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O Itabuna manteve 100% de aproveitamento no Baianão 2023 ao bater o Barcelona de Ilhéus, por 1 a 0, em jogo válido pela terceira rodada do campeonato. A partida foi disputada no Estádio Mário Pessoa, na tarde deste sábado (21).

O gol da vitória do Dragão do Sul foi marcado pelo agora artilheiro do Campeonato Baiano de Futebol 2023, Cesinha, no finalzinho do primeiro tempo. O atacante chegou a 3 gols no Baianão.

O Itabuna lidera o Estadual. Tem 9 pontos, empatado com o Bahia, mas leva vantagem no saldo de gols. O Dragão tem saldo de 5 contra 4 do Tricolor. O Barcelona de Ilhéus tem 4 pontos e está na quarta posição, provisoriamente.

Na próxima rodada do Baianão, o Itabuna enfrentará a Juazeirense, na terça-feira (24), no Mário Pessoa, em Ilhéus, às 20h30min. Na quinta (26), o Barcelona enfrenta o Bahia de Feira, em Feira de Santana, às 21h30min. Confira o gol do jogo.

Vídeo mostra estágio atual das obras da BA-649 || Foto Zé Drone
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A produtora Zé Drone fez, neste sábado (21), novas imagens aéreas da BA-649, rodovia em construção à direita do curso do Rio Cachoeira, paralela à BR-415, no trecho Ilhéus-Itabuna. O vídeo revela o avanço das obras até a região do Salobrinho.

A nova rodovia terá mão única, no sentido Itabuna-Ilhéus, complementando a infraestrutura de transporte da região, segundo o Governo do Estado, responsável pela obra. O investimento previsto é de R$ 196 milhões.

Rodovia se estenderá da Fazenda Progresso ao Banco da BR || Foto Zé Drone

A estrada começa na altura da Fazenda Progresso, em Itabuna, e se estende por 18 km, até o Banco da Vitória, em Ilhéus, com quatro pontes e um viaduto conectando-a à BR-415. Trecho de 8 km da pista já recebeu pavimentação, e os pontos de ônibus estão em construção ao lado da via. A previsão de entrega da obra é para o ano que vem. Confira o novo vídeo da Zé Drone.

Luma foi sequestrada em Camamu, e Flávio na BA-001, na Ilhéus-Itacaré || Imagens Redes Sociais e Verdinho Itabuna
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Um casal e um amigo viveram momentos de horror na tarde de sexta-feira (20), quando trafegavam pela BA-001, em Ilhéus. Eles retornavam de Itabuna para Itacaré, no sul da Bahia, num Citroën branco, quando foram perseguidos por outro carro ocupado por três homens e uma mulher, segundo relatos das vítimas à Polícia Civil. Os bandidos simularam um acidente de trânsito para que o motorista do Citroën parasse.

Uma das vítimas, um homem de prenome Flávio, que seria influenciador digital, contou que desceu do carro para verificar se tinha havido estrago nos veículos e acabou rendido pelos criminosos. Em seguida, os bandidos renderam também a mulher e o amigo do casal. E foram em direção a Itabuna.

Uma parte do bando ficou com as vítimas, enquanto a outra fazia a escolta, no outro veículo, um Gol prata. Flávio  relatou que foi obrigado a entregar mais de R$ 3 mil e fazer duas transferências, via pix, uma no valor de R$ 19 mil, e outra de R$ 33 mil.

MATAGAL EM ITABUNA

Os bandidos também levaram um smartphone Galaxy s22 Ultra e um Iphone 14 pro Max, além do Citroën. As vítimas contaram que os bandidos ficaram por horas rodando por Itabuna, principalmente por trechos das BRs-101 e 415, próximas aos bairros Santo Antônio e São Lourenço.

Depois de horas de conversa, os sequestradores teriam atendido a um apelo feito por Flávio para que poupassem as suas vidas. As vítimas foram libertadas no início da noite, em um matagal, numa região próxima ao semianel que interliga as duas rodovias federais.

As vítimas procuraram o posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-101, em Itabuna, e foram levadas para a Delegacia da Polícia Civil. Enquanto eram ouvidas, um dos bandidos com o Citroën, foi localizado durante uma blitz na Avenida Amélia Amado. Ele foi perseguido, mas conseguiu fugir, abandonando o carro na Avenida Firmino Alves, no centro de Itabuna. A Polícia Civil investiga o caso.

INFLUENCIADORA LIBERTADA

A Polícia Civil investiga também o sequestro da influenciadora digital Luma Montargil, de 18 anos. Ela foi libertada na tarde de sexta-feira (20), no Povoado de Tapuia, em Camamu, no baixo sul do estado. A jovem havia sido sequestrada em um supermercado no distrito de Travessão, também em Camamu, no início da noite de quinta-feira (19). Os criminosos ainda não foram localizados.

Henrique Dantas retoma produção de "Silêncio", seu primeiro longa de ficção || Foto João Paulo Barreto/Screamyell
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Thiago Dias

O cineasta Henrique Dantas voltou a trabalhar na produção de seu primeiro longa-metragem de ficção, chamado provisoriamente de Silêncio. Ele ainda está em busca de apoio da iniciativa pública ou privada, como reportado pelo PIMENTA anteriormente (relembre).

Nascido em Salvador, Henrique viveu dos 7 aos 16 anos em Ilhéus. A ligação com a cidade foi decisiva para a escolha de rodar o filme no sul da Bahia. A história revisita os impactos do terrorismo de estado, promovido pela ditadura empresarial-militar, sobre famílias sul-baianas. O elenco reúne grandes nomes da dramaturgia nacional, a exemplo Helena Ignez, Fabrício Boliveira e Luiz Pepeu, que formam o núcleo familiar da trama.

Com 27 anos de carreira, Henrique levou os prêmios de melhor filme e do júri do Festival de Brasília, com o documentário Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano (2009). Também venceu o Festival Internacional de Cinema Político na Argentina e o Festival de Cinema de Vitória, onde apresentou A noite escura da alma (2015), também sobre a ditadura. Em Dorivando Saravá – o preto que virou mar, o cineasta retratou vida e obra de Dorival Caymmi, com o auxílio luxuoso de artistas como Gilberto Gil e Tom Zé.

As credenciais do artista ainda não foram o bastante para despertar o interesse do governo ilheense. Apesar de inúmeras tentativas, até o momento, ele não obteve resposta da Prefeitura de Ilhéus sobre a possibilidade de o município auxiliar a equipe com hospedagem e o acesso a locações, por exemplo. A cidade teria contrapartidas asseguradas pelos realizadores, como a exibição de imagens de cartões-postais (Catedral São Sebastião, Lagoa Encantada e Ponte Jorge Amado) e da marca da Prefeitura no filme.

A peleja de Henrique para obter ao menos uma resposta do governo tem uma camada pessoal, revelada ao site pelo cineasta. Durante nove anos, ele estudou na mesma turma do prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), no Instituto Nossa Senhora da Piedade, em Ilhéus. Nem a amizade dos tempos de escola facilitou o acesso do cineasta ao mandatário.

Com uma ponta de frustração na voz, Henrique compara o tratamento que recebe em Ilhéus à receptividade de outros municípios. “Ontem, passamos por Nilo Peçanha e a Prefeitura, entendendo a importância da cultura para o turismo da cidade, precisou de 30 minutos para conceder o apoio pretendido”, disse ele ao PIMENTA, neste sábado (21). A Prefeitura disponibilizou ônibus para transportar a equipe de filmagem e o elenco até o município, no baixo-sul do estado. A manifestação cultural do Zambiapunga, herdeira da cultura quilombola presente em Nilo Peçanha, será retratada em Silêncio.

Nos quatro anos do Governo Bolsonaro, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) foi quase morta por inanição. Sem o amparo de sua principal fomentadora, o cinema brasileiro sofreu um baque forte. Silêncio foi uma das tantas produções prejudicadas. Daí o périplo de realizadores, passando a cuia à porta dos gabinetes da vida. “Às vezes, fazer um filme é mais um processo de luta do que de arte”, resumiu Henrique.

O PIMENTA tentou contato com o secretário especial de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, para ouvir o gestor sobre a possibilidade de apoio ao filme. O gestor explicou ao site que fez uma cirurgia há pouco e, nesta semana, sofreu complicações decorrentes do procedimento cirúrgico. Ele tomou conhecimento da produção do filme na última segunda-feira (16) e afirmou que o Governo Marão tem interesse em apoiar a iniciativa.

“Acredito que agora ande [a conversa entre realizadores e Prefeitura], pois temos muito interesse. Ano passado foram 2 [filmes] e ajudamos bastante. Temos muito interesse em montar um centro de cinema aqui, conversamos com a Uesc, Secretaria de Cultura e Turismo do Estado, esperamos que esse ano a coisa rode tudo. Mas, a Prefeitura pode ajudar, espero sentar com ele [Henrique] na próxima semana, se Deus quiser”, assegurou o secretário. Atualizado às 12h29min para acrescentar a resposta do Governo.

Marcos Bandeira Júnior critica advogados que participaram de - ou defendem - atos golpistas
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Quem reclama da aplicação da lei e quer impunidade para criminosos é cúmplice. Em se tratando de advogados, além de criminosa, a atitude é vergonhosa e fere todos os princípios que regem nossa profissão.

Marcos Bandeira Júnior

O Brasil continua perplexo com o maior ataque sofrido por nossa democracia em toda a sua história: os atos terroristas protagonizados por bolsonaristas no domingo, dia 8 de janeiro, em Brasília. A lista de presos em flagrante pela depredação do Senado, do Palácio do Planalto e do STF chegou a quase 1500 pessoas, mas, na última quarta-feira (180, o ministro Alexandre de Moraes decidiu soltar 220 delas. Isso não significa que foram absolvidas: saem com tornozeleira eletrônica, passaportes cancelados, documentos de posse de armas suspensos e proibidos de deixar suas cidades e de usar as redes sociais. Outros 354 acusados tiveram sua prisão temporária transformada em preventiva, medida necessária para não comprometer as investigações.

Importante esclarecer que não se trata de força de expressão classificar como terrorismo os eventos de Brasília. Desde 2016, a lei 13.260, conhecida como Lei Antiterrorismo, define certos crimes como atos terroristas, com punições previstas de 12 a 30 anos de prisão. No entender do ministro do STF, Alexandre de Moraes, “os acusados tentaram impedir o funcionamento dos poderes constitucionais constituídos, por meio de violência e grave ameaça”. O fato de tentarem abolir do Estado Democrático de Direito, para depor o presidente com um golpe de Estado, também é considerado crime gravíssimo.

Nada justifica a escalada de violência no país, iniciada após a eleição do presidente Lula, escolhido legitimamente para o cargo pela maioria da população. Inconformados com a derrota, bolsonaristas espalharam fakenews sobre as urnas eletrônicas, bloquearam estradas, acamparam nas portas dos quartéis – financiados, como se comprovou, por empresários e fazendeiros –, tentaram explodir uma bomba no aeroporto de Brasília. No dia 8 de janeiro veio a cartada final: uma tentativa fracassada de golpe de Estado, que horrorizou o mundo inteiro e provocou uma enxurrada de apoios internacionais ao presidente Lula e à nossa democracia.

Os derrotados, ao invés de transformar sua ira e descontentamento em vandalismo, deveriam deixar Lula governar em paz. Daqui a 4 anos, quando vencerá o mandato do atual presidente, poderão tentar emplacar seu candidato novamente. A alternância do poder é um dos principais fundamentos da democracia.

Outro princípio básico dos regimes democráticos é garantir aos acusados de crime o acesso à ampla defesa. Para isso, centenas de advogados foram mobilizados em Brasília, tanto para acompanhar as audiências de custódia como para vistoriar a situação dos acusados. O interessante é que a maioria dos detidos, que costuma referendar o sofrimento dos presidiários (“direitos humanos para humanos direitos”, repetem) e as más condições do nosso sistema carcerário, agora se mostra indignada com o banho frio, a qualidade da comida servida, o cheiro das latrinas nas celas… pois é, finalmente, devem estar constatando que prisão não é colônia de férias.

A Polícia Federal continua promovendo operações para prender golpistas radicais em fuga e identificar quem está por trás do movimento antidemocrático.

ADVOGADOS DE ÉTICA DUVIDOSA

A gente pressupõe que advogados sejam pessoas instruídas e bem informadas. E, principalmente, que sigam o Código de Ética da profissão. E ele deixa claro, em seu artigo 2º, que “o advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, subordinando a atividade do seu Ministério Privado à elevada função pública que exerce”.

Não apenas surpreende o fato de que exista uma Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil, incomodada com a prisão dos extremistas, que considera “inconstitucional” – chegando ao extremo de qualificar os terroristas como presos políticos e o confinamento deles de campo de concentração. Surpreende também constar da lista de presos ao menos 10 advogados, recolhidos em espaços sem grades, nas dependências de unidades militares, por terem curso superior. Segundo o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, estão detidos em uma sala do Núcleo de Custódia da Polícia Militar.

O número de “doutores” detidos pode ser maior, no entender da advogada Renata Amaral, representante do coletivo Ordem Democrática. O grupo pretende solicitar o afastamento dos profissionais cuja participação for confirmada.

Muito criticado, inclusive por advogados, pela aplicação estrita da lei, o ministro Alexandre de Moraes não se intimida e continua firme em seu propósito de enquadrar os terroristas. A Advocacia-Geral da União (AGU) já identificou mais de 100 empresas suspeitas de financiar os ataques e pediu o bloqueio de R$ 6,5 milhões em bens de 52 pessoas e sete empresas. O prejuízo estimado para recuperar as obras de arte destruídas ou danificadas apenas no Palácio do Planalto é de R$ 8 milhões.

De acordo com a Lei Antiterrorismo, quem investir recursos, bens ou valores para o planejamento, a preparação ou a execução dos crimes previstos na lei (art. 6º) pode ter pena de 15 a 30 anos de cadeia. São considerados gravíssimos os crimes de tentar abolir o Estado Democrático de Direito mediante violência, associação criminosa, tentativa de golpe de estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime. Crimes que não se confundem com manifestações pacíficas, passeatas, ou livre expressão de ideias (o que não inclui divulgação de fakenews).

É preciso, sim, botar ordem na casa, para que os brasileiros se unam em torno do projeto democrático proposto pelo presidente Lula e para que o Brasil volte a se desenvolver e consiga sair da lista dos países mais desiguais do mundo. Sejamos mais solidários com nossos irmãos empobrecidos e com os 33 milhões de famintos deixados como legado do governo Bolsonaro. Graças à sua gestão desastrosa, o Brasil retornou ao mapa da fome da Organização das Nações Unidas (ONU).

Quem reclama da aplicação da lei e quer impunidade para criminosos é cúmplice. Em se tratando de advogados, além de criminosa, a atitude é vergonhosa e fere todos os princípios que regem nossa profissão.

Marcos Bandeira Júnior é advogado.