ARTICULAÇÕES AZEVEDIANAS

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O prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, quer transformar em vantagem o que muitos veem como atabalhoamento político. É notório que Azevedo, partidariamente, atira pra todo lado. Ou melhor, fica jogando barro na parede para ver se cola.

Ainda assim, há quem veja no capitão qualidades de conciliador, que poderiam de alguma maneira lhe dar projeção na política regional. Apostam na parcimônia, no diálogo manso, no jeito tranquilão do homem, que precisaria, no entanto, empenhar-se mais para desatar os nós de sua própria administração.

É neste último ponto que está a grande debilidade do político, o seu calcanhar de aquiles.

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Cobra se escondia entre pencas de banana

Soldados do Corpo de Bombeiros foram acionados na manhã deste sábado (27) para capturar uma cobra que assustava os consumidores em um supermercado no bairro de Jequiezinho, em Jequié, sudoeste baiano. Segundo o Blog do Anderson, a cobra estava tranquilamente acomodada entre pencas de banana, no setor de hortifruti.

Os bombeiros não tiveram dificuldade para dominar o réptil, de aproximadamente um metro, que foi entregue ao Ibama para ser devolvido ao seu habitat natural.

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O porto de Juazeiro foi construído há 13 anos e nunca funcionou. Apesar de ter consumido, à época, verbas públicas no montante de R$ 5 milhões.

Verdadeiro monumento ao desperdíci0, ao desrespeito e à desfaçatez com que se administra o dinheiro do povo nesse país, o porto está completamente deteriorado. Será salvo pelo governo baiano.

Wagner já anunciou a liberação de R$ 8 milhões para consertar o equipamento e colocá-lo para funcionar. Calculando: uma obra de R$ 5 milhões agora vai custar R$ 13 mi. Sem falar no que se deixou de ganhar com a inatividade do porto.

Absurdo.

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Rodrigo Cardoso: questionamentos (Foto José Nazal).

Ainda não terminou a audiência pública que debate a ferrovia Oeste-Leste, em Ilhéus. De acordo com a organização, 824 pessoas participam do evento no centro de convenções Luís Eduardo Magalhães.

Dos presentes, 75 (isso mesmo!) se inscreveram para perguntas sobre o projeto que integra o Complexo Intermodal Porto Sul. A ferrovia integrará a região Centro-Oeste do Brasil ao Atlântico por Ilhéus, sul da Bahia, que ganhará um aeroporto privado.

Quem passa pela bateria de perguntas é a mesa: Célio Costa (Ibama), Josias Cardoso (Valec Engenharia) e Victor Belia (Oikos).

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Itabuna e Colo Colo fazem "Clássico dos Desesperados" (Foto Arquiv0/José Nazal).

Os dois times sul-baianos passam por situação delicada no Estadual 2010 e nessa condição se enfrentam neste domingo, 28, às 16h, no estádio Luiz Viana Filho (Itabunão). O jogo é válido pela 10ª rodada do campeonato.

Se perder, o Itabuna complicará de vez as suas chances de ainda poder disputar o título. A equipe venceu duas partidas, empatou uma e perdeu… seis. Acumula sete pontos. É o quarto do grupo 2, perseguido de perto pelo Ipitanga, também com sete pontos, mas no quinto lugar devido a critérios de desempate (o adversário direto do Azulino enfrenta o invicto Madre de Deus, neste domingo.

Já o Colo Colo vive no pior dos mundos. Não tem mais chance alguma de disputar o título. Com seis pontos, é o lanterna do grupo 1 do Baianão. Se ganhar, apenas alivia o clima tenso, afinal, a equipe é a única até aqui garantida no quadrangular da morte (quatro times vão se engalfinhar para evitar a queda no ‘porão’ do futebol regional – e olhe que a primeira divisão do Baiano já não é grande coisa!).

FERREIRA, A NOVIDADE (ITABUNENSE!)

O ingrediente extra para o jogo deste domingo é o técnico Ferreira. Há seis rodadas, o treinador foi contratado como a salvação do Colo Colo. Perdeu as cinco partidas em que esteve no comando do Tigre. Amanhã, Ferreira vai aparecer do outro lado.

No início desta semana, ele assumiu o Itabuna com a esperança de ajudá-lo a classificar-se para a próxima fase do Estadual. Nos jogos de ida, o Tigre meteu 2×1 no Azulino, no estádio Mário Pessoa. É hora da revanche para o Azulino. A venda de ingressos para o jogo deste domingo começa às 9h nas bilheterias do Itabunão.

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Audiência em Ilhéus acontece no centro de convenções (Fotos José Nazal).

As obras de construção da ferrovia Oeste-Leste devem começar em maio e foram aceleradas as audiências públicas para debater o investimento de R$ 4 bilhões. Nesta noite, acontece a audiência de Ilhéus, no centro de convenções Luís Eduardo Magalhães.

Caravanas de Itagibá, Uruçuca e Brumado e comunidades do interior da Terra de Gabriela lotam um dos auditórios do centro. Um grupo ligado a ambientalistas vestiu camisa preta para manifestar-se contra a construção do Porto Sul, na região norte de Ilhéus.

A ferrovia Oeste-Leste faz parte do Complexo Intermodal Porto Sul, um conjunto de investimentos que prevê construção de porto, aeroporto e ferrovia. A estrutura logística será utilizada para escoamento da produção agropecuária, indústria e de minérios da Bahia e de estados da região centro-oeste do País.

A audiência no sul da Bahia atraiu o superintendente do Ibama no estado, Célio Costa Pinto, e representantes da Valec Engenharia (Josias Cardoso) e da Oikos (Victor Belia).

Representantes do Ibama, Valec e Aikos participam de audiência.
Na audiência da ferrovia, protesto contra o Porto Sul.
Na audiência da ferrovia, protesto contra o Porto Sul.
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As professoras Érica Melo e Érica Farias Bastos foram à capital chilena, Santiago, para participar de congresso em educação. Naturais de Coaraci, no sul da Bahia, elas chegaram ao país ainda ontem e viveram o drama de um dos mais violentos terremotos do mundo, de magnitude 8,8 graus.

As professoras entraram em contato com as suas famílias nesta tarde de sábado. Melo e Bastos estão bem e regressam ao Brasil assim que o aeroporto de Santiago for reaberto e os voos para o Brasil forem restabelecidos.

O terremoto ocorreu nesta madrugada. O primeiro tremor foi sentido por volta das 3h30min desta madrugada. De acordo com autoridades chilenas, pelo menos 214 mortes foram confirmadas até o início desta noite. Com informações do BA-TV, TV Santa Cruz.

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As más-notícias para o tucano José Serra não param com as quedas nos índices de intenções de voto. A pesquisa Datafolha realizada nos dias 24 e 25 também aferiu o humor dos eleitores em relação aos quatro principais nomes na disputa.

Serra lidera o quesito. Ele é rejeitado por 25% dos eleitores. Dilma, por 23%. Ciro Gomes é rejeitado por 21% e Marina Silva, por 19%.

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Diferença entre Dilma e Serra cai novamente.

Acendeu a luz vermelha no ninho tucano. Pesquisa Datafolha realizada nos dias 24 e 25 de fevereiro em todo o País apurou que a intenção de voto na ministra Dilma Rousseff (PT), candidata do presidente Lula, pulou de 23% para 28%. Caminhando em linha oposta, José Serra (PSDB) caiu de 37% para 32%.

A margem de erro é de dois pontos percentuais. Foram ouvidas 2.623 pessoas. Os outros dois nomes citados na pesquisa estimulada (Ciro Gomes e Marina Silva) aparecem com 12% e 8% das intenções de voto, respectivamente.

O candidato do PSB aparecia com 13% em dezembro e Marina (PV) possuía mesmo percentual de agora. 9% dos pesquisados pretendem votar em branco ou nulo e 10% estão indecisos.

Em dois meses, a diferença entre os dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto caiu de 14 para 4 pontos percentuais. O crescimento de Dilma está acima da margem de erro (cinco pontos), assim como a queda do governador Serra (confira os números da última pesquisa).

Serra consegue aumentar em sete pontos percentuais a sua diferença para Dilma quando sai de cena o nome do deputado federal Ciro Gomes. Serra vai a 38% e Dilma a 31%. A má-notícia para o tucano é que em dezembro o cenário era 40% a 26%. Marina caiu de 11% para 10% agora, nesse cenário.

Quando o índice de intenções de voto de um candidato sobe e o do outro desce, afirma-se que a ‘boca do jacaré’ está se fechando (uma alusão aos gráficos de pesquisa). Por aqui, a rapidez com que o réptil fecha a boca é mais do que incômoda para os tucanos. (Atualizada às 20h09min).

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Um dos mais tradicionais e ricos grupos empresariais da região cacaueira está enfrentando problemas de caixa e resolveu deflagrar uma campanha para receber o dinheiro que lhe devem. Na TV, já é exibido um comercial que conclama os devedores da Companhia Brasileira de Exportação – um dos braços do Grupo Chaves – para saldar os seus passivos.

O assunto é tema da matéria de capa do Diário Bahia deste fim de semana, com reportagem da competente Celina Santos, editora do jornal. O DB apurou que o montante dos “papagaios” que Helenilson Chaves luta para receber alcança R$ 50 milhões.

O grupo enfrenta problema de liquidez desde o ano passado. As dívidas envolvem negócios que vão desde a agropecuária a empreendimentos na área de construção. Dentre os devedores do grupo consta a prefeitura de Itabuna.

Dono da Ecolimp, da área de limpeza pública, Helenilson revelou ao Pimenta, ano passado, que o município lhe deve R$ 1,6 milhão pelos serviços prestados nos últimos quatro meses de 2008, último governo do ex-prefeito Fernando Gomes. Azevedo entrou, mas nega-se a quitar o ‘papagaio’.

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TELMO E GRACILIANO RAMOS

Ousarme Citoaian

Festejado escritor nascido em Ferradas, Telmo Padilha é lembrado em recente artigo no Agora, de Itabuna: “Padilha imaginou como teria sido a administração de Graciliano Ramos (foto), o autor de Vidas secas, São Bernardo, Caetés, etc., frente à Prefeitura de Quebrângulo [sic], hoje Palmeira dos Índios [sic), em Alagoas”. O artigo, infelizmente, labora em lamentável erro: a confusão a respeito do nome da cidade onde nasceu o velho Graça (aliás, objeto de profundo – e premiado – estudo do professor Jorge de Souza Araujo).  E ainda acrescenta um equívoco comprometedor, com a expressão “hoje Palmeira dos Índios”. Palmeira e  Quebrangulo não apenas  municípios vizinhos e amigos, mas independentes e harmônicos.

GRACILIANO EM QUEBRÂNGULO?

O trecho em referência foi bebido no livro Canto de amor e ódio a Itabuna, publicado após a morte de Telmo (Editus-Uesc/2004), e se intitula “Graciliano em Quebrângulo” (pág. 175).  Um erro palmar:  a cidade onde GR veio à luz chama-se Quebrangulo (nunca Quebrângulo!) e tenho todos os motivos para imaginar que Telmo Padilha, poeta e prosador, culto e lido, estava cansado de saber que a palavra não leva circunflexo. É, por isso, paroxítona, não proparoxítona. O erro, obviamente, nasceu na revisão: alguém cheio de boas intenções resolveu “corrigir” o poeta itabunense e acentuou Quebrangulo. Telmo e o velho Graça se mexeram na tumba.

SONORIDADE QUE ACARICIA

O articulista, portanto, involuntariamente, repetiu o equívoco que, a meu juízo, foi gerado na Editus/Uesc. Por minha vez, vali-me dessa embrulhada para recordar que o Estado de Alagoas é rico em nomes de municípios com sonoridade que acariciam nossos ouvidos: além dos citados Quebrangulo (foto) e Palmeira dos Índios, lá estão: Jacaré dos Homens, Santana do Ipanema, Olho d´Água das Flores, São Miguel dos Campos, São Luís do Quitunde, Coité do Nora, União dos Palmares, São Miguel dos Milagres, Porto Real do Colégio. Já visitei todos – incluindo o museu Graciliano Ramos, em Palmeira. A exceção é Coité do Nora, que acabo de ver numa lista do Google, e nem sei pra que lado fica (mas que o nome é delicioso, é).

ESTRANHO DIÁLOGO NO QUIOSQUE

Tenho especial predileção pela língua portuguesa de Portugal, pois a mim me parece delicioso o som, gerado pelo sotaque e, muitas vezes, pela posição dos pronomes na frase. Veja-se este texto, adaptado do gramático lusitano Raul Machado (de preferência, leia-o com a entonação lisboeta): Aqui há umas semanas dirigi-me a um quiosque onde vendem tabaco, e pedi uma caixa de fósforos. Uma donzela, amável e sorridente, respondeu-me: “Não temos.” “Ora essa!” – volvi, estupefacto.  “Pois a mim me parece que estão logo ali”. “Não, não”– replicou-me a donzela, com ar feliz.  “Aquilo não são caixas de fósforos; são caixas com fósforos”.  Ora, pois!…

RAPARIGA PRESSUROSA E AMÁVEL

Logo a seguir, por uma espécie de intuição, e à guisa de teste, disse-lhe: “Faz-me o favor, dá-me um maço de cigarros”. E ela, pressurosa e amável, entregou-mo, imediatamente. “Ó minha gentil rapariga, não estou a perceber bem o que há pouco me disse. Pedi-lhe uma caixa de fósforos e respondeu-me que só tinha caixas com fósforos. Agora, peço-lhe um maço de fósforos (caixas que contêm fósforos). O que, afinal, está a suceder neste seu honrado quiosque”?

GARRAFA (FEITA) DE VINHO

O que “está a suceder” com o honrado quiosque da rapariga e que deixa “estupefacto” o gajo lusitano é o desconhecimento do emprego da preposição “de”. Pasmem: o mencionado autor informa que “essa preposição tem nada menos do que dezoito significativos”, sendo os de conteúdo, matéria e finalidade os que mais nos molestam. Na contenda do quiosque, caixa de fósforos é o recipiente que contém fósforos (conteúdo), não que seja feita de fósforos (matéria); já escova de dentes não é uma escova feita de dentes, nem com dentes, mas escova para limpar os dentes (finalidade). Veja-se o exemplo de garrafa de vinho, em que a referência é ao conteúdo, não à matéria de que é feita a garrafa. Que coisa mais estúpida seria fazer uma garrafa de vinho e não de vidro! Logo, o vinho é conteúdo; o vidro, matéria.

JOTAÉ DERRAPOU NA BOLA

Jararaca Ensaboada, de certa feita, pediu aqui um copo com água (na verdade, uma taça com água, pois Jotaé acha que copo é coisa de pobre). Besteira. É copo de água mesmo, ou, também aceito pela língua culta, copo d´água e, claro, caixa de fósforos (como bem falou o gajo à rapariga), cesto de uvas, taça de champanhe, lata de azeite, barril de chope e assim por diante. Há casos em que o “de” sinaliza, ao mesmo tempo, conteúdo e finalidade: o repisado copo de água é expressão que indica recipiente para água (finalidade) e com água (conteúdo). Jotaé está por fora. Quer outra expressão lusitana muito interessante, nesta linha da preposição “de”? Pedaço d´asno! Eu sempre quis dizer, e agora o digo, à moda lisboeta: Jararaca Ensaboada, és um pedaço d´asno!

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NOSTALGIA DO TREMA

É provável que eu seja o único brasileiro que tem saudade do trema. Gostava dele. Sua supressão, pelo Acordo Ortográfico, me deixou com alguma nostalgia. Palavras como cinqüenta, freqüente, ungüento e similares perderam seu ar de nobreza secular, deixaram – para usar uma expressão recorrente nesta coluna – de ser “clássicas”. É como se um restaurante à la carte se transmudasse, de um momento para outro, num “comida a quilo”. Consequência virou o genérico de conseqüência, como se a palavra de despisse da sua identidade.  Uma enfermeira sem avental branco, se é que vocês me entendem. Mas conheço gente que, antecipando-se ao Acordo, já descartara o trema há muitos anos.

EXECUTIVOS “CONTAMINADOS”

Raimundo Osório do Couto Galvão, jornalista dos mais competentes, era um valenciano ímpar. Conservador, casmurro, de amplas leituras, cronista, poeta bissexto e, principalmente, dono de ferino senso de humor. Protagonizou muitas situações curiosas em Itabuna – testemunhadas por seus companheiros de redação, em vários veículos. Entre os que lidaram com a verve, as exigências e o bem conservado mau humor de Galvão citam-se Orlando Cardoso, Luiz Conceição, Ramiro Aquino, Jorge Araujo, Geraldo Borges, Valdenor Ferreira, Charles Henri, Joselito Reis, Vily Modesto, Antônio Lopes, Ederivaldo Benedito, Joel Filho e Walmir Rosário. Um de seus lados mais agudos era o de cidadão, sempre pronto a reagir contra qualquer tentativa de espoliação de seus direitos, num tempo em que não se falava tanto em cidadania quanto hoje.

GALVÃO ELIMINOU O TREMA

Galvão não usava trema. Chegou a dizer, na coluna “Contexto”, publicada no Diário de Itabuna, que sua velhíssima Remington não possuía esse sinal. Meia verdade. O trema em máquina de escrever é feito mediante certa ginástica: escreve-se o “u”, dá-se um retrocesso (alguém ainda sabe o que é isso?) e bate-se aspas, aquelas duas virgulinhas que ficavam acima, à esquerda, tal e qual está no teclado do meu computador. Galvão não se habituou a essa manobra e entregava ao Diário seu texto (de primeira qualidade, diga-se) sem ligar para exigências de trema. Antecipou-se, assim, aos doutos signatários do Acordo Ortográfico, rifando o trema uma década antes. Se vivo estivesse (morreu quando nasciam os anos 90) talvez reivindicasse copirraite – tendo por advogado Francisco Valdece, seu amigo de fé.

BOMBONS VIRARAM DINHEIRO

O Supermercado Messias resolveu dar aos clientes bombons como troco, alegando dificuldades para obter moedas de pequeno valor. Galvão estrilou, é claro. Estrila de cá, explica de lá, o jornalista terminou aceitando as balas: levou para casa o inusitado troco e continuou a levá-lo, durante meses. Certo dia, terminadas as compras, foi-lhe apresentado o total a pagar e ele, sem piscar, depositou no balcão um avantajado saco de bombons (e algumas formigas, é claro). “Que diabo é isso?” – pergunta a atônita moça do caixa. “É o dinheiro que vocês me deram de troco” – retruca Galvão. Confusão, chama o gerente, traz o diretor, convoca o bispo, e Galvão  lá, apoiado em seu inseparável guarda-chuva, a tudo assistindo, com a tranqüilidade dos justos. Depois de meia hora de “aceita, não aceita”, o “dinheiro” foi recebido e Galvão saiu, com as compras do mês e a alma em festa. Ria-se. Ganhara mais uma.

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O FENÔMENO KEITH JARRETT

Keith Jarrett é um indiscutível fenômeno do piano de jazz: menino prodígio, começou a tocar aos três anos, e aos sete fez o primeiro recital, tornando-se músico profissional ainda adolescente. Em 1962 era líder do seu próprio grupo, em 1965 passa a tocar com Art Blakey (foto), uma lenda da bateria de jazz, fica três anos com o Charles Lloyde Quartet e de 1969 a 1971 está com Miles Davis, na histórica fusão jazz-rock liderada pelo Divino. Depois, lança-se definitivamente em carreira solo. Tendo freqüentado a Berklee School of Music, Jarrett se sente muito à vontade tocando Bach e Mozart, dentre outros mestres. Até formou um grupo, o Jarrett Standards Trio, muito respeitado como executante de música de câmera.  Aqui, sua leitura de um tema muito caro a músicos e apreciadores do jazz: Autumn leaves.

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(O.C.)

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Josias quer mostrar o tamanho da pré-campanha

O ex-deputado federal Josias Gomes, do PT, vai reunir cerca de 250 lideranças neste domingo (28), numa plenária no hotel Sol Bahia, em Salvador. Quer impressionar mais pela qualidade do que pela quantidade de convidados, já que estarão presentes nomes que gozam de certo peso na política baiana, como os prefeitos de Camaçari, Luiz Caetano, e de Senhor do Bomfim, Paulo Machado.

Prefeitos e vereadores de outros municípios, além de líderes sindicais, também vão participar da atividade que, como ocorre num domingo e na orla soteropolitana, terminará em feijoada.

“Vamos mostrar a capilaridade de nossa pré-campanha”, afirma, estratégico, o ex-deputado. Ele diz que a candidatura – logicamente ainda não oficial – está sendo trabalhada com mais força em pelo menos 70 municípios. E contabiliza outros apoios importantes, como o do ex-prefeito Carlos Brasileiro  (também de Senhor do Bomfim) e o da deputada estadual Fátima Nunes.

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Leandro Afonso | www.ohomemsemnome.blogspot.com

Ah… o Amor!, a cretina tradução para Ex (2009 – Itália/ França, 2009), de Fausto Brizzi (roteirista tarimbado, terceiro longa), é o tipo de título constrangedor que, passados os primeiros dois minutos do filme, tende a te levar a todo tipo de previsão apocalíptica para as próximas duas horas. Todavia, apesar dessa aura negativa fazer questão de ter sua voz amplifica logo de cara, o resto da projeção se mostra como uma deliciosa comédia de costumes (mas não só), que, embora tente, não consegue ser estragada nem pelos dez minutos finais – proibidos para diabéticos.

A história é basicamente sobre vários casais que, passados seis anos, vêm suas situações assaz diferentes. Além de tola, a apresentação é funcional, e a elipse subseqüente é didática. Feita essa introdução, Fausto Brizzi deixa claro que o norte será menos o cinema do que a comédia – sem que, para isso, a narrativa audiovisual (o meio para se chegar ao resultado) tenha de ser ofendida.

O maior investimento desse humor, ao invés do tradicional pastelão que tanto caracteriza parte do bom cinema italiano, está principalmente no texto. Graças a uma cuidadosa escrita, Brizzi, que trabalha com uma humanização (vez ou outra, todos fazem alguma besteira) otimista (todos ficam juntos e/ou felizes com suas condições) de todos os seus personagens, consegue encaixes surreais que criam toda uma atmosfera própria. De Caravaggio a Nani Moretti, passando por situações absurdas (aceitáveis dentro desse mundo criado), tudo transborda uma anedota, uma vontade de rir, ou de fazer rir (ainda que da própria miséria) – sem apelar tanto para o chulo ou para a obviedade constrangedora.

Não é que Ah… o Amor! seja um filme sem defeitos, longe disso. A trilha sonora, que tem até The Calling (nada mais infanto-juvenvil sem gosto e identidade), é o que mais deixa a incômoda sensação de uma vontade desmedida de ter que abraçar o mundo inteiro; se assumindo, sem vergonha alguma, como um produto tipo exportação – o que pode levar a um curioso diálogo com Nine (2009). Se o filme de Rob Marshall resume um clássico do cinema italiano (8½ de Fellini), e parte da própria Itália apaixonante, ao mercado didático americano, Ah… o Amor! se mostra como um italiano colonizador (vemos muito da Itália linda e lindamente acessível – de se ver), mas também colonizado – das músicas genéricas americanas ao gênero abraçado.

De qualquer jeito, o filme de Brizzi está longe de ser um poço de preguiça ou de alienação (embora limpidamente burguês), e consegue também funcionar como sátira que alfineta, entre outras, a Igreja católica. E mesmo que ele se lambuze todo no final (deveras arrastado), esse problema é menos exclusivo de Brizzi que da fidelidade ao gênero. Gênero esse que, geneticamente ligado à continuidade da indústria, estaria próximo do ideal (ainda que, obviamente, relativo) se fosse sempre assim.

Visto no Cine Vivo – Salvador, fevereiro de 2010.

Ah… o Amor! (Ex – Itália/ França, 2009)

Direção: Fausto Brizzi

Elenco: Alessandro Gassman, Fabio De Luigi, Claudia Gerini, Cristiana Capotondi, Cécile Cassel, Flavio Insina, Gianmarco Tognazzi

Duração: 120 minutos

Projeção: 2.35:1

8mm

Filmes da semana:

  1. Quem Bate à Minha Porta (1967), de Martin Scorsese (DVDRip) (***1/2)
  2. Ah… o Amor! (2009), de Fausto Brizzi (Cine Vivo) (***1/2)
  3. Luz de Inverno (1962), de Ingmar Bergman (DVD) (**1/2)
  4. Quando Explode a Vingança (1971), de Sergio Leone (DVD) (**1/2)
  5. Sweeney Todd (2007), de Tim Burton (DVD) (***)
  6. Inimigos Públicos (2009), de Michael Mann (DVD) (****)
  7. Glauber o Filme, Labirinto do Brasil (2003), de Silvio Tendler (DVD) (***)
  8. O Piano (1993), de Jane Campion (DVD) (***)

Top-10 de fevereiro:

10. O que Resta do Tempo (2009), de Elia Suleiman (***)

9. Guerra ao Terror (2009), de Kathryn Bigelow (***)

8. O Raio Verde (1986), de Eric Rohmer (***1/2)

7. Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira (***1/2)

6. Quem Bate à Minha Porta (1967), de Martin Scorsese (***1/2)

5. O Sabor da Melancia (2005), de Tsai Ming-Liang (***1/2)

4. Estrada Perdida (1997), de David Lynch (***1/2)

3. Ah… o Amor! (2009), de Fausto Brizzi (***1/2)

2. Inimigos Públicos (2009), de Michael Mann (****)

1. Persona (1966), de Ingmar Bergman (DVD) (*****)

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Leandro Afonso é comunicólogo, blogueiro e diretor do documentário “Do goleiro ao ponta esquerda”

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A população de Buerarema acordou neste sábado (27) com mais de uma dezena de viaturas nas ruas e efetivo policial reforçado diante da ameaça de invasão de índios tupinambás à sede do município sul-baiano.

São mais de 50 policiais e 12 viaturas da Polícia Federal e da companhia especializada da PM, a antiga Caerc. A preocupação dos organismos de segurança é ainda maior porque hoje a cidade recebe centenas de trabalhadores e pequenos produtores rurais para a feira da semana.

Todas as vias de acesso ao município estão sendo monitoradas. Quatro pessoas foram feridas em um confronto no início da noite de quarta, 24. Na sexta da semana passada, quatro tupinambás foram presos – e posteriormente liberados – pela Polícia Federal.

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Marco Wense

Pelo menos uma vez por semana, uma notinha sobre uma possível reaproximação entre o governador Jaques Wagner e o ministro Geddel aparece em algum jornal, blog ou outro meio de comunicação.

O dia escolhido é segunda feira. A intenção é insinuar que no fim de semana – sexta, sábado e domingo – ocorreu uma reunião, em Brasília, com as cúpulas do PT e do PMDB.

Como o presidente Lula ainda trabalha nos bastidores pela desistência de Geddel, a notícia de que o petista e o peemedebista podem voltar a fumar o cachimbo da paz não é encarada como uma absurda invencionice.

Nos bastidores, longe do povão de Deus e dos holofotes, o comentário é de que o deputado federal Michel Temer (SP), presidente nacional do PMDB, vai tentar convencer Geddel a não disputar o governo da Bahia.

É público e notório que Temer e o seu pragmático PMDB não abrem mão da indicação de um peemedebista como candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pela petista Dilma Rousseff.

Temer, que é o principal pretendente do PMDB para vice de Dilma, sabe que a missão de dissuadir Geddel da pré-candidatura ao Palácio de Ondina não é fácil. Mas sabe também que seu esforço agrada o presidente Lula, que já deu demonstrações de que prefere um outro nome do peemedebismo.

É evidente que a pretensão de Michel Temer não vai desaparecer em decorrência de um fracasso na tentativa de tirar Geddel da sucessão do governador Jaques Wagner. Mas se o parlamentar conseguir tal proeza, seu nome como vice de Dilma fica consolidado.

O pano de fundo de toda essa articulação palaciana, com o aval do presidente Lula, é evitar dois palanques na Bahia, com Wagner e Geddel criando inevitáveis constrangimentos para a presidenciável Dilma Rousseff.

JUÇARA FEITOSA

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A expectativa do eleitor e a ansiedade de geraldistas aumentam em relação a ex-primeira dama Juçara Feitosa, esposa de Geraldo Simões, vice-líder do PT na Câmara dos Deputados.

Juçara Feitosa é ou não pré-candidata à Assembleia Legislativa do Estado? Jamais na história política de Itabuna uma pré-candidatura foi cercada por tanto mistério e suspense.

A oposição, tendo a frente democratas e tucanos, aproveita o dilema geraldiano para dizer que a petista não é mais candidata porque despencou nas pesquisas de intenção de voto.

Se as composições são complicadas para quem já se definiu como pré-candidato, imagine para os que chegam de última hora querendo fazer dobradinhas com fulano, cicrano e beltrano.

Essa ansiedade, no entanto, não é só dos geraldistas. Correligionários dos pré-candidatos Renato Costa (PMDB) e Wenceslau Júnior (PC do B) também estão ansiosos.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia