariamente, entre pousos e decolagens, em torno de 20 movimentos diários. Aos sábados, esse numero aumenta por causa do voo para Recife.

Verdade também que os voos acabam se concentrando todos das 11 horas da manhã até às 17hs. Isso tem uma explicação. As conexões no Sul e Sudeste. As companhias aéreas montam as rotas pensando nisso.

O cenário dos aeroportos de capitais e cidades importantes é desolador. Os voos e números de passageiros chegou a cair mais de 50% em alguns aeroportos. Gol e Tam cancelaram rotas e fecharam bases. Porto Seguro e Vitória da Conquista tiveram muitos voos cancelados. Basta fazer uma busca e ver as notícias de suspensão e cancelamento de rotas.

Porto Seguro tem uma diferença de ser mais explorada pelo turismo e possuir uma agenda turística mais interessante que nossa cidade, infelizmente. Aos finais de semana, a cidade recebe dezenas de voos e tem até um voo novo para Buenos Aires. Muito legal. De dar inveja.

O aeroporto de Salvador comparando o mês de abril de 2015 a mês de abril de 2016 transportou 496.158 contra 755.656 no anterior, uma queda brutal de 52%. Ou seja, por essa estatística da própria Infraero, o número de passageiros caiu pela metade. Ilhéus teve uma queda de 26%. Abril de 2015 transportou 47.574, contra 37.861 em abril de 2016.

Concluímos que temos até sorte de manter nossos voos e nossos horários. Apesar das restrições do aeroporto de Ilhéus, diferentemente do que fala a reportagem, todos os aviões da Gol, Tam e Avianca têm capacidade para transportar quase 150 passageiros. Apenas os aviões da Azul transportam perto de 120 pessoas.

O aeroporto bateu recordes de passageiros em 2015, transportando quase 630.000 passageiros. Essas informações estão disponíveis no portal da Infraero. Seria importante os apaixonados pela cidade, pelo turismo, abrir mais espaços para comentários e cutucar os administradores. Uma cidade com cidades vizinhas importantes, turismo em várias delas, muitos hotéis, bastava uma boa associação e teríamos ao menos 2 voos fretados todos os finais de semana.

Mas é bom deixar algumas perguntas: por que o Módulo Operacional do Aeroporto não está funcionando? Por que a pista não foi liberada ainda para pouso de aviões maiores? Por que os instrumentos não foram religados depois de mais de 7 anos? O prefeito e políticos não estão interessados nisso? Por que os blogs tão bacanas que temos e jornais não falam mais nesse assunto? Encerro meus comentários e informações. Que tenha contribuído com os amigos de Ilhéus e região.

Weliton Nascimento é empresário.

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Rosivaldo PinheiroRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

O entendimento hoje é de que manicômios não ressocializam; eles alienam e excluem, por isso precisam ser substituídos pelos CAPS.

 

Nossa vida é cheia de surpresas, e nossa mente aprende obrigatoriamente a se adaptar à adversidade, mas nem sempre conseguimos manter intacta nossa estrutura psicológica e nem todos reagem bem a um mesmo estímulo estressante. Em um debate com amigos no Dia do Assistente Social e da Família, lembramos como é fundamental ao ser humano o auxílio profissional adequado e o apoio familiar para superar os males da mente.

Olhamos a vida passar e as pessoas que passam por nós ou convivem conosco podem estar com sérios problemas psicológicos. Advogados, médicos, operários, comerciantes… Ninguém está imune às fragilidades presentes na estrutura mental humana. Quando pensamos que a reação desproporcional de uma pessoa é um capricho, pecamos, estamos sendo rasos e nosso olhar não atende à profundidade necessária da questão.

Quando o problema vai além e se torna um caso psiquiátrico, o primeiro olhar e sentimento nos levam na direção do pré-julgamento; passando a entender melhor o assunto, percebemos a necessidade da mudança no paradigma de enfrentamento e tratamento dos males da psique. Os seres humanos, com toda sua força e capacidade racional, são frágeis; nosso calcanhar de aquiles é a mente.

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Efigênia OliveiraEfigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

 

Crescente número de mães sofre infinitas vezes, vendo o filho caído na teia da violência que arrebata jovens vidas para situações infelizes.

 

Homenagem às Mães deve ser todos os dias, mas o segundo domingo de maio convida a refletir sobre a incumbência natural de quem traz à luz a continuidade da espécie. Não seria demais dizer que mães de todas as espécies merecem respeito e consideração por igual motivo das mães humanas. Elas passam, também, pelos processos de concepção, gestação, parição e amamentação, após o que, a mamãe-bicho se desincumbe dos cuidados com o filho.

A mãe humana, porém, sente a verdade de que filho é para sempre, e que chegado à vida adulta encarna ele o velho adágio: filho criado, trabalho dobrado. É a vez da preocupação. Emancipado, o ser incondicionalmente amado é um pedaço da mãe, com liberdade para fazer o que quiser, sem pedir licença e consentimento.

Nesses tempos em que os perigos se acentuam, a mãe vê o filho emancipar-se sem a devida maturidade para lidar com os desafios que o meio impõe. Iludidos por companhias, também pueris, ou mal intencionadas, ou ainda por campanhas midiáticas que cobram dos adolescentes atitudes para as quais muitos ainda não estão preparados, eles acreditam em qualquer caminho apontado. Com o senso crítico em formação, o filho precisa conduzir-se com autonomia, frequentemente confundida com liberdade.

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