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Wenceslau Júnior | wenceslauvereador@gmail.com

Sem a pressão popular exercida na região sul, certamente não teríamos alcançado esta vitória.

Finalmente o sonho de ver criada uma Universidade Federal do Sul da Bahia se torna realidade. Terça-feira, dia 16, a presidenta Dilma anunciou a política de expansão do ensino superior, na qual foi incluída a criação da nossa universidade.
Embora muitos atores reivindiquem a paternidade da criação da UFESBA, alguns com algum fundamento, outros sem qualquer participação, o que importa é o resultado desta batalha travada, especialmente nos anos de 2009 a 2011.
Vários deputados federais baianos participaram desta luta, principalmente na reta final, ocasião em que a bancada de senadores e deputados federais baianos deram uma verdadeira demonstração de unidade política em torno da reivindicação.
É fundamental destacar a participação dos movimentos sociais neste processo. Sem a pressão popular exercida na região sul, certamente não teríamos alcançado esta vitória.
A Câmara Municipal de Itabuna, através do nosso mandato de Vereador, apoiado nos mandatos dos deputados federais do PCdoB, Alice Portugal e Daniel Almeida, iniciou em 2009 uma articulação política que extrapolou as fronteiras de Itabuna e ganhou a região.
No início se pensava em um Campi da UFBA aqui, na oportunidade, em março de 2009 trouxemos o então reitor Naomar Almeida. Em seguida, mudamos o foco e passamos a reivindicar a criação de uma nova Universidade.
Foram realizadas Sessões Especiais em Câmaras de Vereadores e debates em Escolas, mobilizando a população regional. Cidades como Itajuípe, Camacan, Uruçuca, Coaraci, Itacaré, Canavieiras, Ibicaraí, Jussari, Ubatã, entre outros municípios, se envolveram efetivamente na luta coroada com uma grande passeata realizada no dia 30 de novembro de 2009.
Em 2010, tanto eu quanto Alice Portugal, candidatos a deputado estadual e federal, respectivamente, colocamos como plataforma política prioritária a luta pela a criação da universidade do sul da Bahia.
Os sindicatos ligados à CTB, a UJS, o DCE-UESC, a Associação Comercial de Itabuna, a OAB, os clubes de serviço, as Câmaras de Vereadores e Lojas Maçônicas da região participaram efetivamente do movimento.
No dia 12 de maio de 2011, em audiência solicitada pelo nosso mandato e articulada pela bancada baiana, finalmente o Ministro da Educação, Fernando Haddad, ao receber o documento reivindicatório, sinalizou positivamente para a criação da Universidade do sul da Bahia.
Durante todo este processo, o Governador Jaques Wagner teve um papel destacado na defesa da implantação da nossa universidade.
Após uma disputa política com o município de Porto Seguro, finalmente Itabuna, que já havia assegurado um Campi, conseguiu ser contemplada como sede da futura Reitoria.
É importante ressaltar que foi a luta suprapartidária que conseguiu incluir a região sul nesta política de expansão.
Agradecemos à Presidenta Dilma, ao governador Wagner, à bancada de Senadores e Deputados Federais da Base, mas parabenizamos, principalmente, a todos que de alguma forma se envolveram nesta vitoriosa luta.
Defendemos a instalação da futura universidade em Ferradas, homenageando o centenário de Jorge Amado, como forma também de revitalizar aquela comunidade.
Wenceslau Júnior é advogado, professor da Uesb, coordenador do Comitê Ufsulba e presidente do PCdoB de Itabuna.

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Ramiro Aquino

O cerimonial do governador chegou a Itabuna três dias antes, trocamos ideias e gentilezas, só estragadas quando o Bispo Dom Ceslau foi barrado na UTI por um segurança “qualificado” do governo.

Alguns episódios recentes, e outros nem tanto, me inspiraram a escrever este artigo, que trata de um assunto de área onde atuo, no caso o cerimonial. Por definição e por tradição, cerimonial é um conjunto de normas de conduta e de comportamento em público ajustados por lei e algumas condições indispensáveis de etiqueta e de respeito às relações sociais, sejam no âmbito privado ou público.
Os últimos governos da Bahia, desde o longo domínio carlista (mais acentuado com Paulo Souto) aos dias hoje (quinto ano da gestão Wagner), têm dado demonstrações de uma truculência inimaginável quando se trata dessas relações. Nem ACM, reconhecidamente grosseiro em suas atitudes, tinha equipes do seu cerimonial ao nível do que já vimos e acompanhamos nos dois governos de Paulo Souto e no recente governo Wagner.
Como atuo na área, frequentemente sou contratado para realizar eventos que contam com a presença do governador. Aprendi, desde Souto, que é exigência na área governamental, usar o cerimonial do governo nas atividades em que o maior mandatário baiano esteja presente. Nada contra. Acho até um cuidado especial para que se preserve o governador e ele não sofra qualquer tipo de constrangimento. O que não é admissível é que o cerimonial do governo atropele as convenções sociais, a lei e as regras mais elementares de convivência, como nos exemplos a seguir.
O primeiro exemplo é positivo (para não dizerem que não falei de flores) e vem, imaginem, da cúpula carlista. Maio de 2000, inauguração do Jequitibá com as presenças do governador César Borges e do senador ACM. Uma semana antes o cerimonial do governo fez contato com o shopping pedindo o roteiro da solenidade. Como responsável pelo ato encaminhei o material para o governo, que o aprovou sem restrições apenas com uma exigência: que as demais autoridades e os anfitriões usassem traje esporte, já que o governador, o senador e sua comitiva, estariam assim trajados. O evento foi tranquilo.
Um segundo episódio foi no governo Paulo Souto. Inauguração da Fábrica Inaceres, em Uruçuca. Fui contratado para conduzir a cerimônia, mas adverti aos dirigentes da empresa que se o governador estivesse presente o cerimonial seria dele. Mas Paulo Souto não trouxe um mestre de cerimônia e sim um locutor de comícios, arrogante e mal educado, mal trajado e sem qualquer conhecimento de cerimonial. Por conta do seu despreparo deixou de chamar para o palanque o Embaixador do Equador, país sócio e investidor da Inaceres e, mais que isso, representante de um país estrangeiro. O avisei da gafe.  “E agora o que é que eu faço” perguntou-me, não tão arrogante como na chegada. “Assuma a culpa, peça desculpas e chame o homem”, respondi-lhe.
As mais recentes são dedicadas ao cerimonial do governo Wagner. Em 2009 a Santa Casa inaugura a nova UTI com a presença de Jaques Wagner. O cerimonial do governador chegou a Itabuna três dias antes, trocamos ideias e gentilezas, só estragadas quando o Bispo Dom Ceslau foi barrado na UTI por um segurança “qualificado” do governo (segundo consta um tenente coronel da PM), que não identificou a autoridade religiosa nem pelo anel, o colarinho clerical, a cruz peitoral ou pela mitra (chapéu), que os bispos usam. Ignorância pura.
Para encerrar a série de truculências fui convidado para conduzir a cerimônia de inauguração do SEST/SENAT. Novamente adverti: “o cerimonial será do governo”. Por se tratar de cerimônia padrão em suas inaugurações o roteiro que foi para as mãos do mestre de cerimônia governamental seguia esse padrão. Mas ele atropelou tudo: não exibiu o vídeo sobre a unidade, não leu um texto sobre o SEST/SENAT, não pediu o Hino Nacional. E mais: se armou uma trama para o prefeito Azevedo não usar da palavra, felizmente abortada pela pronta intervenção dos dirigentes do SEST/SENAT, Carlos Knitel à frente.
E mais: Wagner Chieppe, da Viação Águia Branca, um dos principais responsáveis pela vinda da unidade para Itabuna, ficou esquecido, em pé, sem qualquer gentileza, nem citação dos oradores, não fossem os pronunciamentos do prefeito Capitão Azevedo e de Carlos Knitel, que fizeram justiça, numa tarde de tantos equívocos protocolares.
Ramiro Aquino é cerimonialista, membro do Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo, jornalista e radialista.

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Valéria Ettinger | lelaettinger@hotmail.com
 

O caminho ao pleno desenvolvimento humano através da educação segue caminho inverso de uma educação conteudista, voltada para os índices.

 
Estava lendo o artigo de Thomaz Wood Jr. na revista Carta Capital que relata dois casos que não encontro um adjetivo para classificá-los.
Primeiro retrata o caso de uma mãe na Indonésia que denunciou à mídia local que “seu filho, durante um exame nacional, fora forçado por seus próprios professores a passar suas respostas para colegas menos capazes”. Essa mãe fez a denúncia porque a escola não aceitou a sua reclamação. Após a divulgação da mídia os professores justificaram seu comportamento com base nas pressões que as escolas sofrem para conseguir bons resultados nos exames nacionais para obter recursos do governo.
Do outro lado do planeta, na cidade de Atlanta nos EUA, foi descoberto que professores forneciam as respostas aos estudantes e permitiam que alunos com baixo desempenho escolar copiassem dos colegas mais capazes e até preenchiam eles mesmos as folhas de respostas. Isso tudo ocorreu para a obtenção de premiações e recursos governamentais relacionados a resultados excepcionais alcançados pelos estudantes.
Esse quadro não é diferente no Brasil, pois considera-se uma boa educação aquela que mais aprova em exames nacionais e concursos públicos, resultando, a meu ver, uma educação mecanicista voltada aos resultados.
Esse modelo de educação poderá, até, promover uma seleção das melhores instituições de ensino, mas jamais poderá promover o pleno desenvolvimento da pessoa, o seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, como diz a Constituição Federal de 1988 em seu art. 205.
O caminho ao pleno desenvolvimento humano através da educação segue caminho inverso de uma educação conteudista, voltada para os índices, pois nesse modelo de educação o estudante é um mero reprodutor de uma linguagem já sedimentada, de um conteúdo já construído e de uma orientação apenas aos resultados e não prepara o homem conforme suas habilidades e competências.
Como desenvolver um homem se ele não é tratado de forma singular sendo um ser diferente? Como desenvolver um homem se a educação não produz autonomia? Como desenvolver um homem se o conhecimento é apenas um meio para a obtenção de uma carreira ou de um salário?
Nesse modelo de educação o homem não é o objeto principal, mas é o meio para a obtenção de resultados. Esse modelo de educação gera uma padronização de desempenho. Nesse modelo de educação não se valoriza as habilidades. Esse modelo de educação está criando uma sociedade de estressados e depressivos. E por fim, esse modelo de educação não produz a libertação como diz o prof. Paulo Freire, mas expõe o homem a um padrão de sucesso, que longe estará de ser o caminho ao seu pleno desenvolvimento.
Valéria Ettinger é professora universitária.

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Gustavo Felicíssimo | gfpoeta2@hotmail.com

Ser pai é delicioso e desafiante, é acordar de madrugada preocupado com o choro do filho, mas é também lhe oferecer o conforto.

Todo pai de primeira viagem descobre rapidamente o quanto seu novo papel é delicioso e desafiante. Delicioso porque voltamos ao mundo da fantasia e sonhamos com mais intensidade, ao mesmo tempo nos tornamos menos vulneráveis às provocações externas. Desafiante porque, com nossas experiências de filho, somos impelidos a superar nossos pais. Somos chamados a transcender nossos limites. É aí, talvez, que reside o motivo maior da paternidade.
Sempre estive literalmente infenso às datas comemorativas, como o natal, dia das crianças, dia das mães, e outras. Entretanto, às portas dos meus 40 anos, algo começou a mudar. Num momento em que já não alimentava qualquer aspiração à paternidade, ela me apanhou e me virou pelo avesso. Foi então que percebi o quanto ser pai é um exercício constante de generosidade, abdicação, tolerância, paciência. É, também, viver em estado permanente de transformação interior.
Ser pai é delicioso e desafiante, é acordar de madrugada preocupado com o choro do filho, mas é também lhe oferecer o conforto necessário dos nossos braços para que volte a dormir. É saber que o filho vai requerer para si todo o tempo que sua mãe tiver, e mesmo assim seremos completamente loucos por eles. Ser pai é trocar fraldas, limpar cocô, perder noites de sono. É chegar exausto ao final do dia e mesmo assim encontrar mais um pouquinho de energia para dedicar-se ao filho. Mas também é se emocionar com um sorriso, com os primeiros passos, primeiras palavras. Ser pai é comemorar o dentinho que está nascendo e ficar parecendo um tolo quando se ouve o primeiro… papai.
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Gerson Menezes | publixcriativo1987@hotmail.com

Geraldo via a conquista desse empreendimento como sendo a educação de nível universitário a principal conquista e da consolidação das vocações de Itabuna.

A criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsulba) é uma dessas paternidades assumidas por muitos que mal conheciam ou tiveram qualquer relacionamento com a “ideia-mãe”.
Ao ser feito o anúncio da decisão do Ministério da Educação, sobre a criação de mais duas universidades federais na Bahia – uma no Oeste, com sede em Luís Eduardo Magalhães, e outra no Sul da Bahia, com sede na cidade histórica de Porto Seguro ou Itabuna, omitiram que o verdadeiro “pai” da ideia foi o deputado federal Geraldo Simões.
Em 2002, a pedido de Geraldo, quando era prefeito de Itabuna, o então candidato a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometeu publicamente em criar a Ufsulba, reconhecendo a dívida que o governo federal tinha com a Bahia, que só dispunha de uma universidade federal, a UFBA, em Salvador.
No seu pedido a Lula, Geraldo via a conquista desse empreendimento como sendo a educação de nível universitário a principal conquista e da consolidação das vocações de Itabuna, ao lado do comércio; da medicina e da prestação de serviços.
A vitória agora anunciada com a decisão do MEC em implantar a Universidade Federal do Sul da Bahia, foi fruto, mais uma vez, da luta silenciosa do deputado Geraldo Simões, ao solicitar ao deputado Nelson Pellegrino, líder da bancada baiana no Congresso Nacional, a reunião realizada no MEC, que contou com a presença de 22 deputados baianos em apoio à medida.
Vinte e um deputados presentes apoiaram o pleito de Geraldo para que a sede (Reitoria) seja instalada no campus de Itabuna ao invés de Porto Seguro, como havia sido definido pelo MEC, apenas levando em conta a questão histórica, ligada ao Descobrimento do Brasil.
Quando for concretizada, a luta iniciada por Geraldo deverá ser vista e considerada como o maior presente recebido por Itabuna, pelo seu centenário. Representará verdadeiramente a consolidação de Itabuna, como polo estadual e regional de educação universitária, abrindo as portas para a criação de um novo polo de desenvolvimento de excelência.
Gerson Menezes é publicitário.

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Karol Vital | karolinevital@gmail.com
 

Meu pai era quem me dava banho, levava para a escola, para o médico, para passear, penteava meus cabelos, cortava minhas unhas e até brincava de boneca comigo.

 
Este domingo (14), será o dia dos pais. Infelizmente, não poderei comemorar a data ao lado do meu, já que estamos separados por mais de 700 quilômetros. A vantagem é que, mesmo com grande distância física, sempre estamos próximos em coração. E as tecnologias ajudam a diminuir a saudade. Compartilhamos nossas vidas através de longas conversas por telefone, ele vê um pouco do que estou fazendo pela internet… Mas nada substitui o contato físico, que é o único remédio eficaz contra a saudade.
Meu pai e eu sempre fomos próximos, apesar de sermos bem diferentes. Quando eu era pequena, era ele quem cuidava de mim enquanto minha mãe trabalhava. Costumo dizer que tive uma criação às avessas. Meu pai era quem me dava banho, levava para a escola, para o médico, para passear, penteava meus cabelos, cortava minhas unhas e até brincava de boneca comigo. Uma das lembranças mais gostosas é quando ele me colocava para dormir, aconchegada em seu peito e cantando alguma música de Roberto Carlos ou impostando a voz bem grave para imitar Nilo Amaro e seus cantores de Ébano: “Ô, leva eu, minha saudade. Eu também quero ir, minha saudade. Quando chego na ladeira tenho medo de cair…”
Eu não posso me queixar que não tive um pai participativo. Ele é um pai tão completo que já chegou ao ponto de não precisar de mim para desempenhar o papel e receber as honras do título. Quando eu estava na pré-escola, o colégio organizou uma festa diferente para homenagear os pais. Nada de apresentação de coral infantil ou lembrancinhas feitas com macarrões colados. Seria uma corrida de pais, levando ao extremo a ideia de “pai super-herói”. A competição seria na manhã do domingo dos pais, na Avenida Soares Lopes.
Quando cheguei com a proposta da corrida do dia dos pais, o meu velho se empolgou na hora. Ele sempre foi meio tirado a atleta, pulava corda, exercitava-se com um par de alteres, fazia flexões, barras, abdominais… Todos os exercícios ritmados com inspirações violentas que faziam suas narinas vibrarem e expirações pela boca, as quais geravam pequenos assovios. Eu sabia que ele não faria feio na competição e estava doida para torcer por sua vitória.
Na manhã do domingo, acordei e não encontrei o meu coroa em casa. Conferi a hora e vi que estava mais que atrasada para a corrida dos pais. Já passava das 9h30min e o evento estava marcado para as 8 horas. Fiquei tão desapontada, pois meu pai tinha prometido participar da competição e ele nem em casa estava. Mas a frustração durou pouco tempo. Quando ouvi o barulho da corrente do portão de entrada, fui correndo para receber meu pai com uma bronca, mas fiquei meio sem reação quando o vi. Ele estava todo suado, com a camisa da corrida e uma medalha feita de broa, pendurada no pescoço por uma fita verde.
– Oxe, painho! Onde é que o senhor estava? – indaguei.
– Ora, fui participar da corrida. Você não acordou na hora. – respondeu.
Confesso que a frustração acabou se transformando em raiva. Como é que meu pai foi participar de uma homenagem aos pais sem o principal: a filha. Afinal, ele só era pai por minha causa.
– Mas e por que o senhor não me chamou?
– Você estava dormindo tão bonitinho!
Essa foi a resposta que quebrou minhas pernas. Mesmo sabendo que participar da competição seria apenas uma chance de exibir seu bom condicionamento físico para
as professoras solteironas ou frustradas, o meu velho demonstrou o que fazia dele um pai. Sua preocupação constante com o meu bem-estar.
Karol Vital é comunicóloga.

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Allah Góes | allah.goes@hotmail.com
 

É a você, Alberto “Parafuso”, Meu Pai, grande responsável por eu ser quem sou, na impossibilidade de lhe dar um forte abraço neste Dia dos Pais, que presto homenagem.

 
O velho “científico” (hoje chamado ensino médio), além de servir de preparação para que possamos adentrar numa boa universidade, também funciona como uma espécie de transição para a vida adulta, pois é nessa fase que solidificamos os conceitos e enfrentamos os primeiros desafios do início de nossa vida adulta.
No meu caso, além de ter passado pelas experiências próprias daquele período, e que foram responsáveis por ter encontrado os amigos que até hoje nos acompanham, os quais considero meus “irmãos escolhidos”, tive a felicidade de poder contar com os conselhos de meu pai, que, mesmo com a saúde bastante debilitada, foi muito presente naquela complicada transição.
Uma das maiores dúvidas surgidas na passagem para a vida adulta, senão a maior de todas, foi: “e agora, concluí o segundo grau, o que vou fazer com a minha vida? O que quero ser?”.
Eu achava que queria ser jornalista, por entender que, nessa profissão, poderia ajudar a minha cidade, levando conhecimento e informação a todos. Mas em Itabuna não havia faculdades para aquela área, e o que mais se aproximava era o curso de letras na Uesc, pois o Curso de Comunicação na Ufba era um sonho impossível, dada a nossa situação financeira, decorrente da doença de meu pai.
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Marco Wense

Ninguém, aí incluindo o próprio Aleluia, ousava desafiar as ordens do chefe ACM.

O senador João Durval, eleito pelo PDT do saudoso Leonel Brizola, não pode ser crucificado pelo fato de ter retirado sua assinatura do requerimento de criação da CPI dos Transportes.
Se a presidente Dilma Rousseff estivesse tratando com desdém os sucessivos escândalos que tomam conta da República, o recuo de Durval seria imperdoável.
A maior autoridade do país está sendo implacável com os abutres do dinheiro público. Não é à toa que a aprovação ao governo tem 50% de ótimo e bom.
A impunidade, sem dúvida o maior câncer da administração pública, não pode ser alimentada pelo pretexto da governabilidade, pelo medo de perder a maioria parlamentar nas duas Casas do Congresso Nacional.
Ao fazer o jogo da oposição, o ex-governador da Bahia foi politicamente ingênuo. Qualquer oposicionismo, seja do PT, PSDB ou outra legenda, é adepto do quanto pior, melhor.
O estranho da história, até certo ponto hilariante, é José Carlos Aleluia, presidente estadual do Democratas (DEM), ficar indignado com o “servilismo” do senador Durval.
Aleluia esquece dos tempos do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, quando o carlismo dominava a política da Bahia na base do mandonismo e do chicote.
Aleluia sabe que o “servilismo” e a subserviência foram marcas registradas do carlismo. Ninguém, aí incluindo o próprio Aleluia, ousava desafiar as ordens do chefe ACM.
O destempero emocional de ACM com os subordinados, como bem disse o jornalista Samuel Celestino, “ia do desrespeito total e público ao tratamento às vezes carinhoso que não supria os ataques pessoais, invadindo o campo familiar do auxiliar ou até do aliado”.
No então governo FHC, os governistas do PFL, hoje democratas, se recusaram a assinar o pedido de instalação de uma CPI para apurar as denúncias de corrupção nas privatizações.
Depois, no mesmo governo tucano, estourou outro escândalo envolvendo a PEC da Reeleição, que terminou permitindo o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Nada de CPI.
Na época, os jornais, inclusive os grandes de São Paulo, falavam em R$ 200 mil para cada voto de deputado e senador a favor da Proposta de Emenda Constitucional, a famosa PEC da Reeleição.
O discurso da moralidade da coisa pública, quando protagonizado por políticos que no passado eram contra a qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito, não tem consistência e, muito menos, credibilidade.
PS – Ironicamente, o deputado Rubens Bueno, do PPS do Paraná, foi o que melhor definiu as sucessivas denúncias de corrupção no governo Dilma: “Parece saco de caranguejo. Você puxa um e vem outro grudado”.

O VICE DE AZEVEDO

O nome do candidato a vice na chapa encabeçada pelo prefeito Azevedo, que legitimamente busca sua reeleição, já faz parte das conversas entre os democratas (DEM).
O PMDB é o plano A não só do azevismo como do geraldismo. As duas correntes estão de olho no tempo da legenda no horário eleitoral destinado aos partidos políticos.
O PT tem outra preocupação: afastar qualquer possibilidade de coligação do PMDB com o PCdoB. A opinião de que os comunistas só terão candidatura própria com o apoio do PMDB é unânime entre os petistas.
O plano B do DEM é o PSDB do deputado estadual Augusto Castro. O jornalista José Adervan, presidente do diretório municipal, é o nome mais cotado do tucanato.
Falhando os planos A e B, vem o C com Marilene Duarte, a Leninha da Auto-Escola Regional, até agora a mais ilustre filiada do MSP (Movimento dos Sem Partidos).

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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Defino amor de mãe como sublime e profundo. Aconchego. E acho que amor de pai é cuidado, zelo, confiança.

Eu sempre fico um pouco saudosa nessa semana que antecede o Dia dos Pais. Uma saudade sadia, de um tempo bom que não volta mais, de alguém que se foi muito cedo, especialmente porque eu só tive o prazer de conviver breves 13 anos. O suficiente para entender o sentimento de uma filha diante da falta que a figura de um pai faz.
Terça-feira, chego em casa no finalzinho da tarde e encontro minha mãe perplexa com o que acabara de assistir: um apresentador mostrou, em seu programa, a história de um pai que entregou sua própria filha a traficantes, como pagamento por uma dívida de drogas. Cheguei a questionar se a menina ainda estava viva. Sinceramente, ficaria mais aliviada se minha mãe me respondesse que não.
Defino amor de mãe como sublime e profundo. Aconchego. E acho que amor de pai é cuidado, zelo, confiança. Que me perdoem as feministas, mas a própria figura masculina já impõe isso nas nossas vidas. É da figura do pai que vem, teoricamente, a segurança. E imaginar que uma filha se viu entregue a marginais, para ser estuprada, usada, massacrada, é imaginar cenas de um filme de terror e humilhação que ser humano algum merece, sequer, assistir.
Confesso que, mesmo diante de uma realidade crua e perversa que observo nas mídias, diariamente, jamais ousei imaginar tal infelicidade. Estamos vivendo um tempo lamentável de degradação humana, e não sabemos onde e nem quando iremos parar.
Caberia, neste exato momento, adentrar numa discussão a respeito do crescimento exacerbado do consumo de drogas no país. Caberia também concordar com o apresentador, numa bandeirada a favor da pena de morte por aqui. Mas estou CHOCADA, sem forças para argumentar…

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Valéria Ettinger | lelaettinger@hotmail.com

E por que não conseguimos viver com elas? O que nos impede de enxergar o outro ou o comportamento do outro com aceitação?

Recebi a seguinte citação no meu post no Facebook “Dia do orgulho disso, dia do orgulho daquilo”… PQP. Anseio pelo dia em que héteros, gays, bis, tris, tetras, trans, pans, negros, brancos, amarelos, vermelhos, cristãos, mulçumanos, judeus, ateus, nortistas, sulistas, orientais e ocidentais possam juntos ir às ruas comemorar o ORGULHO DE SER GENTE!
Mas será que estamos preparados para viver com as diferenças? E por que não conseguimos viver com elas? O que nos impede de enxergar o outro ou o comportamento do outro com aceitação?
Partindo do pressuposto que o homem é um ser gregário e necessita de outro homem para satisfazer suas necessidades, então razoável seria uma tendência harmônica no quesito convivência. Mas esqueceram de dizer a esse homem que para tanto ele precisaria desfazer de parcela do seu interesse individual, para, unido à fração do outro homem, formatar um consenso. Isso não acontece! Porque o homem pensa como um ser individual, mesmo quando está vivendo coletivamente.
Spinoza disse que o bem maior de um homem é o outro homem, no entanto, ele enxerga o outro como um meio de satisfazer os seus instintos e, quando não, o conflito está instaurado. O homem individual é um homem que está sempre em busca de satisfazer os seus desejos e é munido pela paixão.
Somos seres coletivos, que agimos individualmente e jamais aceitaremos aquilo que não corresponde a nossa verdade ou vontade. Por isso que Montesquieu dizia que o homem é capaz de violar a própria lei que ele cria, visto que esta, por ter um caráter geral, pode não corresponder aos anseios desse homem.
No entanto, o Estado não pode agir assim, ele tem que responder às demandas sociais. Mas nem sempre responder às demandas sociais é satisfazer aos nossos interesses. Por isso que não aceitamos aquilo que não corresponde aos nossos desejos ou valores e rejeitamos quando o Estado no exercício de sua função age no tocante aos interesses coletivos, principalmente quando se referem aos interesses das “minorias”(qualitativas).
Não sabemos viver com as diferenças, porque ser diferente é não corresponder a um padrão, que um dia foi declarado como normal. Mas, para que eu possa viver em sociedade e de forma harmônica terei que compreender que o diferente também pode ser igual, ainda mais que ele é GENTE como a GENTE.
Valéria Ettinger é professora universitária.
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Gerson Menezes | publixcriativo1987@hotmail.com

Os primeiros passos do governo Dilma estão fazendo nascer o enigma: – O que quer e o que pensa essa mulher?

Se fosse proposto pela presidenta Dilma Rousseff, o enigma da esfinge, caberia muito bem. A “criatura”, a cada passo dado nesse início do seu governo, parece querer se distanciar do seu “criador” ou de, propositadamente, querer consertar os erros por ele praticados.
Apontada que foi como sendo um “poste”, Dilma, a mulher sobre a qual pouco se conhecia (até mesmo do seu passado na clandestinidade até hoje oculto), se mostra capaz de dar passos no exercício do poder. Passos, para muitos, incompreensíveis e até politicamente suicidas. Surpreendente para muitos, talvez seja apenas para poucos uma revelação.
Do pouco que se conhecia da personalidade da presidenta Dilma, era sua pouca flexibilidade em transigir com tudo aquilo que julgava administrativamente incorreto. Intransigência essa que fez nascer a admiração por parte do ex-presidente Lula, acostumado a negociações, e que da ministra Dilma usou e abusou para pôr freio na incompetência que gravitava em torno do seu governo.
Os primeiros passos do governo Dilma estão fazendo nascer o enigma: – O que quer e o que pensa essa mulher? Para os aliados do governo, Dilma está prestes a cometer um suicídio político ao “dizimar” as pretensões – mesmo que espúrias – dos políticos da sua base aliada. Para a oposição, Dilma apenas se utiliza dos recursos “midiáticos”, para aparecer diante da população como a “mãe” da moral e da ética da política brasileira.
Seja qual for a verdadeira Dilma Rousseff, eu, que não votei nela para presidenta, estou entre perplexo e admirado. E se mantiver na prática o discurso moralizador e conseguir manter a economia brasileira ao largo dos percalços da economia mundial, até 2014 o enigma Dilma estará decifrado e então se poderá clamar: – “O rei morreu! Viva o novo rei!”. Ou… rainha.
Gerson Menezes é publicitário.

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Marco Wense

O PMDB não vai apoiar em Azevedo e, muito menos, Geraldo.

O assunto mais enigmático da sucessão do prefeito Azevedo é, sem dúvida, o que envolve o PCdoB, PMDB e o PT, com Davidson Magalhães, Geddel Vieira Lima e Geraldo Simões.
Cito Davidson, deixando de lado Luís Sena e Wenceslau Júnior, também prefeituráveis pela legenda comunista, porque é o nome da preferência não só de Geddel como de Lúcio Vieira, presidente estadual do PMDB.
Não sei a opinião do médico Renato Costa sobre os três pré-candidatos do PCdoB. A impressão que fica é que Renato, que preside o diretório local, evita falar sobre a “disputa”.
A possibilidade do PMDB apoiar o vereador Wenceslau é muito pequena. Em relação a Sena, é quase nula.  Os senistas, obviamente os mais lúcidos, sabem que não existe sequer resquício de esperança.
Davidson é considerado o mais preparado. O que pode deslanchar durante a campanha. Sobre Sena, pesa o fato de ter sido o vice da petista Juçara Feitosa na última sucessão municipal.
Difícil mesmo é o peemedebismo se coligar com o PT, com o ex-ministro Geddel de mãos dadas com Geraldo Simões, tendo as companhias dos ex-prefeitos Ubaldo Dantas e Fernando Gomes.
Na bela festa de aniversário de 30 anos do jornal Agora, Geddel disse ao jornalista Paulo Lima que o PMDB não vai apoiar “nem Azevedo e, muito menos, Geraldo Simões”.
Em termos percentuais, diria que uma coligação PCdoB-PMDB, com Davidson Magalhães encabeçando a chapa, tem 50% para acontecer. Uma candidatura própria com Ubaldo Dantas, 30%. Com o vereador Wenceslau ou Sena, 15%.
Como o processo é político, e os próprios políticos costumam dizer que na política tudo é possível, os 5% restantes ficam por conta de um palanque com Geddel, Geraldo Simões, Renato Costa, Ubaldo Dantas e Fernando Gomes.
Os apupos, em decorrência da estranha e inusitada aliança, serão inevitáveis. Desta vez, Geddel pode ficar tranquilo: as vaias serão democraticamente distribuídas.
A VEZ DOS MÚSICOS

Kocó é pré-candidato.

A candidatura a vereador do conhecidíssimo Kokó do Lordão, pelo Partido dos Trabalhadores, pode incentivar a entrada de outros músicos na política.
O mesmo aconteceu com os militares. Temos hoje, democraticamente eleitos, uma enxurrada deles na vida pública: Capitão Azevedo (prefeito de Itabuna) e o coronel Santana (deputado estadual) são dois exemplos do sul da Bahia.
Sem falar no ex-deputado Capitão Fábio Santana e no major Serpa, convidado a se filiar no PSB para ser o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Geraldo Simões (PT).
A previsão de votos para Kokó é de mais de dois mil. Como o PT caminha para eleger dois vereadores, o ceplaqueano Emanoel Acilino pode sobrar. A outra vaga seria de Vane do Renascer (reeleição).
Marco Wense é articulista da Contudo.
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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br
 

Receio dizer que sou contra o projeto de lei estadual 19.203, da deputada Luiza Maia (PT).

 
Já escrevi alguns artigos contra a baixaria generalizada, que intoxica ouvidos voluntários e involuntários na Bahia. Chamam de música, mas não passa de lixo irreciclável, produto sem classificação, feito para quem diz querer curtir apenas o ritmo, sem se importar com a letra, como explica uma adepta enquanto desce até o chão.
Tenho ojeriza a esse detrito cultural que domina há alguns anos o carnaval da Bahia e é tocado em bares, micaretas, festa de largo, quermesse e até em aniversário de criança. É de pasmar ver menininhas inocentes a destrinchar coreografias obscenas, ao som de “Foge, foge, Mulher Maravilha”, “Só as cachorras” ou outra porcaria aviltante do mesmo naipe.
A deputada estadual Luiza Maia (PT), autora de projeto de lei que propõe a vedação de recursos públicos para o patrocínio de eventos onde se promove o culto à baixaria,  já falou que não quer censura. Ela não perdeu a chance de avisar que também é pagodeira, mas pouco adianta. Certamente, a turma acha atrasado e reacionário esse povo metido a besta para quem música de duplo sentido era, no máximo, um “Pagode Russo” (aquela que dizia que “na dança do cossaco, não fica cossaco fora”). Daquela brincadeira maliciosa do velho Lua, a coisa degringolou e não dá para chamar de arte ou qualquer coisa semelhante as melodias pobres que se conjugam com um fraseado chulo, apelativo e sem inspiração.
Ainda assim, receio dizer que sou contra o projeto de lei estadual 19.203, da deputada Luiza Maia (PT). As intenções da parlamentar podem ser as melhores, mas a iniciativa não dará certo e já começou criando um paredão em defesa da fuleiragem.
Um causídico, com embasamento constitucional, afirma que a proposta da petista se traduz em censura prévia, o que é vedado pela lei maior. Produtores da submúsica também já se levantaram, num alto lá contra a deputada, que corre o risco de virar tema de alguma produção misógina das “criativas” bandas que ela pretende boicotar.
Como se vê, o projeto trouxe o lixo para o centro das atenções e os holofotes podem acabar até fazendo bem para a indústria do detrito cultural. Pior ainda é que a intenção da deputada acabe criando em torno de tais “músicas” uma aura de coisa proibida, estimulando a curiosidade e levando muitos incautos a experimentar a droga.
Ops, o assunto era outro. Ou não?
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA.

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Gerson Marques | gersonilheus@gmail.com
 

A política real não é a dos bastidores, do acerto por cima ou da rasteira quase certa; ela é feita aqui na cidade, com gente de carne e osso.

 
Estamos na entressafra política, em um ano que não é de eleições e nos permite tempo suficiente para especular. Alguns pré-candidatos, os mais experientes, aproveitam essa época em que as coisas estão assim “meio confusas” para “vender seus peixes” e algumas “ideias mirabolantes”.
Para evitar confusões e permitir a todos entender o jogo, resolvi escrever umas pretensiosas linhas, com opiniões pessoais sobre esse processo. Espero com isso ajudar os candidatos perdidos a encontrar o mapa do caminho.
1. A sucessão de 2012 para prefeito de Ilhéus passa, segundo qualquer analista político, pelo governador Wagner. Seu peso será maior ou menor à medida que as muitas obras previstas para Ilhéus estejam iniciadas ou não, e o apoio de Wagner ainda tem um enorme ganho extra: traz de quebra o apoio de Lula e Dilma.
2. O partido de Wagner é o PT, que, junto com outros partidos, forma a base do governo. O PT de Ilhéus aceitou em janeiro de 2010 a orientação do governador e da direção estadual no sentido de aliar-se ao PSB. Então é fato: PT e PSB são aliados em Ilhéus.
3. Até o momento não houve nenhuma orientação em sentido contrário a esta aliança. O PT estadual, através de Wagner, assim como o PSB da senadora Lídice da Mata, acabaram de reafirmar a aliança durante a última visita do governador à nossa cidade, onde mais uma vez o governador tratou da agenda de obras e ações para Ilhéus com o governo municipal, ampliando e reafirmando compromissos.
4. Sendo esses os dois maiores partidos da base do governador em Ilhéus, é natural que juntos liderem a formação de uma grande frente, capaz de reproduzir a base de sustentação do governador aqui em nossa cidade. Essa frente deverá ter ainda a presença do PCdoB, PRB, PDT, PSD e outros a serem convidados. Dentre eles, sairá o candidato que nos unifique.
5. E o PP? Bem, é claro que o PP também é base do governador e, por isso, cabe nessa frente; mas quem tem de definir seu rumo é o próprio PP. Como no momento a tese do partido é de não conversar com os partidos que estão no governo municipal, isso isola o PP fora da base do governador em Ilhéus, mas essa é uma opção deles.
6. Não existe a menor chance de acerto por cima no PT, como pretende certo candidato. O PT não funciona assim, a base tem muita importância e a opinião do diretório local é que vale. Repito: a opinião do diretório local é que vale, além disso a nossa turma “de cima”, leia-se Wagner, Josias Gomes, Geraldo Simões, Fátima Nunes, Jonas Paulo, Everaldo Anunciação etc., é a mesma que nos indicou o caminho da aliança com o PSB e até agora não “desindicou”, se assim pode ser dito e entendido.
7. A manutenção e ampliação da aliança PT e PSB têm sido amplamente discutidas pelas executivas locais nos últimos dias, e é aceita por praticamente a totalidade do partido. Nossos vereadores são unanimes neste caminho.
8. Este projeto não é contra ninguém, é por Ilhéus, é para viabilizar nosso futuro. Nosso desafio será construir a Ilhéus de amanhã, a aliança PT/PSB está por trás dos grandes projetos que começam a mudar o rumo de nossa história, a segunda ponte para o Pontal, a duplicação da Ilhéus/Itabuna, o novo aeroporto, o porto e a ferrovia Oeste/Leste entre outras. Nos próximos meses estaremos iniciando a preparação da cidade para as comemorações do centenário de Jorge Amado (ano que vem), assim como para a Copa do Mundo (quando poderemos hospedar algumas seleções).
9. A política real não é a dos bastidores, do acerto por cima ou da rasteira quase certa; ela é feita aqui na cidade, com gente de carne e osso. É verdade que existem projetos maiores em nosso partido como, governar a Bahia e o Brasil. É verdade que a política de alianças exige reciprocidade, mas é verdade também que quando um não quer dois não se juntam
10. O mapa do caminho passa pela humildade, confiança mútua e muita vontade de lutar por Ilhéus, por uma Ilhéus mais justa e mais desenvolvida, por uma nova Ilhéus.
Gerson Marques (PT) é diretor de Planejamento Estratégico da Prefeitura de Ilhéus.

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Marco Wense

Essa reação, externada de maneira incisiva, de que o PCdoB não é mais subserviente ao petismo, não quer mais o papel de coadjuvante, agrada também ao PSB e o PP.

As reações de Wenceslau Júnior, presidente do PCdoB de Itabuna, reafirmando candidatura própria na sucessão de 2012, têm provocado uma incontrolável euforia nos democratas (DEM).
Qualquer comentário de que o PCdoB não terá candidato, novamente apoiando o PT, é logo bombardeado pelos três prefeituráveis da legenda: Davidson Magalhães, Sena e Wenceslau.
Um racha na oposição, principalmente entre comunistas e petistas, é “a azeitona que faltava na empada do prefeito Azevedo”, costuma dizer um azevista de carteirinha.
Tem até correligionários com a opinião de que a reeleição de Azevedo depende mais da cisão oposicionista do que da realização de obras na periferia.
Essa reação, externada de maneira incisiva, de que o PCdoB não é mais subserviente ao petismo, não quer mais o papel de coadjuvante, agrada também ao PSB e o PP.
Com o PCdoB longe do PT, a indicação do candidato a vice na chapa encabeçada por Geraldo Simões seria disputada por socialistas e pepistas.  O empresário Roberto Barbosa, que preside o PP local, é um fortíssimo vice-prefeiturável.
O PT de Geraldo Simões não quer nem ouvir falar do médico Edson Dantas e do vereador Ricardo Bacelar como opções do PSB para uma composição na chapa majoritária.
Não é à toa que Ruy Machado, presidente da Câmara de Vereadores, trabalha para levar o colega Gerson Nascimento para o Partido Socialista Brasileiro.
Ruy Machado sabe que a coligação do PSB com o PT é favas contadas. A senadora Lídice da Mata, mandatária-mor do PSB, já decidiu que o partido deve apoiar o ex-prefeito Geraldo Simões.
De olho no segundo mandato, Ruy Machado, mesmo em outro partido, faria de tudo para emplacar o colega Gerson como vice de Geraldo. A contrapartida do edil seria o apoio a sua reeleição.
Para fazer frente ao ambicioso plano do presidente do Legislativo, alguns membros do diretório vão convidar o major Serpa para se filiar ao PSB, se tornando assim um vice-prefeiturável.
Pelo andar da carruagem, parece que o caminho da reconciliação entre petistas e comunistas é cada vez mais difícil. A tábua de salvação do PCdoB é o PMDB.
O PCdoB não pode lançar candidatura própria sem o imprescindível apoio do PMDB, sem o tempo que a legenda dispõe no horário eleitoral destinado aos partidos políticos.
Davidson Magalhães, por exemplo, não pode fazer uma campanha com alguns segundos na telinha. Uma campanha, digamos, enesiana, na base do “meu nome é Davidson”.
Marco Wense é articulista político.