Tempo de leitura: < 1 minuto
Chaves Neto diz que conversas estão avançadas, mas recua quanto à data de inauguração (Foto Pimenta).
Chaves Neto diz que conversas estão avançadas, mas recua quanto à data de inauguração (Foto Pimenta/Arquivo).

Manoel Chaves Neto, diretor do Grupo Chaves, informou que avançaram as conversas para definir qual operadora irá assumir o cinema do Shopping Jequitibá. Segundo ele, o centro de compras “aguarda as melhores condições” para anunciar a empresa vencedora.

Ainda de acordo com Neto, a escolha da operadora “requer estudos profundos para que o shopping possa oferecer o melhor em termos de projeção, lançamentos e conforto para o público”.

O diretor do grupo empresarial ainda não definiu, oficialmente, a data de inauguração do cinema. Há menos de uma semana, Neto adiantou a um político itabunense que as salas deverão ser inauguradas entre dezembro deste ano e fevereiro de 2016, como revelou o site Bahia 24 Horas. Ele, no entanto, recuou.

Tempo de leitura: < 1 minuto

O Cineclube Équio Reis retorna à Tenda do Teatro Popular de Ilhéus (TPI) e dedicará as terças-feiras a curtas-metragens relacionados à consciência negra em novembro. Amanhã (4), a partir das 18 horas, será exibido o documentário Pro Filho que Precisar, que conta a história do Terreiro Matamba Tombenci Neto, narrada por Mãe Hilsa Mukalê. O curta-metragem foi montado por Jaco Galdino, Marinho Rodrigues, Márcio Goldman e Maíra Bühler.
A seleção dos vídeos que serão exibidos ao longo do mês de novembro no Cineclube Équio Reis contou com a colaboração do Grupo de Preservação da Cultura Negra Dilazenze. Foram escolhidos curtas-metragens nacionais e internacionais que trazem diferentes perspectivas sobre a cultura negra e suas colaborações para a sociedade. As exibições serão gratuitas e abertas ao público em geral.
O Cineclube Équio Reis ganhou caráter itinerante, exibindo filmes em praças, escolas, igrejas e entidades de vários bairros de Ilhéus. No último mês, o projeto prestou homenagem às crianças e, além dos curtas-metragens, levou um show de palhaços à Associação Centro Educacional de Ação Integrada (ACEAI) Nossa Senhora da Vitória.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Carvana foi um dos grandes nomes do cinema brasileiro (Foto Fabrício Mota /Globo)
Carvana foi um dos grandes nomes do cinema brasileiro (Foto Fabrício Mota /Globo)

O cineasta e ator Hugo Carvana morreu neste sábado (4) aos 77 anos no Rio. De acordo com o hospital em que Carvana estava internado desde o último domingo (28), em Botafogo, na Zona Sul, ele teve complicações causadas por um câncer no pulmão. Ainda não há informações sobre o velório e o enterro.
Ao longo da carreira, iniciada em 1955, Hugo Carvana ficou marcado por retratar o típico “malandro carioca” em suas comédias de costumes. Foi ator de mais de 50 filmes. Dentre as produções que dirigiu, estão “Vai trabalhar, vagabundo” (1973), “Se segura, malandro” (1977), “Bar Esperança, o último que fecha” (1982), “O homem nu” (1996), “Casa da mãe Joana” (2007) e “Não se preocupe, nada vai dar certo” (2009).
“Ele não era somente um ator extraordinário, mas diretor, um intelectual que pensava o Brasil. É uma coincidência triste: Carvana era como José Wilker, um autor, pensava as coisas do Brasil, do cinema, tinha interesse grande pelo estado do mundo”, disse o cineasta e grande amigo Cacá Diegues, lembrando a morte do também ator e diretor José Wilker, em 5 de abril passado. Leia mais no G1

Tempo de leitura: < 1 minuto

robin-williams-featuredO ator norte-americano Robin Williams, famoso por papéis em filmes como Patch Adams – O amor é contagioso, Sociedade dos Poetas Mortos e Amor além da vida morreu nesta segunda-feira (11), aos 63 anos. De acordo com o site TMZ, o corpo dele foi encontrado em sua casa, em Tiburon, na Califórnia, sem sinais vitais. A suspeita das autoridades é que a morte tenha sido causada por asfixia.
“Nesta manhã eu perdi meu marido e meu melhor amigo”, disse a mulher do ator, Susan Schneider, à imprensa norte-americana. “Em nome da família do Robin, peço que respeitem nossa privacidade nesse momento e que lembrem dele não por sua morte, mas pelos momentos de alegria e risada que ele proporcionou a todos ao longo de sua carreira”, completou. A porta-voz da família, Mara Buxbaum, disse que Williams estava “enfrentando uma forte depressão nos últimos tempos”.
Vencedor do Oscar de ator coadjuvante por “Gênio Indomável” (1997), Robin Williams se internou no mês passado em uma clínica de reabilitação. Ele estava em um setor da Hazelden Addiction Treatment Center, em Minnesota, que possui um programa focado em manter a sobriedade por longo prazo –Williams lutava contra o vício de cocaína e álcool havia décadas. Em 2006, ele já havia ingressado voluntariamente em uma clínica para tratar o alcoolismo, depois de uma recaída após 20 anos de sobriedade.
Leia mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

Feciba 2014A curadoria do IV Festival de Cinema Baiano acaba de divulgar a lista dos 14 curtas-metragens selecionados para o evento. Neste ano, o festival vai de 1º a 7 de junho, no Cine Santa Clara, em Ilhéus. Para chegar à lista final, a curadoria avaliou cerca de cem obras.
O curta vencedor do festival deste ano levará o troféu Feciba e premiação de R$ 3 mil. O vencedor será definido pelo voto popular. O vencedor do júri técnico como melhor filme terá premiação de R$ 2 mil.
De acordo com a curadoria do evento, o júri técnico escolherá os vencedores nas categorias Direção, Roteiro, Direção de Arte, Montagem, Desenho de Som, Trilha Sonora, Direção de Fotografia, Ator, Atriz e Melhor Filme.
O festival é realizado pelo NúProArt (Núcleo de Produções Artísticas) e Voo Audiovisual, com apoio do Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.
Confira a lista dos curtas selecionados
Antônio e Maria, de Sandoval Dourado
Apreço, de Gabriel Trajano
Braseiro, de Thiago Gomes
Cidadão S/A, de Adriano Lírio
Do infinito adiante, de Fabrício Apache
Exculturas, de Emerson Santos
Habeas corpus, de Leandro Afonso
Lapso, de Danilo Umbelino, Uiran Paranhos e Murilo Deolino
Madrigal de memórias, de Patrícia Moreira
Ofuscado, de Leandro Calixto
Otto recicla, de Marcus Curvelo
Rua dos Bobos, de Ohana Sousa
Sem títulos, de Letícia Ribeiro e Ronne Portela
Sonhos, de Haroldo Borges

Tempo de leitura: < 1 minuto

A_Cabra_ou_Quem_Silvia_Com_Jos_WilkerMorreu hoje (5) pela manhã, em casa, no Rio de Janeiro, o ator José Wilker, de 66 anos. Ainda não há informações sobre a causa da morte, mas suspeita-se de um infarto fulminante. O artista deixa três filhas, Isabel, Mariana e Madá Wilker.
Cearense do município de Juazeiro do Norte, Wilker começou a carreira como locutor de rádio e atuou em dezenas de novelas, como Roque Santeiro, Anos Rebeldes, Fera FeridaO Bem Amado e Amor à Vida, seu último em novelas. Também atuou em mais de 40 filmes, como Dona Flor e Seus Dois MaridosXica da Silva e O Homem da Capa Preta.
O artista também se destacou em minisséries, como a JK e Gabriela. José Wilker trabalhou também como diretor, narrador, apresentador e crítico de cinema. Informações da Agência Brasil.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Filmes de Charles Chaplin são atração na Quarta do Cinema
Filmes de Charles Chaplin são atração na Quarta do Cinema

A Tenda do Teatro Popular de Ilhéus, na Avenida Soares Lopes, segue com sua programação de janeiro, com atrações para todos os públicos.
Amanhã é dia da Quarta do Cinema, com exibição gratuita do Cine Incidental a partir das 19 horas. Nesse projeto, os músicos Elielton Cabeça e Pablo Lisboa executam ao vivo efeitos e trilha sonora de clássicos de Charles Chaplin. O filme em cartaz será o curta Dia de Pagamento.
Na Quinta da Dança, a Tenda do TPI recebe, a partir das 20 horas, o espetáculo Casa de Farinha, da Cia. de Dança Sôanne Marry e Ballet Folclórico do Ifba. Ingressos a R$ 20,00, com direito a meia-entrada para estudantes, idosos e titulares do cartão de fidelidade do TPI.

Tempo de leitura: 2 minutos
Cine Ana é reaberto após investimentos em equipamentos e estrutura física (Foto Arnold Coelho).
Cine Ana é reaberto após investimentos em equipamentos e estrutura física (Foto Arnold Coelho).

Arnold Coelho, especial para o Pimenta

O Cine Ana, de Ibicaraí, foi reinaugurado neste final de semana após investimentos na aquisição de mobiliário e equipamentos. O Cine Ana traz para os cinéfilos de Ibicaraí e região a oportunidade de frequentar uma boa sala de cinema e assistir a bons filmes.

O empresário Otaviano Neto, que toca a Cacau FM, abraçou a nobre causa e decidiu reabrir o Cine Ana, fechado há algum tempo. Otaviano pretende aproveitar a estrutura física e agregar a sétima arte com outros meios culturais, criando uma agenda semanal com shows e apresentações de artistas locais e regionais.

CINEMA DE PRIMEIRO MUNDO

Otaviano investe em ações culturais (Foto Arnold Coelho).
Otaviano investe em ações culturais (Foto Arnold Coelho).

Ibicaraí é uma das poucas cidades no Brasil com até 25 mil habitantes que tem uma sala de cinema com padrão de primeiro mundo. A sala é climatizada, tem 106 poltronas confortáveis, banheiros masculino e feminino e uma aconchegante lanchonete.

A dica é chegar mais cedo para ouvir uma boa música combinada com apresentações culturais e depois se deliciar com um bom filme. A programação de estreia traz o filme Rush – No limite da emoção.

Tempo de leitura: 2 minutos
Elenco do filme e o secretário Robinson Almeida na premiação em Gramado (Foto Divulgação).
Elenco do filme e o secretário Robinson Almeida na premiação em Gramado (Foto Divulgação).

Rodado em Itajuípe, no sul da Bahia, A coleção invisível, de Bernard Attal, ganhou prêmio de melhor filme do Festival de Gramado, pelo júri popular, além de arrebatar os Kikitos de melhor atriz coadjuvante, com Clarisse Abujamra, e melhor ator coadjuvante, com Walmor Chagas, falecido em janeiro.

O filme conta a história de uma família dona de loja de antiquário. A crise leva Beto (Wladimir Brichta) a Itajuípe à procura de coleção de gravuras adquirida pelo colecionador Samir, interpretado por Walmor Chagas.

Último papel de Walmor antes de morrer, em janeiro, Samir é pressionado pela esposa e a filha Saada (Ludmila Rosa) a não fazer negócio. Em Itajuípe, é grande a expectativa pelo lançamento do filme, programado para setembro.

– É uma história comovente! Como uma doce ilusão, a generosidade humana se faz presente nas ruínas da economia cacaueira baiana – ressalta o secretário de Comunicação Social da Bahia, Robinson Almeida, que representou o governo estadual na festa de premiação.

Além de Brichta, Walmor, Clarissa, o filme tem no elenco Conceição Senna (Dona Iolanda), Ludmila Rosa (Saada), Clarisse Abujamra (Dona Clara), Frank Menezes (Néemias), Wesley Macedo (Wesley) e Paulo César Pereio (locutor de rádio).

Neres: expectativa (Foto Ubaitaba Notícias).
Neres: expectativa (Foto Ubaitaba Notícias).

LANÇAMENTO EM ITAJUÍPE

O comerciante Valmir Neres, que se tornou amigo e recepcionava o elenco durante as filmagens d´A coleção invisível, afirmou ao PIMENTA que é grande a expectativa em torno da estreia do filme.

Com vista para a lagoa que forma cartão-postal de Itajuípe, um dos restaurante de Neres exibe cartaz do diretor franco-brasileiro, Attal.

Neres fez amizade com o elenco nos quase dois meses de filmagem no município baiano e destaca a simplicidade do elenco e a familiaridade de Brichta com o sul da Bahia, principalmente Itacaré, onde a família do ator possui propriedade.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Novo Super Homem desiste de vir ao Brasil
Novo Super Homem desiste de vir ao Brasil

Há pouco na Band News FM o comentarista José Simão tratava como “piada pronta” o cancelamento da vinda do ator Henry Cavill ao Brasil. Novo intérprete do Super Homem, um dos mais espetaculares heróis dos quadrinhos e do cinema, Cavill viria ao país divulgar o filme O Homem de Aço. A viagem foi cancelada em função dos protestos que ocorrem há algumas semanas.
“O homem de aço ficou com medo de bala de borracha. Eu pensava que o problema dele fosse com kriptonita”, brincava Simão no programa comandado por Ricardo Boechat.

Tempo de leitura: 2 minutos

Antônio Pitanga participa da abertura do Feciba em Ilhéus.
Antônio Pitanga participa da abertura do Feciba em Ilhéus.

A terceira edição do Festival Baiano de Cinema (Feciba) começa nesta sexta-feira (7) em Ilhéus, no Cine Santa Clara (Avenida Soares Lopes). A abertura terá participações especiais do ator Antônio Pitanga e dos cineastas Joel de Almeida e Josias Pires, às 19h, na sessão de Cuíca de Santo Amaro.
Pitanga, Almeida e Pires, logo após a exibição do filme, participam de debate sobre cinema baiano. A abertura do festival terá entrada franca, mas limitada à lotação da sala de cinema ilheense. O Feciba de 2013 terá mostra competitiva com 14 curtas-metragens.
Os curtas inscritos selecionados foram Amém, Luzir de Antanho, O Convite, Refluxos, Ser Tão Cinzento, A Descoberta, Laje do Céu, Menino do Cinco, O Menino Invisível, O Monstro, A Cartomante, Arremate, Desterro e Veraneio.
O festival encerra-se no dia 13, às 21h, com a entrega de premiação aos melhores da mostra competitiva.Nos sete dias, haverá, além de exibição de filmes, workshops e oficinas (confira site do evento).
O público terá oportunidade de acompanhar muito do que os cineastas da velha e da nova geração estão produzindo. Vários curtas serão exibidos gratuitamente. O festival é realizado pela Voo Audiovisual e NuProArt com o patrocínio da Fundação Cultura do Estado e Secretaria de Cultura da Bahia.

CONFIRA PROGRAMAÇÃO (SÁBADO E DOMINGO)

programação sábado e domingo feciba

Tempo de leitura: < 1 minuto

(Foto A Região).
(Foto A Região).

Qualquer anúncio de investimento ou chegada de novos empreendimentos no Shopping Jequitibá puxa uma pergunta do público sul-baiano: e o cinema, inaugura quando?
A direção do Jequitibá resiste a responder à pergunta, mas, internamente, trabalha-se com o prazo divulgado ainda em 2012: outubro deste ano.

Tempo de leitura: < 1 minuto

cineclube grapiúnaO Cineclube Grapiúna Mário Gusmão exibirá nesta quinta, 16, na Sala Zélia Lessa, em Itabuna, os curtas Joelma e O velho e os três meninos, a partir das 19h, com entrada franca. As sessões do Cineclube são promovidas pela Acate e pelo curso de Comunicação Social da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).
O velho e os três meninos revela a aventura de um trio que almeja furtar uma mansão e são surpreendidos por infinidade de brinquedos, comidas e luxo. O dono da casa, um advogado velho e ranzinza, observa a tudo, armado, esperando a hora certa para “entrar em ação”. O filme é de classificação livre.
Joelma narra o drama de uma transexual de Ipiaú, no sul da Bahia, posta para fora de casa pelos pais, quando decide mudar-se para Salvador. A vida da personagem sofre outro revés no retorno à cidade natal, tendo como estopim um assassinato. O curta tem duração de  pouco mais de 13 minutos.
Emiron Gouveia, da organização do Cineclube Grapiúna, informa que estão confirmadas as presenças dos diretores Edson Bastos (Joelma) e Henrique Filho (O velho e os três meninos).

Tempo de leitura: 5 minutos

JORGE, QUEM DIRIA, ACABOU NA TELONA

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

1Jorge AraujoO curta Ofuscado, de Elisa Araújo, nos guarda uma surpresa muito grata: o professor Jorge de Souza Araújo, ele mesmo, encabeça o elenco, fazendo o personagem Seu Malaquias. Ofuscado, rodado em Xique-Xique, procura refletir a realidade dos sertões da Bahia, o sofrimento de sua gente. A história se passa na fictícia Januário da Serra Vermelha. Do lado de cá da tela, na vida de verdade, Jorge, atrás de sua barba famosa, guarda muito de ficção, de tipo inventado em página de livro: sertanejo de Baixa Grande, família pobre assolada pela inclemência do sol, pôs às costas seu bocapiu de sonhos e perspectivas e partiu para a região do cacau.

________________

Coleção de amigos e prêmios literários
Em terras do sem fim, estudou, virou professor, doutorou-se em literatura no Rio de Janeiro, fez política, foi engraxate, trabalhou em jornais que mal lhe pagavam o almoço frugal, escreveu montes de livros (bem contados e medidos, chegam aos 35!), outro monte dorme na gaveta, à espera de editora. Coleciona amigos e prêmios literários. Entre estes estão o Jorge Amado, o Anchieta, o Graciliano Ramos, todos da Academia de Letras da Bahia. Raro exemplo de intelectual que não rompeu os vínculos com sua terra e seu povo, Jorge Araújo nunca permitiu que saberes, premiações, confetes e lantejoulas o fizessem arrogante. Contados os prêmios, resta dizer que é incerto e não sabido o número de amigos de Jorge.
COMENTE » |
 

A FALA DO TRONO, SEM ÓDIO E SEM MEDO

3DilmaO discurso da presidenta Dilma, no Dia Internacional da Mulher, teve na mídia em geral boa repercussão. Em meios que não se afinam com o conservadorismo ainda resistente no País feito doença crônica, o efeito foi maior: valeu por nos lavar a alma. Setores da mídia enxergaram ali um aviso aos homens que perpetram violência contra as mulheres; outros, entre os quais me incluo, entendem que o “recado” de Dilma transpõe as fronteiras do feminismo, vai muito além das comemorações do oito de março: limitar a fala presidencial, emitida sem ódio e sem medo, apenas à defesa da mulher, seria reduzir-lhe efeitos e intenções.
________________
“Enfrentar os injustos e a injustiça”
Para lembrar, vai aqui o fecho da fala do trono, a palavra destemerosa da presidenta: “Faço um especial apelo e um alerta àqueles homens que, a despeito de tudo, ainda insistem em agredir suas mulheres. Se é por falta de amor e compaixão que vocês agem assim, peço que pensem no amor, no sacrifício e na dedicação que receberam de suas queridas mães. Mas se vocês agem assim por falta de respeito ou por falta de temor, não esqueçam jamais que a maior autoridade deste país é uma mulher, uma mulher que não tem medo de enfrentar os injustos nem a injustiça, estejam onde estiverem”. É discurso não apenas para ser publicado, mas cumprido.
COMENTE » |
 

O DETETIVE QUE INVESTIGAVA A SI MESMO

5Edipo ReiA mim me intriga o que faz autores e obras se eternizarem pelas noites dos tempos ou serem olvidados logo depois que surgem. Édipo Rei é um desses enigmas. Mito que influenciou Freud e até hoje dá camisa nova aos psicanalistas de todo o mundo (ao explicar certos conflitos familiares), o livro aceita, pelo menos, duas leituras: a de um rei que caminha em direção à própria desgraça, sem remédio; e uma espécie de história policial, em que um “detetive” caça o criminoso para, ao fim de tudo, descobrir que caçava a si próprio. As duas leituras têm um viés igualmente trágico: o leitor, impotente, vê o protagonista, impelido por deuses sem piedade, se aproximar do abismo inevitável.
_________________
Na alma infantil, amor, ódio e ciúme
A quem, por milagre, não saiba disso, eu digo que Complexo de Édipo, um embrulho de amor, ódio, ciúme e outros pecados da alma infantil, é criação de Freud: o menino cria esses sentimentos em relação à mãe lá pelos 2 a 5 anos. Mais tarde se identifica com o pai e o problema está resolvido. Claro que não é assim tão simples – nada é simples no velho Sigmund, nem nosso tema é a psique das pessoas, mas a literatura. Não pretendemos deslindar aqui o motivo de Édipo Rei estar nas livrarias até hoje. Acho que a provocação foi apenas por estar com saudades do jovem texto de Sófocles, de 15 séculos. Ah, sim, que a gentil leitora não se sinta discriminada: sei, sim, do Complexo de Eletra, que vem a ser o Édipo das meninas.
COMENTE » |
 

MANCHAS ROXAS, PÓ-DE-ARROZ E ORGULHO

7Billie HolidayPermiti- me a conclusão meio autoritária de que a gentil leitora e o atento leitor gostem dessa instituição nacional chamada… fofoca: o saxofonista Ben Webster (1909-1973) foi um dos muitos casos de Billie Holiday, cantora assentada em lugar de honra no panteão do jazz, colecionou amantes, sucessos e infortúnios – e que tinha uma mente capaz de revirar pelo avesso a alma do próprio Freud, aquele que tudo explicava. Webster era bem seu modelo: negro, bonito e de caráter explosivo, inclinado à garrafa, e que se tornava violento ao entornar uns copinhos a mais. No dia seguinte às sessões de amor (?) do casal, Billie, orgulhosa do seu homem, disfarçava as manchas roxas no rosto com espessa camada de pó-de-arroz.
_______________
Suave e agressivo, no palco e na vida
Não me acusem de mau gosto, pois isto não é fofoca, é história – se omitida, não faria diferença na qualidade dos dois músicos, mas, ainda assim, é história. Um autor, já não me lembra quem, disse que o jeito de Ben Webster tocar reflete um tipo (bipolar, avant la lettre), terno e irascível: arrebatou fãs tanto para a agressividade do blues quanto para as baladas – gênero que, no fim da vida, adotou com mais frequência. Depois de várias turnês pela Europa, onde se tornou popular, radicou-se na Dinamarca, partir de 1964, e tocou muito, até apagar-se a velha chama, aos 64 anos. Aqui, para quem, por acaso, não conheça, uma visão do sopro lânguido de Webster: Over the rainbow, um tema que não me sai da cabeça.


(O.C.)