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O ex-deputado federal e ex-presidente do PT na Bahia, Josias Gomes, está com o pé na estrada para voltar à Câmara dos Deputados. Passou recentemente alguns dias em Itabuna, segundo ele para manter contatos com grupos que o apoiam nesta cidade e em outras da região sul da Bahia.

Numa entrevista ao Pimenta, o político abordou de maneira positiva a aproximação entre o governador Jaques Wagner e forças que fizeram parte do núcleo duro do antigo carlismo, a exemplo do senador César Borges. Para o ex-deputado, a ampliação da base é necessária para consolidar o processo de mudança no comando do Estado. No entanto, ele afirma que o modelo da gestão não será alterado pelas novas composições.

Josias também relembrou o episódio do mensalão que, segundo ele, não passou de uma tentativa da oposição e da “imprensa golpista” de interromper o mandato do presidente Lula. Embora elogie o chamego de Wagner com os legatários do carlismo, o ex-deputado não perdoa o DEM, ao lembrar que o ex-presidente do PFL (antiga sigla do partido), Jorge Bornhausen, vaticinou o fim da “raça” do PT. “Felizmente, a raça que está acabando é a dele e não a nossa”, contra-atacou o petista.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

O que você pensa a respeito da costura política que vem sendo realizada pelo governador Wagner? O grupo não está muito permeável aos antigos carlistas?

Com relação às críticas dos petistas a essa “aproximação ao carlismo”, eu vejo com naturalidade. Não fosse assim não seríamos esse partido com uma multiplicidade de correntes e pensamentos, que torna o PT especial. Agora, tem mais gente de fora do PT que não está compreendendo o momento político que a Bahia vive, que é de transição. E essa transição o governador Jaques Wagner conduz de forma ímpar, reerguendo valores democráticos importantíssimos e ampliando o espaço da cidadania. Ao mesmo tempo, sabe-se que nós temos a necessidade de aumentar o espaço do PT junto com os aliados na política estadual para que o processo se conclua com o nosso partido sendo o grande timoneiro desse momento político rico que nós estamos vivendo. Se por um lado os petistas fazem a crítica, correta ou não, por outro a preocupação de alguns está no fato de que a ampliação implica na possibilidade concreta de ganharmos as eleições. E isso incomoda muita gente.

É fácil explicar essas novas opções de Wagner para o eleitorado?

Não se trata de uma mudança de rumo estratégico do PT em relação ao eleitorado cativo e tradicional do PT. Nossas políticas públicas voltadas para o atendimento da maioria do povo baiano vão continuar existindo. Nós continuaremos sendo um partido de esquerda, socialista. O que estamos buscando, se ocorrer a vinda do senador César Borges, é a ampliação do nosso raio de ação política no Estado, o que difere radicalmente da visão de que nós estamos nos misturando ao carlismo. São os políticos egressos dessa corrente que já enxergam no PT uma nova forma de se fazer política e estão vindo pra cá. Eles terão que ser bem-vindos, a exemplo do que Lula fez no País quando, precisando ampliar sua base de sustentação no Congresso, buscou apoio em setores que antes não seguiam conosco. Nem por isso nós deixamos de fazer as mudanças estruturais no País e de nos mantermos como o partido de esquerda e socialista que somos.

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“Ao destroçar o núcleo hegemônico do carlismo, só quem ganha é o PT, que tem massa crítica, organização social e é um partido do tamanho da Bahia e da grandeza do povo baiano”

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Mas há alguns anos esse cenário que está sendo traçado na Bahia seria inimaginável.

Essa é uma situação normal na política de um Estado onde há quarenta anos foi criado um modo próprio de agir na política e pouco espaço restou. Agora, as pessoas precisam entender que nós estamos nisso por mérito do nosso partido. Não devemos favor a quem quer que seja do carlismo por ter chegado aonde chegamos. Foi por mérito, porque fizemos e temos uma militância aguerrida, movimento social e sindical conosco e esses companheiros e companheiras de todo o Estado é que nos tornaram esse partido líder, que está promovendo transformações das mais importantes, seja no campo da educação, da saúde, seja na remontagem da infraestrutura do Estado, como também operando em alta na política baiana. Ao destroçar o núcleo hegemônico do carlismo, só quem ganha é o PT, que tem massa crítica, organização social e é um partido do tamanho da Bahia e da grandeza do povo baiano. Quem ganha é o PT, ao desmontar esse esquema e ser o partido que recebe grande parte das pessoas que foram legatárias de um tipo de política que já está ultrapassado.

Essas alianças se dão porque figuras como César Borges e Fernando de Fabinho acreditam no projeto do PT ou seria, para eles, uma estratégia de sobrevivência política?

Eu acredito na seriedade das pessoas e tenho visto várias lideranças locais dizendo que pela primeira vez elas estão vendo pessoas fazerem política de outra forma na Bahia. Eu acredito na mudança das pessoas, embora alguns possam até vir por achar que sem governo não dá para sobreviver politicamente.

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“Para quem esteve na oposição e agora está na situação não há nada que não possa ser modificado”

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Quando o governador nomeia para a Procuradoria-Geral do Estado um nome que ficou em último lugar na lista tríplice, ele não acaba se assemelhando ao carlismo também nas práticas administrativas?

Essa é uma questão pela qual nós temos até que nos penitenciar porque lá atrás nós éramos muito defensores da tese de que o primeiro lugar é que deveria ser indicado a qualquer custo. Acontece que a legislação é clara ao prever que são os três mais votados que vão à chancela do governador. Ele ouviu os três e ponderou que para o andamento do processo no Ministério Público convinha a indicação do terceiro colocado. Havia uma crítica nossa, mas para quem esteve na oposição e agora está na situação não há nada que não possa ser modificado. Eu não vejo esse episódio como uma semelhança ao carlismo. Nós somos, eu repito, um partido socialista e de esquerda.

Até onde o governo Wagner estaria disposto a ceder para que haja uma harmonização de interesses com as novas forças que passarão a apoiá-lo?

Todo governo tem um núcleo orientador das suas ações e aqui eu não me refiro a pessoas, mas a um núcleo ideológico e político. Esse é um centro do qual nós não podemos nos afastar. Em qualquer administração do PT, isso é muito patente. As políticas públicas devem ser bem feitas, gerenciadas com muito carinho, transparência e a capacidade de chegar aos que mais necessitam do serviço público com muita qualidade. Essa marca do PT tem orientado todas as nossas gestões e disso nós não vamos abrir mão. Não tenho dúvida de que o ato de ceder na política é importante, mas não devemos perder os princípios norteadores das nossas ações.

A capacidade de articulação do governador Wagner sempre foi elogiada. Você acha que o Wagner administrador está no mesmo nível?

A crítica que se faz à nossa gestão é muito em função primeiro de um preconceito de que o PT não sabe administrar, que só sabia fazer greve etc. e infelizmente alguns setores na Bahia ainda continuam com essa visão. Depois, tem o fato de ser a primeira vez que participamos da administração do Estado e ainda a circunstância de termos administrado poucas grandes cidades baianas. Então, a visão das pessoas é a de que nós não temos técnicos para gerir a máquina pública, o que é uma falácia. Se fosse assim, o governo Lula não seria o sucesso que é. Haverá oportunidade agora na eleição de provarmos o que foi feito nesses quatro anos e o que foi realizado pelo governo anterior. Assim a população poderá observar que temos, sim, gerentes capazes de fazer muito bem feito, com o olhar voltado especialmente para os que mais necessitam do serviço público.

Voltando ligeiramente à política de alianças, podemos considerar que o governo Lula só começou a se acertar quando se abriu mais para os aliados…

Tudo é um aprendizado. Foi o primeiro governo de Lula, uma gestão na qual estávamos ancorados à Carta ao Povo Brasileiro e precisávamos cumprir com aquilo. É natural que no primeiro momento tenhamos tido erros e acertos. Agora, se fizermos um balanço, e o povo brasileiro está fazendo, terão destaque os acertos do nosso governo, inclusive o fato de termos aberto espaço para os aliados. E isso é uma marca do nosso partido, apesar de as pessoas dizerem que nós gostamos de administrar sozinhos, o que não é verdade. De 36 ministérios no governo federal, o PT tem apenas 18.

A participação do PT é menor no governo baiano.

O importante é que na Bahia os cargos foram divididos para o PT e os partidos aliados de modo que todos pudessem ocupar posições de ponta. Você pode ver que os partidos aliados estão em grandes secretarias, que aliás estão tocando muito bem. Não podemos deixar de reconhecer o trabalho que o PP vem fazendo, assim como o PDT, o PCdoB, o PSB, o PV… Então, observe que tanto os aliados quanto o PT estão contemplados na gestão.

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“A violência não é um fenômeno baiano, mas um problema que aflige a humanidade e isso nos remete a uma questão de valores”

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Como você analisa a dificuldade do governo Wagner para enfrentar os problemas relacionados à segurança pública?

O governador Jaques Wagner tem sido muito competente para enfrentar esse problema que a Bahia, o Brasil e o mundo enfrentam. Na verdade, a violência não é um fenômeno baiano, mas um problema que aflige a humanidade e isso nos remete a uma questão de valores. As pessoas precisam se dar conta de que nos encontramos numa situação em que determinados valores que serviam para a agregação e o controle social passaram a não ser mais respeitados. Estão surgindo determinadas mudanças de comportamento nas pessoas… É um choque ver as gangues que aparecem em Salvador proveniente de gente de classe média-alta, que você jamais poderia imaginar. Claro que a repressão ao crime tem recrudescido, tanto nas grandes cidades quanto no interior. O aumento do efetivo humano, da quantidade de viaturas nas polícias civil e militar, são fatos notórios, mas ao mesmo tempo nós temos que buscar outras explicações que deem conta dessa mudança comportamental no povo brasileiro. É algo que nos assusta ver como a banalização da vida está sendo uma constante.

Já que você almeja retornar à Câmara dos Deputados, que projeto de lei defenderia para atacar o problema da violência? Reduzir a maioridade penal seria uma solução?

Essa questão de reduzir a maioridade é uma bobagem, até porque o nosso sistema prisional não ressocializa ninguém. Eu creio que as políticas sociais implementadas no Brasil pelo governo Lula ajudarão sobremaneira a elevar a auto-estima do povo e assim reduziremos muito a questão da violência. Claro que não é atributo de pobre e favelado serem violentos, mesmo porque eu acabei de citar a existência de gangues de classe média. Quero dizer que o conjunto da obra é que fará uma mudança comportamental para melhor do povo brasileiro de modo geral.

Como você vê o envolvimento cada vez maior de policiais militares e civis com o tráfico e grupos de extermínio?

Lamentavelmente, ainda existe uma parte da polícia que exige certo cuidado por parte dos governantes. Não sei se é despreparo ou má-índole mesmo, mas o fato é que isso cria uma sensação de insegurança. Eu quero deixar claro para a população que isso logicamente não é o que predomina. São exceções que infelizmente existem, mas as corporações são muito bem preparadas para a defesa do povo. Os desvios comportamentais estão presentes na sociedade e a polícia é também um extrato da nossa sociedade.

A classe política de modo geral enfrenta um descrédito e a sua situação não é diferente, em função do desgaste enfrentado no primeiro mandato com o episódio do “mensalão”. Como está sendo o trabalho de reconquistar o eleitor?

Em relação a mim, a recepção à proposta de voltar à Câmara tem sido muito positiva. Felizmente, as pessoas entenderam que houve um forte exagero, uma tentativa, por meio daquela crise de 2005, chamada crise do mensalão, de desestabilização do presidente Lula. Na verdade, desestabilização é pouco, pois a direita entendeu que aquele era o momento de decretar o impeachment de Lula. Eles não imaginavam ser possível que um governo de esquerda tivesse sucesso no país e já sentiam uma necessidade de intervenção brusca no sentido de interromper esse governo que viria a mudar sensivelmente a face política brasileira. Nesse sentido, é lapidar a frase do então presidente do PFL (atual DEM), senador Jorge Bornhausen, que disse: “está na hora de acabar com essa raça”. Felizmente, o Jorge Bornhausen profetizou errado, pois a raça que está acabando é a dele e não a nossa.

Mas você saiu bem chamuscado do episódio…

Eu fui tragado por aquela onda de parte da imprensa brasileira, mas essa fase passou. O PT recuperou a sua imagem perante a população e tem sido muito frutífera a minha busca pelo retorno à Câmara. Por outro lado, sempre houve processos semelhantes na história política do Brasil, como se deu com Getúlio Vargas. Há uma recorrência nesse tema na política brasileira, o que desacredita muito os políticos. Parte da imprensa insiste nessa tese porque cada vez mais o povo se interessa por política e, num momento como esse, o interesse maior é pelo partido da vez, que é o Partido dos Trabalhadores. Não interessa à imprensa golpista, que está a serviço da minoria que governou o país durante mais de 500 anos, que o PT faça história nesse país positivamente como está fazendo. Neste ano, a imprensa golpista já tentou emplacar três histórias de corrupção no PT: a primeira com (Fernando) Pimentel, que estaria transacionando com doleiro – o procurador que está investigando essa questão declarou que o Pimentel não estava indiciado pelo que o noticiário falou; depois veio o caso da banda larga, onde disseram que o companheiro José Dirceu estava fazendo transações e de novo houve desmentido, inclusive da CGU…

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“Se não tivéssemos atacado, talvez hoje a Petrobras, o Banco do Brasil, a Codevasf, a Chesf e tudo mais estaria privatizado”

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O José Dirceu admitiu que recebeu R$ 620 mil para consultoria a empresas interessadas na expansão da banda larga.

Mas isso não tem relação com o projeto do governo de reequipar a Telebras para implantar a banda larga em todo o País. Na medida em que isso deixa de ser feito por empresas privadas e passa a ser feito pelo Estado, quem é contra o Estado grande, como os tucanos e o DEM,  vai tentar de toda forma denegrir, criando situações para que nós façamos o que eles fizeram, privatizar o País como eles tentaram. Se nós não tivéssemos atacado em boa hora, talvez hoje a Petrobras, o Banco do Brasil, a Codevasf, a Chesf e tudo mais estaria privatizado.

O terceiro caso seria o do Bancoop…

Pois é, mais uma vez o promotor que acusa o Vaccari [João Vaccari Neto, secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT], a história dele vocês podem conferir na imprensa que ele, o promotor, sempre serviu aos tucanos. Essa é uma história requentada, pois a questão do Bancoop vem há mais de dez anos. Eles requentam e trazem nesse momento para vir reacender esse tema de corrupção junto ao PT. Isso não cola, não há hipótese de colar em nós essa pecha. O povo brasileiro já sabe distinguir o que é essa tal imprensa golpista.

A denúncia é do promotor. Então, seria ele também um golpista?

O promotor requentou uma denúncia de mais de dez anos contra a Cooperativa dos Bancários de São Paulo e foi procurar a imprensa. O [José Carlos] Blat é conhecido nisso e aparece novamente com a mesma história.

Voltando ao plano estadual, Wagner liquida a fatura no primeiro turno?

Eu torço para que isso ocorra. Quatro anos não é um tempo suficiente para que nós possamos concluir esse processo de transição política, de afirmação da cultura dos direitos junto à população e de mudar a concepção da gestão pública. Existem acertos do núcleo político do governo, que tem atuado com muita maestria e criado, em consequência, a possibilidade real de ganharmos essa eleição no primeiro turno.

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Direto do Radar, da revista Veja

Na frente? 1
De acordo com informações já do conhecimento do partido, o PSDB saiu-se mal em uma pesquisa nacional de intenção de voto a ser divulgada na quarta-feira. Ela mostra um empate técnico de José Serra e Dilma Rousseff, mas com a petista 1 ponto porcentual à frente. A pesquisa foi feita entre 5 e 10 de março com 2 002 pessoas em 142 municípios.

Na frente? 2
Outra pesquisa, desta vez encomendada pelo PT, foi levada ao Planalto na sexta-feira. Deu pela primeira vez Dilma Rousseff 3 pontos à frente de José Serra.

O rei dos palanques está aflito
Aos mais próximos, Lula tem reclamado da (falta de) desenvoltura de Dilma Rousseff nos palanques. Avalia que os seus discursos são longos e sem emoção.

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Durou pouco menos de 10 minutos a visita de Paulo Souto a Itabuna, nesta sexta-feira, 12. Atraído a uma festa da presidente do Democratas local, Maria Alice Pereira, o ex-governador baiano ficou uma fera com o pequeno público no clube da Usemi. Souto veio acompanhado do também ex-governador Nilo Coelho, dos deputados João Almeida (PSDB) e Sandro Régis (PR) e do ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, pré-candidato ao Senado baiano.

O presidente estadual do DEM esperava um grande público e reunião de lideranças regionais do campo do Democratas. Doce ilusão. Por lá, encontravam-se apenas os prefeitos de Itabuna, Capitão Azevedo (DEM), e de Itajuípe, Marcos Dantas (PP). O público reunido por lá, neste momento, não enche a Kombi do partido.

Souto abandonou a festa com a desculpa de que tinha compromisso em outra cidade.

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Em guerra com o ministro Geddel Vieira Lima há tempos, o site Pura Política disponibilizou um vídeo que mostra a ascensão política (e financeira) do peemedebista e pré-candidato ao governo da Bahia.

O vídeo relembra o escândalo do Baneb e traz trechos de uma gravação em que o falecido Jonival Lucas conversa com José Lourenço, à época deputados federais, e chama Geddel de “agatunado”. Ainda acusa o peemedebista de entrar para a política só para enriquecer. Confira o vídeo clicando aqui.

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O PV realiza encontro regional, no próximo dia 13, às 14h, no plenário da Câmara de Vereadores de Ilhéus, com as presenças dos deputados Edson Duarte e Luiz Bassuma, pré-candidatos ao Senado e ao governo baiano, respectivamente.

O encontro ocorre em um momento que o ilheense Ruy Carvalho se posiciona contra a pré-candidatura de Bassuma ao Governo e se lança na disputa pelo Palácio de Ondina. O pretexto para o encontro é um debate sobre o Porto Sul.

Resta saber se Ruy vai aparecer por lá.

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Cláudio Dourado (PTB), prefeito de Ibicuí, no sudoeste baiano, se reuniu com o deputado Geraldo Simões e lhe garantiu apoio ao projeto de reeleição do parlamentar e vice-líder do PT na Câmara Federal.

A conversa da dupla foi ouvida pelo vereador itabunense Ruy Machado (PRP), que está de malas prontas para embarcar no PTB. O vereador aparece como o articulador do encontro entre Cláudio Dourado e GS.

Cláudio Dourado pertence a um partido do arco de alianças do ministro Geddel Vieira Lima, mas reforça que sua opção em 2010 será o governador Jaques Wagner e a ministra Dilma Roussef para presidente.

Dourado, Geraldo e Ruy: apoio à reeleição.
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São próximas de zero as chances do PT obter uma vaga ao Senado Federal na sucessão baiana. Quem afirma é uma fonte da alta cúpula do Palácio de Ondina. “O governador Wagner já deixou claro que o PT terá apenas uma vaga na majoritária”. Essa vaga, por exclusão, é a do próprio Galego.

A fonte rebate informação de que a presença de Waldir Pires na chapa seria uma vontade do governador (confira abaixo). “Para aglutinar, teremos que abrir espaço para outros partidos. Wagner expôs essa necessidade e trabalha para ampliar a aliança”.

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O vereador Roberto de Souza (PR) aposta todas as suas fichas na presença do senador César Borges na chapa à reeleição do governador Jaques Wagner.

Souza quer se cacifar para as eleições de 2012, quando deve disputar a prefeitura de Itabuna. A presença de Borges na chapa de Wagner, raciocina Roberto, ajudaria no seu projeto.

Depois de quatro mandatos consecutivos como vereador, ele mira a sucessão do prefeito Capitão Azevedo (DEM).

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Norman Mailer

Dilma, Lula, produtor, Wagner… Cadê GV?

De branco, rosto limpo, sem óculos escuros, apenas a irreparável barba grisalha, o governador Jaques Wagner chegou cedo nesta sexta-feira (5) ao Aeroporto de Petrolina para recepcionar o presidente Lula e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Concedeu uma entrevista para uma emissora de rádio local e fez comentários sobre a aliança com o senador César Borges e o clima de aproximação provocado pelo presidente Lula com o PMDB baiano.

De azul claro, rosto queimado e óculos, o ministro da Integração também chegou cedo, na segunda-feira (1), a fim de organizar os preparativos da visita do presidente Lula. Por um desses despautérios da vida, Geddel só perdeu o horário desta sexta-feira. O vacilo custou caro, porque a assessoria de imprensa do governador baiano divulgava para os quatro cantos a entrevista de Wagner, que logo seria intercalada por outra do presidente Lula.

Na descida do avião, Wagner é puxado pelo companheiro de partido e acompanhado de perto pelo recém-aliado da pré-candidatura de Dilma no âmbito nacional, César Borges, do PR. Já na entrevista, Lula teceu comentário sobre os dois palanques na Bahia, e deixou claro que o desejo dele é a continuidade da aliança vitoriosa que elegeu Wagner e reelegeu o presidente em 2006.

Ainda no pátio do aeroporto, Wagner estende a mão ao ministro, que ergue a mão direta, enquanto o governador olha para o alto, como quem pede paciência aos céus e já ouviu do presidente novas recomendações para aceitar o peemedebista novamente na chapa para senador.

Conversa vai, conversa vem, ao longe, o ministro Geddel assiste atônito o presidente convidar o governador da Bahia para entrar no carro da presidência. Só Lula e Wagner. Nem Dilma acompanhou Geddel em outro veículo. O isolamento é evidente.

Sempre ao lado do presidente, Wagner visita as instalações da Codevasf. O sorriso largo não esconde a satisfação de quem arquiteta de maneira minuciosa a aproximação do PR e do senador César Borges, a corrosão do nicho do principal adversário, o ex-governador Paulo Souto, que a cada dia lamenta a saída de um corregilionário, e o isolamento de um ex-aliado refém de uma decisão precipitada e audaciosa, o ministro da integração, que não encontra sustentação nem musculatura política capazes de alavancarem uma candidatura que nasceu órfão.

A inclemência do tempo, apesar de ter tido a oportunidade de preparar o terreno da visita do presidente in loco, sorrateiramente tapeou o ministro Geddel. Os minutos e as horas desta sexta-feira (5), aparentemente correram a favor de um enredo cronologicamente definido pela equipe do governador Jaques Wagner, que transformou uma obra tocada pelo Ministério da Integração Nacional, numa iniciativa da mãe do PAC, a ministra Dilma Rousseff, a partir de uma proximidade que o governador baiano possui com o presidente Lula. Xeque.

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Marco Wense

Uma conversa com o irreverente Juvenal Maynart, correligionário muito próximo do ministro Geddel Vieira Lima, pré-candidato do PMDB ao Palácio de Ondina, é sempre proveitosa. Não há espaço para o futebol ou qualquer outro assunto que não seja política.

Em relação ao rompimento de Geddel com o governador Jaques Wagner ou vice-versa, Juvenal diz que “não adianta chorar o leite derramado”, descartando qualquer possibilidade de reaproximação entre o peemedebista e o petista.

O “leite derramado” significa, pelo menos na minha modesta opinião, que o racha não foi bom para os dois políticos, principalmente para Geddel, que corre o risco de não disputar um eventual segundo turno e, como consequência, ficar sem mandato durante quatro anos.

Como o movediço e emaranhado processo político permite a formulação de hipóteses, muitos eleitores começam a fazer, até para si mesmo, a seguinte pergunta: Como estaria a sucessão estadual se não houvesse o rompimento entre Wagner e Geddel?

Em dois pontos, os peemedebistas e petistas concordam: 1) Wagner, que busca o segundo mandato, estaria em uma posição mais confortável nas pesquisas de intenção de voto. 2) Geddel seria um fortíssimo candidato ao senado da República.

O governador, se reelegendo, fica impedido de disputar a re-reeleição em 2014. O candidato natural seria o ministro Geddel. Qualquer tentativa do PT para lançar candidatura própria não teria o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva e, quem sabe, do próprio Wagner.

Com Wagner e Geddel unidos, respectivamente no comando do governo do Estado e do ministério da Integração Nacional, o DEM teria dificuldades para arrumar um candidato a governador.

E Paulo Souto? Ora, o ex-governador, diante de uma provável reeleição de Wagner já no primeiro turno, não iria trocar uma garantida eleição para a Câmara Federal para ser protagonista de uma aventura.  O espírito de Tarzan ficaria com ACM Neto.

Sem o imbróglio de dois palanques, com a presença do presidente Lula e de Dilma Rousseff, tendo ao lado Geddel, vários partidos aliados e uma enxurrada de prefeitos, o “galego” só iria precisar de “meio turno” para liquidar a fatura.
O leite, para a felicidade dos democratas (DEM), foi derramado.

NA ESPERA

Capitão Fábio.

O deputado Capitão Fábio, que já desistiu de ser candidato a prefeito de Itabuna em três oportunidades, acredita no apoio da petista Juçara Feitosa ao seu projeto de reeleição para o Parlamento estadual.

De olho nos mais de 40 mil votos que a ex-primeira dama obteve na última sucessão municipal, Fábio Santana espera uma declaração pública de apoio da ex-primeira dama de Itabuna.

Para os correligionários mais próximos do parlamentar, a manifestação de apoio pode acontecer na entrevista de Juçara para anunciar que não é mais pré-candidata à Assembleia Legislativa do Estado.

Os fabistas, pelo menos os mais lúcidos, ainda desconfiam desse tão badalado, comentado e propalado apoio.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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A professora Miralva Moitinho passou à história do PT itabunense como a primeira mulher a presidir o diretório local.

Içada ao posto com o auxílio das mãos de ferro do ‘coroné’ Geraldo Simões, tido e havido como o dono da legenda nos limites de Itabuna, a diretora da Direc 7 afirma que o primeiro desafio será movimentar a base, recriar os núcleos do PT nos bairros. “Vamos botar o PT na rua, de onde ele nunca deveria ter saído”.

A solenidade de posse ocorreu no início da noite desta sexta-feira, 5, no escritório político do deputado Geraldo Simões, na Beira-Rio. “A nossa sede está em reforma”, justifica Miralva.

A nova presidenta promete tirar o PT itabunense da toca e puxar o debate interno, debate de ideias sobre a postura que se quer em relação ao governo municipal. “Não estaremos aqui para brincadeira”, diz, observando que se quer construir uma oposição de agenda positiva.

Afiada, Miralva acredita que há passividade administrativa em Itabuna. “O DEM tem o prefeito, mas quem trabalha por Itabuna é o PT”, cutuca. É uma referência aos mais de R$ 210 milhões – a conta é dos petistas – que os governos estadual e federal estão investindo no município em áreas como saneamento, reurbanização e habitação.

DEBATES DE VOLTA

O partido também sinaliza uma ofensiva em ano eleitoral. Miralva quer recuperar a imagem de partido de frente, motivar a militância. Taí um desafio daqueles. Os petistas, em boa parte, estão desmotivados com o fim dos debates e da pluralidade de ideias e comando-de-uma-nota-só. Há quem compare a nova presidenta à dirigente do DEM, Maria Alice Pereira (confira). Miralva, digamos, repele tal tentativa.

A primeira mulher na presidência do diretório terá o desafio de planejar o PT para o embate eleitoral de 2012 na terrinha. Enquanto a disputa municipal não chega, as atenções se voltam para os níveis federal e estadual. “2010 vai ser Dilmais”, brinca, usando trocadilho que será espalhado em camisas e material do próprio partido (se a legislação deixar).

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Na rádio Juazeiro, spot pago pelo PMDB do ministro Geddel Vieira Lima anunciava (e convocava para) a visita presidencial nesta sexta-feira, 5, ao município baiano.

– Venham prestigiar o presidente Lula, a ministra dilma, e o nosso ministro Geddel Vieira Lima.

Logo em seguida, institucional da emissora aconselhava: “evite a crise, anuncie”. Os comerciais foram ao ar logo após a entrevista com aquele que o presidente Barack Obama chamou de “O Cara”. No crise.

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Lula, em Juazeiro, acompanhado de Wagner e César Borges. Geddel se afasta do grupo (Foto Manu Dias).

O presidente Lula não perdeu as esperanças de que o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima estejam juntos nas eleições de 2010. Pelo menos, foi o que disse em entrevista à radio Juazeiro (BA), há pouco, na visita que faz ao estado para inaugurar a primera etapa do projeto Salitre.

– Política é sempre terremoto. A gente não controla vocações, desejos políticos. Sinceramente, acho que seria importante que a gente tivesse chapa única aqui na Bahia.

A entrevista foi concedida no estúdio da rádio Juazeiro. Ao lado do presidente, além da ministra e presidenciável Dilma Rousseff, estavam o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel Vieira Lima.

Lula foi ainda mais enfático ao afirmar que existe tempo para que Geddel esteja junto com Wagner na reeleição do projeto vitorioso em 2006.

– Temos tempo de construir muita coisa. Temos 30 dias para desincompatilização, mais 30, 40 dias para as convenções partidárias. Não dou nada por encerrado dentro do prazo fatal.

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Gaban recorre ao multiplicador de seguidores.

Não tem coisa pior do que você ter o seu Twitter invadido por políticos sem proposta e que buscam apenas aumentar o número de seguidores.

O Carlos Gaban, deputado estadual do DEM, talvez seja incluído nesse grupo. E, mais que isso, decidiu recorrer a um mulplicador de seguidores (followers) no microblog. A medida é questionável, eticamente, para políticos.

De repente, o deputado, prefeito, vereador aparece como seguidor do seu microblog sem que você tenha qualquer espécie de vínculo com o, digamos, elemento. O que ele mais quer é espalhar informação do seu (o dele, claro) mandato e aporrinhá-lo.

Se você consegue filtrar, tudo bem. Do contrário, terá as ‘boas’ companhias.