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Marco Wense

 

O PCdoB e o PPS já estão se bicando. O que é mais um motivo para o prefeito eleito deixar sua influência longe da disputa pela presidência do Parlamento municipal.

 

O prefeito eleito Claudevane Leite acerta quando adota uma posição de neutralidade diante da escolha do próximo presidente da Câmara de Vereadores de Itabuna.

O problema não é nem de ordem constitucional, já que a Carta Magna, no artigo 2°, preceitua que os poderes da União são independentes e harmônicos entre si.

A questão é outra. Envolve o lado obscuro, imoral e obsceno do processo político. O vergonhoso toma-lá-dá-cá. O vale-tudo inerente aos políticos inescrupulosos.

Mantendo distância do bafafá para compor a mesa diretora, Vane fica imune a qualquer tentativa de colocá-lo como partícipe do jogo, quase sempre sujo e rasteiro.

O PCdoB e o PPS já estão se bicando. O que é mais um motivo para o prefeito eleito deixar sua influência longe da disputa pela presidência do Parlamento municipal.

O pega-pega no Legislativo é a primeira oportunidade para conhecer alguns edis que, de bons carneiros quando então candidatos, agora são lobos. As exceções existem. Mas a regra é inquestionável.

Claudevane Leite, o Vane do Renascer, está certíssimo. Que os senhores vereadores resolvam as suas obrigações sem chamuscar o chefe do Executivo.

Concluindo, diria que o prefeito eleito só vai colocar o dedo na eleição se o processo descambar para uma situação que possa comprometer o início do governo.

Boa sorte, Vane. Que Deus ilumine seu caminho!

 

Marco Wense é articulista do Diário Bahia

 

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sócrates santanaSócrates Santana | soulsocrates@gmail.com

É como narra o escritor José Saramago no antológico O evangelho segundo Jesus Cristo sobre o maniqueísmo cristão: “Este bem que eu sou não existiria sem esse mal que tu és”.

A metáfora – nuvem de poeira – do governador Jaques Wagner levanta do subterrâneo da política, crônicas de uma guerra particular entre tucanos e petistas. A verborragia de dos dois ex-presidentes, FHC e Lula, reaparece de maneira extenuante com o paulatino crescimento de novas forças e alianças de poder no Brasil. A ascensão do PSD de Gilberto Kassab, bem como o despontar do PSB de Eduardo Campos e o prelúdio de uma rebelião peemedebista orquestrada de dentro do Palácio da Alvorada, reposiciona os mísseis de petistas e tucanos contra si.

A dicotomia entre PSDB e PT vem sendo corroída ao longo dos anos. O próprio jogo sucessório, a repetição dos discursos e a assustadora convergência de interesses entre personagens antes inconciliáveis, a exemplo de ACM e FHC, Paulo Maluf e Lula, diminuiu a distinção ética entre os dois partidos pelo próprio curso da história de quem governa e de quem faz oposição. Ora, é obvio que as diferenças continuam vivas, mas, o esforço argumentativo para estabelecer o antagonismo entre ambos vem sendo o grande desafio das agências de publicidade.

Apesar do freqüente enfoque negativo da opinião publicada, ainda resta aos petistas à vantagem de quem dirige o país. De quem pode cartear, impor regras e criar artifícios para enfraquecer o principal oponente, mas, nunca eliminá-lo. É como narra o escritor José Saramago no antológico O evangelho segundo Jesus Cristo sobre o maniqueísmo cristão: “Este bem que eu sou não existiria sem esse mal que tu és”.

O outro lado da moeda, obviamente, é tucano. Com a permissividade petista, Aécio Neves é inflado a lançar candidatura à presidência. É evidente que os efeitos colaterais são inevitáveis. O arsenal do PSDB vem acompanhado de uma avalanche de ataques e, inclusive, demarcações de projetos e interesses, a exemplo do embate sobre a redução das taxas de energia elétrica no país.

Enclausurados no ninho paulista por uma década, o PSDB insurge de um empoeirado cômodo carioca. O mistério dos bastidores é assistido pela alta cúpula do PT, sem perder de vista a articulação movediça de aliados, cada vez menos confiáveis, cada vez mais arredios. A guerra fria entre PT e PSDB, portanto, interessa a ambos os lados.

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

 

Diversas cidades que circundam os três campi (Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas) receberão estrutura da UFSBA para o funcionamento de unidades universitárias.

 

Muito se tem discutido na imprensa regional a respeito das possibilidades de se implantar o Campus da UFSBA no espaço A, B ou C. Compreendo que cada elemento relacionado a esta importante conquista sul baiana deva ser cuidadosamente pensado, discutido e executado, porém há muito mais na implantação de uma Universidade Federal do que apenas um espaço.

Discuto por aqui o que há de mais revolucionário na Federal do Sul da Bahia: sua proposta pedagógica. Os estudantes sul baianos terão a oportunidade de estudar de uma maneira que apenas as universidades mais modernas do mundo possibilitam aos seus alunos. Não haverá a entrada em cursos tradicionais. Os jovens não farão seleção para direito, medicina, comunicação, engenharia.

Os candidatos disputarão vagas nos Bacharelados Interdisciplinares, os BI’s: Ciência & Tecnologia, Artes, Humanidades e Saúde. Após 3 anos de estudos executados de maneira interdisciplinar – ou seja, um estudante de saúde recebe formação em humanidades, artes e tecnologia, contribuindo para a preparação de, por exemplo, um futuro médico com formação humanizada, que dispõe de habilidades para trabalho em equipe e tratamento humano – o estudante recebe um diploma de graduação plena em Saúde. Ele estará formado.

Daí por diante, já dentro da Universidade, o estudante poderá fazer a opção por sua área de formação mais específica – os tradicionais cursos de medicina, farmácia, psicologia, engenharia, direito, etc. E, esta escolha será feita de maneira amadurecida, com vivências que o jovem de 17 anos, concluinte do 2° grau, habitualmente não possui. Como este aluno já cursou 3 anos do BI, ele terá sua formação específica em mais 1, 2 ou 3 anos apenas – dependendo das especificidades do seu curso. Isso tudo também com uma pedagogia diferenciada, com uma aprendizagem baseada em resolução de problemas e no trabalho em equipe. O referencial teórico da UFSBA busca apoio em intelectuais como Anísio Teixeira, Milton Santos, Paulo Freire, Boaventura de Sousa Santos, Pierre Lévy e Alain Coulon.

Outra questão importante da formação da UFSBA é a Rede de Colégios Universitários. Diversas cidades que circundam os três campi (Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas) receberão estrutura da UFSBA para o funcionamento de unidades universitárias. Os concluintes do 2° grau da rede pública de ensino de, por exemplo, Itacaré, Uruçuca, Ubaitaba, Ibicaraí, Camacan e outras, poderão cursar a primeira metade de seus BI’s nas suas cidades de origem, dispondo das mesmas aulas que os alunos que frequentarão aulas no campus sede. Eles disputarão seu lugar na universidade apenas com os colegas provenientes da rede de colégios conveniados, democratizando o acesso a educação.

Através de uma moderna rede digital, o conteúdo ministrado será oferecido em versões ao vivo e gravadas para que os alunos dessas cidades tenham a formação mais adequada. Além disso, semanalmente, os professores da UFSBA farão visitas aos Colégios Universitários a fim de acompanhar mais de perto o processo formativo.

É inegável o ganho que o sul da Bahia experimentará com a UFSBA. Itabuna, com centro de formação em Humanidades, Ciência e Tecnologia, Comunicação e Artes, Porto Seguro com Ciências Ambientais, Humanas e Sociais e Teixeira de Freitas com Ciências da Saúde e de Humanidades e Artes, serão responsáveis por oferecer à região anualmente uma série de profissionais formados através de uma educação moderna, de alto nível, acompanhada de um entendimento humanista, globalizado, com entendimento da realidade contemporânea de maneira ampla. Jovens capazes de alavancar o desenvolvimento regional.

Aqueles que desejarem conhecer em mais detalhes a proposta de funcionamento da UFSBA podem encontrar o Plano Orientador da Universidade nesse link: http://pt.scribd.com/doc/117283898/PLANO-ORIENTADOR-DA-UNIVERSIDADE-FEDERAL-DO-SUL-DA-BAHIA.

Felipe de Paula é comunicólogo, mestre em Cultura e Turismo e professor.

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Josias Gomes

 

Nossa responsabilidade para com a Ceplac é histórica, do conhecimento de seus dirigentes, seus funcionários e seus pesquisadores.

 

A Bahia vive uma experiência acadêmica da maior importância. Na região cacaueira está sendo implantada, não sem dificuldades, a Universidade Federal do Sul da Bahia. A nova instituição nasce com o objetivo de priorizar o ingresso de estudantes do Sul e do Extremo Sul baianos. Segundo levantamento realizado pela equipe que coordena o projeto da UFSBA, cerca de 17.000 jovens concluem anualmente o Ensino Médio, na área abrangida pela futura instituição, e não têm acesso à universidade pública, e, portanto, gratuita. E é isto o que ocorre, mais uma vez, neste final de ano.

Nós, que, na condição de um dos representantes da região na Câmara dos Deputados, com inescapável responsabilidade para com a situação descrita, estamos, agora, empenhados na busca de soluções que barateiem o funcionamento da universidade, e, ao mesmo tempo, tornem mais ágil concluir o processo. Pensamos não ser possível mais tolerar que os milhares de estudantes da região cacaueira continuem vivendo sem perspectiva alguma de continuidade de seus estudos, uma vez que a UFSBA já se constitui num projeto devidamente aprovado em todas as instâncias federais.

Ao todo, a UFSBA oferecerá 8.000 vagas para ingresso em seus cursos. Um número tão expressivo, que modificará inteiramente a realidade educacional superior na região. O sistema, inspirado nas teses do grande educador baiano Anísio Teixeira, fundador da Universidade de Brasília, absorverá os estudantes da região cacaueira através de um inclusivo sistema de colégios universitários, que funcionarão em dezenas de municípios do Sul e do Extremo Sul baianos, polarizados por três sedes: Itabuna, Teixeira de Freitas e Porto Seguro.

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Marco Wense

 

Agora, com o “mensalão tucano” entrando na pauta do STF, a grande imprensa tem a oportunidade de mostrar para seus leitores que não é tucana (ou atucanada).

 

O PT se queixa de uma implacável perseguição da chamada “grande imprensa”. O tripé oposicionista, segundo os petistas, é formado pelos jornais Folha de São Paulo, Estadão e o Globo.

Saltam aos olhos que os três jornalões não conseguem despistar o antipetismo encravado nos editoriais, como se o partido do ex-presidente Lula fosse o único integrante do prostituído sistema político.

A declaração da presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Judith Brito – “os meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista” –, deixou os petistas irritados.

A sinceridade de Judith, que é também diretora-superintendente do Grupo Folha, canaliza para a óbvia conclusão de que a oposição, com o PSDB, DEM e o PPS, está fragilizada.

Agora, com o “mensalão tucano” entrando na pauta do STF, a grande imprensa tem a oportunidade de mostrar para seus leitores que não é tucana (ou atucanada).

É bom lembrar que essa sistemática perseguição só está acontecendo porque o PT, como disse o jornalista Mino Carta, perdeu a linha. Demoliu seu passado honrado.

PS – “Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto. Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, obrigados, certamente, a não descansar em paz”. (Mino Carta).

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Eduardo Estevam

 

Enquanto Nabuco preconizava mudanças dentro da ordem, dentro do espaço jurídico e político formal, Luiz Gama, apresentava uma postura mais radical.

 

Vários intelectuais desenvolveram um projeto político para o Brasil no século XIX, em meio às lutas e disputas políticas pela afirmação e estabilização do Estado-nação, cada um alinhando suas práticas sociais as suas concepções políticas e ideológicas. Dois intelectuais entrecruzaram-se em virtude do processo abolicionista. São eles: Joaquim Nabuco (1849-1910) e Luiz Gama (1830-1882).

O primeiro, branco, pernambucano, filho de uma família letrada e escravocrata, historiador, jurista, fez carreira política nacional (deputado) e internacional (diplomata), abolicionista, republicano e defensor de um projeto de Brasil democrático. O segundo, negro, baiano, filho de escrava e escravizado até os 17 anos, advogado, jornalista, editor (fundou em 1864 o primeiro jornal caricaturado, o Diabo Coxo), poeta, orador, abolicionista, republicano e defensor de um projeto de Brasil democrático e pluriétnico.

Nabuco desenvolveu um pensamento crítico com bastante rigor político sobre o problema da escravidão. Conjecturava uma sociedade democrática republicana que “integrasse” o negro ao universo da diversidade existente, ou seja, no mundo dos brancos. Seu projeto de modernização do sistema político e social consistia numa integração étnica hierarquizada e subalterna, onde os valores da cultura branca estariam a preponderar. Nabuco, teorizou a escravidão, jamais sobre o sujeito negro.

A escravidão foi seu objeto de análise e a base para construção de todo o seu edifício teórico-crítico. Em sua campanha abolicionista, discursou veementemente sobre os malefícios e os problemas (vícios) morais e sociais oriundos da escravidão, mas sem jamais ter discursado para negros ou diante de um público negro. Para Nabuco, arregimentar negros e insulfra-los diretamente para uma campanha anti-escravidão era perigoso, pois poderia provocar uma haitinização, ou seja, uma revolução negra.

Luiz Gama desenvolveu seu pensamento por meio da poesia satírica, textos jornalísticos e discursos político (oratória). A produção cultural de Gama situa-se num espaço construído pela diáspora e na contracultura da modernidade. Gama pretendia afirmar a contribuição africana no Brasil, justamente no momento da consolidação da identidade da nação brasileira. Sua posição era de que existia uma africanidade dentro do modelo de brasilidade construído socialmente.

Enquanto Nabuco preconizava mudanças dentro da ordem, dentro do espaço jurídico e político formal, Luiz Gama, apresentava uma postura mais radical: “o escravo que mata o senhor, seja em que circunstância for, mata sempre em legítima defesa”. O projeto de Gama para o Brasil era a construção de uma nação heterogênea em que os grupos étnicos estivessem numa condição relacional e sem privilégios.

A historiografia notabilizou e cristalizou Joaquim Nabuco, canonizando-o e ao mesmo tempo silenciando e subalternizando a produção social de Luiz Gama. Com a emergência dos estudos culturais com foco numa história vista de baixo, nas margens da cultura ou nas histórias diaspóricas jamais documentadas, redimensiona-se o lugar social da produção de Luiz Gama, consequentemente desestabiliza-se os vultos da intelectualidade brasileira.

Eduardo Estevam faz Pós-Graduação (doutorado) em História Social pela PUC-SP.

Artigo publicado originalmente no blog Tempo Presente

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daniel_thameDaniel Thame | danielthame@gmail.com

É possível dizer que mudou sem mudar, porque ao longo deste um quarto de século, continua sendo o que sempre se propôs a ser: uma televisão com a cara e as cores do Sul da Bahia, com uma profunda identidade regional.

O mês era dezembro e o ano era 1987.

Em Itabuna, todas as cores no ar anunciavam a chegada de uma nova estação. Não era o verão.

Quem chegava -e lá se vão 25 anos- era a TV Cabrália, primeira emissora de televisão do interior do Norte/Nordeste, não apenas uma repetidora da programação da Rede Manchete, a quem era afiliada.

Mas uma emissora com programação própria, vida própria e, principalmente, com a alma do Sul da Bahia.

A chegada de TV Cabrália, como era de se esperar, gerou expectativa e euforia, numa civilização orgulhosa de seu fruto de ouro e de ter forjado o próprio desenvolvimento.

O fruto de ouro, dois anos depois, perderia seu brilho, esplendor e pujança por conta de uma doença com poderes de bruxa malvada.

A TV Cabrália, símbolo daquele tempo, atravessou sobressaltos, mas resistiu ao apocalipse econômico e social  que as bruxarias provocaram, fez história. E que história.

Começou como afiliada da Rede Manchete, depois SBT e, adquirida pela Igreja Universal do Reino de Deus, passou pela Rede Record, teve uma incipiente fase na Rede Mulher e hoje integra a Record News.

É possível dizer que mudou sem mudar, porque ao longo deste um quarto de século, continua sendo o que sempre se propôs a ser: uma televisão com a cara e as cores do Sul da Bahia, com uma profunda identidade regional.

Gestada pelo espírito empreendedor do Dr. Luiz Viana Filho e que ganhou forma nas mãos do visionário Nestor Amazonas, a TV Cabrália, além de acompanhar os principais acontecimentos e se envolver nas grandes causas sulbaianas nestes 25 anos, foi uma espécie de escola de profissionais de televisão, profissão até então inexistente por essas plagas amadianas e/ou pragas vassorianas, com o perdão do trocadilho irresistível. Leia Mais

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Karoline VitalKaroline Vital | karolinevital@gmail.com

Ouço muito discurso demagógico de gente que diz saber do potencial artístico grapiúna, mas nunca viu coisa alguma. É o mesmo tipo de gente que assiste programa matutino e dá conselhos sobre dietas naturais, exercícios e decora meia dúzia de chavões de livros de autoajuda.

Mais um ano vai chegando ao fim e a turma não perde tempo de fazer suas promessas para os próximos 12 meses. Uma clássica é regular o peso através de hábitos mais saudáveis. Uns querem emagrecer, outros ganhar massa muscular, alguns apenas gostariam de gozar de mais saúde para ter a possibilidade de viverem muitos outros anos e fazer mais promessas. Todo mundo sabe o que precisa fazer e o quanto sua saúde agradecerá, mas são poucos os que realmente se arriscam.

Geralmente, para regular o peso se começa pela reeducação alimentar. Fugir das delícias pouco nutritivas às quais estamos acostumados para encarar pratos que nem sempre são atraentes logo de cara é duro, torturante. Por mais que a circunferência das nossas cinturas peça clemência, são raros aqueles que facilmente trocam o velho e gordo bife com batatas fritas por um peixe grelhado com ervas finas e uma salada crua. É difícil e sofrível acostumar com o cardápio mais leve e sadio.

E, assim como acontece com a necessidade de hábitos alimentares mais saudáveis, também é preciso investir na boa forma de nossas mentes, melhorando nossas dietas culturais. Estamos acostumados a consumir tanta tranqueira que estranhamos ao encararmos uma opção mais refinada. Existem uns e outros que adoram visitar restaurantes chiques de vez em quando para posarem de gourmets, assim como aqueles que viram tietes repentinas de figuras da MPB para tirarem onda de intelectuais. Mas para apreciar cultura de verdade é questão de hábito, refinamento gradativo do paladar.

Meio mundo reclama que na televisão só passa porcaria e emburrece, que na internet só tem baboseira, etc. Têm consciência que há alternativas melhores e engrandecedoras, têm livre acesso a elas, mas não largam os maus hábitos. São os mesmos que, ao chegar numa praça de alimentação, atacam logo os sanduíches com gosto de plástico.

Os meios de comunicação também não ajudam muito a incentivar melhores hábitos culturais. Adoram escândalos e fofocas políticas, ficam em êxtase com tragédias (se envolverem criancinhas melhor ainda) e vão ao delírio com a violência, estampando fotos dos defuntos ensanguentados e tudo mais. A parte destinada à cultura é ínfima. É um terço de bloco de um telejornal, uma notinha em um programa de rádio e uma postagem por semana num site (isso se o evento não estiver pagando pelo espaço, um banner bem dinâmico com a foto dos artistas globais).

Fica mais do que complicado tentar colocar na cabeça do povo de que ser culto não é ter lido apenas os clássicos da literatura universal ou conhecer a discografia de gênios da música. Ser culto é estar aberto a novas experiências culturais, é se permitir experimentar novos sons, imagens e sabores.

A região sulbaiana tem uma vida cultural riquíssima, com artistas que não devem nada aos importados das regiões sul e sudeste do país. E não adianta vir apenas compartilhar links em seus perfis nas redes sociais de eventos culturais locais e nem se dar ao trabalho de experimentar. Leia Mais

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henrique serapião 2Henrique Serapião |  henrique@serapiaoadvogados.com.br

O Governo Federal editou recentemente a Medida Provisória 589, que regulamenta as novas regras para o parcelamento das contribuições previdenciárias dos municípios, devidas até o dia 31 de outubro do ano corrente.

Os municípios que aderirem poderão parcelar os débitos atrasados pagando com 2%(dois por cento) de sua receita corrente líquida, autorizando a União a efetuar a retenção da obrigação corrente em seu Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Em principio, pode-se dizer que tal parcelamento vai ajudar o município na medida em que possibilita ao mesmo no momento da adesão, obter a sua Certidão Negativa. Entretanto, a bondade acaba neste exato momento.

O Governo Federal sabidamente fez incluir no texto da referida MP, a autorização dada pelo ente municipal para que a Receita Federal do Brasil possa realizar a retenção da chamada obrigação corrente. O que vem a ser a obrigação corrente? Nada mais é do que o valor devido mês a mês pelo município, a título de INSS sobre a folha de pagamento.

Nessa toada, não há que se olvidar que a apuração e retenção de tais valores é feito com base na GFIP emitida pela prefeitura, onde lá estão consignados os valores devidos. Mais que isso, no ato do protocolo do pedido de parcelamento, o município é obrigado a entregar o seu demonstrativo de receita corrente líquida, bem como os dados completos de sua folha de pagamento.

E essa é a “armadilha” do Governo Federal, por que a partir desse momento o Município perde a autonomia sobre sua principal fonte de receita o FPM. Isto porque, como a Receita Federal vai estar de posse do demonstrativo da Receita Líquida e dos dados da folha de pagamento, as retenções serão realizadas automaticamente, pouco importando as informações que venham a ser prestadas pelo município mensalmente via GFIP.

Vale observar, por mais que a Receita Federal venha negar e afirmar que as retenções serão feitas com base nas informações lançadas em GFIP, é cristalino que se trata meramente de retórica. Exemplo: se em um determinado mês um município que recolhe normalmente R$ 100.000,00 (cem mil reais) declarar o valor devido de R$ 40.000,00(quarenta mil reais), a Receita vai fazer a retenção com base na informação que ela tem no ato do pedido de parcelamento, ou seja, vai reter os R$ 100.000,00(cem mil reais). Leia Mais

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Marco Wense

 

No começo, as tetas do erário público eram açucaradas. Agora, no ocaso, no crepúsculo do governo, são azedas.

 

A boa votação de Vane do Renascer, se elegendo prefeito de Itabuna, decorreu de uma avalanche de fatores. O principal deles foi a inconteste e contagiante vontade de mudar.

Como não bastasse o chega-pra-lá no fernandismo e no geraldismo, aparece o voto útil para liquidar a fatura. Sem falar no desastroso e atabalhoado governo Azevedo.

Centenas de eleitores, com a então candidata petista Juçara Feitosa despencando nas pesquisas, optaram pela chapa dos vereadores, com Wenceslau Júnior (PCdoB) na vice.

Aliás, depois da gestão Ubaldo Dantas, considerada como uma das melhores que passou pelo Centro Administrativo Firmino Alves, Itabuna só foi governada pelo geraldismo e fernandismo.

Se Vane for bem-sucedido na sua árdua missão de colocar Itabuna no lugar que merece, resgatando a autoestima do seu povo, terá pavimentado o seu próprio e personalizado caminho.

Na sucessão de 2016 não haverá mais esse inominável sentimento de mudança. O vanismo só será sólido, se transformando em uma forte corrente política, se Vane for reeleito.

O secretariado é bom. É confiável. Não é o do desejo 100% do prefeito eleito. Mas é infinitamente melhor do que o do capitão Azevedo e do seu antecessor.
É bom lembrar que o instituto da reeleição continua com a “virgindade” intacta.

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Helenilson Chaves

 

Devemos ser extremamente gratos àqueles que conseguiram a instalação da Universidade Federal do Sul da Bahia, mas é preciso avançar no sentido de que ela venha a funcionar como um centro de disseminação de oportunidades.

 

A implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia, que terá sede em Itabuna, é fruto de ampla mobilização de todos os segmentos da sociedade organizada. Uma grande conquista para a nossa região.

A implantação de uma universidade federal vai bem além de sua estrutura física. É preciso criar as condições necessárias para que a Ufesba proporcione o surgimento de oportunidades para os sulbaianos, através do conhecimento a ser conquistado.

Estrutura física adequada e cursos que contribuam para o desenvolvimento socioeconômico e intelectual são a combinação perfeita para que possamos ter na universidade um instrumento que atenda aos anseios da população.

Devemos ser extremamente gratos àqueles que conseguiram a instalação da Universidade Federal do Sul da Bahia, mas é preciso avançar no sentido de que ela venha a funcionar como um centro de disseminação de oportunidades, num momento em que o Sul da Bahia passará por grandes transformações com a chegada de empreendimentos como o Porto Sul, a Ferrovia Oeste-Leste, o Gasoduto da Petrobrás e a rede de distribuição de gás natural da Bahiagás.

Para que possamos ter à disposição as imensas potencialidades oferecidas pela Ufesba, é preciso que nossos governantes também invistam na base do sistema educacional, com um ensino fundamental e médio de qualidade e a valorização dos professores.
Somos mais do que uma mistura de negros, índios e brancos. Somos um povo que, tendo oportunidades de se desenvolver, fazemos do espírito empreendedor a nossa marca.

E a educação é e sempre será o caminho para a cidadania. Temos no Grupo Chaves, através da Fundação Manoel Chaves, um exemplo de que a educação transforma.

Crianças e adolescentes que frequentam a escola e os cursos oferecidos pela Fundação demonstraram que quando a semente é plantada, a colheita é fértil. Muitos deles já chegaram à Universidade Estadual de Santa Cruz, em cursos como Medicina Veterinária, Educação Física e Administração. Outros já estão no mercado do trabalho, a exemplo de ex-alunos hoje funcionários do Banco do Brasil, ou iniciando seus próprios negócios.

A educação de qualidade, da base ao topo, é a garantia de um futuro melhor para nossa região.

Helenilson Chaves é empresário.

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Ricardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Eis que surgem os bairristas, alegando que a Ceplac não pode abrigar os cursos da Ufesba, pelo singelo motivo de que a sede regional não fica em Itabuna, mas em Ilhéus.

 

Já é lugar comum falar que Ilhéus e Itabuna são cidades que se complementam, mas a ideia ainda enfrenta a resistência de uma rivalidade pouco sensata, estimulada em passado recente por uma estúpida disputa territorial, cujo estopim foi a construção de dois supermercados no limite entre os dois municípios.

As expressões de bairrismo foram tão patéticas, que não titubeamos em tratar o assunto com a importância e seriedade que ele merecia. Ou seja, nenhuma. Aqui mesmo neste blog, cunhamos o pomposo título “A Batalha de Quiricós”, uma ironia que fazia referência à ilha situada nos fundos do Atacadão, onde passa a linha divisória.

Enquanto uns se preocupavam com a linha que divide, deixavam-se de lado as tantas questões que unem e são capazes de, realmente, promover o desenvolvimento regional. Muito mais do que a arrecadação de impostos gerada pelos empreendimentos instalados nas cercanias de Quiricós.

Há anos se discute a ideia de transformar Ilhéus e Itabuna em uma região metropolitana, proposta que será fatalmente concretizada pela simples razão de que a política não pode andar de costas para a realidade. Juntas, as duas cidades terão força e poderão enfrentar problemas que não são pequenos, como a recuperação do Rio Cachoeira e a destinação do lixo, entre outros.

No mundo real, que desdenha de bairrismos, Ilhéus e Itabuna já estão juntas. Seja pela proximidade física, seja pela logística que aproveita da melhor forma o que cada uma tem a oferecer. Quantos moradores de Itabuna trabalham em Ilhéus, e vice-versa?

O complexo logístico que está para ser instalado em Ilhéus, com o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), atrairá empresas não somente para esta cidade, mas para toda a região. Como lembrou o governador Jaques Wagner, após a emissão da Licença Prévia do porto pelo Ibama, não haverá fábricas ou siderúrgicas nas imediações da retroárea do terminal marítimo de Aritaguá. Ou seja, as indústrias terão que se instalar em outras partes do próprio município de Ilhéus e em outros da região. De qualquer forma, o desenvolvimento que se vislumbra é regional, não municipal.

O tema é aqui colocado em função da ideia do deputado federal Josias Gomes, que propõe a instalação da reitoria da futura Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufesba) em Itabuna, e a utilização da sede regional da Ceplac para a implantação de cursos da instituição de ensino. O argumento do parlamentar é o de que esse caminho adiantaria em dois anos o início do funcionamento da universidade, antecipando-o de 2017 para 2015. Considera ainda a conveniência de aproveitar estruturas que se encontram ociosas na Ceplac.

Diante da proposta, eis que surgem os bairristas, alegando que a Ceplac não pode abrigar os cursos da Ufesba, pelo singelo motivo de que a sede regional não fica em Itabuna, mas em Ilhéus. Essa é uma mentalidade que precisa ser vencida para que a região avance e a rivalidade entre Itabuna e Ilhéus fique restrita ao Clássico do Cacau, o famoso confronto entre o Azulino e o Colo Colo.

Ricardo Ribeiro é advogado, blogueiro e se sente um “italheense”.

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Juliana Soledade | jsoledade@uol.com.br

 

A falta de estrutura física, material e até mesmo humana segue retardando o progresso social e jurídico do país.

 

Os chamados direitos e garantias fundamentais como legalidade, igualdade, isonomia, liberdade, devido processo legal, contraditório e ampla defesa, estabeleceram novos parâmetros para o sistema normativo brasileiro.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, em face do sistema normativo anterior, os chamados direitos e garantias fundamentais como legalidade, igualdade, isonomia, liberdade, devido processo legal, contraditório e ampla defesa, estabeleceram novos parâmetros para o sistema normativo brasileiro.

A partir daí, teve início um movimento gradual de conscientização acerca do direito de acesso ao Judiciário, antes visto como um direito restrito às elites. Porém, a facilitação do acesso não significa necessariamente dizer que haja promoção de justiça.

Para além da boa vontade do legislador constituinte, não se pode olvidar que o sistema é uma “máquina lenta e pesada”, necessitando de tempo para se adaptar às mudanças. Obviamente, essa demora na resposta aos conflitos tem consequências para o próprio Judiciário, na medida em que este não fornece soluções prontamente, sujeitando o cidadão às facetas cruéis dos diversos mecanismos de manobras: insegurança jurídica, violação do próprio acesso à justiça, desrespeito à duração razoável do processo e a consequente sensação de impunidade, além de prejuízos à economia de modo geral.

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Gustavo Haun | g_a_haun@hotmail.com

 

Apesar de toda a polêmica criada pelos patrícios d’ além-mar, a regra ortográfica unificada tende a ser irreversível, pois é necessária para se tornar um dos idiomas oficiais da ONU.

 

Os oito países lusófonos ou Comunidade de Países de Língua Portuguesa – CPLP, (são eles Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor Leste) estão tentando implantar a regra ortográfica única desde 1990. Porém, Brasil e Portugal tentam desde 1931 uma uniformidade.

A regra ortográfica vigente até agora no Brasil foi instituída pelos militares, no ano de 1971, e ficou conhecida por eliminar o acento circunflexo (êle, sôbre, etc.). Antes dessa, já havia tido outra reforma feita em 1943.

A última reforma ortográfica de Portugal data de 1945, ou seja, em termos linguísticos, muita coisa mudou de lá para cá.
Mesmo com os portugueses criando o maior entrave – por exemplo, o prêmio Nobel José Saramago era um ardoroso inimigo – com a implantação da nova regra ortográfica, porque temiam/temem o “abrasileiramento” da língua de Camões (Portugal mudaria 1,6% e Brasil 0,57% do léxico), o Parlamento Português aceitou o pedido dos demais países, cedendo a pressões, como a do governo brasileiro, responsável por 190 milhões de falantes. No total são 240 milhões de falantes do português no mundo, o que faz a L. P. ser a quinta língua mais falada.

Então, ficou acertado que, no Brasil, haveria 04 anos de adaptação (de 2009 a 2012) e, a partir de 1º de janeiro de 2013, tornar-se-ia obrigatória para todas as instâncias do país.

Mas não foi unanimidade entre os países esse tempo de transição. Portugal, Guiné-Bissau, Timor Leste e São Tomé e Príncipe estenderam o prazo para 2015. Angola e Moçambique são os mais atrasados e ainda não estipularam o período de transição.

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Karoline Vital |karolinevital@gmail.com

 

Mais do que pedidos, as cartinhas traziam sonhos. E, quanto me custaria para realizar alguns deles?

 

Na manhã do dia 25 de dezembro, pulei da cama logo cedo. A ansiedade era tanta que segurei o xixi mais um pouquinho e corri para a janela. Lá, estava o meu sapato favorito. Sapato, não. Minha conga favorita, a mais colorida de todas, berrando toda a extravagância do início dos anos 1990. Afinal, ela seria o local onde Papai Noel colocaria o meu presente.

De longe, vi que o calçado estava vazio. Dentro tinha um papel dobrado, diferente da cartinha que eu havia deixado na noite anterior. O texto era mais ou menos assim: “Karol, infelizmente, por causa das enchentes que aconteceram no Rio de Janeiro, não pude trazer o seu presentinho para atender outras crianças. Continue se comportando. Esse será o nosso segredo. Papai Noel”. A caligrafia era idêntica à do meu pai. Só a assinatura se diferenciava, mais cursiva. Apesar da decepção, guardei a cartinha dentro do meu estojo do Menino Maluquinho, que seria o meu companheiro da terceira série.

– Por que Papai Noel tem a mesma letra do senhor, pai?

– É porque você já está acostumada a ler o que eu escrevo. Então, ele deve ter imitado a minha letra para que você entendesse melhor!

O argumento era mais frágil que celular Xing-ling e não foi tão simples enganar uma menina de oito anos. Mas eu tive que me resignar. Sabia que não tinha sido Papai Noel o autor da carta. Afinal, nunca soube que o bom velhinho trabalhava em agências humanitárias.

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