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Marco Wense

Todos os problemas serão resolvidos com a retirada da pré-candidatura de Juçara Feitosa.

Uma eleição polarizada entre o PT e o DEM, com o prefeito Azevedo buscando seu segundo mandato, começa a tomar contornos cada vez mais nítidos.
O PT versus DEM, disputando a cobiçada prefeitura de Itabuna, só seria abalado com uma candidatura cercada por uma forte coligação e um verdadeiro sentimento de mudança.
O nome do ex-prefeito Ubaldo Dantas é o que mais se encaixa nesse movimento que busca uma alternativa fora do petismo e do demismo. A chamada “terceira via”.
Sem o PMDB do ex-ministro Geddel, com o tempo que dispõe no horário eleitoral, fica inviável qualquer tentativa de mudar o rumo da sucessão municipal.
A empolgação do PCdoB com o lançamento de candidato próprio vai diminuindo dia após dia. O jornalista Eduardo Anunciação diria que é coisa de “priscas eras”.
As principais cartas do emaranhado jogo sucessório, consideradas como curingas, estão nas mãos do deputado Geraldo Simões e do prefeito José Nilton Azevedo.
A carta curinga do azevismo é a estrutura da máquina municipal direcionada para quebrar o tabu da reeleição, já que nenhum chefe do Executivo conseguiu o segundo mandato consecutivo.
É bom lembrar que na sucessão de 2004, o então prefeito e candidato Geraldo Simões, mesmo entusiasmado com a vinda do SAMU e do asfalto da Petrobras, terminou derrotado por Fernando Gomes.
Geraldo Simões, além do discurso da parceria com os governos federal e estadual, ambos sob a batuta do PT, com Dilma Rousseff e Jaques Wagner, tem a primeira posição nas pesquisas eleitorais.
Esse favoritismo apontado pelas consultas de intenção de voto, seja com o próprio Geraldo ou Juçara Feitosa, é fator desestimulante para outras pretensas candidaturas.
Um bom exemplo é o do vereador Vane do Renascer: se não alcançar dez pontos no prazo estabelecido pelo comando estadual do PRB não será candidato a prefeito.
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Walmir Rosário | wallalw1111@gmail.com
 

Os argumentos utilizados pelos “caciques” petistas são frágeis e não se sustentam numa simples plenária realizada com a base ilheense.

 
O Partido dos Trabalhadores (o PT ilheense) está numa sinuca de bico. Desempenha uma missão política, mas pode ser que não tenha como entregar a mercadoria faturada: o apoio ao candidato à sucessão do prefeito Newton Lima. É bem verdade que os petistas abandonam um projeto sem pestanejar caso ordens superiores determinem. “Somos soldados do partido”, costumam explicar.
Desta vez não será muito diferente, apesar dos projetos que dormem nas gavetas de militantes e pretendentes ao cargo de autoridade máxima do município. Eles foram pensados, repensados e elaborados com muitas discussões, contudo, raramente poderão ser executados, por culpa pura e simples dos próprios petistas.
Simplesmente o nome tido e havido como o ideal para ganhar uma eleição “pulou fora do barco” e não admite, sob qualquer hipótese, emprestar seu nome à empreitada: ser candidato a prefeito de Ilhéus. O nome do desistente: Josias Gomes, deputado federal e líder da corrente maioral do PT ilheense, que antes da eleição chegou a alimentar essa esperança, transferindo seu domicílio eleitoral para Ilhéus.
Agora, com as benesses que o cargo lhe dispensa, agraciado que é como um dos representantes, ou “homens de ouro” do todo-poderoso José Dirceu, não admite, sequer, discutir intramuros essa possibilidade. Para ele, simplesmente, melhor seria embarcar num chamado “projeto B”, mantendo os “companheiros” nos cargos disponíveis da administração municipal.
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Alan Dick Megi
 

Muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul.

 
Desde o início das discussões sobre a construção do Porto Sul em nosso município, eu tive a oportunidade de emitir minhas opiniões de forma clara, deixando-as registradas “por escrito” nos jornais ou nos blogs.
Para relembrar, nas minhas colocações deixava claro o meu contentamento com a possibilidade de novos investimentos em infra-estrutura, porém tive posição frontalmente contrária à sua localização na Ponta da Tulha, principalmente da área de 1700 hectares desapropriada pelo Governo do Estado, a qual seria inicialmente destinada a uma zona portuária e industrial ao longo do litoral norte, entre o loteamento Jóia do Atlântico e a Ponta da Tulha. Em minha posição contrária a essa localização, argumentava eu que se tratava de uma área ambientalmente frágil e ao mesmo tempo extremamente importante para o desenvolvimento turístico do município. Que poderíamos perfeitamente ter um novo porto sem perder tão importante zona de desenvolvimento urbano e turístico. Bastaria que mantivéssemos a zona portuária e industrial com seus galpões, depósitos e indústrias do outro lado do rio Almada, mais próximo ao Distrito Industrial e à rodovia BA-262 (Ilhéus/Uruçuca) em ligação com a futura ZPE. No texto uma “Parábola Tupiniquim”, fazendo uma analogia com nossas residências, dizia eu que uma máquina de lavar roupa, muito necessária e importante para a família, não deveria ser instalada na sala de visitas e sim na área de serviço da casa. Para aqueles que diziam que “não se podia fazer omelete sem quebrar os ovos”, eu respondia que a omelete poderia ser feita e quebrados quantos ovos fossem necessários, porém deveria ser feita na cozinha e não no meio da sala.
Muitos entenderam e concordaram, mas muitos não entenderam ou não quiseram entender e me colocaram no rol dos que eram contrários ao porto, reduzindo e desqualificando o diálogo e a análise técnica para uma simplória discussão de ser “contra ou a favor” do porto sul. Essa simplificação, que beirava o ridículo, gastou energia e tempo que atrasaram as análises e estudos verdadeiramente importantes sobre a melhor forma e melhor local para implantar o novo e importante equipamento de infra-estrutura, de forma a possibilitar enormes ganhos com mínimas perdas para toda a região.
Mas as questões puramente urbanísticas nem sempre tem importância frente aos grandes interesses econômicos ou às decisões politicamente equivocadas. Mas, por sorte, a área inicialmente escolhida era tão inapropriada em todos os sentidos, principalmente na questão ambiental, esta sim com força suficiente para frear os ímpetos vorazes do pseudo-desenvolvimento baseado apenas nos lucros de alguns, determinou a necessidade de encontrar outro sítio para a sua implantação.
Com isso os projetos se voltaram para as áreas situadas a oeste do rio Almada, próximo a Aritaguá, ao Distrito Industrial e à ZPE.
Exatamente como eu sugeria!
Que bom! O bom senso está prevalecendo! Pelo menos do ponto de vista urbanístico estamos de acordo.
Agora, que sejam feitos todos os estudos para minimizar os impactos ambientais, assunto que eu não tenho conhecimento técnico suficiente para opinar, portanto, com a palavra os biólogos, hidrologistas e demais especialistas em meio ambiente que podem contribuir para que seja possível a implantação deste tão importante investimento.
Mas não nos esqueçamos de lutar decisivamente para que sejam elaborados todos os planos de desenvolvimento do município de forma a garantir que tenhamos um investimento ainda maior do que o investido nas instalações portuárias, em habitação, saúde, educação, saneamento básico, infra-estrutura viária e segurança, pois a região precisa crescer com harmonia para não inchar no meio do caos e da desordem.
É preciso que fique bem claro e bem documentado que esses investimentos serão feitos dentro de um cronograma pré-estabelecido e com as responsabilidades de cada esfera governamental e de cada empresa privada, devidamente claras e aprovadas em documentos públicos, para que no futuro, a sociedade, junto com o Ministério Público, possa cobrar de cada órgão ou empresa, o cumprimento de suas obrigações.
Se assim se fizer, que venha o Porto Sul, que venha a ferrovia, que venham os empreendimentos turísticos. Que venha o desenvolvimento sustentável.
Alan Dick Megi é arquiteto, especialista em Planejamento Urbano e Gestão de Cidades.
(Artigo extraído do site R2C Press)

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Luiz Tinoco Filho | ltinocofilho@terra.com.br

Que fatores nos levam a sermos tão medíocres, tacanhos e mesquinhos que não conseguimos nos indignar com tanto roubalheira assim?

Em resposta ao artigo da professora universitária e prima Valéria Ettinger, em que foi mencionado o meu nome, gostaria de tecer alguns comentários. Palavras tão serenas, sensatas e equilibradas só poderiam mesmo sair da sua vasta inteligência.
É vero. No primeiro parágrafo, você pergunta: “Mas será, Luizinho, que o povo sabe o que é política”?
Devo confessar-lhe que não, não sabe, o povo continua sendo essa massa de manobra desses abutres canalhas e inescrupulosos que não cansam de enriquecerem ilicitamente e que só entram na política com o único e firme propósito de roubar, corromper, extrair, extorquir, dilapidar o patrimônio dos brasileiros.
Não me diga que estou cético, estou sim e muito. Não acredito mais em políticos, os sonhos estão acabando, se exaurindo, não há mais razão para sorrir, acreditar, para crer que podemos viver num país mais igualitário, socialmente justo, onde as condições humanas plenas e democráticas sejam exercidas com transparência e dignidade e que qualquer pessoa, por mais desprovida de bens materiais, possa ter seus direitos assegurados como está escrito legitimamente em nossa Constituição Federal.
Lembro-me que na época do Regime Militar, na época do meu ginásio, sei lá, acho que hoje é “Ensino Fundamental”, nós tínhamos duas matérias importantes e que nos davam um suporte de cidadania e política bem maiores, E.M.C (Educação Moral e Cívica) e O.S.P.B (Organização Social e Política do Brasil), nós éramos mais atuantes, importávamo-nos com as questões nacionais. Mesmo no período militar, a corrupção não era tão avassaladora e endêmica como agora. E o que vemos nas pessoas, que fatores nos levam a sermos tão medíocres, tacanhos e mesquinhos que não conseguimos nos indignar com tanto roubalheira assim?
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Valéria Ettinger | lelaettinger@hotmail.com
 

Os nossos políticos, ao serem alçados à condição de representantes, esquecem-se de que são procuradores de interesse alheio.

 
Meu primo Luiz Tinoco escreveu a seguinte frase no facebook: “o problema dos que não gostam de política, é que são governados pelos que gostam”. Mas Luizinho, será que o povo sabe o que é política?
Política no seu sentido lato é a busca do consenso como meio para viver harmonicamente em coletividade. Então, exercitamos a política em todos os segmentos de nossas vidas, por sermos seres sociais. E somos os responsáveis pela máquina que promove o consenso, tanto na condição de representantes quanto na de representados, que é o exercício pleno da democracia. Assim, política só existe no regime democrático.
Todavia, a sociedade aprendeu que a política foi feita para os políticos e só a eles foi dado a obrigação de exercê-la. Mas os nossos políticos, ao serem alçados à condição de representantes, esquecem-se de que são procuradores de interesse alheio e passam a utilizar a política para a realização de interesse próprio, bem como para a manutenção no poder. O distanciamento dos cidadãos da esfera pública fortalece a monopolização da política e os desmandos decorrentes dos acessos que ela proporciona.
A partir daí começa o jogo do vale tudo. Nada é proibido para manter-se invicto. Como alianças de supostos inimigos, benefícios, honras e dignidades aos mais fortes, promessas futuras e acessos facilitados. E o jogo da política deixa de ser a busca pela harmonia coletiva para transformar-se no melhor caminho para ter poder.
É triste saber que a política se transformou no meio mais sórdido do homem exercer o seu egoísmo e sua ambição, enquanto os destinatários da política ficam alijados dos seus direitos e impedidos de serem de fato os verdadeiros titulares do poder. O mais triste é ler a conclusão a que chegou o arquiteto Oscar Niemeyer: “Projetar Brasília para os políticos que vocês colocaram lá, foi como criar um lindo vaso de flores para vocês usarem como penico. Hoje eu vejo, tristemente, que Brasília nunca deveria ter sido projetada em forma de Avião e sim de Camburão…” Só discordo de uma coisa: o pronome deveria ser nós e não vocês, caro mestre.
Valéria Ettinger é professora universitária.

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Osias Lopes | osiaslopes@ig.com.br

Verifica-se que o Vice que substitui o titular, apenas o faz de forma provisória, em problemas de saúde deste ou outro fator para licença temporária. Assim, quem substitui não é titular

A tormentosa (ou perversa?) legislação eleitoral brasileira permite rotineiramente a ocorrência de esdruxulárias.
Na ânsia de detalhar situações, pormenorizando regulamentos, a norma eleitoral chega a provocar verdadeiros constrangimentos jurídicos, especialmente aos seus aplicadores, com graves prejuízos à própria sociedade, pois põe em xeque o equilíbrio e a normalidade da disputa que ela tanto diz proteger e resguardar, comprometendo a normalidade da pública administração.
E os constrangimentos são tantos e tão visíveis que até os mais leigos em legislação eleitoral os percebem. Exemplo disso? Vejam a tal da questão da fidelidade partidária: recentemente o Judiciário passou a decidir que o mandato eletivo pertence ao Partido Político, no que em parte tem razão.
Bem, no terreno das imaginações, sonhos e boas intenções, e para o deleite das almas que esperam uma regra eleitoral mais saudável, bem que tais decisões poderiam ser um alento, mas… A realidade legislativa é outra!
Querem ver? Na hipótese de o portador de mandato eleitoral ter mudado legalmente de Partido após eleito, a qual Partido pertenceria o mandato? E em caso de infidelidade partidária contra seu novo Partido qual deles poderá indicar sua substituição?
Com tais decisões a questão se complicou por inteiro, ainda mais quando o detentor de mandato parlamentar (vereador ou deputado) tenha sido eleito por uma coligação partidária. E foi aí que “a porca torceu o rabo!”, vez que a diplomação dos eleitos se dá conforme os votos obtidos pela c-o-l-i-g-a-ç-ã-o, arredando de vez a plena aplicabilidade da tese de que o mandato é do Partido Político.
E no caso do chefe do Executivo (Presidente, Governador, Prefeito), em que o Partido não conta com um substituto, em caso de infidelidade partidária, como retirar seu mandato e substituí-lo? E mais, se o chefe do Executivo que cometeu a infidelidade partidária foi eleito por um Partido “A” e seu Vice seja do Partido “B”, qual seria o interesse do seu Partido em retirar-lhe o mandato? Seria justo à tese da fidelidade partidária, entregar o cargo a outro Partido?
As questões e dúvidas, podemos ver, são inúmeras, mais do que o normal…
A FIGURA DO VICE
Daí que a figura do Vice não poderia estar de fora desse vendaval. Logo ela que historicamente nunca contou –  aí sim, esdrúxulo descaso  –  com a atenção das normas eleitorais. Se por um lado temos leis minuciosas para as mais variadas situações eleitorais, para o caso do Vice é ao inverso; faltam-lhe normas.
E logo no Brasil, onde o Vice tem feito história nos últimos tempos, tendo sido responsável por várias gestões que ocorreram em momentos especialmente delicados social, econômica e politicamente, senão vejamos¹:
1) João Goulart (o “Jango”), que substituiu a Jânio Quadros (o “homem da vassoura”), cuja renúncia de mandato tantos males trouxe à nação brasileira, que redundou no odioso golpe de caserna que todos conhecemos.
2) Mesmo no período golpista, com a morte do fardado Costa e Silva (seu governo, não nos esqueçamos, iniciou a fase mais dura e brutal do regime ditatorial militar¹ª, à qual o também fardado Emílio Garrastazu Médici, seu sucessor, deu continuidade), O vice Pedro Aleixo, foi impedido de assumir o cargo presidencial pelas lideranças militares que dirigiam o louco regime. O fardado Augusto Rademaker comanda uma esquisita junta na sucessão. Registre-se, porque oportuno, que a ARENA (que depois foi PDS, PFL, hoje DEM) elegeu os presidentes da República do período de ditadura militar – de Costa e Silva a João Figueiredo.
3) Tancredo Neves, último presidente eleito pelo famigerado Colégio Eleitoral, falece antes de assumir a presidência, e logo é “arranjada” uma sucessão com o Vice de sua chapa, o bigode maranhense  –  aquele que sucedeu a quem nunca foi!
4) Recentemente, o primeiro Presidente eleito democraticamente pelo voto direto após o período de chumbo é apeado da presidência (certamente por não atender à gula dos PRs da época), para assumí-lo o “topete mineiro”.
Estes exemplos de cunho nacional obviamente que se refletem nas órbitas estaduais e municipais (nestes últimos, naturalmente, com mais assiduidade) e, mutatis mutandi, com efeitos também  extremamente perniciosos.
Exemplo de grave descaso com a figura do Vice: a Lei Eleitoral (Lei nº 9.504/97), em seu art. 11, IX, exige, quando do registro da candidatura, a apresentação das propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador e a Presidente da República. Por que não se exigir isso explicitamente dos membros da chapa (Prefeito e Vice-Prefeito, Governador e Vice-Governador, Presidente da República e Vice- Presidente da República)? Se assim não o for, o Vice, então, quando eleito, não levará consigo qualquer responsabilidade pelo que foi discutido ou apresentado aos eleitores em campanha.
Vê-se que o Brasil deveria melhor legislar sobre a figura do Vice, diante da ingente importância que dela aflora, para que não se permita a eleição de candidatos sem qualquer compromisso com a nação, e que deixe de ser ela  alvo de negociações mesquinhas, de joguete ou  meros acochambramentos de interesses político-eleitorais de momento não raramente inconfessáveis.
O VICE  –  SUBSTITUIÇÃO OU SUCESSÃO DO TITULAR  –  REELEIÇÃO
Vendo isso tudo a questão da reeleição do Vice infelizmente pode até parecer um jogo de adivinhação: quando ela pode ocorrer, como ocorrer, quais são seus impeditivos etc., etc., etc.? Qual o critério que deve ser adotado para solucionar tal questão?
É do entendimento doutrinário e jurisprudencial pátrio dominante considerar vice e titular como cargos distintos, inobstante a chapa para elegê-los seja una e indivisível. Por conseguinte, suas eleições são inteiramente diferentes. Óbvio que eleição para vice não se confunde com eleição de titular.
Pelo “critério da titularidade do cargo, verifica-se que o Vice que substitui o titular, apenas o faz de forma provisória, em problemas de saúde deste ou outro fator para licença temporária. Assim, quem substitui não é titular. De outra maneira, o Vice que sucede o titular, o faz de forma definitiva, quando há vacância do cargo, por morte, renúncia, etc. desse modo, o Vice recebe para si a própria titularidade do cargo.
Podemos dizer, destarte, que existem duas formas de ser titular de um mandato eletivo: a que se pode chamar de titularidade originária (a que se dá por eleição), e a secundária (que se dá por vacância do cargo).
Quando o Vice sucede o titular não está o fazendo por eleição e sim na forma de titularidade secundária. Já a substituição, como visto, não é caso de titularidade do cargo, em razão da sua temporariedade”².
A substituição e a sucessão, que detêm conceitos próprios e bastante diversos, não podem ser confundidas com eleição, posto que o diploma expedido pela Justiça Eleitoral para o eleito vice ou parlamentar, não é transmudado para diploma de titular. Permanece ele como Vice ou como parlamentar  –  em caso de vereador ou deputado  se o sucessor ou substituto é originado do parlamento  -,  mesmo que passando seu detentor a exercer um de seus importantes múnus: substituir ou suceder o titular do cargo.
Está claro que “a titularidade secundária do cargo não pode ser confundida com eleição, muito menos a substituição, que sequer atinge a titularidade do cargo em razão da sua precariedade, temporariedade. Ainda mais que reeleição, segundo os dicionaristas, é a possibilidade de eleição de um mandatário para ocupar o mesmo cargo que já ocupa por um mandato consecutivo e renovado”³.
O VICE – O QUE DIZEM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A RESOLUÇÃO TSE Nº 23.048/2009
Definitivamente à luz do § 5º do art. 14 da Constituição da República, o critério não é o da titularidade do cargo e sim da reeleição:
Art. 14, § 5º, da CF:
“O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
Concessa venia, a infelicidade com que se houve o legislador constitucional neste ponto é terrível. Mais que isto, a redação dada a tal dispositivo é contraditória. Data venia, diante do imbróglio em que se afigura tal dispositivo, querer-se apelar para uma interpretação teleológica, forçando a aplicação do art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil, carece de um esforço hercúleo.
Entretanto, a edição da Resolução TSE Nº 23.048/2009, data maxima venia, surge para se constituir num fomento de polêmicas, ao gizar expressamente, em sua ementa:
CONSULTA. ASSUNÇÃO CHEFIA DO EXECUTIVO MUNICIPAL. CANDIDATURA. REELEIÇÃO. POSSIBILIDADE. SEJA QUAL FOR A CIRCUNSTÂNCIA QUE CONDUZA À ASSUNÇÃO DA TITULARIDADE DO PODER EXECUTIVO, OU POR QUALQUER LAPSO TEMPORAL QUE OCORRA, CONFIGURA O EXERCÍCIO DE MANDATO. EM HAVENDO ELEIÇÃO SUBSEQUENTE PARA ESTE CARGO SERÁ CARACTERIZADA COMO REELEIÇÃO.
Se for por aí…
Solução para isso tudo?
Reforma política já!
1 e 1a] Fonte de consulta: site pt.wikipedia.org.
2 e 3] Trechos apanhados do artigo  “Geraldo Alckmin poderá concorrer a reeleição no governo do Estado de São Paulo nas eleições 2006? E o casal Garotinho no governo carioca? O TSE e nova exegese do artigo 14, §5º, §6º e §7º da CF/88 diante do instituto da reeleição”, Thales T. P. L. de Pádua Cerqueira, www.portalttec.com.br.
Osias Lopes é advogado e ex-procurador-geral dos municípios de Ilhéus e Itabuna.

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Sob o título Tribunal da Prepotência, o editorialista não deixa pedra sobre pedra… Confira:
O político brasileiro, dentre outras tendências igualmente pouco nobres, parece ter desenvolvido ao longo do tempo uma forte vocação para o autoritarismo. Candidatos de variadas idades e correntes ideológicas passam a ser “donos do mundo” tão logo se elegem, colocando-se acima de qualquer crítica. Nesse tribunal da prepotência, a mídia há de ser imediatamente condenada ao silêncio suspeito ou ao encômio encomendado. E esse procedimento insultuoso à liberdade de expressão será estendido a todas as representações sociais, conclamadas (quando não cooptadas) a dizer a palavra que mais agradavelmente soa aos ouvidos do poder: “amém”.
Em Itabuna, cidade de muitas mazelas políticas, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) faz grave denúncia sobre essa questão: um parlamentar estadual teria proposto às autoridades a extinção daquele colegiado – em resposta a críticas cometidas contra o modelo de administração do Hospital de Base. O CMS, conforme já demonstrou publicamente, advoga a estadualização do hospital – que passaria a ser de responsabilidade do estado e não mais do município de Itabuna – mas isto não é, do nosso ponto de vista, relevante. O que importa é que o CMS tem direito (e dever!) de manifestar-se sobre as questões da saúde pública – o que foi feito.
A vida democrática (a que vastos setores da sociedade brasileira ainda não se habituaram) exige equilíbrio, bom senso e tolerância para administrar conflitos de ideias. Não impõe concordância, mas depende de respeito entre facções contrárias. Às vezes, a discussão de duas teses opostas mostra que a melhor é uma terceira – mas não se chega a isso sem grandeza, que é irmã da humildade e inimiga da arrogância. Neste caso, entretanto, não se necessita de ponto de vista alternativo, pois o equivoco é flagrante, não parecendo abrigar qualquer dúvida: o CMS é tão legítimo quanto o mandato do parlamentar, pois ambos estão validados pela lei.
Diante do caos instalado no Hospital de Base, uma realidade salta aos olhos: a frente de batalha paralela e pessoal aberta pelo deputado em nada ajuda à população pobre de Itabuna.

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Marco Wense

Ninguém duvida que a primeira posição seja do PT, com o deputado Geraldo Simões ou Juçara Feitosa.

O disse-me-disse das pesquisas de intenção de voto, cada vez mais intenso na medida em que o ano eleitoral (2012) se aproxima, vai continuar.
Os boateiros de plantão, de todas as agremiações partidárias, a maioria remunerada pelos respectivos pré-candidatos a prefeito de Itabuna, não perdem tempo.
Todo fim de semana, começando na sexta-feira, tem, no mínimo, quatro pesquisas sobre a sucessão municipal: fulano na frente, beltrano logo atrás, cicrano em terceiro e deltrano como último colocado.
Não há nenhum problema com o fulano. Ninguém duvida que a primeira posição seja do PT, com o deputado Geraldo Simões ou Juçara Feitosa.
Outro ponto inquestionável é a diferença entre fulano e beltrano. Quando fulano é Geraldo Simões, beltrano fica mais distante. Quando é Juçara Feitosa, o segundo colocado fica mais perto.
O pessoal do prefeito Azevedo espalha que o chefe do Executivo é o beltrano. Discordando dos azevistas, a turma de Fernando Gomes diz que a segunda colocação é do ex-alcaide.
Os meninos do PCdoB, agora com o reforço do ex-petista e ex-geraldista Carlinhos Cardoso, apostam que um deles – Sena, Wenceslau ou Davidson Magalhães – é o beltrano.
Marilene Duarte (a Leninha da Autoescola), o vereador Claudevane Leite (o Vane do Renascer) e Roberto Barbosa (o Roberto Minas Aço) seriam os “deltranos” da sucessão municipal. Os últimos da fila.
Somente uma pesquisa séria, registrada na justiça eleitoral, realizada por uma empresa de reconhecida credibilidade, pode acabar com o disse-me-disse inerente ao processo político.
Marco Wense é articulista da Contudo.

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Nelson Simões |

Caro Ramiro, como seu admirador e leitor, e por dever de ofício, cumpro o dever de responder ao seu artigo no PIMENTA, Cerimonial e Truculência não Combinam. Em primeiro lugar para registrar minha dispensável concordância com o título do artigo, que por si só diria tudo.
O conteúdo também é digno de elogios, pois enfoca um tema de quase nenhum foco na mídia em geral, a não ser quando é para receber críticas. Você, como profissional exitoso da área, sabe perfeitamente dos melindres e rococós que o cercam, e noves fora o folclore e até deboche que o profissional de cerimonial é visto, por puro desconhecimento geral de suas atibuições.
Dito isso, e como chefe de cerimonial do Governador, diretamente citado em seu artigo, quero fazer os seguintes esclarecimentos:
– sobre o evento em 2009, na Santa Casa, em Itabuna, nenhum reparo, a não ser mais uma vez desculpar-me pelo erro; embora não tenha sido eu, ou algum membro do cerimonial que cometeu a descortesia, mas um membro da segurança pessoal do Governador, é minha responsabilidade conduzir os eventos em que S.Exa. está presente; ficou como um aprendizado;
– sobre o evento do SEST/SENAT, no último dia 28/07, comemoração aos 101 anos de fundação de Itabuna, aí sim, um reparo; o evento era privado, da CNT, em que o senhor governador era o principal convidado, portanto, minha responsabilidade de executar o cerimonial; porém, mesmo assim, minha equipe tem a orientação de fazer isso em comum acordo com o dono do evento, seja quem for; a execução do hino e a exibição do vídeo constavam do texto do mestre de cerimônia e ele solicitou ambos no microfone; porém, o técnico de som e imagem contratado pelo promotor do evento, naquele exato momento precisou ir ao banheiro; convenhamos, a mesa não podia ficar esperando ele retornar, e nem tampouco podíamos anunciar isto no microfone; tivemos que improvisar em cima da hora; quanto à formação da mesa principal, sempre o fazemos ouvindo a sugestão do promotor, neste caso a CNT.
O promotor nos sugeriu as seguintes personalidades: prefeito Capitão Azevedo, presidente da CNT Senador Clésio Andrade, presidente da federação das empresas de transportes da BA e SE, Antonio Carlos Knittel, e homenageado sr. Pedro de Freitas Barros Júnior, todos acatados por este cerimonial, acrescidos das autoridades institucionais, vice-governador Otto Alencar, presidente da AL, Marcelo Nilo, e senador Walter Pinheiro; quanto às falas, de fato, pelo horário e agenda corrida do governador, propusemos falar apenas o senador Clésio e o governador Wagner, mas, depois revimos e foram acrescidas as falas de Pinheiro e Azevedo, sem nenhum sentimento de exclusão.
Bem, feitos os registros, quero colocar-me ao seu inteiro dispor. E pela sua experiência e competência reconhecida na área sempre aberto a qualquer crítica ou sugestão. Como sabe, jamais fui ou pretendi ser “cerimonialista”. “Estou”, por vontade exclusiva do senhor governador, que entende que na função deve ter alguém com um mínimo de visão política, o que é o meu caso.
Sempre seu leitor e do Pimenta na Muqueca, para continuar antenado às coisas e fatos da nossa nação grapiúna.
Cordial abraço.
Nelson Simões Filho, chefe de Cerimonial do Governador.

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Wenceslau Júnior | wenceslauvereador@gmail.com

Sem a pressão popular exercida na região sul, certamente não teríamos alcançado esta vitória.

Finalmente o sonho de ver criada uma Universidade Federal do Sul da Bahia se torna realidade. Terça-feira, dia 16, a presidenta Dilma anunciou a política de expansão do ensino superior, na qual foi incluída a criação da nossa universidade.
Embora muitos atores reivindiquem a paternidade da criação da UFESBA, alguns com algum fundamento, outros sem qualquer participação, o que importa é o resultado desta batalha travada, especialmente nos anos de 2009 a 2011.
Vários deputados federais baianos participaram desta luta, principalmente na reta final, ocasião em que a bancada de senadores e deputados federais baianos deram uma verdadeira demonstração de unidade política em torno da reivindicação.
É fundamental destacar a participação dos movimentos sociais neste processo. Sem a pressão popular exercida na região sul, certamente não teríamos alcançado esta vitória.
A Câmara Municipal de Itabuna, através do nosso mandato de Vereador, apoiado nos mandatos dos deputados federais do PCdoB, Alice Portugal e Daniel Almeida, iniciou em 2009 uma articulação política que extrapolou as fronteiras de Itabuna e ganhou a região.
No início se pensava em um Campi da UFBA aqui, na oportunidade, em março de 2009 trouxemos o então reitor Naomar Almeida. Em seguida, mudamos o foco e passamos a reivindicar a criação de uma nova Universidade.
Foram realizadas Sessões Especiais em Câmaras de Vereadores e debates em Escolas, mobilizando a população regional. Cidades como Itajuípe, Camacan, Uruçuca, Coaraci, Itacaré, Canavieiras, Ibicaraí, Jussari, Ubatã, entre outros municípios, se envolveram efetivamente na luta coroada com uma grande passeata realizada no dia 30 de novembro de 2009.
Em 2010, tanto eu quanto Alice Portugal, candidatos a deputado estadual e federal, respectivamente, colocamos como plataforma política prioritária a luta pela a criação da universidade do sul da Bahia.
Os sindicatos ligados à CTB, a UJS, o DCE-UESC, a Associação Comercial de Itabuna, a OAB, os clubes de serviço, as Câmaras de Vereadores e Lojas Maçônicas da região participaram efetivamente do movimento.
No dia 12 de maio de 2011, em audiência solicitada pelo nosso mandato e articulada pela bancada baiana, finalmente o Ministro da Educação, Fernando Haddad, ao receber o documento reivindicatório, sinalizou positivamente para a criação da Universidade do sul da Bahia.
Durante todo este processo, o Governador Jaques Wagner teve um papel destacado na defesa da implantação da nossa universidade.
Após uma disputa política com o município de Porto Seguro, finalmente Itabuna, que já havia assegurado um Campi, conseguiu ser contemplada como sede da futura Reitoria.
É importante ressaltar que foi a luta suprapartidária que conseguiu incluir a região sul nesta política de expansão.
Agradecemos à Presidenta Dilma, ao governador Wagner, à bancada de Senadores e Deputados Federais da Base, mas parabenizamos, principalmente, a todos que de alguma forma se envolveram nesta vitoriosa luta.
Defendemos a instalação da futura universidade em Ferradas, homenageando o centenário de Jorge Amado, como forma também de revitalizar aquela comunidade.
Wenceslau Júnior é advogado, professor da Uesb, coordenador do Comitê Ufsulba e presidente do PCdoB de Itabuna.

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Ramiro Aquino

O cerimonial do governador chegou a Itabuna três dias antes, trocamos ideias e gentilezas, só estragadas quando o Bispo Dom Ceslau foi barrado na UTI por um segurança “qualificado” do governo.

Alguns episódios recentes, e outros nem tanto, me inspiraram a escrever este artigo, que trata de um assunto de área onde atuo, no caso o cerimonial. Por definição e por tradição, cerimonial é um conjunto de normas de conduta e de comportamento em público ajustados por lei e algumas condições indispensáveis de etiqueta e de respeito às relações sociais, sejam no âmbito privado ou público.
Os últimos governos da Bahia, desde o longo domínio carlista (mais acentuado com Paulo Souto) aos dias hoje (quinto ano da gestão Wagner), têm dado demonstrações de uma truculência inimaginável quando se trata dessas relações. Nem ACM, reconhecidamente grosseiro em suas atitudes, tinha equipes do seu cerimonial ao nível do que já vimos e acompanhamos nos dois governos de Paulo Souto e no recente governo Wagner.
Como atuo na área, frequentemente sou contratado para realizar eventos que contam com a presença do governador. Aprendi, desde Souto, que é exigência na área governamental, usar o cerimonial do governo nas atividades em que o maior mandatário baiano esteja presente. Nada contra. Acho até um cuidado especial para que se preserve o governador e ele não sofra qualquer tipo de constrangimento. O que não é admissível é que o cerimonial do governo atropele as convenções sociais, a lei e as regras mais elementares de convivência, como nos exemplos a seguir.
O primeiro exemplo é positivo (para não dizerem que não falei de flores) e vem, imaginem, da cúpula carlista. Maio de 2000, inauguração do Jequitibá com as presenças do governador César Borges e do senador ACM. Uma semana antes o cerimonial do governo fez contato com o shopping pedindo o roteiro da solenidade. Como responsável pelo ato encaminhei o material para o governo, que o aprovou sem restrições apenas com uma exigência: que as demais autoridades e os anfitriões usassem traje esporte, já que o governador, o senador e sua comitiva, estariam assim trajados. O evento foi tranquilo.
Um segundo episódio foi no governo Paulo Souto. Inauguração da Fábrica Inaceres, em Uruçuca. Fui contratado para conduzir a cerimônia, mas adverti aos dirigentes da empresa que se o governador estivesse presente o cerimonial seria dele. Mas Paulo Souto não trouxe um mestre de cerimônia e sim um locutor de comícios, arrogante e mal educado, mal trajado e sem qualquer conhecimento de cerimonial. Por conta do seu despreparo deixou de chamar para o palanque o Embaixador do Equador, país sócio e investidor da Inaceres e, mais que isso, representante de um país estrangeiro. O avisei da gafe.  “E agora o que é que eu faço” perguntou-me, não tão arrogante como na chegada. “Assuma a culpa, peça desculpas e chame o homem”, respondi-lhe.
As mais recentes são dedicadas ao cerimonial do governo Wagner. Em 2009 a Santa Casa inaugura a nova UTI com a presença de Jaques Wagner. O cerimonial do governador chegou a Itabuna três dias antes, trocamos ideias e gentilezas, só estragadas quando o Bispo Dom Ceslau foi barrado na UTI por um segurança “qualificado” do governo (segundo consta um tenente coronel da PM), que não identificou a autoridade religiosa nem pelo anel, o colarinho clerical, a cruz peitoral ou pela mitra (chapéu), que os bispos usam. Ignorância pura.
Para encerrar a série de truculências fui convidado para conduzir a cerimônia de inauguração do SEST/SENAT. Novamente adverti: “o cerimonial será do governo”. Por se tratar de cerimônia padrão em suas inaugurações o roteiro que foi para as mãos do mestre de cerimônia governamental seguia esse padrão. Mas ele atropelou tudo: não exibiu o vídeo sobre a unidade, não leu um texto sobre o SEST/SENAT, não pediu o Hino Nacional. E mais: se armou uma trama para o prefeito Azevedo não usar da palavra, felizmente abortada pela pronta intervenção dos dirigentes do SEST/SENAT, Carlos Knitel à frente.
E mais: Wagner Chieppe, da Viação Águia Branca, um dos principais responsáveis pela vinda da unidade para Itabuna, ficou esquecido, em pé, sem qualquer gentileza, nem citação dos oradores, não fossem os pronunciamentos do prefeito Capitão Azevedo e de Carlos Knitel, que fizeram justiça, numa tarde de tantos equívocos protocolares.
Ramiro Aquino é cerimonialista, membro do Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo, jornalista e radialista.

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Valéria Ettinger | lelaettinger@hotmail.com
 

O caminho ao pleno desenvolvimento humano através da educação segue caminho inverso de uma educação conteudista, voltada para os índices.

 
Estava lendo o artigo de Thomaz Wood Jr. na revista Carta Capital que relata dois casos que não encontro um adjetivo para classificá-los.
Primeiro retrata o caso de uma mãe na Indonésia que denunciou à mídia local que “seu filho, durante um exame nacional, fora forçado por seus próprios professores a passar suas respostas para colegas menos capazes”. Essa mãe fez a denúncia porque a escola não aceitou a sua reclamação. Após a divulgação da mídia os professores justificaram seu comportamento com base nas pressões que as escolas sofrem para conseguir bons resultados nos exames nacionais para obter recursos do governo.
Do outro lado do planeta, na cidade de Atlanta nos EUA, foi descoberto que professores forneciam as respostas aos estudantes e permitiam que alunos com baixo desempenho escolar copiassem dos colegas mais capazes e até preenchiam eles mesmos as folhas de respostas. Isso tudo ocorreu para a obtenção de premiações e recursos governamentais relacionados a resultados excepcionais alcançados pelos estudantes.
Esse quadro não é diferente no Brasil, pois considera-se uma boa educação aquela que mais aprova em exames nacionais e concursos públicos, resultando, a meu ver, uma educação mecanicista voltada aos resultados.
Esse modelo de educação poderá, até, promover uma seleção das melhores instituições de ensino, mas jamais poderá promover o pleno desenvolvimento da pessoa, o seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, como diz a Constituição Federal de 1988 em seu art. 205.
O caminho ao pleno desenvolvimento humano através da educação segue caminho inverso de uma educação conteudista, voltada para os índices, pois nesse modelo de educação o estudante é um mero reprodutor de uma linguagem já sedimentada, de um conteúdo já construído e de uma orientação apenas aos resultados e não prepara o homem conforme suas habilidades e competências.
Como desenvolver um homem se ele não é tratado de forma singular sendo um ser diferente? Como desenvolver um homem se a educação não produz autonomia? Como desenvolver um homem se o conhecimento é apenas um meio para a obtenção de uma carreira ou de um salário?
Nesse modelo de educação o homem não é o objeto principal, mas é o meio para a obtenção de resultados. Esse modelo de educação gera uma padronização de desempenho. Nesse modelo de educação não se valoriza as habilidades. Esse modelo de educação está criando uma sociedade de estressados e depressivos. E por fim, esse modelo de educação não produz a libertação como diz o prof. Paulo Freire, mas expõe o homem a um padrão de sucesso, que longe estará de ser o caminho ao seu pleno desenvolvimento.
Valéria Ettinger é professora universitária.

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Gustavo Felicíssimo | gfpoeta2@hotmail.com

Ser pai é delicioso e desafiante, é acordar de madrugada preocupado com o choro do filho, mas é também lhe oferecer o conforto.

Todo pai de primeira viagem descobre rapidamente o quanto seu novo papel é delicioso e desafiante. Delicioso porque voltamos ao mundo da fantasia e sonhamos com mais intensidade, ao mesmo tempo nos tornamos menos vulneráveis às provocações externas. Desafiante porque, com nossas experiências de filho, somos impelidos a superar nossos pais. Somos chamados a transcender nossos limites. É aí, talvez, que reside o motivo maior da paternidade.
Sempre estive literalmente infenso às datas comemorativas, como o natal, dia das crianças, dia das mães, e outras. Entretanto, às portas dos meus 40 anos, algo começou a mudar. Num momento em que já não alimentava qualquer aspiração à paternidade, ela me apanhou e me virou pelo avesso. Foi então que percebi o quanto ser pai é um exercício constante de generosidade, abdicação, tolerância, paciência. É, também, viver em estado permanente de transformação interior.
Ser pai é delicioso e desafiante, é acordar de madrugada preocupado com o choro do filho, mas é também lhe oferecer o conforto necessário dos nossos braços para que volte a dormir. É saber que o filho vai requerer para si todo o tempo que sua mãe tiver, e mesmo assim seremos completamente loucos por eles. Ser pai é trocar fraldas, limpar cocô, perder noites de sono. É chegar exausto ao final do dia e mesmo assim encontrar mais um pouquinho de energia para dedicar-se ao filho. Mas também é se emocionar com um sorriso, com os primeiros passos, primeiras palavras. Ser pai é comemorar o dentinho que está nascendo e ficar parecendo um tolo quando se ouve o primeiro… papai.
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Gerson Menezes | publixcriativo1987@hotmail.com

Geraldo via a conquista desse empreendimento como sendo a educação de nível universitário a principal conquista e da consolidação das vocações de Itabuna.

A criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsulba) é uma dessas paternidades assumidas por muitos que mal conheciam ou tiveram qualquer relacionamento com a “ideia-mãe”.
Ao ser feito o anúncio da decisão do Ministério da Educação, sobre a criação de mais duas universidades federais na Bahia – uma no Oeste, com sede em Luís Eduardo Magalhães, e outra no Sul da Bahia, com sede na cidade histórica de Porto Seguro ou Itabuna, omitiram que o verdadeiro “pai” da ideia foi o deputado federal Geraldo Simões.
Em 2002, a pedido de Geraldo, quando era prefeito de Itabuna, o então candidato a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometeu publicamente em criar a Ufsulba, reconhecendo a dívida que o governo federal tinha com a Bahia, que só dispunha de uma universidade federal, a UFBA, em Salvador.
No seu pedido a Lula, Geraldo via a conquista desse empreendimento como sendo a educação de nível universitário a principal conquista e da consolidação das vocações de Itabuna, ao lado do comércio; da medicina e da prestação de serviços.
A vitória agora anunciada com a decisão do MEC em implantar a Universidade Federal do Sul da Bahia, foi fruto, mais uma vez, da luta silenciosa do deputado Geraldo Simões, ao solicitar ao deputado Nelson Pellegrino, líder da bancada baiana no Congresso Nacional, a reunião realizada no MEC, que contou com a presença de 22 deputados baianos em apoio à medida.
Vinte e um deputados presentes apoiaram o pleito de Geraldo para que a sede (Reitoria) seja instalada no campus de Itabuna ao invés de Porto Seguro, como havia sido definido pelo MEC, apenas levando em conta a questão histórica, ligada ao Descobrimento do Brasil.
Quando for concretizada, a luta iniciada por Geraldo deverá ser vista e considerada como o maior presente recebido por Itabuna, pelo seu centenário. Representará verdadeiramente a consolidação de Itabuna, como polo estadual e regional de educação universitária, abrindo as portas para a criação de um novo polo de desenvolvimento de excelência.
Gerson Menezes é publicitário.

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Karol Vital | karolinevital@gmail.com
 

Meu pai era quem me dava banho, levava para a escola, para o médico, para passear, penteava meus cabelos, cortava minhas unhas e até brincava de boneca comigo.

 
Este domingo (14), será o dia dos pais. Infelizmente, não poderei comemorar a data ao lado do meu, já que estamos separados por mais de 700 quilômetros. A vantagem é que, mesmo com grande distância física, sempre estamos próximos em coração. E as tecnologias ajudam a diminuir a saudade. Compartilhamos nossas vidas através de longas conversas por telefone, ele vê um pouco do que estou fazendo pela internet… Mas nada substitui o contato físico, que é o único remédio eficaz contra a saudade.
Meu pai e eu sempre fomos próximos, apesar de sermos bem diferentes. Quando eu era pequena, era ele quem cuidava de mim enquanto minha mãe trabalhava. Costumo dizer que tive uma criação às avessas. Meu pai era quem me dava banho, levava para a escola, para o médico, para passear, penteava meus cabelos, cortava minhas unhas e até brincava de boneca comigo. Uma das lembranças mais gostosas é quando ele me colocava para dormir, aconchegada em seu peito e cantando alguma música de Roberto Carlos ou impostando a voz bem grave para imitar Nilo Amaro e seus cantores de Ébano: “Ô, leva eu, minha saudade. Eu também quero ir, minha saudade. Quando chego na ladeira tenho medo de cair…”
Eu não posso me queixar que não tive um pai participativo. Ele é um pai tão completo que já chegou ao ponto de não precisar de mim para desempenhar o papel e receber as honras do título. Quando eu estava na pré-escola, o colégio organizou uma festa diferente para homenagear os pais. Nada de apresentação de coral infantil ou lembrancinhas feitas com macarrões colados. Seria uma corrida de pais, levando ao extremo a ideia de “pai super-herói”. A competição seria na manhã do domingo dos pais, na Avenida Soares Lopes.
Quando cheguei com a proposta da corrida do dia dos pais, o meu velho se empolgou na hora. Ele sempre foi meio tirado a atleta, pulava corda, exercitava-se com um par de alteres, fazia flexões, barras, abdominais… Todos os exercícios ritmados com inspirações violentas que faziam suas narinas vibrarem e expirações pela boca, as quais geravam pequenos assovios. Eu sabia que ele não faria feio na competição e estava doida para torcer por sua vitória.
Na manhã do domingo, acordei e não encontrei o meu coroa em casa. Conferi a hora e vi que estava mais que atrasada para a corrida dos pais. Já passava das 9h30min e o evento estava marcado para as 8 horas. Fiquei tão desapontada, pois meu pai tinha prometido participar da competição e ele nem em casa estava. Mas a frustração durou pouco tempo. Quando ouvi o barulho da corrente do portão de entrada, fui correndo para receber meu pai com uma bronca, mas fiquei meio sem reação quando o vi. Ele estava todo suado, com a camisa da corrida e uma medalha feita de broa, pendurada no pescoço por uma fita verde.
– Oxe, painho! Onde é que o senhor estava? – indaguei.
– Ora, fui participar da corrida. Você não acordou na hora. – respondeu.
Confesso que a frustração acabou se transformando em raiva. Como é que meu pai foi participar de uma homenagem aos pais sem o principal: a filha. Afinal, ele só era pai por minha causa.
– Mas e por que o senhor não me chamou?
– Você estava dormindo tão bonitinho!
Essa foi a resposta que quebrou minhas pernas. Mesmo sabendo que participar da competição seria apenas uma chance de exibir seu bom condicionamento físico para
as professoras solteironas ou frustradas, o meu velho demonstrou o que fazia dele um pai. Sua preocupação constante com o meu bem-estar.
Karol Vital é comunicóloga.