Gerônimo canta no encerramento da FLI
Tempo de leitura: 2 minutos

O cantor e compositor Gerônimo se apresenta no encerramento da 6ª Festa Literária de Ilhéus, nesta sexta-feira (10), às 19h, no Teatro Municipal. Com entrada franca, o show Raízes Sonoras terá participação especial de Itassucy e Banda.

Amanhã, a programação musical do evento começa mais cedo, às 12h, na Praça Pedro Mattos, em frente ao Teatro, com apresentação de Diego Schaun. Às 18h, o palco será de Dois Sopros, dueto formado por Juvino Filho e Zezo Maltez. O evento é promovido pela Academia de Letras de Ilhéus (ALI).

POVOS ORIGINÁRIOS

Manto Tupinambá do século 17 || Foto Roberto Fortuna/Museu Nacional da Dinamarca

A edição deste ano da Festa é dedicada aos povos originários. O escritor, professor, ator e ativista Daniel Munduruku proferiu a conferência de abertura, ontem, no Teatro Municipal. Um dos momentos mais aguardados do evento é o bate-papo sobre o Manto Tupinambá,  marcado para sexta-feira (10), às 16h, no mesmo local, com Cacica Valdelice, Jéssica Tupinambá e Diádiney Almeida.

Foi Valdelice quem se dirigiu, em carta do povo tupinambá, ao Museu Nacional da Dinamarca, relatando a importância da volta do Manto Tupinambá ao Brasil. A instituição europeia guardava a peça desde 1689, segundo registros oficiais, e o doou ao Museu Nacional no Rio de Janeiro. Para os tupinambá, o Manto é mais do que um objeto, segundo Valdelice.

“Os sonhos dos nossos ancestrais, que são também os nossos, seguem vivos. Amotara preservou em sua memória a lembrança da existência de um Manto Sagrado para o nosso povo. Nossos Mantos são ícones da nossa espiritualidade e, por isso, acreditamos que devem estar de pé e vivos, próximos ao seu povo de origem”, escreveu a liderança, na carta de 29 de julho de 2022.

Valdelice é líder de uma das 23 aldeias do povo tupinambá, que se estendem pelos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema, no sul da Bahia. Desde 2009, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) concluiu o relatório de reconhecimento e delimitação do território indígena, que ainda aguarda a portaria declaratória do Ministério da Justiça.

Tempo de leitura: 2 minutos

A cidade de Ilhéus, cenário da Feira, parecia sair dos livros de Jorge Amado e alcançar o mundo do leitor.

Efson Lima | efsonlima@gmail.com

Há grande quantidade de feiras e festivais literários na Bahia. Muitas dessas ações literárias partem de iniciativas voluntárias. As pessoas se juntam e buscam o apoio privado e/ou recurso público para subsidiar a realização dessas exposições literárias. A pandemia de Covid-19 estabeleceu um período sabático presencial para alguns deles, mas, felizmente, não conseguiu impor sua extinção.

Agora, em 2022, os festivais e feiras reaparecem com o brilho de uma vasta produção literária e com grande número de leitores interessados neles. Esses encontros aglutinam o público e reúnem diferentes linguagens: música, teatro, dança e artes plásticas. Indubitavelmente, organizadores e público estavam esperando o retorno desses eventos para comemorar e se reencontrar com a literatura fora do ambiente caseiro. Por sinal, a Bienal do Livro em São Paulo, ocorrida em julho último, teve volume considerável de vendas e número significativo de visitantes, registrando recordes.

Trago à lume a Feira Literária de Ilhéus (FLI) ocorrida no mês de julho. Nela, pude participar ativamente e apreciar a presença de alguns escritores de impacto nacional, como Viviane Mosé e Jeferson Tenório. A FLI foi organizada pela Academia de Letras de Ilhéus e pela Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Editus). O evento teve lançamento de livros, concurso de obra literária (Prêmio Sosígenes Costa) e o envolvimento de escritores na maratona literária.

A FLI foi uma junção de linguagens e de propósitos, cujo emaranhado foi conferindo sentido ao evento à medida que as mesas, oficinas, shows, a gritaria da criançada e as perguntas do público se entrelaçavam. A cidade de Ilhéus, cenário da Feira, parecia sair dos livros de Jorge Amado e alcançar o mundo do leitor.

A realização dos festivais literários não se estancou na Bahia e, neste mês de agosto, já ocorreram o Festival de Praia do Forte e o Festival de Canudos (Flican). As articulações para a concretização da tradicional Feira Literária de Cachoeira (Flica), que vai ocorrer em setembro, estão a todo vapor; assim como para a Festa Literária de Uauá, no sertão da Bahia; e o Festival Literário Sul – Bahia (Flisba), em novembro, na cidade de Itajuípe, e, pela primeira vez, será de forma presencial, mas ainda com transmissão via internet.

Ainda teremos a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô), também programada para novembro. E já se divulga a primeira edição da Festa Literária de Serra Grande, que promete se tornar um grande festival literário na biosfera da Mata Atlântica.

Efson Lima é mestre e doutor em Direito pela UFBA e membro da Academia de Letras de Ilhéus (ALI) e da Academia Grapiúna de Letras (Agral).

Tempo de leitura: 2 minutos

O Sindicato Rural será o palco da palavra durante a quinta Festa Literária de Ilhéus, evento da Academia de Letras de Ilhéus (ALI) e da Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). “Estamos, como sempre, eufóricos. Quando se fala em literatura, a Editus e a Academia entram de cabeça”, resume o escritor Pawlo Cidade, presidente da ALI, em conversa com o PIMENTA. Aberta na noite desta quarta-feira (13), às 19h, a Festa seguirá até sábado (16).

A organização decidiu levar a festa do Palácio Paranaguá para o Sindicato Rural de modo a facilitar o acesso de pessoas que têm dificuldade de locomoção, explica o presidente. Também localizado no Centro Histórico, o sindicato fica na Rua Eustáquio Bastos, 196, próximo à Caixa e ao SAC.

Segundo o autor de O povoado das onze mil virgens, a expectativa geral é de consolidação da FLI no calendário da cidade. “A Festa Literária é a junção da Flios, Festival Literário de Ilhéus, com a Feira de Livros da Uesc”, relembra. “A receptividade [do público] tem sido muito boa”, acrescenta.

Neste ano, além de abrir o mundo da literatura para novos leitores, a FLI quer estimular a arte da escrita, nome do workshop com o escritor Ivo Korytowski. Outra atividade de formação será a aula do escritor Neila Brasil Bruno sobre a escrita de contos. “É um grande estímulo à criatividade literária”, assegura Pawlo Cidade.

O presidente da Academia de Letras de Ilhéus convida a população a prestigiar a festa das letras. “Não importa a idade. É sempre bom ter a participação de todos; é sempre bom estar presente, perto; é sempre bom tocar, cheirar os livros e encontrar novos autores.

A quinta edição da Festa Literária de Ilhéus tem apoio da Bahiagás, do Centro Público de Economia Solidária (Cesol) e da Secretaria Especial de Cultura. O núcleo Proler, da Uesc, também participa do evento. Confira programação aqui.

Tempo de leitura: 2 minutos

A quinta edição da Festa Literária de Ilhéus (FLI) terá sua abertura oficial nesta quarta-feira (13), às 19h, no Sindicato Rural de Ilhéus, e seguirá até sábado (16), com diversas atividades. Promovida pela Editus e a Academia de Letras de Ilhéus, a FLI tem apoio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Pedro Calmon.

Também apoiada pela Pró-reitoria de Extensão da Uesc, a edição deste ano homenageia o professor, escritor e babalorixá Rui do Carmo Póvoas. Na abertura, será feita a entrega do Prêmio Sosígenes Costa de Poesia, marcando os 26 da Editus, editora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). A noite também contará com palestra da filósofa e psicanalista Viviane Mosé.

PROGRAMAÇÃO

Na quinta-feira (14), às 9h, o Sindicato Rural acolherá bate-papo sobre a poesia modernista na contemporaneidade, com a participação dos escritores Aleilton Fonseca, André Rosa, Cátia Hughes e Geraldo Lavigne. No mesmo local, às 14h, a obra de Fernando Leite Mendes será tema de roda de conversa com os escritores Cyro De Mattos, Ivo Korytowski, Pawlo Cidade e Wilson Mendes.

Na sequência, às 16h, a mesa reunirá as escritoras Elisa Oliveira, Kali Oliveira, Luh Oliveira e Neila Brasil para discutir as especificidades da escrita para o público infantil. Depois, às 18h, haverá lançamento coletivo de livros com autores independentes.

A programação continua no mesmo local na sexta (15), a partir das 9h, com bate-papo sobre gênero e linguagem, mediada por Elis Matos, Iran Melo e Tales Pereira/Tallýz Mann. Às 14h, os professores e comunicólogos Edgard Abbehusen, Julianna Torezani e Rita Virginia Argollo, conversarão sobre arte e controle nas redes sociais.

Ainda na sexta, às 16h, os poetas Fabrício Brandão, Jane Hilda Badaró, Maria Luiza Heine e Tcharly Briglia se reúnem à mesa para discutir a presença da arte e da poesia na internet. A discussão será sucedida por um sarau.

No sábado (16), às 10h, Karen Ramos, Milena Magalhães e Thiago Soares discutem as relações entre música, literatura e artivismo. Já às 15h, será a vez do debate sobre favela, juventudes e narrativas do mundo, com os professores Rodrigo Bomfim e Rodrigo Felha.

A atividade de encerramento da festa contará com a presença do escritor Jeferson Tenório, autor de O avesso da pele, vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance em 2021.

A FLI também oferecerá workshops gratuitos. Interessados devem se inscrever neste link.