A três meses do fim do segundo mandato, o governador Rui Costa (PT), 59, tem se pronunciado em tom de despedida. Ontem (29), na entrevista que concedeu à Rádio Metrópole, de Salvador, foi às lágrimas em mais de uma ocasião. A exemplo do primeiro discurso à frente do Governo da Bahia, no dia 1º de janeiro de 2015, relembrou o papel de sua mãe, Maria Luiza Costa dos Santos, falecida em 1995, na sua formação.
– Não fui preparado pelo meu pai e pela minha mãe para ser governador. Nunca tive ambição pessoal, e a vida foi me empurrando para fazer da minha vida a extensão do que minha mãe fazia. O que minha mãe fazia? Cuidar de gente, cuidar dos filhos, cuidar dos idosos da favela, cuidar da meninada da favela. Tudo que acontecia na comunidade, minha mãe estava envolvida: no Natal, no Dia das Mães, no Dia dos Pais, para queimar o Judas, fazer o São João, a brincadeira do Dia das Crianças. Ela era a mãezona – disse o governador, já com a voz embargada.
“MUDAMOS PADRÃO DE DESENVOLVIMENTO DE ILHÉUS E ITABUNA”
A visita mais recente do governador ao sul da Bahia, nesta semana, também foi tema da entrevista. “Eu me sinto com a alma realizada. Cheguei ontem [28] em Ilhéus, as pessoas abraçando, pedindo para tirar selfie, em Itabuna, por eu passo”, contou Rui.
O petista elencou as obras do Estado no eixo Ilhéus-Itabuna. “O Hospital Regional Costa do Cacau, uma maternidade de alta complexidade, uma UPA, três postos de saúde, duplicação do litoral sul [de Ilhéus] e nós vamos ampliar, a duplicação do litoral norte, que nós vamos começar agora”.
Também mencionou a barragem do Rio Colônia, em Itapé, a Policlínica Regional de Itabuna e obras em andamento, como o Porto Sul, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a nova rodovia entre Ilhéus e Itabuna, a BA-649.
– Na história da região sul, de Itabuna e Ilhéus, me orgulho de poder dizer: em nenhum período da história da Bahia, aquelas cidades receberam tantos investimentos. […] Nós mudamos o padrão urbanístico e de desenvolvimento dessas cidades. Ainda tem muito o que fazer, mas me orgulho do que foi feito – afirmou Rui Costa, antes de ser lembrado, pelo radialista Mário Kertész, da ponte Jorge Amado.
PRECATÓRIOS DO FUNDEF
Nessa quinta-feira (29), o Governo da Bahia pagou R$ 1,4 bilhão em precatórios do Fundef a professores ativos e aposentados da rede estadual (veja aqui). Segundo Rui, neste momento, a legislação brasileira impede o Estado de pagar os juros acrescidos aos precatórios.
“A Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei eleitoral impedem que eu faça qualquer pagamento adicional ao servidor público, que não esteja estritamente em decisão judicial e que eu não seja obrigado a pagar. Por quê? Porque a lei prevê que, nos últimos seis meses de mandato, o governador não pode fazer gastos extras de pessoal”, alegou.