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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br
Uma coisa não se pode negar: além do apelo comercial, no Dia Internacional da Mulher os temas relacionados ao universo feminino ganham foco. Das redes sociais às grandes rodas, o que não faltam são discussões. E nas salas de aula não seria diferente.
Um professor citou o seguinte caso: um cara teria ficado dez anos sem trabalhar, sendo sustentado por todo esse tempo pela esposa, e no divórcio estaria pleiteando uma pensão alimentícia. “É um safado e merece uma surra”, gritei da minha carteira, esquecendo, por um breve momento, que estava ali para aprender a respeitar e empregar as normas brasileiras.
O tema foi motivo de discussão.  Os colegas, talvez para irritarem um pouco as mulheres presentes, falaram em direitos iguais. “Muitas mulheres passam anos casadas, não trabalham, herdam e ainda têm direito a pensão. Por que com o homem seria diferente?” É que ser mulher já dá trabalho, professor!
As responsabilidades mais simples, porém mais importantes, acabam sendo nossas. Casa, marido, filhos, pais e carreira profissional com paciência e dedicação, com um sorriso nos lábios e as unhas bem feitas, para que o marido não a chame de desleixada. Não é fácil e a gente consegue, sem reclamar, encarando como obrigação mesmo. Uma autoexigência que se tornou comum para a grande maioria das mulheres. Ou alguém vai dizer o contrário?
E nessa corrida diária pela “excelência dos serviços prestados”, precisamos ainda ficar atentas à tênue diferença entre ser sensual e ser vulgar. Toda e qualquer extravagância pode arruinar para sempre a reputação de uma fêmea de qualquer idade e classe social.
E já que toquei nesse assunto, devo comentar que achei de muita elegância o programa As Brasileiras com a musa Ivete Sangalo, veiculado na grande data. Com um texto leve e bem humorado, e nenhuma cena de apelação sexual, a Rede Globo passou a mensagem de que para ter audiência, em todos os sentidos, basta ter bom humor e elegância. Será que as mulheres-fruta e panicats entenderam o recado?
Manuela Berbert é jornalista e colunista do Diário Bahia.

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Amauri Teixeira | dep.amauriteixeira@camara.gov.br

Com mais de 120 mil cópias vendidas, o livro de Amaury investiga as privatizações ocorridas durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

O alvoroço causado pelo impacto do livro A Privataria Tucana foi acompanhado de perto pela grande imprensa, que pouco se manifestou a respeito. Os tucanos optaram pelo mesmo caminho. Mas estava difícil se manter em silêncio por muito tempo: a obra já está no topo do ranking dos mais vendidos do país, ultrapassando best-sellers como a biografia de Steve Jobs e o último livro de Jô Soares. Diante desse quadro, a alta cúpula do tucanato resolveu responder. Não com argumentos sólidos contra as denúncias, mas desqualificando-as utilizando termos como “lixo” e “coleção de calúnias” para definir o trabalho.
Mas afinal, o que os tucanos temem? Terão receio de vir por terra uma suposta “aura de moral” que reveste o partido? Ou será do esfacelamento total de uma direita que há anos está em decadência?
Os sucessivos resultados positivos da economia brasileira vêm sendo abafados com supostas denúncias e escândalos. A direita não debate mais ideias para desenvolver a nação, apenas ataca. É uma pena, já que faz bem a todo grande país uma oposição forte e responsável. O medo levou a oposição a uma verdadeira guerra na imprensa tentando desmoralizar o atual governo.
Aliás, medo é uma palavra que a direita conhece muito bem. Foi inclusive colocada no script de Regina Duarte durante as eleições de 2002. Em um dos piores papéis da sua carreira, a atriz dizia durante propaganda eleitoral temer que o país “perdesse toda a estabilidade conquistada”. Ironicamente, a economia brasileira é hoje uma das mais estáveis do mundo, ao contrário da época em que devíamos bilhões em dívida externa.
A resposta do povo não veio apenas das urnas, mas da própria opinião pública. Basta ver os altos índices de aprovação do governo federal por parte da população. Não bastasse isso, a forte reverberação do trabalho do meu xará Amaury Ribeiro nas redes sociais tem causado pânico na direita brasileira.
Com mais de 120 mil cópias vendidas, o livro de Amaury investiga as privatizações ocorridas durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O autor apresenta documentos que ligam casos de lavagem de dinheiro e propina à Verônica Serra e Alexandre Bourgeois, respectivamente filha e genro do ex-governador de São Paulo, José Serra. A obra é uma das maiores reportagens investigativas do país, contendo 140 páginas com documentos sobre o caso.
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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Brown amadureceu. E provou isso quando disse à imprensa, antes de partir para Los Angeles, que o prêmio era um grande acontecimento, mas uma festa de outro país.

Percussionista renomado, Carlinhos Brown é conhecido como o Cacique da Bahia. Foi um dos criadores do samba-reggae e em 1989 fez parte da banda de Caetano Veloso, estourando tanto no Brasil quanto no exterior com a música Meia lua inteira. Aventurou-se como compositor, conquistou o Troféu Caymmi, um dos mais importantes da música baiana, e rodou o mundo com João Gilberto, Djavan e João Bosco. Talentosíssimo, porém, bastante polêmico. E isso assustava até os fãs mais fiéis.
Lembro dele à frente da Timbalada, ainda na década de 90, quando projetou a banda nacional e internacionalmente. Elevou a autoestima do Candeal, onde nasceu, e norteou a vida de muitos jovens do bairro, onde ainda desenvolve projetos sociais.
Conheci um jovem timbaleiro em terras sergipanas, onde nos tornamos amigos. Numa ocasião, já em Itabuna, contou-me que o cantor estava em clima de despedida da Timbalada. Quando questionei o seu futuro na banda, respondeu-me que ficaria onde o Cacique determinasse, e toca na banda solo de Carlinhos Brown até hoje.
Confesso que fiquei surpresa com tamanha devoção, já que o cantor que eu conhecia, até então, era exagerado em tudo: ele gritava demais, pulava demais, xingava demais, era alvo de críticas, vaias etc.
Mas foi a partir do Projeto Tribalistas, um trabalho desenvolvido com Marisa Monte e Arnaldo Antunes, em 2002, que Brown começou a amadurecer. Prêmios, milhões de cópias vendidas e um homem mais comedido, num tom de voz mais baixo e frases conectadas entre si.  Acho que de lá para cá ele só cresceu profissionalmente: carreira internacional com base sólida na Europa, shows, produções de discos, de trilhas para espetáculos de dança, filmes, dentre outras produções.
Se a indicação ao Oscar fosse em 1998, ano em que Carlinhos ficou nu em cima de um trio elétrico no Carnaval de Salvador, o Brasil teria ficado tenso, receoso do que ele poderia “aprontar”. Mas Brown amadureceu. E provou isso quando disse à imprensa, antes de partir para Los Angeles, que o prêmio era um grande acontecimento, mas uma festa de outro país, e que a sua realidade era o chão da Bahia. Talvez estivesse prevendo a sabotagem da qual foi vítima no tão sonhado tapete vermelho. Salve Brown!

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Ricardo Ribeiro | redacao@pimentanamuqueca.com.br
 

Se o ilheense, diante do presente maravilhoso que Deus lhe deu, permanecer com uma atitude passiva, dificilmente esse tempo virtuoso chegará.

 
O último sábado de fevereiro foi um dia lindo em Ilhéus, propício à praia, pois o astro-rei torna ainda mais encantadoras as belezas dessa cidade. Seguia em direção a Olivença e, no Pontal, diante da baía, não resisti, parei para tirar um foto com o celular, enquanto comentava: “como Ilhéus é linda!”.
Outro dia, no Facebook, contestei alguém que dizia achar Ilhéus feia no presente, embora a visse bela no passado. Considerando aquilo um extremo absurdo, argumentei que a cidade continua linda e o povo precisa se apropriar de Ilhéus, brigar por ela, defendê-la dos maus ventos, dos maus presságios, dos maus governos. Também afirmei sentir faltar ao ilheense um pouco mais de autoestima e uma relação melhor com a cidade. Ao desprezá-la, o ilheense concorda com os desmandos, pois acaba aceitando que a cidade merece o que não presta.
Sinceramente, não consigo acreditar que qualquer governo, por mais bem intencionado que seja, consiga avançar muito na requalificação da cidade sem que haja uma conscientização geral, uma postura cidadã coletiva, com uma defesa firme e apaixonada que cobre respeito de quem a governa, assim como que cada um assuma suas responsabilidades.
Ontem mesmo, já em Olivença, outras pessoas também mostravam entusiasmo com o belo dia de sol e um amigo enveredou pela política, afirmando que Ilhéus recebeu praticamente tudo de Deus e precisaria apenas de um governo que fizesse o mínimo, cuidasse das pequenas coisas, um gestor que pelo menos não atrapalhasse.
Eu disse que falta um pouco mais, como ações de marketing bem construídas para promover a imagem da cidade fora e uma campanha para desenvolver a autoestima e o amor por Ilhéus entre os que aqui vivem. A partir daí vem uma série de outros pontos, como a organização do turismo, que ainda é explorado com um amadorismo suicida.
Se o ilheense, diante do presente maravilhoso que Deus lhe deu, permanecer com uma atitude passiva e indiferente, de eterna espera por dias melhores, dificilmente esse tempo virtuoso chegará. E a cidade continuará a viver com a tal síndrome de Gabriela (“Eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim…”).
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA.

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Do blog de Paixão Barbosa
O fato de Geddel Vieira Lima ter admitido que poderá ser candidato à prefeitura de Salvador pelo PMDB, apenas coloca uma dificuldade a mais na já tão complicada possibilidade de união entre os três principais partidos políticos de oposição na Bahia visando as eleições deste ano e também de 2014. A unidade entre PMDB, PSDB e DEM é muito difícil de se concretizar num projeto amplo, embora vá acontecer de forma pontual em alguns municípios, porque as origens e os interesses das suas lideranças conflitam de modo muito forte.
Partidos que enfrentaram dificuldades, em termos de Bahia,nas últimas eleições, os três precisam lutar para se reinventar a partir de 2012, sob pena de sofrerem um minguamento ainda maior de suas forças. E, para isto, é fundamental a participação nas eleições municipais deste ano com o maior número possível de candidatos próprios, especialmente em Salvador, um pleito que serve como caixa de ressonãncia para todo o Estado. Isto vale principalmente para PMDB e DEM, uma vez que o PSDB baiano não tem conseguido crescer mesmo desde que aqui foi fundado e limita-se a um trabalho de manutenção da sua base parlamentar.
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Em meio ao Carnaval, passou quase despercebido ontem (20) o aniversário da Ceplac, que teve seu decreto de fundação assinado no dia 20 de fevereiro de 1957 pelo então presidente Juscelino Kubitschek, portanto há 55 anos.
Com um histórico de avanços na pesquisa, extensão rural e assistência técnica aos cacauicultores, a Ceplac, ligada ao Ministério da Agricultura, enfrenta um momento decisivo. Ceplaqueanos lamentam a estagnação do órgão federal, que pode acabar morrendo por inanição se não forem renovados os seus quadros.
O último concurso público realizado pela Ceplac para contratar novos servidores data de 25 anos atrás. Desde então, muitos funcionários se aposentaram, deixando algumas áreas desguarnecidas, pois não há quem os substitua.
Num cenário em que as perspectivas para o mercado do cacau e do chocolate se tornam mais animadoras, com crescimento inclusive da demanda interna, a revitalização da Ceplac é uma questão estratégica. Para que ela ocorra, porém, é preciso a mobilização da bancada legislativa dos estados produtores, bem como da pressão dos governadores e prefeitos dessas regiões.
Ou isso, ou a Ceplac morre.

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José Augusto Ferreira Filho |
 

A ministra Rosa Weber trouxe oxigênio novo àquele tribunal e deixaa marca de uma magistrada preocupada com os novos anseios da sociedade brasileira.

 
Enquanto mentalmente arquitetava meus planos para os dias de recesso carnavalesco, já que há muito tempo – rebelde – não me rendo mais às ordens do Soberano Momo para cair na folia, fui arrebatado por uma informação que me trouxe à mente um livro, lido uma única vez quando ainda em Salvador residia, de autoria do italiano Umberto Eco: “O Nome da Rosa”.
A história narrada se passa na Idade Média, século XIV, em um mosteiro beneditino que abrigava uma biblioteca na qual havia o maior acervo cristão do mundo, guardado sob intenso cuidado e envolto em cativante mistério. Mais tarde a trama virou filme, brindado pela marcante interpretação do ator britânico Sean Connery.
A notícia que me fez recordar o livro foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a Lei complementar 135/2010 – Lei da Ficha Limpa. A ministra Rosa Weber, única daquele colegiado que ainda não havia emitido opinião sobre o tema, leu seu voto e marcou posição junto àqueles que defendiam a validade plena da lei, já nas eleições de 2012.
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José Augusto Ferreira Filho |  
 

É preciso focar o debate nas propostas e esquecer as questiúnculas de bastidores, que não raro alimentam desejos pessoais mesquinhos.

 
Nesses tempos “pré” (digo de pré-candidatos, pré-campanhas, pré-alianças, pré-eleição), todos acompanhamos – com curiosidade cidadã – as declarações externadas por figuras públicas que, mesmo hoje afastadas da disputa por cargos eletivos ou do poder, ainda ou sempre circulam com desenvoltura pelos grupos políticos dos principais atores desse cenário.
Em artigo anterior, externei breves considerações sobre a Greve da Polícia Militar, quando ressaltei, ou ao menos pretendi fazê-lo, a importância do debate sobre soluções efetivas para a melhoria na Segurança Pública, que deveria ter maior ênfase do que a mera repercussão dada à conduta dos agentes envolvidos na paralisação que, por força do destino ou da vontade popular, figuraram em lados opostos do conflito.
Em Itabuna, cidade que me acolheu e me honrou com o Título de Cidadão, julgo ser preciso reconhecer, em sua história, o papel importante de suas lideranças políticas, ainda que na opinião de alguns a elas não se deva valor algum atribuir, pelo simples fato de figurarem hoje ou terem feito parte no passado a um grupo político de cujas ideias não se comunga. E aqui vale o pensamento para aqueles que atuam ou atuaram nas três esferas públicas, seja municipal, estadual ou federal.
Assim é a dinâmica da vida pública. As alianças entre os diversos atores, desde que tenham por objetivo precípuo e final o desenvolvimento da cidade ou região, nada se pode, desmotivadamente, opor, tanto mais sob argumentos político-ideológicos ultrapassados, vez que a maioria da população não mais os identifica e os partidos, todos sem exceção, já os reservaram apenas para as suas cartilhas e estatutos.
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Osias Lopes | osiaslopes@ig.com.br
“Vai e vem”, “vira e volta”, “vira e mexe” ouvimos falar de um nome ícone da política démodé, de maneiras e práticas atrabiliárias, e que por isto mesmo muito pouco de positivo acresceu à história política da nação grapiuna. Na verdade empobreceu-a, impingindo-lhe as mais diminuídas práticas políticas.
Sua história, que começou a ser escrita pelas mãos do então prefeito José Oduque, tem início lá pelos anos 1970, cujo final parece teimar em não ocorrer, isso ao menos na cabeça de alguns – poucos, é bem verdade.
Parodiando a letra da música do extraordinário Moraes Moreira, podemos dizer que “é nesse vai e vem” que Itabuna não se dá bem. E o sobressalto causado por esse “vai e vem”, “vira e volta”, “vira e mexe”, sempre lhe fez muito mal, comprometeu seu desenvolvimento, provocou-lhe atraso, encolhimento; a tudo desandou, tornando-se, por conseguinte, numa Itabuna menos viçosa, menos alegre. E assim nossa terra tem vivido, como se fosse um seu carma. Mas por que isto veio a acontecer justo com uma cidade tão altiva e benfazeja como a nossa?!!!
“Cuma” foi que isto aconteceu? “Cuma” é que uma cidade incrustada numa região capaz de gerar uma entidade como a Ceplac, que fez brotar uma universidade pública das mais pujantes pôde ao mesmo tempo dar azo a um pensamento político tão atrasado?
Ah! Quão seria bom fosse apenas mais um capítulo da rica obra do saudoso Dias Gomes. Mas, infelizmente, não o é.
É… não pode haver plano bom para Itabuna pautado nesse enredo antigo, de péssimo gosto, repetitivo, superado, enfadonho, nefasto, ruim… demais, que é a cantilena do “vai e vem”, “vira e volta”, “vira e mexe”!
“Cuma”?
Osias Lopes é advogado e ex-procurador-geral de Itabuna e Ilhéus.

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Luiz Cláudio Sena
Pois bem, diário, as coisas não caminharam conforme planejei. Aliás, hoje, os 12 Apóstolos da Operação Salvador sem Carnaval estamos a caminho do nosso Apocalipse. Atribuo minhas dores, de um lado, às frágeis estratégias que traçamos e, de outro, à participação diabólica da Rede Globo (ai, se eu te pego, Patrícia Poeta!). E, por falar em poeta, senti falta, em tudo que li acerca dos acontecimentos que pautaram a mídia nos últimos 12 dias (maldito 12!!), de uma análise minimamente romântica acerca do gesto do general Gonçalves Dias (quer maior prova de sentimento poético, diário?), comandante da Sexta Região Militar, que, pasmemo-nos, foi afastado do comando da operação criada para reprimir-nos. Comeu do nosso bolo e, para os que estávamos nas adjacências, foi possível ouvir três sonoros arrotos, prova cabal de que gostara. Ora, em que pese estivéssemos em campos opostos, isso jamais poderia ser óbice a um gesto de humanidade, ainda que advindo de uma patente como aquela. O general é maior que todos. E, se ele quiser, será uma honra tê-lo em nosso quadro de apóstolos. Como diria seu xará maranhense, “a vida é luta renhida, viver é lutar! A vida é combate que os fracos abate, mas que aos fortes e bravos só deve exaltar!”.
Ainda sofro, diário, as consequências daqueles infames abarás. Mal posso me sentar. Já amaldiçoe até a quarta geração as mãos que puseram aquela pimenta malagueta em doses cavalares para meu consumo. O fato de eu ser um líder, o maior de todos, o Rei do Nilo, não me torna proprietário de um intestino de ferro, ora essa! A mídia vem dizendo, diário, que nossa investida nos últimos 12 dias (maldito 12!) resultou num prejuízo de, aproximadamente, 400 milhões ao comércio baiano. Eu fico impressionado com a matemática desse povo! Não houve prejuízo. Houve redução de demanda. Só. Pra mim, prejuízo é outra coisa. Comer abará com 3 colhes de sopa de pimenta, isso sim gera um tremendo prejuízo.
Tardiamente, nossos companheiros do Rio entravam em greve. E houve quem dissesse que, por seu turno, vão procurar fazer tudo diferente do que fizemos, já que aprenderam com nossos erros. Legal isso, né, diário? Deixam a gente à míngua e são capazes de capitalizar em cima de nossos erros. Carioca é esperto mesmo, hein? Vou à casinha, diário. Nos últimos 12 dias (maldito 12!) só fiz isso mesmo: m(*).
Luiz Cláudio Sena é filósofo
Texto publicado orignalmente no Blog do Fábio Sena.

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Allah Góes | allah.goes@hotmail.com

Assim, os vices que hoje são prefeitos, apenas estarão impedidos de disputar as eleições de 2012, caso tenham substituído o titular nos seis meses anteriores às eleições de 2008.

Assunto requentado é novamente trazido à baila por alguns veículos de comunicação de nossa região, só que desta vez, ao invés de falarem sobre a candidatura de Azevedo, abordam a pseudo-impossibilidade do atual prefeito de Itapé, Jackson Rezende, disputar sua reeleição.
Falo que o assunto é requentado, pois no mês de setembro do ano passado também se aventou a impossibilidade daqueles que, a exemplo de Azevedo e Rezende (que foram vices na gestão passada, assumiram o cargo de prefeito substituindo o titular e venceram o pleito de 2008), poderem se candidatar nestas eleições de 2012.
Naquela oportunidade, o jurista Ademir Ismerin se manifestou a respeito do tema no jornal “A Tarde”, edição n.º. 33.760 de 13/09/11, onde, ressaltando o ponto de vista por nós defendido, afirmou:
“O TSE já firmou jurisprudência sobre a questão. Se ele assumiu nos seis meses que antecederam a eleição, seja lá por quanto tempo for, está inelegível. Se assumiu apenas anteriormente, nada impede”.
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José Augusto Ferreira Filho 

Não me parece justo – e perde-se uma grande oportunidade –, apequenar o debate em face da paralisação de parte dos policiais militares, responsáveis pela segurança pública prestada à população.

Todos nós temos acompanhado, uns com maior outros com menor atenção, os acontecimentos havidos na Bahia e, em especial, em Salvador. Refiro-me a capital do Estado, pois é lá que está sediado o comando geral da greve e de onde, ao menos é o que se tem notícia, vêm às ordens para os demais movimentos instalados nas outras regiões da Bahia.
Os artigos publicados, em jornais, revistas e blogs, sem mencionar os inúmeros programas veiculados diariamente em nossas redes de televisão, encontraram no assunto um “prato cheio”, capaz de gerar horas de discussões temáticas, análises jurídicas, considerações sociológicas, todas não raramente impregnadas do viés político daquele que a defende, o que é bem próprio ao tema.
A Segurança Pública, aliada à Saúde, são áreas em que os governos, cada um em sua esfera de atuação, por maiores avanços que possam ter promovido, não conseguiram preencher, nem de longe, às necessidades e expectativas da população, sobretudo àquela mais carente, que mora nos bairros periféricos, ao derredor de todas as cidades, utiliza os postos e hospitais públicos e estão no estado de maior vulnerabilidade em face da falta de segurança.
Foi tema reincidente a comparação da greve da PM de hoje com o movimento paredista havido em 2001 também na Bahia, outrora governada por grupo político diverso do atual. Não me parece justo – e perde-se uma grande oportunidade –, apequenar o debate em face da paralisação de parte dos policiais militares, responsáveis pela segurança pública prestada à população, numa dicotômica e estreita discussão entre direita e esquerda, certo e errado, vermelho e azul. O arco-íris é muito mais cheio de matiz do que as nuances político-partidárias.
Não devemos demonizar a briga justa por direitos trabalhistas. A Constituição Cidadã de 1988 garantiu o direito à greve e a sindicalização aos trabalhadores, mas restringiu tais conquistas aos militares. É fato inconteste. Ocorre que não podemos esquecer e preciso ter sempre em mente, que a evolução social do liberalismo político – e nesse contexto as causas sindicais e trabalhistas -, é consequência e ao mesmo tempo mantenedora da democracia contemporânea no Brasil.
Em todas as discussões travadas sobre a greve dos policiais, as verdades são sempre ambivalentes. Mas, nesses tempos de insegurança pública, ora apenas agravada pela paralisação dos policiais militares, cujos reflexos todos suportamos apáticos, e, sobretudo, Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores, vamos torcer para que os agentes públicos diretamente ligados às negociações tenham equilíbrio e sensatez, e encontrem uma rápida solução para o impasse.
Ou será que ouviremos mais uma vez entoar Geraldo Vandré, Caminhando e cantando/ E seguindo a canção/ Somos todos iguais/ Braços dados ou não… Há soldados armados/ Amados ou não/ Quase todos perdidos/ De armas na mão/ Nos quartéis lhes ensinam/ Uma antiga lição:/ De morrer pela pátria/ E viver sem razão. A realidade brasileira já não mais é essa.
José Augusto Ferreira Filho é advogado.
Artigo publicado originalmente no Cia da Notícia.

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Marco Wense

Da base situacionista, o PCdoB tem alguma chance com o PP de Roberto Barbosa se houver uma contrapartida na cidade de Ilhéus, com os comunistas apoiando a candidatura de Jabes Ribeiro ao Palácio do Paranaguá.

O deputado federal Geraldo Simões ainda acredita em uma composição entre petistas e comunistas na sucessão do prefeito Azevedo (DEM).
Geraldo tem motivos de sobra para ficar esperançoso. O tititi entre o PT e o PCdoB, com troca de farpas entre suas lideranças – a mais recente foi entre o parlamentar e Davidson Magalhães –, sempre existiu.
Na última eleição (2008), o ex-vereador Luis Sena foi o indicado para compor a chapa majoritária encabeçada pela petista e ex-primeira dama Juçara Feitosa.
Os comunistas juram por todos os santos que essa sucessão municipal é diferente, já que a opinião de que o PCdoB deve ter candidatura própria é avassaladora entre militantes e simpatizantes.
No PCdoB, no entanto, há também os pragmáticos, os que caminham pela estrada de que o partido só deve ter candidato se o cenário apontar uma possibilidade de vitória.
A viabilidade eleitoral, como condição imprescindível para a disputa do Centro Administrativo, só será alcançada com uma coligação envolvendo legendas da base aliada do governo Wagner e de oposição.
Da base situacionista, o PCdoB tem alguma chance com o PP de Roberto Barbosa se houver uma contrapartida na cidade de Ilhéus, com os comunistas apoiando a candidatura de Jabes Ribeiro ao Palácio do Paranaguá.
Do lado oposicionista, descartando aí o PSDB e, obviamente, o DEM do prefeito Azevedo, só o PMDB presidido pelo médico Renato Costa. Vale lembrar que o peemedebismo tem Leninha Alcântara como pré-candidata.
O trunfo do deputado Geraldo Simões é o governador Jaques Wagner. O parlamentar aposta em uma efetiva participação do chefe do Executivo no processo sucessório.
O problema é que o empenho pessoal de Wagner para que os partidos aliados fiquem com o candidato do PT, principalmente o PCdoB e o PDT, só com uma condição: que o candidato seja Geraldo Simões.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Do Blog do Gusmão
Israel Nunes | professor.israelnunes@gmail.com
 

Uma coisa aprendi: tem doido demais na política, mas o número de ambiciosos é insuperável.

 
Quando o ano acabar, se acabar, a única certeza que tenho é a de que em 2013 escreverei outro livro. Dessa feita, não será um livro técnico. Pelo menos não no sentido que habitualmente se atribui ao termo “técnico”. Será um livro de crônicas políticas, especialmente das crônicas políticas de Ilhéus.
Mas não todas elas. Só as narradas a mim por um recente amigo, José Henrique Abobreira, que conheci por intermédio do blogueiro Emílio Gusmão. A amizade com Emílio Gusmão nunca me rendeu um centavo. Em contrapartida, me trouxe grandes riquezas. José Henrique Abobreira é uma delas.
Abobreira é uma daquelas pessoas a quem podemos chamar de bruxo. Penso que essa alcunha de feiticeiro quem lhe deu foi Gusmão. Ou Carlos Pereira, outro amigo. Não sei ao certo. Mas, voltemos a Abobreira.
É um bruxo este homem. Com seu falar e suas ideias, põe encantos e feitiços nas mentes. Isso porque sabe ler os corações. Anima-nos quando esmorecemos, sabe tocar nos egos e mexer nos brios de modo a influenciar as ações daqueles que estão à sua volta. E recentemente descobri que com alguns abracadabras, cura até pressão baixa.
Contou-me Abobreira que, quando era vice-prefeito e Secretário Municipal, um cidadão, certamente ensandecido, comparecia diuturnamente à sua Secretaria, pleiteando uma verba de cinco mil reais para pôr em andamento uma ideia mirífica.
O doidivanas sustentava, com veemência mas apenas murmurando para o Secretário, temendo ser ouvido por outro de igual matriz psiquiátrica, que tinha descoberto um modo de fabricar ouro. Isso mesmo, um jeito de fabricar o metal do rei Salomão.
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Manuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Está faltando prudência e equilíbrio de todos os lados envolvidos, e é o povo quem está sendo penalizado. Greve é um direito do trabalhador sim, mas greve armada é rebelião.

Assistindo às cenas do que aconteceu no Centro Administrativo da Bahia (CAB) na manhã de hoje, segunda-feira, o meu sentimento foi de vergonha: vergonha do que se transformou o direito de reivindicação dos Policiais Militares, vergonha do comportamento de alguns profissionais da imprensa e vergonha da inércia do Governador que, não cedendo, não ‘desmonta o circo’.
Diante dos episódios que afligem a população desde o início da paralisação parcial da Polícia Militar, no último dia 31, clamo por um diálogo construtivo.  Os prejuízos à população e aos setores produtivos são incalculáveis. Em pleno verão, quando deveríamos estar produzindo e recebendo milhares de turistas, estamos assistindo a autoestima do baiano ser devastada a cada matéria divulgada pela imprensa.
Transformaram a Bahia num campo de guerra e estão transmitindo para o mundo. Saques, ocorrências policiais graves e confrontos, em minha opinião, excedem os limites aceitáveis em manifestações. Está faltando prudência e equilíbrio de todos os lados envolvidos, e é o povo quem está sendo penalizado. Greve é um direito do trabalhador sim, mas greve armada é rebelião. Acho que a causa maior dessa luta perdeu as forças à medida que virou baderna. Chega!
Não tenho dúvidas de que houve incapacidade do governo em evitar que se instalasse o caos. O que também não entendo é um partido que se fez em greves desqualificar reivindicações e partir para o ataque, recorrendo à Força Nacional. Passando do ponto ou não, Governador, o senhor está sendo arrogante antes e durante a crise. A sua obrigação institucional e moral é negociar. Se não sabe, pede pra sair!
Manuela Berbert é jornalista e colunista do Diário Bahia.