Estudantes, trabalhadores da área de saúde, vereadores e representantes de clube de serviço foram às ruas do centro de Itabuna, nesta tarde de quinta (17), em mais uma atividade de mobilização contra o fechamento do Hospital São Lucas, da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna. Após concentração no Jardim do Ó, os manifestantes seguiram em passeata pela Cinquentenário, com uma parada na Praça Adami. A atividade foi encerrada há pouco.
Exibindo faixas e cartazes, os manifestantes pediam a manutenção do São Lucas. A unidade médico-hospitalar possui cerca de 170 funcionários e presta mais de 26 mil atendimentos ao ano a pacientes de 127 municípios da Bahia e de parte de Minas Gerais e Espírito Santo.
Durante a passeata desta quinta, o tesoureiro da subsecção itabunense da OAB, Rui Carlos Rodrigues, lamentava a ameaçava de fechamento do hospital, enquanto bilhões de reais são torrados pela corrupção no país.
A entidade está entre as representações que participam da campanha pela manutenção do São Lucas. João Evangelista, dirigente do Sintesi, que representa os trabalhadores, observa que o hospital já empregou 220 trabalhadores. Hoje, possui cerca de 170.
FECHAMENTO ANUNCIADO
O fechamento do São Lucas é iminente. Em abril deste ano, a Provedoria da Santa Casa informou que o déficit mensal da unidade atingia R$ 180 mil, o que tornava inviável a sua manutenção. Durante reunião com a secretária de Saúde de Itabuna, Lísias Miranda, e representantes do Ministério Público Estadual (MP-BA), o hospital apresentou os dados financeiros.
Naquela reunião, ficou decretada a “descontinuidade” dos serviços e o consequente fechamento do Hospital em outubro. A mobilização de clubes de serviços e sindicatos visa evitar que o São Lucas feche as portas. Reuniões e audiências públicas na Câmara de Vereadores foram realizados, mas sem solução até agora.
UPA
O município não acena com mais recursos para o hospital, que atende unicamente a pacientes do SUS. Para atenuar os efeitos do fechamento do São Lucas, acenou ao Ministério Público Estadual com a abertura da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Monte Cristo antes do prazo final para fechamento do São Lucas, que é outubro. Também ampliaria o atendimento médico-hospitalar do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães. Já o Estado, ofereceu a possibilidade de gestão compartilhada. A questão não avançou.