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O ano de 2000 foi memorável para o hoje vice-líder do PT na Câmara Federal, Geraldo Simões. Tendo várias lideranças locais como aliadas, ele foi para o embate eleitoral e conseguiu derrubar Fernando Gomes, que tinha ao seu lado o velho senador ACM, o então governador César Borges e Paulo Souto.
Na praça Alice Monteiro, no bairro Santo Antônio, César Borges, à época no PFL, não pestanejou. Ao falar da possibilidade do seu governo apoiar Itabuna caso fosse eleito o petista Geraldo Simões, o hoje cortejado Borges, atirou: “água e óleo não se misturam”.
Quase uma década se passou e Geraldo Simões, que tem Borges na conta de desafetos políticos, já acredita que água e óleo podem ser misturados.
Ele admite que o senador César Borges integre a chapa petista tendo como cabeça o governador Jaques Wagner, mas tendo um nome da esquerda, e a preferência maior é por Waldir Pires, justamento contra quem trabalhou em nome da indicação de Jaques Wagner para governador, em 2002.
Abaixo, um papo rápido com o deputado, que comemora com uma vitória pessoal a inauguração do Gasoduto do Nordeste (Gasene), no próximo dia 23, quando o presidente Lula e a ministra Dilma Rousseff estarão em Itabuna. “Em 2004, fomos ao presidente e ele e os dirigentes da Petrobras entenderam a importância de uma base de distribuição no nosso município”. Àquela altura, Itabuna estaria fora do mapa do gasoduto. Vamos ao papo.
E aí, deputado, a água vai mesmo ser misturada ao óleo? Como o senhor encara uma chapa com essa arquitetura?
Eu estou maturando isso, ainda. Não conversei sobre essa possibilidade [com o governador e no PT]. A hipótese não pode ser descartada. Eu gostaria muito de ver Waldir Pires nessa chapa.
Com César ou com Otto?
Eu não sei. Gostaria que tivesse um candidato a senador do PT. O Senado é a representação do estado e não podemos ter três senadores conservadores [o senador João Durval, do PDT, fica por mais quatro anos]. Isso não reflete a nova política da Bahia.
E Waldir seria esse “sopro”?
O nome de Waldir engrandece a disputa. Seu nome na corrida faz justiça a uma pessoa que não teve o seu mandato por ações eleitorais estranhas [o hoje petista teria sido ‘garfado’ em favor de ACM e Waldeck Ornelas, em 2004].
Tendo Waldir na disputa, de quem seria a outra vaga, César ou Otto?
Não teria preferência. Acho que poderia se ter um candidato conservador e outro do campo progressista, das esquerdas.