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marivalguedes2Marival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

Contra Caetano, criticou uma entrevista que o cantor fez com Mick Jagger. O artista reagiu disparando: “Bicha amarga e mau caráter.” A briga trouxe algo de positivo, a composição Reconvexo (“Meu som te cega, careta, quem é você?”) foi para Francis.

 

 

O nome do jornalista Paulo Francis retorna à mídia por causa da Petrobras.

Ele afirmou no Manhattan Connection, em 1996, que os diretores da estatal tinham milhões de dólares no exterior.

A diretoria entrou com um processo na corte americana cobrando 100 milhões de dólares por danos morais. Sem provas, ficou tenso e morreu de infarto.

Elio Gaspari atribuiu à Petrobras o assassinato” do jornalista.

Francis era polêmico, preconceituoso, arrogante e não gostava de nordestinos. Uma das suas frases antológicas está no livro O melhor do mau humor, (Ruy Castro): “Os baianos invadiram o Rio para cantar ‘Ó, que saudades eu tenho da Bahia…’ Bem, se é por falta de adeus, PT saudações.”

Contra Caetano, criticou uma entrevista que o cantor fez com Mick Jagger. O artista reagiu disparando: “Bicha amarga e mau caráter.” A briga trouxe algo de positivo, a composição Reconvexo (“Meu som te cega, careta, quem é você?”) foi para Francis.

Outra polêmica foi com o diretor do Pasquim e da editora Codecri, Jaguar, que contou a história numa palestra em Itabuna.

Paulo Francis escreveu o livro Cabeça de Papel e pediu pra publicar na Codecri. Jaguar leu os originais, não gostou e devolveu.

Extremamente vaidoso, o jornalista ficou magoado. Passou a criticar o editor e vice-versa. Quando retornou de férias ao Brasil (trabalhava na Globo em NY), Jaguar telefonou pedindo um artigo para o Pasquim. Francis respondeu:

-És um cara de pau. Sei que você anda me esculhambando e agora liga pedindo artigo.

Jaguar reagiu com o humor que predominava no Jornal:

-Francis, é que sou muito vaidoso e toda vez que eu falo mal de você sou aplaudido.

Foi novamente aplaudido.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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marco wense1Marco Wense

Comentei aqui – salvo engano no final de setembro – que a oposição terminaria ajudando o governo na sua intensa luta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O açodamento dos opositores, passando por cima de tudo, até mesmo da Constituição, levaria o Supremo Tribunal Federal (STF) a tomar uma posição diante dos abusos e da falta de respeito com o Estado Democrático de Direito.

Deu no que deu: o rito eduardino para a tramitação dos processos de afastamento da presidente da República foi suspenso por liminares concedidas pelos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber.

Com o endosso do senador Aécio Neves (PSDB), ainda inconformado com a derrota de 2014, criou-se até o “Manual do Impeachment”. Ou seja, todo o processo ficaria sob a vontade e os critérios definidos por Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Não vou nem comentar sobre as malandragens do presidente da Câmara dos Deputados: contas secretas na Suíça, recebimento de propina na roubalheira da Petrobras, sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção.

Vou me ater ao desrespeito e ao deboche com a nossa Carta Magna, a nossa Lei maior. Felizmente, o STF, sem dúvida a última trincheira da cidadania, continua firme e forte.

Ora, ora, o artigo 85 da Constituição Federal define os atos do presidente da República que implicam em crimes de responsabilidade. A Lei 1.079 regula o respectivo processo de julgamento.

A presidente Dilma não cometeu nenhum desses atos. Até que prove ao contrário, é uma pessoa honrada. Querem o poder? Tudo bem. Mas conquiste através do voto.

Jogaram o caput do artigo 86 na lata do lixo. Sorrateiramente, na calada da noite, manobravam para que a acusação contra Dilma Rousseff fosse admitida por maioria simples dos votos dos parlamentares, quando o preceito constitucional diz que é por dois terços.

Ora, o pedido de impedimento não pode ser lastreado na impopularidade do governante, em um crescente sentimento nacional de reprovação do governo federal, como querem alguns juristas.

Celso Bandeira de Mello, professor da Faculdade de Direito de São Paulo, tem razão quando diz que “juridicamente, toda questão é ridícula e infundada, que tudo não passa de uma agitação sem nenhuma base jurídica, que pode até prosperar no Legislativo, mas num ambiente de gente qualificada, como no STF, não tem chance de ir adiante”.

Qualquer saída que não seja assentada na Constituição, que não seja constitucional, é golpe. E quem alimenta o golpe é golpista. É inimigo da democracia.

O “Fora Dilma” só depois do resultado da eleição presidencial de 2018. É só ter um pouquinho de paciência. O cobiçado Palácio da Alvorada não vai desaparecer. O impeachment subiu no telhado.

AzevedoAZEVEDO E O PSD

“Não acredito em nenhum rompante de rebeldia por parte do Capitão Azevedo. Nos bastidores, o comentário é de que o ex-alcaide não teria coragem de romper com Fernando Gomes, o DEM e, por tabela, com o prefeito soteropolitano ACM Neto, o demista-mor.” (Coluna Wense, 4 de setembro de 2015).

O assunto veio à tona no último sábado na TV. Itabuna, no programa Resenha da Cidade, apresentado por Roberto de Souza e o polêmico vereador Ruy Machado.

Roberto acha que José Nilton Azevedo está de malas prontas para o PSD. Ruy Machado discorda: “O capitão não tem coragem de romper com o DEM e, principalmente, com Fernando Gomes, seu criador”.

Outra informação dada por Roberto é que três vereadores estão se filiando ao PSD, e que essas filiações fazem parte do plano para lançar Azevedo pela legenda do senador Otto Alencar. E mais: o ex-prefeito teria como vice Roberto José, atual secretário municipal de Transporte e Trânsito.

Uma coisa é certa: não há como juntar o núcleo duro do vanismo, os evangélicos e o pessoal do PRB no mesmo palanque do prefeiturável e comunista Davidson Magalhães. Em relação ao petista Geraldo Simões ainda há uma pequenina esperança.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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murilobrito2Murilo Brito | murilobrito@yahoo.com.br

 

Rebele-se contra a tentativa de padronização do sexo: seja generoso, autoconfiante, curioso e invista em se descobrir e descobrir o que mata seu par de tesão. Então lhe aplique uma overdose! Jogue os talheres fora e coma de mão!

 

O capitalismo tem um talento enorme para transformar demanda em consumo padronizado. Esse processo é construído antes de tudo para auferir lucro e nem sempre para atender às necessidades. Além disso, costuma oferecer produtos com fórmulas mágicas para resolver qualquer problema e tende a uniformizar soluções construindo um senso comum sobre como satisfazer as demandas.

Em tempos de liberdade sexual e capitalismo selvagem, a necessidade de ser uma máquina de sexo incentivou a proliferar os autores de livros que prometem o desempenho perfeito e romances que mais parecem exemplares de autoajuda sexual. A ideia de escrever sobre isto vem de uma necessidade de desabafo. Adoro livrarias. E é cada vez mais comum ver em suas estantes um monte de lixo prometendo o caminho do graal na cama.

Na era da informação fácil não é incomum render-se à preguiça e resistir em conseguir as respostas do que procura sem passar pelo Google ou por algum almanaque de baboseiras. Aos que se sentem ansiosos, frustrados ou reprimidos em relação ao sexo, uma revelação óbvia: não existe roteiro nem fórmula pronta para transformar um mortal em uma divindade do sexo!

Querem lhe enrolar! Não há nem haverá padrão. Pode parar de procurar!

Pessoas não são bactérias que respondem sempre repetidamente aos mesmos estímulos nas mesmas condições. Cada cabeça é um mundo e com o sexo não é diferente! Até em pesquisa científica tem-se gastado dinheiro para tentar cristalizar na cabeça das pessoas um padrão ideal de como o sexo deve ser “consumido” para ser bom. Aí querem definir quantos minutos deve durar o sexo, qual a posição perfeita, que tipo de seios são mais atraentes, qual a bunda ideal, qual o tamanho ideal de um pau. Buscar um padrão para isso é uma perda de tempo e energia!

Um dos aspectos que torna o sexo singular é fato de o desejo sexual ser a única necessidade fisiológica que depende de outro ser humano para ser plenamente saciada. Considerando isso, se não existe mapa para o Nirvana sexual, o que pode haver, no máximo, são alguns comportamentos e compreensões que facilitam encontrar seu próprio caminho para a satisfação!

Primeiro, entender que o sexo começa antes do tato. O ser humano é o único animal que consegue projetar o futuro e estimular essa capacidade de forma eficiente é fundamental para o sexo. Imaginar-se com o par e provocá-lo a imaginar-se contigo em situações excitantes deve ser encarado como o prato de entrada da relação sexual. Duas pessoas excitadas pelo que está por vir é um excelente começo.

Não ser egoísta e sentir prazer no prazer do outro é um comportamento essencial, porque gera um ciclo virtuoso de “quanto mais prazer eu proporcionar, mais eu vou sentir” e isso estimula a buscar no par os caminhos para dar, e consequentemente sentir, prazer intenso.

O que parece simples talvez seja o mais complexo. Cada pessoa se sente excitada ou não por razões diferentes e, às vezes, diametralmente opostas, como fazer então uma pessoa específica ter a imaginação e o corpo estimulados da maneira mais eficaz?

O manual de instruções é o próprio par e você é a ferramenta! Buscar descobri-lo, entendê-lo de forma descontraída ou direta, se necessário, além de exercitar o autoconhecimento, é o caminho mais fácil para conseguir o prazer que busca. E o que torna o sexo tão delicioso é justamente suas milhares de possibilidades, descobrir-se e descobrir o outro, mantendo a mente aberta sempre para buscar novas formas de prazer.

Por isso, se quer derreter de prazer e viver satisfeito sexualmente, não procure a receita no Google, nem os famigerados livros de fórmula pronta ou romances de autoajuda sexual. Os livros sobre sexo deveriam ser acessórios, nada mais. Rebele-se contra a tentativa de padronização do sexo: seja generoso, autoconfiante, curioso e invista em se descobrir e descobrir o que mata seu par de tesão. Então lhe aplique uma overdose! Jogue os talheres fora e coma de mão!

Vale muito mais a pena e é muito mais gostoso!

Murilo Brito é um libriano e se define como amante do tema.

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marivalguedes2Marival Guedes | marivalguedes@gmail.com

Roberto Carlos estourou em 65 com Quero que Vá Tudo Pro Inferno. A composição fez tanto sucesso que gerou debates entre músicos e sociólogos, por causa dos rebeldes versos que dão título à canção. “Foi o fenômeno de massa mais intenso da minha geração”, afirma Caetano Veloso.

Roberto se inspirou em Magda Fonseca de Guida, sua namorada que estava nos Estados Unidos, encaminhada pelo pai, para estudar inglês. Na verdade, um pretexto para afastar a filha do cantor.

Dos textos sobre o assunto, o mais completo é o do ótimo livro Roberto em Detalhes, do jornalista e historiador Paulo César de Araújo. A obra foi injustamente proibida pelo artista.

Mas, voltando à composição, a letra agradou e ao mesmo tempo chocou. Segundo o escritor, “Roberto Carlos sofria certa pressão de setores da Igreja, notadamente do arcebispo de São Paulo, dom Agnelo Rossi, no sentido de que ele fizesse uma mensagem para compensar aquela em que mandou tudo pro inferno. Foi então que o artista compôs Eu te darei o céu.”

Além disso, depois de algum tempo, por religiosidade e Transtorno Obsessivo Compulsivo-TOC, Roberto excluiu a música do seu repertório.

Pra não falar a palavra inferno (medo retado) passou a se referir a composição como “aquela música”. E mais, apesar dos vários pedidos, não permitiu que outros artistas gravassem a composição.

Quem também foi pressionado a criar para compensar foi Paulinho da Viola, após compor Sei Lá, Mangueira. O pessoal ficou indignado com o fato de um ilustre compositor da Portela fazer um samba tão bonito em homenagem à outra escola.

Na verdade, Hermínio Bello de Carvalho apresentou a Paulinho uma poesia e pediu ao amigo para musicá-la. O belíssimo samba ficou ainda mais emocionante na voz de Elizeth Cardoso (ouça, abaixo).

Para fazer as pazes, Paulinho da Viola compôs outro clássico. Foi um Rio que passou em minha vida estourou nas emissoras de rádio, no coração e na boca povo.

No filme Meu tempo é hoje, Paulinho fala da emoção de ver este samba cantado pela primeira vez na avenida, antes do desfile, com a multidão acompanhando. Depois, antes mesmo de terminar o desfile, o povo voltou a cantar.

Paulinho estava redimido. Em “alto estilo”.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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Manu BerbertManu Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

 

Ser professor não é apenas uma profissão, mas um gesto de solidariedade para com o outro. Ou para com os outros.

 

Como em todas as manhãs, sentei de frente para o computador e fui visitando os sites e blogs de praxe, além das redes sociais. 15 de outubro, Dia do Professor. Vi alguns artigos pessoais sobre o tema, pouquíssimas homenagens e uns dois desabafos. Pensei em escrever sobre os inúmeros profissionais bacanas que tive ao longo da vida, mas preferi me reportar a uma outra fase.

Já estive professora por duas vezes. Ter a consciência de que estava vivenciando a profissão nunca fez me sentir menos motivada. Muito pelo contrário. Foi na labuta diária com meus próprios conhecimentos e identificando o que ainda precisava (e preciso) aprender que descobri que ser professor é profissão crescente, mutável, troca de experiências. Mais ou menos como um caminhão que vai passando e levando a bagulhada toda que encontra pelo caminho, sem ter muito tempo ou o direito de descartar algum material. Tem que levar tudo junto e misturado mesmo e, no final do dia, tentar parar para refletir o que fazer com aquilo. O que guardar, afinal? O que descartar?

Lecionei em instituições privadas até então (no ensino fundamental e superior) e trago na pequena bagagem passagens inesquecíveis, mas principalmente o sentimento de que ser professor não é apenas uma profissão, mas um gesto de solidariedade para com o outro. Ou para com os outros. Árduo e pouco valorizado (em todos os sentidos), mas prazeroso. Como algo forte que poucos têm o desejo de experimentar, mas que dado o primeiro contato fica ainda mais difícil largar.

Dentre tantas lembranças, um dos momentos em que me calei por não saber o que dizer. Um dia, uma aluna pegou uma cadeirinha, colocou ao meu lado durante uma apresentação dos colegas, e desabafou. “Muita falsidade essa homenagem ao Dia do Professor!”. Surpresa, tentei amenizar sua ira baixinho, explicando a ela que aquele trabalho tinha o objetivo de afirmar e resgatar o respeitos aos professores, quando fui surpreendida: “Tia, respeito é sentimento, e sentimento não se pede!”. Olhei para a frente. Emudeci. Tenho a leve impressão de que saí daquela turma sendo uma professora (e pessoa) completamente diferente da que entrei.

Manu Berbert é publicitária e colunista do Diário Bahia.

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Jaciara Santos PrimoreJaciara Santos | jaciarasantos@primoreconsultoria.com.br

 

Apesar de saber que estamos em uma sociedade em que não existe grande reverência à profissão de professor. De modo que se torna cada dia mais desafiador desempenhar tal papel.

 

 

Quando era criança, no caminho para a escola, ouvia uma voz que mencionava:  ̶ Já vai passando a professorinha.

Tratava-se de um vizinho, que teimava em articular tal profecia. Eu ficava extremamente irritada e imediatamente retrucava:  ̶ Professora, nunca!

Naquela época, tinha a visão de que professor não seria a melhor profissão a seguir. O tempo foi passando e fui buscar especializar-me, estudar, perseguir a tão desejada qualificação profissional. De repente encontrei-me numa sala de aula e lembrei da frase que ouvia repetidamente, naqueles anos idos. Percebi, então, que aquela tão “temida”profecia se cumprira.

Hoje, quando entro em sala de aula, sinto-me inteiramente realizada profissionalmente e dei um novo significado àquele sentimento tão limitado perante tão grandiosa profissão.

Ser professor é um nobre ofício. Apesar de saber que estamos em uma sociedade em que não existe grande reverência à profissão de professor. De modo que se torna cada dia mais desafiador desempenhar tal papel.

Ainda mais por isso, desejo a todos que tem esse legado, muita força, determinação, ânimo, resiliência e, acima de tudo, muito amor. Pois ser professor é mais que uma profissão, é uma missão de vida!

Ensinar
é um exercício
de imortalidade.
De alguma forma
continuamos a viver
naqueles cujos olhos
aprenderam a ver o mundo
pela magia da nossa palavra.
O professor, assim, não morre
jamais…                                           Rubem Alves

Jaciara Santos é coach e coordenadora de processos.

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marco wense1Marco Wense

Mudanças significativas no cenário político de Itabuna só a partir de março de 2016, salvo algum fato que possa provocar um alvoroço no processo sucessório.

Até lá, tudo como dantes no quartel de Abrantes. A dúvida sobre o candidato do governismo e da oposição vai continuar. O óbvio ululante é que o aval do governador Rui Costa (PT) e do prefeito ACM Neto (DEM) é fundamental.

O “jeitinho brasileiro”, alterando os prazos de filiação, deixou tudo em banho-maria. O vergonhoso casuísmo, tão comum em republiquetas, desmoraliza os partidos e joga o instituto da fidelidade partidária na lata do lixo.

Com algumas honrosas exceções, partido político e nada é a mesma coisa. Funciona como instrumento indispensável para o enriquecimento ilícito, facilitando o recebimento de propina pelos larápios do dinheiro público.

Pelo lado oposicionista, uma possível inelegibilidade dos ex-prefeitos Fernando Gomes e do Capitão Azevedo deixa o tucano Augusto Castro como única opção para a disputa do Centro Administrativo Firmino Alves.

Na situação, o bafafá tende a ficar mais intenso, com PT versus PCdoB e PSD versus PCdoB. Ou seja, entre Geraldo Simões, Davidson Magalhães e Roberto José. O desfecho é imprevisível.

Em relação aos outros prefeituráveis, que os fernandistas costumam chamar de “nanicos”, o médico Antônio Mangabeira, pré-candidato pelo PDT, é quem melhor se posiciona nas pesquisas de intenção de votos.

“É surpreendente o crescimento de Mangabeira”, diz o deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente estadual da legenda brizolista. O parlamentar coloca Itabuna entre as cidades que podem eleger candidatos do PDT.

Félix tem toda razão. Mangabeira já é o terceiro colocado em um cenário com Augusto Castro, Geraldo Simões, Davidson Magalhães, Roberto José, Alfredo Melo, Carlos Leahy, Leninha Duarte, Otoniel Silva, Zem Costa e o coronel Santana. A tendência é Mangabeira se aproximar do segundo, configurando um empate técnico.

A favor do prefeiturável do PDT, além de sua independência, de não ter nenhuma ligação com grupos que já governaram Itabuna, o crescente sentimento de mudança que começa a tomar conta do eleitorado. Mudança de verdade e não simulacro, tapeação.

Outro detalhe é que o pré-candidato do PDT é mais administrador do que político, o que agrada uma boa parte da população cansada dos políticos profissionais, das velhas raposas, dos aventureiros e oportunistas de plantão.

Tenho dito que a disputa vai ser entre o candidato do DEM (ou do PSDB) e Antônio Mangabeira. O pedetista, com o voto útil de petistas, vanistas, socialistas e comunistas, pode ser o próximo prefeito de Itabuna.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Felipe-de-PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

 

Uma obra pensada para criticar uma realidade passada segue aberta. Sigamos em busca de conhecer cada vez mais de nossa história através daquilo que também nos constitui fundamentalmente enquanto nação: nossa arte.

 

 

O jogo político se desenha com dois rumos possíveis. Um, de vertente política mais conservadora, liberal, defendendo a necessidade do desenvolvimento da nação. Outro, de caráter mais populista, próximo da massa, com políticas sociais.

O jogo midiático exerce forte papel nos rumos da política e o financiamento empresarial surge como elemento fundamental. Campanha presidencial – ou qualquer outra – brasileira de 2014? Não. Disputa pelo poder em Eldorado, país latino fictício criado por Glauber Rocha para o filme Terra em Transe.

Narrado pela visão de Paulo Martins (Jardel Filho), jornalista e poeta, que, desiludido com as posturas do senador, migrou entre a assessoria do conservador Porfírio Diaz (Paulo Autran) para o populista Felipe Vieira (José Lewgoy), por acreditar que o novo líder que emergia poderia ser o responsável por tirar o país da miséria. Este, assim que eleito, foi motivo da dúvida de Paulo: “Será que o governador dará conta de executar as promessas do candidato?”. Como se os dois fossem pessoas diferentes.

Terra em Transe pode ser lido como uma profunda crítica aos acontecimentos políticos do Brasil dos anos 60, contudo, ao exibi-lo aos estudantes do Bacharelado Interdisciplinar em Artes da UFSB na última semana, percebemos o quanto a obra de Glauber continua atual, 48 anos depois de seu lançamento.

Antes da sessão, fizemos um produtivo debate sobre análise fílmica. Destacamos a necessidade de entender o cinema não como um retrato fiel da realidade, mas uma leitura de alguns aspectos dessa. O olhar do diretor. Olhar que aparece descrito pelas palavras do roteiro, dos figurinos, dos movimentos de câmera, pelas luzes utilizadas, pelas subjetividades. Além disso, destacamos também a obra filme enquanto peça historiográfica. Aberta, porém conectada a uma realidade específica, a um tempo específico. E tais critérios devem ser levados em conta na sua leitura.

Contudo, no processo de análise fílmica, o que surge como elemento fortemente significante, é a capacidade que um filme tem de circular entre aspectos objetivos e subjetivos. Como técnica fotográfica, tem a capacidade de trazer quase que uma fiel representação da realidade. Contudo, como obra artística, tem suas narrativas repletas de subjetividades – na produção e nas “leituras” possíveis a serem feitas após sua finalização.

Terminada a exibição, durante o componente curricular Cinema e Alteridade nas Américas, questionei a turma: E então? O que acharam? Foi então que uma estudante, que migrou para o Bacharelado de Artes após um ano de curso na Área Básica de Ingresso no Colégio Universitário de Ibicaraí destacou suas impressões: “Professor, na política, independente do lado político que se adota, parece não ter lugar para idealismo. No final das contas, parece que nenhum lado vale nada”.

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marivalguedes2Marival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

Após a derrota de Aécio, Geddel Vieira Lima, que já havia perdido a eleição ao senado para Otto Alencar, postou no twitter num final de semana que iria recomeçar a vida. Um internauta gozador sugeriu:

– O Sinebahia (Serviço de Intermediação para o Trabalho) abre na segunda-feira.

 

Os políticos cederam aos encantos das redes sociais e até mesmo os denominados imigrantes digitais (pessoas que nasceram antes das novas tecnologias) já aderiram ao Twitter, Face, Instagram etc.

Vamos às postagens. A ex-candidata à Presidência da República, Luciana Genro (PSOL), em defesa da descriminalização da maconha escreveu no Twitter que “a guerra às drogas atinge os pequenos traficantes. Os grandes não estão nas favelas, mas estão, inclusive, no Congresso.”

O deputado Marcos Feliciano (PSC-SP) questionou de forma intimidatória: “Esta acusação é gravíssima. Pode citar nomes? Com provas irrefutáveis?”.

Luciana treplicou: Acho que o Marco Feliciano esqueceu que um helicóptero da família do senador Zezé Perrela foi apreendido em 2013 com 450 kg de cocaína!

A ex-candidata foi contemplada no twitter também pelo pastor Silas Malafaia, numa frase irônica:
“Acabo de comprovar que Luciana Genro me ama, acaba de me citar no debate da record, minha mulher esta ficando com ciúmes kkkkkkkkkk”.

Quem rebateu foi um fake (perfil falso) de Luciana Genro, com a mesma criatividade da original:
“Se citar você é prova de amor, você deve ser apaixonado por um gay! É só o que você fala.”

Troca de farpas entre Feliciano e perfil fake de Luciana Genro (Reprodução).
Troca de farpas entre Feliciano e perfil fake de Luciana Genro (Reprodução).

Após a derrota de Aécio, Geddel Vieira Lima, que já havia perdido a eleição ao senado para Otto Alencar, postou no twitter num final de semana que iria recomeçar a vida. Um internauta gozador sugeriu:

O Sinebahia (Serviço de Intermediação para o Trabalho) abre na segunda-feira.

Marcelo Nilo, presidente da Assembleia Legislativa, também entrou na onda, pegou o “gancho” corrupção/hipocrisia, última moda em Brasília, e alfinetou o deputado Antonio Imbassahy”:

– O deputado Imbassahy ainda não se pronunciou sobre a denúncia contra o tucano Anastasia na Lava Jato. Vamos q Vamos.”

Texto inesquecível é o do presidente do DEM, deputado José Carlos Aleluia. Ele afirmou que a culpa pela queda do Bahia e do Vitória para a segunda divisão é do PT.

O presidente do PT/Bahia, Everaldo Anunciação, resumiu: “Tá fora de órbita”.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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Jaciara Santos PrimoreJaciara Santos | jaciarasantos@primoreconsultoria.com.br

 

Precisamos perceber as pessoas que estão à nossa volta, pois nos envolvemos em demasia com nossas “vidas”, com nossos “problemas”, com nossas “situações”, com nossos umbigos…

 

 

“Fazei o bem sem olhar a quem”. É uma frase muito conhecida, mas ajudar as pessoas simplesmente por ajudar é uma situação cada vez mais escassa numa sociedade onde o jogo de interesses e o individualismo são atitudes cada vez mais rotineiras.

Hoje, alguns desconfiam quando temos uma atitude ajudadora e despretensiosa. Porque o “normal”, geralmente, é haver pessoas necessitando de ajuda ao nosso lado e nem percebermos.

No supermercado, semana passada, fui mais uma vez surpreendida com uma limitação que os meus 1,65m de estatura me proporciona. Tentei pegar um produto numa prateleira alta. Tentava,incansavelmente, sem obter sucesso. De repente, um senhor se aproximou e eu já ensaiava um agradecimento por seu auxílio, com sua atitude generosa, porque já imaginava a situação que viria a acontecer, mas…

Aquele simpático senhor pegou quatro produtos dos que eu queria apenas um e saiu para colocá-los em seu carrinho. Fiquei chocada, arrasada com aquela atitude Nem tive ação para pedir ajuda, pois pensei que ele havia acompanhado minha labuta e que teria se aproximado para me ajudar.

Enfim, rodei com o carrinho buscando outros produtos que precisava, até encontrar um funcionário do estabelecimento, o qual me auxiliou.

Essa situação fez-me lembrar de uma propaganda em que ocorre algo parecido, mas, em minha visão devaneadora, pensei que aquela situação só acontecia na TV.

Creio que aquele cidadão nem notou todo meu esforço e dificuldade. Precisamos perceber as pessoas que estão à nossa volta, pois nos envolvemos em demasia com nossas “vidas”, com nossos “problemas”, com nossas “situações”, com nossos umbigos… E acabamos por esquecer os que estão perto de nós, ao nosso redor.

Preocupemo-nos em fazer o bem e ter um olhar mais atento, pois a vida é uma corrente em que ajudar o outro só nos faz bem.

Jaciara Santos é coach pessoal e profissional.
www.facebook.com/jaciarasantoscoach

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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

Mas a história não teve final feliz para Chico. Tal qual a lua fez com Joelma, a filha fez com o pai: Silvia Buarque é flamenguista.

 

 

O maior duelo na música brasileira, pelo que já li e assisti, foi entre Noel Rosa e Wilson Batista. Este último fez um samba enaltecendo a malandragem e Noel fez outro se contrapondo.

A disputa continuou e Wilson Batista baixou o nível do debate compondo Frankstein da Vila. Uma alusão ao queixo de Noel que era pra dentro, resultado de problemas durante parto.

Ao ouvir num rádio Noel brincou imitando um monstro. É o que mostra cena do filme O Poeta da Vila.

No total foram quatro composições de cada um. Se destacaram duas, ambas de Noel, Palpite infeliz e Feitiço da Vila. A segunda até hoje é cantada em shows e boas rodas de samba:Quem nasce lá na Vila/Nem sequer vacila/Em abraçar o samba/Que faz dançar os galhos/Do arvoredo e faz a lua/Nascer mais cedo.”

Já Paulinho da Viola foi vítima da irritação de Benito Di Paula quando compôs Argumento:

“Tá legal eu aceito o argumento/Mas não me altere o samba tanto assim/Olha que a rapaziada tá sentindo a falta/De um cavaco, um pandeiro ou de um tamborim.”

Benito, que cantava samba tocando piano, respondeu com deselegância ao gentil intelectual com a composição Não me importa nada.

“(…) Você está perdido, se perdeu no tempo
Da cabeça aos pés, tá cheio de vento
Faça alguma coisa, deixa a gente em paz
Olha o campo verde, é todo seu, rapaz! (…)”

Depois de algum tempo, Paulinho da Viola surpreendeu ao afirmar que Argumento não foi feita pra Benito e sequer sabia desta história. Em entrevista ao jornal O Samba, ele conta:

“Essa história estava rolando, mas eu não sabia. Até que um dia fui a um programa de televisão, ao vivo, na Bahia, e o apresentador me fez esta pergunta. Eu fiquei assustado. Ele até me mostrou a letra da música que o Benito fez em resposta. Eu disse que não existia essa história, que era mentira”.

Misturando música e futebol, Ciro Monteiro (o sambista da caixa de fósforos) e Chico Buarque protagonizaram boas histórias. O primeiro, flamenguista roxo; e o segundo, apaixonado pelo Fluminense.

Chico havia prometido uma composição para o sambista. Quando nasceu Silvia Buarque, filha dele e Marieta Severo, Ciro mandou uma camisa do Flamengo para a bebê.

Chico aproveitou e pagou o débito compondo Ilmo Sr. Ciro Monteiro ou Receita Para Virar Casaca De Neném. Com criatividade e bom humor, agradece o “presente de grego” e utilizando duplo sentido, diz que pintou a camisa e “nasceu desse jeito uma outra tricolor”.

Amigo Ciro
Muito te admiro
O meu chapéu te tiro
Muito humildemente
Minha petiz
Agradece a camisa
Que lhe deste à guisa
De gentil presente
Mas caro nego
Um pano rubro-negro
É presente de grego
Não de um bom irmão
Nós separados
Nas arquibancadas
Temos sido tão chegados
Na desolação

Amigo velho
Amei o teu conselho
Amei o teu vermelho
Que é de tanto ardor
Mas quis o verde
Que te quero verde
É bom pra quem vai ter
De ser bom sofredor
Pintei de branco o teu preto
Ficando completo
O jogo da cor
Virei-lhe o listrado do peito
E nasceu desse jeito
Uma outra tricolor

Mas a história não teve final feliz para Chico. Tal qual a lua fez com Joelma, a filha fez com o pai: Silvia Buarque é flamenguista.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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marco wense1Marco Wense

 

Os demistas, com toda razão, estão tiriricas da vida. Acham até que Fernando e Azevedo só não estão mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos devido à maldosa pregação de inelegibilidade.

 

O Partido do Democratas(DEM), sob o firme comando e a batuta de Maria Alice, fiel escudeira do ex-prefeito Fernando Gomes, se reuniu na última segunda-feira para discutir a sucessão de Claudevane Leite.

Seria um encontro de pouco interesse para o jornalismo político se não fosse o imbróglio envolvendo o prefeiturável Augusto Castro, principal liderança do tucanato no sul da Bahia.

É que o tucano, deputado estadual pelo PSDB, não perde a oportunidade de dizer, em todos os cantos e recantos de Itabuna, que Fernando Gomes e o capitão Azevedo são inelegíveis.

Chamar um pré-candidato de inelegível é a maneira mais elegante de insinuar que ele é ficha suja, que fez traquinagem com o dinheiro público, que é um larápio.

E mais: Castro diz tudo de maneira incisiva, como se o impedimento dos ex-alcaides fosse certo, favas contadas. Alguns fernandistas levam na brincadeira: “Castro quer castrar a candidatura de Fernando”.

Os demistas, com toda razão, estão tiriricas da vida. Acham até que Fernando e Azevedo só não estão mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de votos devido à maldosa pregação de inelegibilidade.

O bafafá, segundo informações de bastidores, já é do conhecimento do prefeito soteropolitano ACM Neto. O democrata-mor vai procurar a cúpula estadual do tucanato para manifestar sua insatisfação.

É bom lembrar que Azevedo e Fernando não confiam em Augusto Castro e vice-versa. A recíproca é mais que verdadeira. O mesmo acontece no governismo entre Geraldo Simões (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB).

O jornalista Paulo Lima, carinhosamente Paulo Índio, comentarista político do Alô Cidade, na TV. Itabuna, e o ex-empresário Raimundo Vieira testemunharam toda irritação de Maria Alice com o tucano.

O advogado Pedro Arnaldo, presidente do diretório do PMDB, gente de inteira confiança do médico Renato Costa, também participou da reunião na sede do DEM.

O pior fogo é, sem dúvida, o fogo amigo. O dos adversários é quase sempre previsível e, como tal, mais fácil de apagar.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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josé januárioJosé Januário Neto | netto_felix74@hotmail.com

 

É uma guerra civil velada. As polícias estaduais não mais lutam contra o insurgente ou subversivo. A guerra é declarada e desamparada pelo Estado e por autoridades que deveriam combatê-las.

 

 

Nos últimos meses, vivenciamos acontecimentos de extrema violência, principalmente contra o cidadão. Não obstante, nesse turbilhão está o policial militar que, como qualquer profissional, tem sua carga humana diária, o estress, o desvio de conduta, o descompromisso ou a abnegação ao serviço público.

Toda ação mal planejada, eivada de maldade com o intento de fraudar um outro crime, resultará em desdobramentos para toda classe policial. No pensamento popular, fica a ideia que a formação do profissional de segurança pública é ineficiente, precária e não surtirá o efeito desejado.

Perdurará por alguns anos para a minoria dos profissionais da imprensa que toda ação policial é semelhante às que eram cometidas na época da ditadura com repressão política. As polícias têm na atualidade, dentro das suas especificidades, cada uma a sua missão constitucional.

Às Polícias Militares cabe o policiamento ostensivo; as Polícias Civis, a investigação e persecução criminal; e a Polícia Federal, investigação de grande monta com conexões nacionais e internacionais contra a União, a sociedade, o cidadão e a ordem financeira. Já a Polícia Rodoviária Federal, a prevenção e fiscalização das rodovias federais e amparo às ações da Policia Federal e/ou Justiça Federal.

Dito isso, entraremos num tema que recentemente vem trazendo inquietude aos policiais de modo geral: a valorização da vida, seja ela qual for. Nas grandes mídias sempre é descoberto, mostrado, exibido policiais fraudando local de supostos confrontos, agressão verbal, abuso de poder e tortura. Não que a investigação jornalística tenha que sofrer retaliações e supressão em seu conteúdo a ser exibido.

A discussão é o valor da vida do policial. As polícias, como disse antes, órgãos diretos da administração pública, possuem corregedorias internas que incessantemente realinham, readequam aquele servidor faltoso à sua normalidade ou punirá com pena de demissão para casos mais gravosos.

No Estado da Bahia, vários profissionais de segurança morreram durante o ano de forma covarde. No Rio de Janeiro, um PM foi rendido, torturado, morto e arrastado cruelmente por toda a comunidade.

É uma guerra civil velada. As polícias estaduais não mais lutam contra o insurgente ou subversivo. A guerra é declarada e desamparada pelo Estado e por autoridades que deveriam combatê-las.

A repercussão da morte de um policial no país não tem o mesmo peso como qualquer outro cidadão ou indivíduo que viva à margem da lei. Pesa sobre os ombros do Homem da farda ou distintivo a obrigação em dar a vida pela sociedade.

Há uma subvalorização do seu esforço laboral e da sua vida, são os únicos servidores públicos que possuem o dever de morrer. Isso mesmo! Morrer para salvar terceiros. Não há meio termo.

É necessário valorizar e dignificar esses homens e mulheres, reprimir de maneira exemplar as ações cometidas contra os policiais. A morte de um agente estatal atinge a Democracia e todo o Estado brasileiro.

José Januário Neto (Soldado Neto) é policial militar e bacharel em Direito.

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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

Ele recebeu carta de uma ouvinte perguntando se o signo dela combinava com o do noivo. O novo “astrólogo” fez pesquisa básica e respondeu sem titubear: “Não combinam.”

 

“Se as pessoas soubessem como são feitas as salsichas e as leis, não comeriam as primeiras e não obedeceriam as segundas.” (Otto von Bismarck, 1815-1898).

Parafraseando o chanceler alemão, se as pessoas soubessem quais as fontes dos horóscopos (há exceções?) não leriam esta seção.

Começo com o da Revista Jóia, Rede Manchete, assinado pelo jovem Jean Jaque Duvalier, pseudônimo de um jornalista que se tornou famoso, Paulo Henrique Amorim.

PHA revela que tentava descobrir o signo das meninas que ele pretendia namorar e fazia previsões que coincidiam com os objetivos do “astrólogo”.

Em Itabuna, jornalistas de um veículo escreviam o horóscopo com dedicação especial ao signo do diretor. Aconselhavam o patrão a atualizar o pagamento dos salários.

Na Cabrália, eu perguntava o signo de cada colega e lia o horóscopo modificando o texto. Os inúmeros acertos geraram desconfiança e um dia uma moça arrebatou-me o jornal para conferir o que estava escrito.

No entanto, o caso mais impressionante foi o de Ramiro Aquino quando substituiu, por alguns dias, o famoso Aries (pronuncia-se Aires) Mota num programa sobre astrologia na Rádio Difusora.

Ele recebeu carta de uma ouvinte perguntando se o signo dela combinava com o do noivo. O novo “astrólogo” fez pesquisa básica e respondeu sem titubear: “Não combinam.”

Crédula em horóscopo e pragmática nas relações, a moça terminou o noivado. Avaliou que “se não vai dar certo, não adianta insistir.”

Apaixonado, o rapaz entrou em desespero e procurou o professor Ramiro a quem implorou, em prantos, nova avaliação. Aquino pediu pra que ouvissem o próximo programa.

Dia seguinte o “astrólogo” alegou que após aprofundar os estudos, baseando-se na data e hora de nascimento do casal, os astros revelavam que havia combinação. Foi uma festa.

Com noiva de volta e casamento a realizar-se, o jovem retornou à emissora para agradecer ao professor e convidar-lhe para a cerimônia.

Volto a Paulo Henrique Amorim. Ele fala com seu estilo irônico que era “uma maneira de fraudar o horóscopo, atitude que não faz mal a ninguém.” E arremata: “Não me sinto culpado.”

Realmente, eles fraudaram uma fraude.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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marco wense1Marco Wense

 

Recentes pesquisas de intenções de voto apontam que 65% do eleitorado itabunense não pretende votar em candidatos que já foram prefeitos.

 

O melhor caminho para evitar uma possível polarização na sucessão de Itabuna, entre os ex-prefeitos Fernando Gomes e Geraldo Simões, é a formação de um bloco partidário.

Essa junção de forças tem que defender uma nova maneira de administrar, com respeito ao dinheiro público e sem os descalabros dos últimos governos. Não basta só ficar na fácil tarefa de apontar os erros. É preciso mostrar soluções, sob pena de o discurso virar blablablá e cair na vala comum. Ser tachado de demagógico e eleitoreiro.

Com efeito, veja o que diz o bom jornalista Waldeny Andrade no seu mais novo livro sobre as eleições de Itabuna: “(…) Geraldo Simões, ao derrotar de uma só vez José Oduque Teixeira e Ubaldo Dantas (dois ex-prefeitos), veio acrescentar seu nome ao diminuto grupo que governaria o município de Itabuna nos últimos 40 anos. A partir daí, estabeleceu-se o pingue-pongue Geraldo-Fernando, somente quebrado em 2008 com José Nilton Azevedo, mesmo assim candidato de Fernando (…). Itabuna sofreu com a invenção desta estranha alternância de poder”.

Deixando de lado o aspecto jurídico – se fulano, sicrano e beltrano serão ou não atingidos pela Lei da Ficha Limpa –, o fernandismo e o geraldismo apostam que a sucessão de 2016 será decidida pelos seus líderes.

Essas duas correntes não acreditam em mais de uma candidatura dentro do mesmo campo político. São unânimes na afirmação de que as duas maiores lideranças do petismo e do demismo, governador Rui Costa e o prefeito soteropolitano ACM Neto, vão fazer de tudo para evitar um racha na base aliada.

Nesse específico ponto, democratas e petistas estão cobertos de razão. A sucessão municipal, principalmente nos grandes redutos eleitorais, vai ser estadualizada. O escopo maior é a eleição de 2018, a disputa pelo cobiçado Palácio de Ondina.

Surge agora uma informal coligação de sete agremiações partidárias para contrapor a esse pingue-pongue: PDT-PV-SD-PSOL-PPS-PPL-PSB com seus respectivos pré-candidatos: Dr. Mangabeira, Alfredo Melo, Maruse Xavier, Zem Costa, Leninha Duarte, Otoniel Silva e Carlos Leahy.

O bloco acredita que o desejo de mudança tende a crescer ainda mais. Recentes pesquisas de intenções de voto apontam que 65% do eleitorado itabunense não pretende votar em candidatos que já foram prefeitos.

A torcida é para que o processo sucessório transcorra dentro da civilidade, da democracia e do respeito pelos adversários, que não descambe para o lado raivoso.

PS – Algumas figuras importantes do PMDB de Itabuna têm simpatia pela pré-candidatura de Antônio Mangabeira. Nos bastidores, comenta-se até que Geddel Vieira Lima, comandante-mor do peemedebismo, não vai criar nenhum obstáculo para um eventual apoio ao prefeiturável do PDT. É bom lembrar que Geddel tem um bom relacionamento com o deputado Félix Júnior, presidente estadual do brizolismo. E que o PDT faz oposição ao governo Rui Costa (PT).

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.