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Luís Sena

Sou um intransigente defensor de que os serviços essenciais, a exemplo da água, sejam geridos por empresa pública, tanto faz estadual ou municipal.

Nos últimos dias, por meio da imprensa e também da preocupação de parte dos funcionários da Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa), reacendeu a divulgação sobre mais uma tentativa de privatização da empresa. Com a mudança do presidente, a coisa ficou mais ainda acentuada. “Onde há fumaça, há fogo!”
Sou um intransigente defensor de que os serviços essenciais, a exemplo da água, sejam geridos por empresa pública, tanto faz estadual ou municipal. Por vários motivos e razões, a mais importante é que o serviço de água e saneamento é estratégico numa cidade do porte de Itabuna.
Sendo o serviço de saneamento público, o norteamento das ações de metas de crescimento/expansão com qualidade e visão social devem ficar sob o controle e autonomia da administração pública. Na iniciativa privada, é diferente. Tudo fica subordinado aos resultados da lucratividade.
Nós precisamos aplicar na Emasa uma gestão comprometida com a coisa pública, capaz de implantar uma cultura de servir bem, sem desperdício, tarifa razoável e com qualidade, através de um processo de eficientização constante.
Os lacaios de sempre ficam na espreita da oportunidade, principalmente no momento em que a Câmara de Vereadores muda a sua composição política, para tentar passar qualquer projeto contra o povo, principalmente este que se caracteriza como “entreguista” e de encontro às necessidades da população e também fere a autonomia do município.
Com a palavra, os dirigentes da estadual Embasa, que segundo informações é detentora de parte do patrimônio, hoje utilizado pela Emasa.
Tudo que estiver ao meu alcance colocarei à disposição para evitar este ato irresponsável. Inclusive, já estamos acionando a rearticulação do “Comitê em defesa da água, contra a privatização da Emasa”, com a participação dos movimentos sociais, políticos, clubes de serviços, religiosos etc, numa grande mobilização como já aconteceu no passado e abortamos as duas outras tentativas.

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Osias Lopes | osiaslopes@ig.com.br

 

A verdade é que os proprietários dos grandes veículos de comunicação, buscando permanecer em favorecer-se das benesses dos dinheiros públicos, inventaram de tudo.

O retrato do Brasil hoje revela um personagem que, por incrível que pareça, foi quase que esquecido até o início do século XXI: o povo brasileiro, fato registrado por uma autoridade governamental que fez parte do governo do primeiro presidente eleito pós-ditadura, com a frase: “o povo é um detalhe”.

A verdade é que os proprietários dos grandes veículos de comunicação, buscando permanecer em favorecer-se das benesses dos dinheiros públicos, inventaram de tudo. Quem não se lembra do “caçador de marajás”; do intelectual que fez campanha mostrando os cinco dedos da mão querendo dizer que seu governo teria cinco grandes metas; da anti-campanha que encetaram raivosamente contra o metalúrgico presidenciável, e recentemente contra a que viria a ser primeira mulher eleita presidenta.

Pois bem, essa mesma elite caçou e cassou o “caçador”, porque tinha ele um auxiliar alagoano que não “dividia o bolo” que eles prepararam; os “cinco dedos” perderam para quatro dedos, e em todos os demais números que fizeram este país acordar para sua grandiosidade, com a eleição do metalúrgico para presidente, e, como que selando tudo isso, lhe sucede uma ex-guerrilheira!

O Brasil, enfim, respira a mais pura liberdade conjugada com crescimento, e fundamentalmente, com desenvolvimento. A elite está acabrunhada, não por vergonha do que fez (ou do que deixou de fazer), mas sim porque perdeu seu “poder” de enganar àquele personagem de que falei no início desta escrita: o povo brasileiro.

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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

A procriação é algo tão perfeito que oferece a ela exatos nove meses para que se adeque, que se acostume e arrume a vida até o grande dia do nascimento.

Algumas religiões tentam explicar a morte e torná-la menos dolorosa, especialmente para quem fica. Acho extremamente válido e inteligente, inclusive. Admiro quem consegue lidar com tudo isso com muita sabedoria, calma e paz no coração. Eu, sinceramente, não faço parte desse time.

Nós, seres humanos, não sabemos e nem gostamos de perder. Não sabemos aceitar o fim de um relacionamento, mesmo quando temos a plena consciência de que ele está fadado ao insucesso; não sabemos lidar com a falência de uma empresa à qual demos o nosso suor e depositamos as nossas expectativas; não aceitamos, muitas vezes, nos desfazer de roupas e sapatos usados, abarrotando gavetas com coisas velhas. Somos apegados. Acho que essa é a palavra mais adequada. Somos apegados ao que julgamos ser nosso, e dar adeus ao que queremos bem é algo bastante doloroso.

Vejo nas manchetes dos jornais um número cada vez maior de jovens partindo antes da hora. Sim, os jovens estão partindo antes da hora, deixando para trás vidas cheias de sonhos, expectativas e conquistas. Deixando para trás a possibilidade de ficar velhinho e sentar na varanda de casa, de pijama, e contar aos netos tudo o que a vida lhe ensinou. A sensação que tenho, diante dessa loucura que é a morte prematura, é de piedade, de compaixão. Dos jovens que se privam da vida, mas, especialmente, das mães que ficam.

Eu não sou mãe. Mas imagino que a chegada de um filho mude a vida, a rotina e os sentimentos de uma mulher para sempre. Porém, a procriação é algo tão perfeito que oferece a ela exatos nove meses para que se adeque, que se acostume e arrume a vida até o grande dia do nascimento. Na morte prematura, não. Elas são pegas de surpresa, muitas vezes no aconchego dos seus lares, sonhando com o sorriso dele, que não mais verá.

Não diminuo aqui a dor de um pai, de um irmão, de uma esposa ou de um amigo. Mas acredito que o amor de uma mãe é algo maior que ela mesma. O amor de uma mãe é semeado na gestação, na delicadeza do aleitamento, no instinto, no íntimo da mulher. E se o amor de uma mãe é assim, incomensurável, sua dor é algo que me corta o coração só de imaginar…

Manuela Berbert é jornalista e colunista da Contudo.

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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br

 

Língua afiada, Geddel  recorreu a uma analogia de lupanar para atingir o PT.

Como é comum acontecer em política, a entrevista do peemedebista Geddel Vieira Lima, publicada neste fim de semana no jornal Agora, de Itabuna, revela mais pelo que não diz do que pelo que o entrevistado afirma.

Há alguns meses, seria impensável o ex-ministro da Integração Nacional sequer cogitar a possibilidade de uma reconciliação com o PT, notadamente em Itabuna, onde a maior liderança do partido carrega a responsabilidade por uma vaia estrondosa dedicada a Geddel durante o lançamento do PAC do Cacau em Ilhéus.

A entrevista, naturalmente, tem muitas críticas ao PT e a Geraldo Simões, mas nas entrelinhas Geddel confirma aquela tese de que não há impossibilidades em política. Faltando mais de um ano para definir o jogo, as críticas parecem “charme” de quem não deseja parecer um pretendente fácil.

O PMDB está procurando se valorizar, ao mesmo tempo que aponta vícios e defeitos no PT. Em certo trecho da entrevista, o ex-ministro repreende Geraldo Simões por este ter negado a autoria da vaia em Ilhéus. “Hoje, quando nega, não resgata credibilidade para eventuais conversas”, broqueia Geddel.

Outra leitura da reprimenda pode ser a seguinte: “Geraldo, meu filho, arrependa-se dos pecados e venha com humildade pedir nosso apoio, que poderemos pensar no seu caso”. O perigo é que o conselho embute uma armadilha, pois o confessor assumiria ter mentido reiteradamente sobre sua participação em um episódio que contribuiu para o rompimento entre PT e PMDB na Bahia.

Língua afiada, Geddel ainda recorreu a uma analogia de lupanar para atingir o PT, classificando-o como partido sovina na hora de dar apoio e desesperadamente sedento para obtê-lo. “Para receber, parece aquelas moças do antigo Bataclan”, mandou o ex-ministro, recordando as dadivosas meninas da casa de Maria Machadão.

Dizem que no Bataclan era comum os coronéis inimigos baixarem as armas para se entregar aos deleites, pecados e vícios nas madrugadas, longe de olhares curiosos e indiscretos. A semelhança com o que ocorre nos bastidores da política torna altamente apropriada a comparação feita pelo cacique do PMDB.

Como se diz em bom baianês, nada mais natural que esse rififi entre petistas e peemedebistas acabasse no brega…

 

Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA e também escreve no Política Et Cetera.

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Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

Tempos depois, retornou para pedir desculpas por que seu melhor amigo havia morrido de câncer na próstata. Abraçou o médico e chorou. Júlio Brito também não se conteve.

Um cartunista escreveu que se fosse obrigado a ser politicamente correto na profissão, entraria na clandestinidade. É assim. Grande parte das piadas são discriminatórias com relação à raça, etnia, gênero e opção sexual. Neste último item, incluem-se as piadas sobre o exame de próstata.

Lembro-me que a revista Bundas elegeu “O Macho do Ano” o médico que teve a coragem de fazer o exame no então senador Antônio Carlos Magalhães. Ao lado do texto, uma charge com ACM posicionado corretamente para ser examinado.

O jornalista Ramiro Aquino assistia a um show de Renato Piaba e em determinado momento foi questionado sobre o exame. Ramiro respondeu que há anos consecutivos vai ao urologista com este objetivo. Piaba exclamou que Ramiro havia gostado da experiência e passou a fazer outras brincadeiras similares. Ramiro, que estava ao lado da esposa, Nadja Aquino, nada respondeu. Nem sorriu.

Dias depois na Feijoada do Tarik, César Mazzoni e Rogério Santos, respectivamente, à época, diretor e chefe de jornalismo da TV Santa Cruz, chamaram Piaba e Ramiro para as apresentações. Ramiro, pessoa sempre gentil, surpreendeu ao falar com firmeza: “não tenho prazer algum em lhe conhecer”.

Foi um constrangimento geral. O jornalista explicou que a fala do humorista tem grande repercussão e que ele, ao invés de contar aquele tipo de piada, deveria contribuir para a campanha do exame de próstata.

O urologista Júlio Brito conta que um senhor da área rural que foi ao consultório, fez o maior escândalo quando soube como é realizado o exame, se recusou e foi embora . Tempos depois, retornou para pedir desculpas por que seu melhor amigo havia morrido de câncer na próstata. Abraçou o médico e chorou. Júlio Brito também não se conteve.

Lembro-me também que, há poucos dias, Emilio Gusmão fez uma brincadeira sobre o assunto com o secretário Carlos Freitas. Foi censurado por um juiz. Se a brincadeira foi politicamente incorreta, pior é a censura. Precedente perigoso.

Encerro falando sobre o repórter JB quando trabalhava na TV Cabrália. Ele foi se submeter ao exame e quando retornou ao trabalho vários colegas aguardavam-lhe no estúdio para as piadas de sempre. JB entrou com seriedade e reclamou: “Foi muito rápido, pedi ao médico que fizesse de novo para evitar dúvidas, mas ele se recusou. Estou decepcionado.”

Marival Guedes é jornalista e escreve no PIMENTA às sextas.

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Do Blog do Noblat

O voto do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, contra a validade da Lei da Ficha Limpa desde as eleições do ano passado deve beneficiar, entre outros, Jader Barbalho (PMDB-PA), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Marcelo Miranda (PMDB-TO) e João Capiberibe (PSB-AP).

Mantidos os votos anteriores dos demais 10 ministros, o Supremo libera para tomarem posse todos os candidatos considerados antes barrados. Isso ocorre porque no início da sessão de hoje (23) os ministros reconheceram a “repercussão geral” da causa.

Barbalho, Lima, Miranda e Capiberibe concorreram ao Senado e foram barrados por terem sido enquadrados como “fichas sujas”.

No caso de Barbalho, ele deve tomar o lugar de Marinor Britto (PSol-PA).

Lima, Miranda e Capiberibe devem assumir as vagas de Wilson Santiago (PMDB-PB), Vicentinho Alves (PR-TO) e Gilvam Borges (PMDB-AP), respectivamente.

Na Câmara dos Deputados, a decisão do Supremo deve garantir a posse de Janete Capiberibe (PSB-AP) e João Pizzolatti (PP-SC).

Outras mudanças devem ocorrer na composição da Câmara após a recontagem dos votos que deverá ocorrer com a validade dos votos de “fichas sujas” que foram barrados.

O julgamento de hoje tem como base recurso do ex-deputado estadual Leonídio Bouças (PMDB-MG). O candidato foi condenado em 2002 pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) por improbidade administrativa.

Com a decisão de hoje, ele pode ser beneficiado após a recontagem dos votos de outros “fichas sujas”  que concorreram à Assembleia de Minas.

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Do Política Etc:

Carlos Freitas, o Marquês de Quiricós, grita: "Uhu, o Atacadão é nosso!"

Nossas duas maiores cidades sul-baianas, embora aspirem o grau de cosmopolitas, não cessam de adotar posturas provincianas que fazem ambas ser comparadas à eterna Sucupira. As peripécias e bizarrices de Odorico Paraguaçu são em tudo, por a mais b e c menos d, comparáveis às atitudes de figuras políticas dos dois municípios, coisa que ficou evidente na mais recente disputa travada entre eles.

Na “Batalha de Quiricós”, com direito a ampla cobertura dos veículos de imprensa, Itabuna e Ilhéus reivindicavam o direito sobre as terras onde estão instalados dois mercadões. Itabuna, mais perto deles, não quer se limitar a ir às compras; também deseja se beneficiar com a receita dos impostos dessas empresas. Ilhéus, mais longe, pode não frequentar os estabelecimentos com a mesma assiduidade, mas é oficialmente dona das terras e exige o devido retorno pela sua ocupação.

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Daniel Thame | danielthame@hotmail.com

A onda de violência que assola o eixo Ilhéus-Itabuna, com sete assassinatos no último final de semana, além do banho de sangue que eleva o índice de homicídios à estratosfera, acaba produzindo situações, digamos, inusitadas.

Tome-se, por exemplo, um assalto a ônibus ocorrido na linha Itabuna-Barro Preto.

Assaltos a ônibus, assim como furtos, roubos e arrombamentos raramente merecem registro, diante da profusão de assassinatos. As vítimas, muitas vezes, nem se dão ao trabalho de prestar queixa. É pura perda e tempo e chateação.

Mas o assalto em questão chama a atenção pela situação em que se deu, digna de entrar para o anedotário, não fosse o fato de que a explosão da criminalidade não tem graça alguma, muito pelo contrário.

O citado ônibus seguia sua trajetória normal junto à outrora pacata Barro Preto. Num determinado ponto, entraram três rapazes. Mais outro ponto e entram mais três rapazes. Simples passageiros nessa profissão onde, como na vida, tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.

(Um parêntese: em algumas linhas até o cobrador tornou-se dispensável. Sua função é acumulada pelo motorista. Isso, enquanto não inventam ônibus dirigidos por robôs).

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Paixão Barbosa (blog Política, Gente & Poder):

Já se pode prever uma batalha jurídica pela frente neste caso das vagas de suplentes, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) está dividido em relação a quem tem o direito de reivindicar o mandato do deputado ou senador que se afasta por qualquer motivo, se à coligação ou ao partido. Quando tudo parecia indicar que o STF iria definir que os mandatos pertencem aos partidos e não a esta excrescência que é a coligação partidária, o ministro Ricardo Lewandowski mostrou que a coisa não é bem assim.

Ao julgar mandado de segurança de autoria de Wagner da Silva Guimarães, que concorreu a deputado federal pelo PMDB de Goiás, ele decidiu que vaga de suplência parlamentar pertence à coligação e não ao partido. Segundo Lewandowski, a coligação é formada para um fim específico (eleições), mas seus efeitos se projetam para o futuro. Ele apontou como exemplo que uma coligação pode entrar com ações na Justiça após o período eleitoral. O ministro também rebateu os argumentos de que a regra da fidelidade partidária tem que valer também no caso de suplência por vacância de parlamentar para ocupar outro cargo.

O problema é outros ministros do STF, como Carmen Lúcia, entendem que as vagas são do partido e já decidiram deste forma em outros mandados de segurança impetrados por suplentes. Atualmente, 14 mandados de segurança questionam vagas de suplência no Supremo, sendo que cinco decisões – uma do plenário e as outras individuais dos ministros – definiram que a vaga é do partido.

Na Bahia, vários suplentes assumiram mandatos com base no entendimento da Câmara federal de que a vaga é da coligação. Portanto, deverão acompanhar atentamente, e ansiosamente, a definição que, pelo visto, envolverá ainda muito debate.

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Marco Wense

ACM Neto, que é forte pré-candidato ao Palácio Thomé de Souza na sucessão do prefeito João Henrique (PP), diz que não é mais candidato a deputado federal.

O deputado federal ACM Neto, sem dúvida um bom parlamentar, estava tramando sua saída do DEM para o PSDB. O avalista seria o ex-governador de Minas, o tucano Aécio Neves.

A cúpula do DEM, sabendo que a perda de ACM Neto seria um desastre para a legenda, tratou logo de prestigiar o baiano e indicá-lo para a liderança do partido na Câmara dos Deputados.

Agora, ACM Neto, que é forte pré-candidato ao Palácio Thomé de Souza na sucessão do prefeito João Henrique (PP), diz que não é mais candidato a deputado federal.

ACM Neto, dizendo que não quer mais disputar uma re-re-releição para o parlamento, procura evitar uma revoada de democratas para o Partido Social Democrático, o PSD.

Os democratas, principalmente os deputados federais, de olho no espólio carlista, nos eleitores de ACM Neto, permaneceriam no DEM.

PSB E CONSISTÊNCIA

O Partido Socialista Brasileiro, do saudoso Miguel Arraes, nordestino retado de bom, corre o risco de virar uma agremiação partidária totalmente desfigurada.

O PSB, hoje sob o comando nacional de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, se não abrir os olhos, vai perder toda consistência programática e ideológica.

Com a criação do Partido Democrático Brasileiro (PDB), tendo à frente o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), muitos políticos vão se filiar ao novo lero-lero do prostituído sistema eleitoral.

Não existe nenhuma restrição para se filiar ao PDB. Todo tipo de político é bem vindo. Não interessa se é ficha suja ou não, se for bom de voto é político bom.

Depois de formalmente criado, o PDB vai se fundir ao PSB. O PSB vai ser a nova casa de todos os ex-filiados do PDB. A pombinha, símbolo do socialismo, vai se transformar em um “pombão”.

O PSB não pode perder sua identidade, sob pena de virar um simulacro de socialismo.

COLIGAÇÕES

Se tudo caminhasse na direção do entendimento, com uma disputa entre a petista Juçara Feitosa e o demista Azevedo, duas coligações seriam formadas.

Ou seja, PT/PCdoB/PSB/PDT/PP versus DEM/PSDB/PPS/PMDB/PR. Com óculos ou sem óculos, como diria o jornalista Eduardo Anunciação, o sonho de todos os dias do deputado Geraldo Simões.

Marco Wense é articulista da Contudo.

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Marco Wense

Não lançando candidato próprio, o PMDB não se coliga com o PT de Geraldo. Renato Costa não cansa de dizer que o petista é um “inadimplente da palavra”.

O médico Renato Borges da Costa, presidente do PMDB de Itabuna, já defende o lançamento de candidatura própria na sucessão do prefeito Azevedo (DEM).

Renato Costa, ex-deputado estadual, eleito o melhor parlamentar da Casa Legislativa, não tinha feito nenhuma referência a uma candidatura do PMDB.

Renato Costa, que já foi adversário político e crítico feroz do ex-ministro Geddel Vieira, parecia conformado com a coadjuvante posição do PMDB na sucessão de 2012.

O PMDB estava mais do que satisfeito com a indicação do candidato a vice-prefeito, principalmente em uma chapa encabeçada por Davidson Magalhães (PCdoB).

Renato Costa, em tempo hábil, mudou de comportamento, segue outro caminho. Não sei se por ato próprio ou sob pressão do comando estadual da legenda.

E quem seria o candidato do PMDB para disputar o cobiçado Centro Administrativo Firmino Alves? O nome mais forte é o do ex-prefeito Fernando Gomes.

Será que o PMDB tem alguma surpresa para o traiçoeiro e movediço jogo sucessório? O partido teria filiado alguém com viabilidade eleitoral para enfrentar a petista Juçara Feitosa e o demista Azevedo?

Uma coisa é certa: não lançando candidato próprio, o PMDB não se coliga com o PT de Geraldo Simões. Renato Costa não cansa de dizer que o petista é um “inadimplente da palavra”.

GERALDO E OS “ALIADOS”

O mínimo que se pode dizer de Geraldo Simões, na entrevista que concedeu ao conceituado blog Pimenta na Muqueca (reveja aqui), é que o deputado foi infeliz.

Membros do diretório do PT de Itabuna não gostaram do desdém e do deboche do ex-prefeito com o PCdoB. Acharam que Geraldo foi além da conta, dificultando mais ainda uma possível aliança com os comunistas na sucessão de 2012.

O que “minha pedinha” diria da candidatura de Marco Wense pelo PDT? Daria uma sonora risada. Igual a que muitos deram quando o então sindicalista saiu candidato pela primeira vez.

Enquanto o governador Jaques Wagner se esforça para unir os partidos aliados, Geraldo Simões faz o caminho inverso.

Marco Wense é articulista da Contudo.

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Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

Leal deu o troco: “não entendo porque um médico sério e competente como Adib Jatene tem a coragem de sacrificar um bezerro para salvar a vida de Antônio Carlos.”

Nas eleições de 86 os principais candidatos ao governo do estado eram Josaphat Marinho e Waldir Pires. O primeiro apoiado pelo governador João Durval e pelo ministro das comunicações Antônio Carlos Magalhães. Manuel, leal a Antonio Carlos, era superintendente da Companhia Viação Sul Baiana, “vaca leiteira” dos candidatos governistas.

O esquema funcionava com transferências de recursos para o ICB (Instituto de Cacau da Bahia), principal acionista. Quando o dinheiro era depositado na conta da empresa no Baneb, um assessor da Sulba sacava e entregava aos candidatos. Às vezes também os políticos vinham buscar o dinheiro da arrecadação na “boca do caixa”.

Numa dessas operações Manuel Leal, temendo problemas, ligou para o deputado Luís Eduardo Magalhães reclamando contra a sangria, e ouviu: “meu pai lhe colocou aí pra você fazer política.” Waldir Pires venceu a histórica eleição. Com a derrota do grupo, Leal foi procurar um dos beneficiados, eleito deputado federal, para saber como ficaria a contabilidade da Sulba. Mas este estava de partida para os Estados Unidos e mandou o superintendente “se virar”.

O rompimento

Manuel procurou Antonio Carlos e quando fez o relato ouviu a frase que marcaria o rompimento: “você deveria ter me avisado. Estou me sentindo traído. E abandonou o fiel escudeiro que passou a responder na justiça pelos desvios de recursos.

Troca de farpas

A partir daí começaram as trocas de farpas. Antônio Carlos retornou ao governo da Bahia nas eleições de 90 e visitou Itabuna. Magoado, Leal, proprietário do jornal A Região, publicou foto de ACM passando pela porta da casa de dona Sarinha, viúva do prefeito José de Almeida Alcântara, que muito ajudou o governador. Na legenda escreveu que ACM sequer cumprimentou a viúva, numa clara prova de ingratidão. O chefão ficou furioso.

Veio novamente a Itabuna inaugurar o colégio Amélia Amado e “destilou” a maior parte do discurso contra Manuel Leal, que há algum tempo havia se submetido a uma cirurgia cardíaca, sendo atendido pelo famoso Adib Jatene a pedido do governador. Sarcástico, pediu desculpa a Itabuna por ter salvado a vida de Manuel Leal. Aproveitou e “aconselhou” os empresários a não anunciar no jornal do ex-aliado.

Mas Antônio Carlos também tinha se submetido a uma cirurgia cardíaca  e recebeu enxerto extraído do coração de um bezerro. Manuel Leal deu o troco numa auto-entrevista ao jornal de sua propriedade: “não entendo porque um médico sério e competente como Adib Jatene tem a coragem de sacrificar um bezerro para salvar a vida de Antônio Carlos.”

Marival Guedes é jornalista e escreve às sextas no Pimenta.

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Marco Wense

O PMDB leva sozinho a fama de “danadinho”, como se fosse o único partido fisiológico e abarrotado de corruptos.

O PMDB, depois de mostrar que é fiel nas votações de interesse do governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional, vai cobrar a fatura.

Para não cometer uma injustiça com a legenda do saudoso Ulysses Guimarães, é bom dizer que todos os partidos são pragmáticos e adeptos do toma-lá-dá-cá.

O rompimento político por discordância ideológica (ou programática) é coisa do passado. É caretice. Coisa de babaca e Zé Mané. De político de um só mandato.

O PMDB leva sozinho a fama de “danadinho”, como se fosse o único partido fisiológico e abarrotado de corruptos. O patinho feio do sistema eleitoral.

O grande teste do toma-lá-dá-cá, quando o peemedebismo espera a contrapartida do Palácio do Planalto, é a votação da PEC do Vice no Senado e na Câmara dos Deputados.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional que impede o vice-presidente de suceder o presidente da República em caso de vacância do cargo.

A PEC enfraquece a figura do vice. E o vice de Dilma é Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Pela proposta, o vice seria apenas o substituto temporário do titular.

Com a impossibilidade do presidente da República – por morte, doença gravíssima ou impeachment – novas eleições seriam convocadas em 90 dias.

O próprio relator da PEC, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), admite a perda de prestígio do vice-presidente: “A intenção é essa mesma, é para enfraquecer mesmo o vice e para ter sempre um presidente eleito”.

A PEC, que ainda precisa ser votada no plenário do Senado antes de ir para a Câmara, pode causar o mais grave confronto entre petistas e peemedebistas.

O PMDB não vai permitir que Michel Temer seja um vice-presidente da República sem nenhuma chance de suceder Dilma Rousseff.

UBALDO DANTAS

O ex-prefeito de Itabuna, Ubaldo Dantas, até hoje considerado como o melhor gestor que já passou pelo Centro Administrativo, vem sendo sondado para disputar a sucessão do Capitão Azevedo (DEM).

Ubaldo, que é filiado ao PMDB do médico Renato Costa, não quer nem ouvir falar na palavra prefeiturável. Descarta, veementemente, qualquer possibilidade de retornar ao cenário político.

PDT

O bom gaúcho Alexandre Brust, presidente estadual do PDT, precisa tomar algumas providências em relação ao partido em Itabuna.

A ala histórica da legenda brizolista, que votou em Dilma Rousseff e na reeleição do governador Jaques Wagner, está a ver navios. O outro PDT ficou com o tucano José Serra e o demista Paulo Souto.

O PDT não faz reunião e, o que é o pior, ninguém sabe quem é quem na legenda. O partido se encontra acéfalo, totalmente perdido e sem nenhum projeto para a sucessão municipal de 2012.

O PDT carlista e atucanado, que continua no governo do prefeito José Nilton Azevedo (DEM), é chamado de “PDT do Paraguai”.

Marco Wense é articulista da revista Contudo.

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Do Política Etc

Ninguém pode desconsiderar a força do PT no campo da esquerda em Itabuna, ainda mais com suporte estadual e federal. Mesmo assim, a maneira como o partido procura afirmar essa força confirma uma arrogância já apontada neste blog.

A soberba se revela nas respostas do deputado federal Geraldo Simões, em entrevista concedida ao PIMENTA. Em toda a conversa, o político deixa claro que não haverá brechas para partidos aliados que pretendam ocupar a cabeça de uma chapa com apoio do  PT. Esta legenda continua reivindicando para si o protagonismo do bloco de centro-esquerda em Itabuna.

Vá lá que reivindique, mas o tratamento aos aliados chega a ser desrespeitoso. O PCdo(0,4%)B, por exemplo, é menosprezado como partido, e o “companheiro” Claudevane Leite – que ensaia uma pré-candidatura, terá que se enquadrar à sua pouca importância dentro do PT. Se for às prévias, como sugere o deputado, será atropelado pelo já conhecido rolo-compressor. Caso se mostre rebelde e insista em ser candidato, a porta da rua é serventia da casa. Tudo de acordo com os princípios democráticos.

Sobrou arrogância também quando o deputado atribui à equipe de marketing da campanha todo o ônus da derrota de Juçara Feitosa em 2008. Os pobres marqueteiros arcaram com a responsabilidade integral pela pouca aceitação do “produto”, sem direito nem sequer a uma reflexão sobre as qualidades e defeitos inerentes ao mesmo. Mas isso é praxe: quando no governo, alguns políticos também costumam responsabilizar a comunicação e/ou o marketing pelos desacertos deles.

Em gozo de juízo perfeito, ninguém vai imaginar que o PT entregue graciosamente o cavalo selado, quando dispõe de todas as condições para tomar a rédea do processo. Isso não existe em política. O que incomoda é a tal da arrogância, de quem afirma que uma pesquisa feita a um ano e dez meses das eleições pode determinar que todos os partidos de esquerda se posicionem a reboque do PT.

A petista Juçara Feitosa chegou a estar em primeiro lugar na eleições de 2008, até ser atropelada por um inusitado Capitão Azevedo, que de pulo em pulo chegou a uma vitória com ampla margem de votos. Mas, e as pesquisas?

E Geraldo Simões, que em 1992 começou a corrida sucessória com 2% das preferências e terminou com uma belíssima vitória, de lavar a alma de quem não aguentava mais o fernandismo…

Para felicidade do PT, o partido naquela época se apresentava com mais humildade.

Ricardo Ribeiro

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Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

O anfitrião se distraiu e só retornou ao entardecer. Quando abriu a marmita, encontrou apenas os ossos da penosa.

O advogado e político Raimundo Lima (19/12/1908-20/11/1987), que foi presidente da câmara e prefeito de Itabuna, gostava de pescar. Num domingo, convidou alguns amigos para seu sítio na Lagoa Encantada, Ilhéus. Cada um levou a própria marmita. Raimundo Lima preparou galinha caipira ao molho pardo. Ao meio-dia, os amigos interromperam a pescaria e foram comer.

O anfitrião se distraiu e só retornou ao entardecer. Quando abriu a marmita, encontrou apenas os ossos da penosa. Os visitantes riram, o “velho comuna” nada disse. Enfrentou as gozações, a fome e a vontade de comer com decência e serenidade.

Dias depois, convidou o grupo para a mesma programação e novamente levou a marmita com galinha caipira ao molho pardo. Foi pescar e só retornou no final da tarde. Tomou mais uma “branquinha” e abriu a marmita. Nova sacanagem, só havia os ossos.

Raimundo Lima encarou o grupo e perguntou gritando: “quem comeu o meu urubu? Quem foi o filho da égua que comeu o meu urubu?”. Berrava, encenando como se tivesse no Tribunal do Júri, onde se destacava pelo brilhantismo.

Os amigos não levaram a sério. Então ele foi ao quintal, cavou a terra e retirou os “documentos de prova”: na mão direita, as penas, na esquerda. a cabeça do bicho, exibida como se fosse um troféu.

Os companheiros ficaram perplexos, estáticos por alguns segundos. Quando conseguiram se locomover, correram ao sanitário pra “chamar raul”. O anfitrião gargalhava e tossia.

Durante algum tempo a turma deixou de cumprimentar o “cozinheiro”. Mas depois concluíram que não deveriam perder tão boa companhia.

Marival Guedes é jornalista e escreve no PIMENTA às sextas.