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luislindaColuna Tempo Presente (A Tarde)

Depois de ter conversado com a senadora Lídice da Mata e admitir a possibilidade de disputar o Senado pelo PSB, a desembargadora aposentada Luislinda Valois fixou o prumo em direção oposta. Com honras e pompas, filiou-se ao PSDB ontem.

O ato foi em Brasília, sob as bênçãos do senador Aécio Neves, do deputado Jutahy Júnior e do pré-candidato do partido ao governo baiano, João Gualberto. Em suma, sinalizou à esquerda, mas dobrou à direita.

Ela vai tentar se eleger deputada federal.

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baronesas
Segundo Carmem, o rio está “um gramado perfeito”

A  vereadora itabunense Maria do Carmo Ferreira, mais conhecida como Carmem do Posto Médico, do PR, fez o plenário dar uma sonora gargalhada na sessão desta quarta-feira, 2. Carmem, que normalmente concentra suas críticas na questão da saúde pública, demonstrou que tem outras preocupações. Como o esporte, por exemplo.

A vereadora sugeriu que o secretário de Esportes do município, Ewans Maxwell, considere a possibilidade de utilizar o Rio Cachoeira como local de jogos do Campeonato Interbairros de Futebol. E justificou o conselho: “o rio tá um gramado perfeito”.

A referência era ao “tapete” de baronesas que há muito cobre boa parte do espelho d’água do velho e poluído Cachoeira.

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Azevedo: à espera de decisão do TRE.

O ex-prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, será candidato a deputado federal pelo DEM. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 3, no auditório da Assembleia Legislativa da Bahia, durante o evento que marcou a entrada dos deputados estaduais Sandro Régis, Targino Machado e Elmar Nascimento, na legenda.

Coube ao deputado Paulo Azi anunciar o nome de Azevedo como postulante a uma cadeira na Câmara Federal. Participavam da cerimônia lideranças nacionais do DEM, como o senador Agripino Maia, o prefeito de Salvador, ACM Neto, até correligionários da base, como o ex-secretário da Agricultura de Itabuna, Antônio Marcelino, e a presidente do diretório municipal, Maria Alice Araújo. Ela, aliás, fez duras críticas recentemente ao ex-prefeito, mas agora deverá ser uma das comandantes de sua campanha.

O ex-chefe do Executivo itabunense vinha demonstrando incerteza sobre a continuidade no DEM e também se seria candidato a um mandato em Brasília ou na Assembleia Legislativa. A escolha pela primeira opção teria sido definida em conversa recente com o prefeito de Salvador, ACM Neto.

O problema para as pretensões de Azevedo está na votação de suas contas na Câmara de Vereadores. Se o legislativo municipal acompanhar o parecer negativo do TCM, ele poderá ficar inelegível. Mas os agentes do ex-prefeito já estão em campo, na tentativa de convencer os vereadores com os melhores argumentos.

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A reunião da Comissão Especial do Porto Sul, nesta quarta-feira, 2, foi um festival de críticas ao governo. Tanto deputados governistas como da oposição atribuíram ao Executivo a demora na solução de pendências que ainda impedem o projeto do complexo logístico em Ilhéus de se tornar realidade.

O imbróglio do momento está por conta do Derba (Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia), responsável pelo cumprimento de condicionantes à licença prévia e alvo de questionamentos do Ministério Público Federal.

Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), firmado entre Ibama, Bahia Mineração, Governo do Estado e Ministério Público (Estadual e Federal) estabelece prazo de  de três meses para atendimento de 17 condicionantes, além da realização de duas novas audiências públicas, em Ilhéus e Itabuna.

No Sul da Bahia, onde obviamente o interesse pelo projeto é maior, a situação leva a certa descrença. Entre os políticos, não é diferente.

O deputado estadual Augusto Castro (PSDB), presidente da Comissão do Porto Sul, lidera o coro. “O Derba precisa cumprir as condicionantes rapidamente, porque já existe o sentimento na região de que o Porto Sul não vai mais acontecer”.

 

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Argôlo e Paulinho em audiência com Ideli Salvati
Argôlo e Paulinho em audiência com Ideli Salvati

O partido Solidariedade, identificado pela sigla SDD, tem posições conflitantes na esfera nacional e, no caso da Bahia, na estadual. Em Brasília, o SDD se alinha com a oposição ao governo Dilma e deve apoiar ou Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB) na sucessão presidencial.

Esse, no entanto, não é o desejo de todos os filiados à nova legenda.

O deputado federal Luiz Argôlo, por exemplo, que deixou o PP para entrar nas fileiras do SDD, defende que o partido apoie a reeleição de Dilma, posição que manifestou na noite desta terça-feira, 1º, em audiência com a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati. Do lado do SDD, o grupo era encabeçado pelo seu presidente, Paulo Pereira da Silva, o “Paulinho da Força Sindical”.

Não se sabe se o apoio à Dilma será concretizado, mas na Bahia Argôlo diz que está firme e forte ao lado do candidato de Wagner à sucessão. Ontem, inclusive, o deputado teve boas conversas com o secretário da Casa Civil do governo baiano, e “governadorável”, Rui Costa.

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Isidório quer preservar a espécie
Isidório quer preservar a espécie

O deputado estadual Pastor Isidório esteve próximo de se desligar do PSB, cuja direção reprova gestos do político, considerado homofóbico. Porém, em vez de sair, ele resolveu se conciliar com a senadora Lídice da Mata e se diz disposto a abrandar o discurso, mas não tanto…

À reportagem do jornal A Tarde, segundo matéria de Biaggio Talento publicada hoje (2), Isidório declarou que pretende ficar “light”. Ainda assim, o deputado anuncia a intenção de criar um Núcleo Heterossexual no PSB, forma de se contrapor ao presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, que acaba se filiar à legenda.

Palavras de Isidório:

– Eles (os homossexuais) já estão em todos os cantos: é político bicha, jornalista bicha, juiz bicha, delegado bicha, médico bicha. O que vou fazer? Temos que respeitar os direitos e conviver com eles.

Segundo o parlamentar evangélico, a criação do Núcleo Heterossexual tem um objetivo, por assim dizer, ecológico, de preservação:

– Eu também tenho o direito de criar um grupo de heterossexuais para preservar a espécie. Não tem projeto de preservar bicho, de preservar baleia? Quero preservar o homem – explicou Isidório.

O novo colega do deputado, Marcelo Cerqueira, evitou polemizar e disse apenas que o deputado é um grande “marqueteiro”.

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Jonga assina ficha, ao lado de João Gualberto e observado pelos deputados Augusto Castro e Adolfo Viana
Jonga assina ficha, ao lado de João Gualberto e observado pelos deputados Augusto Castro e Adolfo Viana

Duas perdas foram contabilizadas neste início de semana no PCdoB e viraram motivo de comemoração no PSDB baiano. Ontem (30), em Salvador, o ex-prefeito do Prado, João Alberto Amaral, o “Jonga”, até então comunista, assinou a ficha tucana, abonada pelo pré-candidato ao governo do Estado, João Gualberto, e pelos deputados estaduais Augusto Castro e Adolfo Viana.

O site Bahia Notícias chegou a anunciar que o ex-prefeito será candidato a deputado estadual, mas na verdade ele está comprometido com a candidatura de Augusto à reeleição. A contrapartida virá em 2016, quando Jonga deve tentar seu retorno a Prefeitura do Prado, município do extremo-sul da Bahia.

Outra baixa registrada entre os comunistas foi a de Oziel Bastos, o “Oziel da Ambulância”, segundo colocado na disputa pela Prefeitura de Camacan em 2012. Já fora do partido, ele ainda não escolheu sua nova legenda, mas está de paquera com o PSDB.

As duas desfiliações devem fazer falta na campanha do presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, que disputará cadeira na Câmara dos Deputados. Nos bastidores, afirmam que “o botijão do comunista está perdendo gás”.

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Campanha deflagrada pela Associação Comercial de Itabuna tem cobrado o fim do voto secreto na Câmara de Vereadores

A Câmara de Vereadores de Salvador rejeitou nesta segunda-feira, 30, as contas do ex-prefeito João Henrique referentes ao exercício 2011. Não chegou a ser uma novidade, já que as contas de 2009 e 2010 também tiveram o mesmo destino no legislativo soteropolitano, que acompanhou parecer técnico do Tribunal de Contas dos Muncípios (TCM).

O detalhe interessante é que, com a votação aberta, apenas dez vereadores tiveram peito para reprovar o parecer do tribunal. Ao final, o placar ficou em 32 x 10.

O destino das contas de JH em Salvador leva a uma análise sobre a situação do ex-prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, que terá seu destino selado pela Câmara provavelmente ainda em outubro. A diferença é que na cidade sul-baiana há uma forte operação nos bastidores para que a votação das contas do ex-prefeito seja secreta ou, como se diz no popular, “nas entocas”.

Além disso, vereadores têm recebido forte assédio para votar as contas com base em critérios bem diferentes dos imperativos da consciência. Em tempos nos quais se cobra moralidade e ética na política, Itabuna segue, infelizmente, na contramão.

 

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geddelSegundo matéria publicada na edição do jornal A Tarde desta terça-feira, 1º, o peemedebista Geddel Vieira Lima já teria colocado à disposição o cargo de vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal. A informação foi transmitida pelo próprio Geddel.

Pré-candidato ao governo baiano, o cacique do PMDB estadual diz que ainda não há definição sobre como o partido se posicionará na Bahia  com relação à eleição nacional. Mas as opções ficam entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE), descartando o apoio a reeleição de Dilma Rousseff.

“É evidente que no momento em que se aproxima a hora de repactuar nossa relação com a sociedade através das urnas, e eu não tenho ainda a dimensão exata do papel do PMDB da Bahia, fiz o que tinha que fazer”, declarou Geddel.

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Aleluia está empolgado com as filiações
Aleluia está empolgado com as filiações

Em período de troca-troca nos partidos, o DEM comemora o ingresso de três deputados estaduais baianos em suas fileiras. Os novos membros são Targino  Machado, Elmar Nascimento e Sandro Régis.

No interior do Estado, a legenda também busca novas adesões. Neste domingo, 29, em Barreiras, o DEM fez festa para receber o ex-prefeito de São Desidério, Zito Barbosa, que saiu do PMDB, do qual foi presidente municipal.

O evento em Barreiras teve a presença da cúpula do DEM na Bahia, inclusive o prefeito de Salvador, ACM Neto, o ex-governador Paulo Souto, o secretário de Urbanismo e Transporte da capital, José Carlos Aleluia, e o líder da oposição na Assembleia, deputado Paulo Azi.

Empolgado, Aleluia disse que o DEM “vive a sua primavera”.

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Tato (esq.), quando era recebido no PSDB

Ex-prefeito de Cachoeira, no Recôncavo, Fernando Antônio Pereira da Silva, o “Tato”, deixou o PP e filiou-se ao PSDB. A mudança foi confirmada neste sábado, 28, num encontro em que estavam presentes o deputado federal Jutahy Júnior, os estaduais Augusto Castro e Adolfo Viana, e o pré-candidato tucano ao governo, João Gualberto.

Tato governou Cachoeira de 2005 a 2012, conseguindo sua reeleição em 2008 com 85% dos votos válidos. Em 2010, o ex-gestor apoiou o petista Jaques Wagner, mas agora afirma confiar no PSDB e no projeto do partido para a Bahia. Informações do Bahia Notícias

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A Prefeitura de Itabuna apresenta nesta segunda-feira, 30, à Câmara de Vereadores, o projeto de lei orçamentária para 2014. A proposta estima uma recursos de R$ 430.841.200,00, consideradas as receitas ordinárias, repasses do Fundeb, SUS, fundos estadual e nacional de assistência social, royalties, convênios e alienação de bens.

Segundo o secretário de Planejamento e Tecnologia, Wenceslau Júnior, mais de 60% das receitas serão destinadas a cobrir despesas de custeio da Administração, Saúde, Educação e Assistência Social. Ele observou que, além desses gastos, há os repasses feitos ao legislativo, parcelas de financiamentos e pagamentos de débitos renegociados com FGTS e INSS.  “No final, sobra muito pouco para investimentos em grandes obras e projetos”, afirma.

Wenceslau Júnior diz que o município buscará recursos federais, por meio de convênios e financiamentos, para assegurar obras de infraestrutura. Segundo ele, vários projetos foram submetidos à apreciação de ministérios e alguns já estão aprovados, “a exemplo das creches-escola dos bairros São Pedro, Vila Anália, Novo Horizonte, Nova Ferradas, Loteamento Gleber Gally e Santa Inês”.

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Informações do site Diário do Poder dão conta de que um grupo de hackers invadiu nesta sexta-feira, 27, o site do PSDB da Bahia. O grupo responsável pelo ataque cibernético se chama DK Brazil HackTeam.

No portal da legenda, os hackers deixaram a informação de que nada havia sido apagado, “apenas” renomeado. Os invasores também deixaram a seguinte mensagem, em inglês: “Hey admin I’m sorry… But you losed! We owned you”. Em tradução livre, significa: “Ei, administrador. Me desculpe, mas você perdeu! Nós é que mandamos”.

Os hackers também usaram hashtags com ofensas ao partido, que foi chamado de “lixo” e “corrupto”.

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Ernesto diz que o PT precisa restabelecer o diálogo com os movimentos sociais (foto Pimenta)
Ernesto diz que o PT precisa restabelecer o diálogo com os movimentos sociais (foto Pimenta)

O jornalista Ernesto Marques, vice-presidente da Associação Baiana de Imprensa, tem consciência de que trava uma luta desigual, mas diz que representa a voz da “planície” na disputa pela presidência do PT na Bahia. Segundo ele, o partido se burocratizou, seus dirigentes se encastelaram nas instituições e perderam as linhas de comunicação com os movimentos sociais.

Ernesto prega que é preciso “acordar um certo tipo de dirigente petista que, como diz o presidente Lula, se acostumou a ficar com a bunda na cadeira e se esqueceu de que a obrigação de todo petista é estar o tempo inteiro com um pé na institucionalidade, mas o outro na vida real, na rua”.

O petista, que enfrentará no Processo de Eleição Direita (PED) a poderosa chapa encabeçada por Everaldo Anunciação, secretário estadual de Organização do PT, discorda dos “companheiros” que classificaram as manifestações de junho como orquestrações da direita e afirma que os brasileiros finalmente aprenderam que a democracia funciona.

Em tempo: as eleições dos novos diretórios petistas em todo o País serão realizadas no dia 10 de novembro.

 

PIMENTA – Para começar, como o senhor avalia essa situação ma disputa pelo diretório de Salvador, onde o secretário Rui Costa teria incentivado a formação uma chapa para combater Marta Rodrigues, liderança ligada a Walter Pinheiro. Já temos aí uma prévia da disputa de 2014?

Ernesto Marques – O que está em vias de se configurar em Salvador é mais ou menos o que a gente observava no começo do ano, como aglutinação de campos divergentes dentro do partido. Nós criamos um campo chamado “PT Mais Forte”, que deu origem à nossa chapa e tinha basicamente as mesmas forças que hoje estão se aglutinando em torno de Marta (Rodrigues). É claro que para nós já estava evidente, desde aquele primeiro momento, onde se encontram as contradições. Não era à toa que nós constituíamos esse campo, exatamente na expectativa de ter um espaço para debate sobre 2014, mas também sobre 2013.

PIMENTA – Onde estão as contradições?

EM – Primeiro você estrutura um partido, prepara esse partido do ponto de vista organizativo, para que então você tenha melhor condição de enfrentar a batalha eleitoral. Os argumentos do agrupamento majoritário foram suficientes para quebrar a unidade do campo, mas não para nos submeter a ponto de aderir à ideia do “chapão”.  Decidimos manter a postulação que já apresentávamos antes, de que esse agrupamento tinha consistência e força política para disputar e vencer as eleições internas do partido. Como houve algumas defecções, inclusive da própria EDP (Esquerda Democrática Popular), liderada pelo deputado (Nelson) Pelegrino, nós mantivemos a nossa “levada” e estamos cada vez mais convencidos do acerto da nossa posição.

 

PIMENTA – Mas há um tensionamento no PT na capital…

EM –  O tensionamento em Salvador recoloca exatamente o confronto, no bom sentido, como nós estamos acostumados no PT, entre dois campos que têm visões não exatamente opostas, mas em alguns pontos divergentes em relação à condução que deve dar ao partido aqui na Bahia, assim como com relação às questões nacionais. Há uma tentativa de antecipar as coisas em relação a 2016, o que talvez seja um pretexto para se aglutinar um bloco com a intenção –  segundo se diz na imprensa, mas não ouvi isso de nenhuma liderança – de isolar o deputado Nelson Pelegrino dentro da sua principal base, que é Salvador e a Região Metropolitana. É difícil fazer isso porque qualquer pessoa pode contestar a trajetória do companheiro Pelegrino, mas ninguém pode negar a liderança que ele é e o papel que exerceu na construção do partido em Salvador. A capital hoje é o berço do que antes a gente chamava de carlismo e nós não temos nenhuma dúvida de que precisamos fazer uma oposição muito séria, consistente e contundente à Prefeitura, e isso não se confunde com fazer oposição à cidade, são coisas muito diferentes. Temos visões muito diferentes sobre como tratar os problemas de Salvador.

PIMENTA – O senhor faz uma crítica à forma como o PT fez oposição a João Henrique e propõe uma atuação diferenciada agora com ACM Neto. Em que pontos devem se estabelecer as diferenças?

EM – Há uma coisa muito estranha quando o prefeito propõe o aumento do IPTU e cinco dos sete vereadores do PT aprovam esse aumento. É um sinal muito preocupante de que o partido não está conseguindo tratar as matérias adequadamente e esgotar o debate interno antes de ir para as votações na Câmara. Segundo o tributarista e também vereador Edvaldo Brito (PTB), é um aumento que pode chegar a 35% e ainda restabelecer a tributação em cascata, que é uma coisa que o Brasil já tinha abolido há muito tempo. O vereador Waldir Pires (PT) também já apontava sérios vícios de inconstitucionalidade na reforma tributária. Essas questões estão sendo tratadas como se cada vereador fosse dono do seu mandato, mas na verdade os mandatos pertencem ao partido, e este faz oposição ao prefeito ACM Neto. No fundo, o que está em jogo é qual a qualidade da oposição que vamos fazer. Será uma oposição low profile, de baixa intensidade, ou faremos uma oposição sistemática, que, repito, não se confunde com oposição à cidade, mas deixa muito claro qual é o entendimento nosso sobre política urbana, habitação popular, transporte público, movimentos sociais e mais uma série de questões que nos diferenciam bastante. E não dá para misturar água com óleo.

PIMENTA – O senhor discorda da política de “boa vizinhança” entre o PT e ACM Neto?

EM – Essa tentativa de isolar Pelegrino talvez seja exatamente pelo desejo de fazer uma oposição de baixo perfil, o que, no caso do prefeito João Henrique, gerou para nós uma conta muito grande a pagar. Inclusive porque uma parte da população de Salvador não identificava os investimentos do Estado, vendo-os como obras do ex-prefeito João Henrique, a exemplo da Via Expressa. O fato de termos apoiado João Henrique no segundo turno de 2004 e termos participado de seu primeiro governo deixou essa coisa mal resolvida, porque o PT não apresentou claramente para a cidade se era oposição ou se era situação no governo João Henrique. Neste atual governo, não pode haver qualquer margem de dúvida, até porque o prefeito ACM Neto, com toda justiça, personifica o outro campo da política baiana, contra o qual nós sempre nos opusemos. Não há porque mudar de posição, tendo em vista que o prefeito ACM Neto continua fiel ao seu berço político e nós também não mudamos. Pelo menos uma parte do PT.

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Não há porque mudar de posição, tendo em vista que o prefeito ACM Neto continua fiel ao seu berço político e nós também não mudamos. Pelo menos uma parte do PT.

 

PIMENTA – Esses conflitos do PT não decorrem da opção que o partido fez pela política de alianças para alcançar resultados eleitorais? Ou seja, não é uma consequência do pragmatismo do partido?

EM – O PT vive problemas que são naturais em um partido que tem 33 anos de idade, embora não seja um dos partidos mais velhos do país. Nesse tempo, nós deixamos de ser um partido pequeno, de gueto, para progressivamente conquistar cadeiras nos parlamentos em todos os níveis: prefeituras, governos estaduais, até o governo federal. A gente vive as dores de um partido que já tem um bom tempo no governo e este exercício naturalmente expõe as nossas contradições, o que inclusive é muito salutar, principalmente se a gente entende a contradição como uma coisa natural da democracia, a ser enfrentada sem muito receio.

PIMENTA – Seria o lado positivo da crise?

EM – Essa é a parte da crise que eu acho natural e a gente tem que conviver com ela, discuti-la exaustiva e permanentemente, para encontrar as saídas sem perda de consistência política. Em relação a alianças, a história mostra que ninguém ganhou sozinho. Nem nas revoluções armadas, nem nos processos democráticos. Sempre é necessário se fazer alianças e na democracia ganha mais quem agrega mais. O governador Jaques Wagner ensina isso e reafirma a todo tempo. Fazer alianças não é problema e isso o PT já tem resolvido há muito tempo. Você pode questionar a qualidade das alianças e a gestão dessas alianças após as eleições. Nós podemos observar que é difícil constituir e manter uma aliança que seja muito ampla no espectro ideológico e no aspecto numérico.

PIMENTA – Não é esse o caso da aliança “super ampla” em torno do governo Wagner?

EM – Gerir uma base com cerca de 50 parlamentares em 63 é de fato uma engenharia política extremamente complexa. Aquela lógica que a gente aprende em casa, de ceder sempre o  lugar para a visita, é mais ou menos assim que acontece na política. Para acomodar os aliados, é natural que o partido que é o centro da aliança seja mais generoso na abertura de espaços para acomodar os aliados. O problema é exatamente a gestão desses espaços e nos parece que houve equívocos graves na direção partidária, na hora de gerir as alianças, seja na distribuição dos espaços no governo, seja no posicionamento na hora das coligações. Ter ex-carlistas no governo também não representa nenhuma dificuldade porque comunistas trabalharam nos governos carlistas o tempo inteiro, ou sendo servidores de carreira, e portanto cumprindo sua obrigação como servidor público, ou em alguns casos porque atenderam convites profissionais e tiveram também que de alguma maneira cumprir uma tarefa política. E eu não me lembro de um governo carlista ter virado comunista por causa disso.

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Carlos Coelho, o cassado, foi pivô da troca de gentilezas no plenário.

O médico Carlos Coelho (DEM), que ganhou a parada judicial com o correligionário Solon Pinheiro e vai assumir o mandato de vereador em Itabuna, não quis ficar no mesmo gabinete que era usado pelo desafeto.

Para que Coelho não passe pelo “desconforto” de se sentar na mesma cadeira que acomodou o colega de partido, o pacificador César Brandão (PPS) se prontificou a ceder seu gabinete para o médico.

Em tempo: a Câmara espera receber hoje (23) a notificação para dar posse a Carlos Coelho. Caso isso ocorra, o novo vereador assume o cargo nesta quarta-feira.