Cinema fortalece agroecologia em assentamentos de Camamu e Ibirapitanga
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Os assentamentos Dandara dos Palmares, no município de Camamu, e Dois Riachões, em Ibirapitanga, foram escolhidos pelo Projeto Mostra Cineclubista em Assentamentos de Reforma Agrária “Agroecologia em Foco” pelas experiências de produção agroecológica e orgânica construídas, de forma significativa, nesses territórios.

As duas unidades agrícolas representam os mais de 700 projetos de assentamentos identificados no Estado da Bahia, segundo dados de 2024 do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A grande maioria dos assentamentos rurais apresenta um padrão de precariedade em diversas áreas, como saneamento básico, eletricidade, transporte e saúde. A ausência de políticas públicas destinadas a oferecer produtos culturais para estes públicos reflete ainda mais a carência em que se encontram, cuja vida social se dá fundamentalmente nos assentamentos, onde fazem suas atividades festivas, religiosas e esportivas, constituindo os seus espaços coletivos em centros de lazer.

Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, o espaço dos assentamentos rurais de reforma agrária apresenta uma riqueza em diversidade cultural, abrigando uma intensa rede de relações interpessoais que propiciam inúmeras experiências práticas, produtivas, organizativas e culturais. Nesse contexto, a Mostra Cineclubista em Assentamentos de Reforma Agrária “Agroecologia em foco” surge como ferramenta poderosa para educação, conscientização e mobilização comunitária ao propor atividades audiovisuais.

SESSÕES

O projeto vai oferecer sessões de cineclubismo com exibição de filmes regionais e nacionais, logo após, debates com a comunidade para discutir temas ligados à cultura, identidade e sustentabilidade dos assentados, além de oficina de formação em audiovisual com o uso do celular para jovens e adultos dos assentamentos, incentivando a criação de conteúdos próprios. Através dessas estratégias, o cineclubismo pode ser uma ferramenta eficaz para promover a agroecologia, fortalecer a comunidade e contribuir para o desenvolvimento sustentável nos assentamentos de reforma agrária do Baixo Sul.

Nos dias 20 e 21, o projeto estará no assentamento Dandara dos Palmares, em Camamu, com apresentação artística do músico Rômulo Macêdo. Já nos dias 27 e 28, as ações serão executadas no assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga, com a presença do músico Zenon Moreira. Ao todo, serão beneficiadas cerca de 300 pessoas.

O projeto foi aprovado no Edital de Chamamento Público Lei Paulo Gustavo Nº PG08/2023 Cineclubes, Mostras, Festivais e Eventos no Audiovisual e tem o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia Através da Secretaria de Cultura da Bahia (Secult) e do Governo Federal, através do Ministério da Cultura, de acordo com a Lei Complementar nº 195/2022 (Lei Paulo Gustavo).

O Kikito, símbolo do Festival de Cinema de Gramado || Foto PIMENTA
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Da Agência Brasil

Em sua 51ª edição, o Festival de Cinema de Gramado irá reiterar sua aposta em uma programação que transita por diversos formatos. Além de ampliar a aposta no cinema documental, o evento abrirá espaço pela primeira vez para o lançamento de uma série, em parceria com a plataforma Amazon Prime. Nesta terça-feira (4), foram divulgadas as principais novidades deste ano, as homenagens e a seleção dos filmes que serão exibidos na cidade gaúcha entre 12 e 18 de agosto.

A sessão de abertura levará para as telas o documentário Retratos Fantasmas, de Kleber Mendonça Filho. O diretor tem uma trajetória bastante vinculada ao Festival de Gramado, onde lançou ficções como O Som ao Redor (2012) e Bacurau (2019). Seu novo trabalho foi apresentado em maio no Festival de Cannes, na França, e foi bem recebido: ao fim, a plateia o aplaudiu de pé.

“Vocês estão percebendo como o documentário tem crescido em qualidade e em quantidade no universo brasileiro. E o Kleber nos brindou com um documentário que, pela primeira vez, vai abrir o Festival de Gramado. Vocês devem se lembrar que a gente costuma abrir com ficções”, observou o crítico Marcos Santuario. Ele integra a curadoria do evento há mais de dez edições e, neste ano, tem ao seu lado o ator Caio Blat e a atriz argentina Soledad Villamil.

O crescimento do cinema documental brasileiro já havia levado o Festival de Gramado a criar, no ano passado, uma categoria específica para o gênero. Na ocasião, cinco filmes selecionados foram exibidos no Canal Brasil, emissora de televisão por assinatura e uma das parceiras do evento. Nesta edição, a categoria está mantida com uma novidade: os documentários poderão ser vistos presencialmente pela plateia em Gramado. A seleção envolve uma diversidade de temas abordam desde as trajetórias do escritor Luis Fernando Veríssimo e do cineasta Roberto Farias até conflitos sociais, efeitos da pandemia de covid-19 e impactos ambientais.

Outra novidade desta edição é a abertura para as séries. “A gente não poderia deixar de dar esse passo importante. A gente acompanha também outros festivais tradicionais do mundo. Quem acompanhou o Festival de Cannes neste ano viu que estrearam lá dois episódios de uma série da HBO com atuação da filha do Johnny Depp. E a gente está fazendo isso em Gramado com uma série brasileira. A Amazon Prime é nossa primeira parceira e outras virão. Essa série, que se chama Novo Cangaço, tem um protagonismo do Alan Souza e promete um envolvimento com um Brasil para ser conhecido pelo Brasil”, diz Marcos Santuário.

Ele lembrou ainda que o Festival de Gramado já dialoga com o mundo do streaming desde 2017, quando decidiu incluir em sua programação o longa-metragem O Matador. Dirigido por Marcelo Galvão, ele foi produzido pela plataforma Netflix.

Além do filme de abertura, dos cinco documentários e da série, a programação será composta por seis longas-metragens brasileiros, cinco longas-metragens gaúchos, 12 curtas-metragens brasileiros e 23 curtas-metragens gaúchos. Um pré-requisito para os curadores é o ineditismo no Brasil, o que impede a seleção de trabalhos que já estiveram presentes em outros festivais nacionais. Finalizando a programação do evento, serão anunciados no dia 19 de agosto os vencedores em diversas categorias: filme, roteiro, edição, fotografia, diretor, ator e atriz, entre outros. Os agraciados recebem o troféu Kikito, símbolo do festival.

Referência da agenda anual do audiovisual brasileiro, o Festival de Gramado é organizado pela Gramadotur, autarquia criada em 2012 pela prefeitura para gerir o calendário oficial de eventos do município e realizar outras ações. Desde 2021, ela é presidida por Rosa Helena Volk, que também anunciou novidades para esta edição.

“Eu sou a primeira mulher presidindo a Gramadotur. Eu acho que nós mulheres temos ocupado cada vez mais os espaços que temos direito por mérito, por merecimento, por dedicação. E a gente tem visto como as mulheres do cinema são importantes e têm feito trabalhos diferenciados em todas as áreas, na frente e atrás das câmeras. Para confirmar essa posição relevante no cinema e no audiovisual brasileiro e mundial, nós teremos apenas homenageadas mulheres este ano”, revelou.

HOMENAGENS

Entre as homenageadas está a atriz Alice Braga, que receberá o Kikito de Cristal pela sua carreira sólida no cinema, tendo participado de mais de 30 produções no Brasil e no exterior. Aos 40 anos, ela cresceu em uma família de artistas – incluindo a mãe Ana Braga e a tia Sônia Braga – e responde por atuações em filmes como Cidade de Deus (2002), Cidade Baixa (2003) e Eduardo e Mônica (2022). Fora do país já trabalhou em produções ao lado de atores renomados como Anthony Hopkins, Margot Robbie e Matt Damon.

O troféu Oscarito será entregue a duas atrizes nonagenárias que ainda estão em atividade. Laura Cardoso, com 95 anos, e Léa Garcia, com 90 anos, serão homenageadas pela grande contribuição ao cinema nacional. Ainda serão posteriormente divulgadas as agraciadas com o troféu Eduardo Abelin, entregue a diretores e entidades com trabalhos relevantes, e com o troféu Cidade de Gramado, concedido a pessoas que têm ligação com a história do município e do evento.

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Henrique Dantas retoma produção de "Silêncio", seu primeiro longa de ficção || Foto João Paulo Barreto/Screamyell
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Thiago Dias

O cineasta Henrique Dantas voltou a trabalhar na produção de seu primeiro longa-metragem de ficção, chamado provisoriamente de Silêncio. Ele ainda está em busca de apoio da iniciativa pública ou privada, como reportado pelo PIMENTA anteriormente (relembre).

Nascido em Salvador, Henrique viveu dos 7 aos 16 anos em Ilhéus. A ligação com a cidade foi decisiva para a escolha de rodar o filme no sul da Bahia. A história revisita os impactos do terrorismo de estado, promovido pela ditadura empresarial-militar, sobre famílias sul-baianas. O elenco reúne grandes nomes da dramaturgia nacional, a exemplo Helena Ignez, Fabrício Boliveira e Luiz Pepeu, que formam o núcleo familiar da trama.

Com 27 anos de carreira, Henrique levou os prêmios de melhor filme e do júri do Festival de Brasília, com o documentário Filhos de João – Admirável Mundo Novo Baiano (2009). Também venceu o Festival Internacional de Cinema Político na Argentina e o Festival de Cinema de Vitória, onde apresentou A noite escura da alma (2015), também sobre a ditadura. Em Dorivando Saravá – o preto que virou mar, o cineasta retratou vida e obra de Dorival Caymmi, com o auxílio luxuoso de artistas como Gilberto Gil e Tom Zé.

As credenciais do artista ainda não foram o bastante para despertar o interesse do governo ilheense. Apesar de inúmeras tentativas, até o momento, ele não obteve resposta da Prefeitura de Ilhéus sobre a possibilidade de o município auxiliar a equipe com hospedagem e o acesso a locações, por exemplo. A cidade teria contrapartidas asseguradas pelos realizadores, como a exibição de imagens de cartões-postais (Catedral São Sebastião, Lagoa Encantada e Ponte Jorge Amado) e da marca da Prefeitura no filme.

A peleja de Henrique para obter ao menos uma resposta do governo tem uma camada pessoal, revelada ao site pelo cineasta. Durante nove anos, ele estudou na mesma turma do prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), no Instituto Nossa Senhora da Piedade, em Ilhéus. Nem a amizade dos tempos de escola facilitou o acesso do cineasta ao mandatário.

Com uma ponta de frustração na voz, Henrique compara o tratamento que recebe em Ilhéus à receptividade de outros municípios. “Ontem, passamos por Nilo Peçanha e a Prefeitura, entendendo a importância da cultura para o turismo da cidade, precisou de 30 minutos para conceder o apoio pretendido”, disse ele ao PIMENTA, neste sábado (21). A Prefeitura disponibilizou ônibus para transportar a equipe de filmagem e o elenco até o município, no baixo-sul do estado. A manifestação cultural do Zambiapunga, herdeira da cultura quilombola presente em Nilo Peçanha, será retratada em Silêncio.

Nos quatro anos do Governo Bolsonaro, a Agência Nacional de Cinema (Ancine) foi quase morta por inanição. Sem o amparo de sua principal fomentadora, o cinema brasileiro sofreu um baque forte. Silêncio foi uma das tantas produções prejudicadas. Daí o périplo de realizadores, passando a cuia à porta dos gabinetes da vida. “Às vezes, fazer um filme é mais um processo de luta do que de arte”, resumiu Henrique.

O PIMENTA tentou contato com o secretário especial de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, para ouvir o gestor sobre a possibilidade de apoio ao filme. O gestor explicou ao site que fez uma cirurgia há pouco e, nesta semana, sofreu complicações decorrentes do procedimento cirúrgico. Ele tomou conhecimento da produção do filme na última segunda-feira (16) e afirmou que o Governo Marão tem interesse em apoiar a iniciativa.

“Acredito que agora ande [a conversa entre realizadores e Prefeitura], pois temos muito interesse. Ano passado foram 2 [filmes] e ajudamos bastante. Temos muito interesse em montar um centro de cinema aqui, conversamos com a Uesc, Secretaria de Cultura e Turismo do Estado, esperamos que esse ano a coisa rode tudo. Mas, a Prefeitura pode ajudar, espero sentar com ele [Henrique] na próxima semana, se Deus quiser”, assegurou o secretário. Atualizado às 12h29min para acrescentar a resposta do Governo.

Antônio Fagundes e Wagner Moura em cena de "Deus é brasileiro"
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Hoje está tudo tão exposto, tão mecânico e “ostentação caça-likes” que perdeu parte do encanto.

 

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Se você acha que esse texto é sobre política, sinto muito te desapontar, mas ele não é. Ou talvez seja! Tá tudo tão intimamente conectado que, por vezes, a gente até duvida! Ou não! Mas o fato é que ontem à noite, Bruna Dantas, uma amiga virtual de longas datas, hoje gerente de Produção, Inovação e Conteúdo da LC Barreto Produções, postou uma foto com Antônio Fagundes, ambos rumo à última gravação do filme Deus Ainda é Brasileiro.

As gravações estão acontecendo aqui no Nordeste, em Alagoas, e eu já vinha acompanhando umas coisinhas através dos posts de Bruneca, como é carinhosamente chamada a amiga dos primórdios da internet. É corriqueira a frase que chegamos “por aqui” quando tudo era mato, e ajudamos a desbravar.

Lembro, com saudades, do tempo em que pontos, virgulas e muita imaginação faziam parte do cotidiano das blogguers (Bruna era uma delas), que narravam suas rotinas e aguçavam a imaginação dos leitores. Hoje está tudo tão exposto, tão mecânico e “ostentação caça-likes” que perdeu parte do encanto. E eu escrevo esse texto no lugar de fala de quem tem as redes como ambiente profissional e também como seguidora/telespectadora/leitora de alguns.

A imagem de Fagundes – que virou Fafá nas gravações do novo longa! Ahhh, o Nordeste! – caminhando e sorrindo, rumo ao set de gravação, mexeu comigo. O filme é uma espécie de continuação de Deus é Brasileiro, estrelado por ele e Wagner Moura há alguns anos. Foi um grande sucesso, como vinha sendo o cinema nacional e do nada, ploft, ladeira abaixo também. Não em qualidade, mas em quantidade, talvez. Em incentivo, em movimento, especialmente com a extinção do Ministério da Cultura. Com a reimplantação dele (e eu nem sei se é correto usar essa palavra para descrevê-lo), a cantora, atriz e ativista social Margareth Menezes assume. A minha vontade foi de sentar naquele barquinho famoso do filme, onde “Deus” (vivido por Antônio Fagundes) reflete sobre a vida, e perguntar: “Mas, e aí, Deus ainda é brasileiro?! A gente vai voltar a sorrir?!”.

Manuela Berbert é publicitária.

Estudantes de Itajuípe aprendem técnicas de vídeo em oficina
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Estudantes sul-baianos têm a oportunidade de imergir no universo da Sétima Arte com a Mostra Cineclubista Cultural Território Litoral Sul – Cinema Negro em Foco, realizada pelo Cineclube Mocamba. As atividades envolvem o Colégio Polivalente de Itajuípe e os Colégios Modelo de Itabuna e Ilhéus. Além das sessões cineclubistas, os alunos fazem oficinas de formação em audiovisual.

O Polivalente abriu os trabalhos da Mostra, no dia 1º de novembro, com a exibição de oito filmes. Após a sessão, os alunos discutiram assuntos abordados nas produções. O documentário Corpos Cabaça, de estudantes da área de Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA), suscitou discussão sobre saúde íntima, quando algumas adolescentes do Colégio relataram que nunca receberam atendimento ginecológico. Essa realidade levou a direção da escola a promover atividades pedagógicas voltadas para a saúde feminina.

Para o produtor cultural Sebáh Villas-Bôas, que ministrou a oficina de audiovisual, muitos jovens têm talento, mas não são estimulados a desenvolver suas habilidades artísticas. Ele citou o exemplo de Pedro Jorge, estudante de Ciências Sociais da Uesc, que despertou seu interesse pelo cinema numa atividade de formação do Cineclube Mocamba, em 2016, e hoje integra a equipe de organização da Mostra Cinema Negro em Foco e exibiu seu primeiro documentário, Tribos Urbanas, para os estudantes de Itajuípe.

A programação do evento será retomada no Colégio Modelo de Ilhéus, amanhã (8) e quarta-feira (8), com novas sessões cineclubistas e oficinas. Na próxima semana, será a vez dos estudantes do Colégio Modelo de Itabuna. O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Fundação Cultural do Estado da Bahia, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.

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A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) recebe, de hoje (1º) a 30 de junho, inscrições para a quarta edição do Festival Estudantil de Audiovisual (Festa), voltado para curtas de até 20min, nas categorias ficção, documentário, experimental e animação, produzidos por estudantes do ensino médio, técnico ou superior.

Para inscrever a obra, é necessário subir o arquivo para o YouTube ou Vimeo e informar o link de acesso no formulário de inscrição disponível aqui. Confira os documentos exigidos no regulamento. A inscrição é gratuita, e o festival não tem caráter competitivo.

CRONOGRAMA

Conforme o regulamento, os filmes selecionados serão divulgados no dia 5 de agosto. Já a programação completa do festival, que correrá de 25 a 27 de novembro, será conhecida em 25 de outubro.

Marcelo Sá faleceu no final de semana, em Salvador || Reprodução Instagram
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A cultura chora, mas todos choram, porque todos perdemos. Mas, lembrem-se, só sentimos que perdemos porque ganhamos muito com sua presença atuando entre nós, e para os que nem conhecia, mas sabia que existiam. O que Marcelo nos deu, nada tira.

 

Alcides Kruschewsky

Não, não é da Cultura, e é, não somente, então… É comunitário, de uma “roda grande”, enraizada pelos mundos que formam o universo. Por isso, tantas manifestações, tantos seres que o admiravam, amavam, e nem sempre declaravam. Que surpresa dolorosa!

Marcelo não é tudo que andam dizendo após sua passagem. Com certeza é mais que isso. Porque o sentimento de perda coletiva é espontâneo, sincero, doído.

Ah, quem não teve a oportunidade de sua companhia, da mesa com ele, da praia, da arte e desfrutou da sua inteligência, do seu refinado humor, perdeu, sim.

O talento de Marcelo transcendia, sem ambição pessoal. Sabia o que estava fazendo. Levei-o para o rádio, noticiava a agenda cultural comentada. Eu chamava: “Hooggggg”. E ele respondia, “chegueeeeiiii”…

Era engraçado! Era propositadamente ridículo e engraçado. Feito para chocar e rir. E ríamos, gargalhadas fartas desde as 6h30min da manhã, ele “morto” de sono… reclamando que eu ía matar ele… Um stand up de primeiríssima, se quisesse, dava show desde o “Caderno 2”, bar saudoso tocado por essas geniais Badarós.

Marcelo sempre tinha algo a acrescentar e chamava nossa atenção para as causas que se envolvia, querendo engajamento. Tudo não era seu, mas para todos. Quem está dizendo que sentiu e está sentindo sua partida, está mesmo!

Esses tempos não têm sido fáceis, não têm sido bons (ou será pecado assim dizer?). Mas, mesmo diante de tantas vicissitudes, creiam, ainda há motivos para concluirmos que a vida é bela e que vale a pena viver e buscarmos a felicidade, a outra certeza da existência de Marcelo. Pois é, ele, no seu dia a dia, buscava a felicidade nas coisas mais simples e importantes às quais se dedicava, dentre elas as pessoas a quem queria bem.

A cultura chora, mas todos choram, porque todos perdemos. Mas, lembrem-se, só sentimos que perdemos porque ganhamos muito com sua presença atuando entre nós, e para os que nem conhecia, mas sabia que existiam. O que Marcelo nos deu, nada tira.

O amor fica para sempre dentro de cada um.

Te amamos, amigo! Vá em frente, para a luz, sempre! VALEU, POR TODOS NÓS, VALEU!

Alcides Kruschewsky é empresário, ex-vereador e ex-secretário municipal de Ilhéus e radialista.

Marcelo Sá faleceu aos 57 anos, em Salvador, onde residia || Reprodução José Nazal/Instagram
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O ator e produtor cultural ilheense Marcelo Sá foi encontrado morto em sua residência em Salvador, na manhã deste domingo (30). Responsável pelo Circuito Sala de Arte de cinema, Marcelo tinha 57 anos e suspeita-se que a causa da morte tenha sido aneurisma, informa o site Metro1, de Salvador.

Marcelo iniciou a carreira no teatro, ainda em Ilhéus, e mudou-se para Salvador, destacando-se na cena artística soteropolitana. Após quase 10 anos na capital baiana, lançou o Circuito Sala de Arte.

A morte de Marcelo foi confirmada pela sócia do ator e produtor cultural, Suzana Argolo. “Falamos com ele pela última vez na sexta (28). Ficamos procurando ele, não conseguíamos falar. E hoje entramos na casa que ele estava, e o achamos”, disse ela à publicação.

A morte do artista é lamentada pelos colegas em toda a Bahia. Em Ilhéus, um dos primeiros a render homenagens a Marcelo foi o ex-vice-prefeito José Nazal, que assim se pronunciou por meio das redes sociais: “A Bahia ficou mais pobre, a cultura ficou mais pobre. Os amigos ficaram mais pobres.”

Ainda não há informações sobre velório e sepultamento de Marcelo Sá.

Programação do Shopping terá apresentação do "Mágico de OZ", no shopping itabunense
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O Shopping Jequitibá inicia nesta sexta-feira (1º) a programação especial do mês dedicado às crianças. A campanha Divertido é Ser Criança traz uma séria de atividades que vão animar a garotada na primeira quinzena de outubro.

Desta sexta (1º) até domingo (3) e de 8 a 12 de outubro, a turma de Tio Kathynho Karvalho promoverá oficinas recreativas de cupcake, bolinha antiestresse, brigadeiro, tie dye e slime para a garotada de 4 a 10 anos, a partir de 16h das sextas, sábados e segundas-feiras, e às 14h dos dois domingos e do feriado do Dia da Criança. Cada oficina terá um grupo de 15 crianças por vez e o investimento para participar é de R$ 10,00.

Além das oficinas, nos domingos, 3 e 10 de outubro, o grupo Teatro e Fantasia apresentará as peças O Mágico de Oz e A Bela e a Fera, trazendo toda a magia dos contos infantis. As apresentações são em duas sessões, a partir das 17h, gratuitas, para um público de 25 crianças. As inscrições para entrar no espaço serão feitas no horário das sessões.

A programação especial do Mês da Criança no Shopping Jequitibá segue todos os protocolos determinados pela Organização Mundial de Saúde, para a prevenção da covid-19, como distanciamento social, dispensers com álcool gel e higienização permanente no local das atividades e uso de máscaras. No acesso às dependências do shopping também é feita a medição digital da temperatura corporal.

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O município de Itabuna deixou de seguir decreto estadual e, a partir desta terça (30), atividades comerciais consideradas não essenciais poderão ficar abertas até as 21h (reveja aqui). Também a partir de hoje, o Shopping Jequitibá estará aberto em novos horários.

De terça a sábado, com exceção da Sexta-Feira Santa, quando o shopping estará fechado, hipermercado, farmácia e barbearia abrem das 8h às 21h; a lotérica, das 8 às 20 horas; as lojas, quiosques e praça de alimentação, das 10h as 21h; academia, das 5h às 21h de terça a quinta e das 8h às 16h30min no sábado.

No Domingo de Páscoa, o hipermercado funcionará das 8h às 21h; a barbearia, das 8h às 20h; a farmácia, das 9h às 20h; as lojas, lotérica e quiosques das 14 às 20 horas; e a praça de alimentação, das 12 às 21 horas.

DELIVERY E CINEMA

Ainda no shopping, o sistema delivery para alimentação poderá funcionar até as 22h, com proibição de venda de bebida alcoólica. O cinema permanece fechado.

Criado em Ilhéus, cineasta revisita a Princesinha do Sul com filme sobre família devastada pela ditatura militar
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O cineasta Henrique Dantas vai ambientar a maior parte do seu próximo filme, Silêncio, no Sul da Bahia e quer o apoio de empresários e governos da região para conseguir realizar o projeto, que teve seu financiamento prejudicado pelo declínio da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Nascido em Salvador, onde vive hoje, Henrique morou em Ilhéus na infância e adolescência. No filme, pretende usar uma fazenda de cacau e a Lagoa Encantada como cenários. No entanto, enfatiza que Silêncio não é sobre os temas consagrados da lavoura cacaueira. “É um filme que fala sobre a morte. Não vou falar da Saga do Cacau, não tem nada a ver, mas o cenário que escolhi e algumas questões que vou trazer, sim”, explicou o cineasta, em conversa com o PIMENTA no início de fevereiro.

Silêncio vai apresentar tipos raros no Sul da Bahia, um médico e um fazendeiro negros. Henrique defendeu a escolha. “Eu nunca fui atendido por um médico negro na minha vida inteira em Ilhéus. Existia a família de Espírito Santo, mas eu não fui atendido por ele. Eu vou colocar também um fazendeiro negro, que eu também nunca conheci. Sei que até existe, porque alguns amigos me falaram, mas eu, que conheci muitos fazendeiros, não conheço”.

O elenco reúne grandes nomes da dramaturgia nacional, a exemplo de Antonio Pitanga, Helena Ignez e Fabrício Boliveira, que formam o núcleo familiar da trama. O fazendeiro, militar da reserva, será vivido por Pitanga.

Fabrício será o neto do fazendeiro, que estudou medicina na Holanda, onde sua mãe se exilou fugindo da ditadura militar. “Ela foi torturada e seu marido, assassinado”, antecipa o cineasta, que também é roteirista da história.

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Vitor e Ademilton durante gravações de "Arthur", que concorre a prêmio em festival australiano
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O cineasta itabunense Vitor Augusto Xavier está lançando o filme Arthur, curta-metragem baiano de drama dirigido e produzido, junto aos seus pais, Ademilton Batista e Nivea Jane, que também são atores e protagonistas da obra. O filme aborda a história de um homem de meia-idade chamado Arthur que, anos após perder seu único filho, busca redenção em uma viagem de volta para a sua esposa.

A produção independente da ABS Filmes (empresa produtora do filme) foi filmada em Itabuna, Ilhéus e Salvador e está participando do conceituado Festival Internacional de Cinema “My Rode Reel 2020”, da Austrália, que tem edição anual e premia curtas do mundo inteiro.

O filme também pode ser assistido no YouTube, no canal pessoal do diretor. O curta faz parte de um longa-metragem que está sendo produzido por Vitor e seus pais e será lançado em 2021 no Brasil e no exterior. Contendo muito mais imagens, elementos e desfechos para a história, a versão de três minutos foi editada exclusivamente para participar do festival My Rode Reel 2020.

Boa parte do filme é focado na viagem do protagonista, contemplando durante o trajeto, belíssimas paisagens da capital baiana e de outras cidades, como também pontos históricos e o vasto litoral nordestino.

FICHA TÉCNICA
Vitor Augusto Xavier
Diretor, Roteirista, Produtor, Editor e Dir. de Fotografia
Ademilton Batista
Ator, Produtor, Co-roteirista e Codiretor
Nivea Jane
Atriz, Produtora
Luan Pereira
Assistente de Making of
ABS Filmes
Empresa Produtora

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Rede Cinemark reabre cinemas em 8 cidades, dentre elas Itabuna

A Rede Cinemark está reabrindo 9 complexos em 8 cidades ao longo desta semana, dentre eles o cinema shopping Jequitibá em Itabuna, que será reaberto ao público nesta quinta-feira (29), com a exibição do filme Tenet. A rede informa que, com o objetivo de tornar a jornada do espectador nos complexos mais segura e garantir um ambiente saudável para os colaboradores, a Cinemark fechou parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Um grupo de infectologistas visitou salas da rede para acompanhar todo o percurso que será feito por clientes e funcionários, orientando e desenhando em conjunto os protocolos. “Nós nos preparamos, durante todo esse tempo, para reencontrar o nosso público com toda a segurança necessária. Nossos protocolos foram pensados e desenhados em detalhes, buscando a segurança e o bem-estar dos nossos clientes e colaboradores. Estamos satisfeitos em poder receber todos com o nível de qualidade da Cinemark”, afirma Marcelo Bertini, Presidente da Cinemark Brasil.

Acompanhando o movimento #JuntosPeloCinema e as determinações das prefeituras locais dos municípios onde opera, a Cinemark está reabrindo seus complexos de forma progressiva. Na programação, além das estreias, o público poderá assistir ao Festival de Volta Para o Cinema.

Entre os procedimentos adotados pela Cinemark estão a medição de temperatura de todos os clientes antes da entrada para as salas quando não houver checagem prévia na entrada do shopping, a vedação física das poltronas interditadas (garantindo a ocupação máxima permitida) e filas de espera virtuais para compras de bomboniére.

Os processos de higienização também foram totalmente reformulados: há totens de álcool em gel 70% nas dependências, limpeza rigorosa e com curto espaço de tempo nos banheiros, além do uso de EPIs pelas equipes de limpeza. Nas salas, as principais áreas de contato de todas as poltronas serão higienizadas manualmente nos intervalos entre cada sessão.

DISTANCIAMENTO E COMPRA POR APLICATIVOS

A tecnologia é aliada da Cinemark no processo de reabertura, garantindo o distanciamento social em toda a jornada do cliente ao evitar filas e aglomerações. Os ingressos poderão ser comprados pelo aplicativo da rede ou escaneando o QR Code diretamente nas comunicações do cinema, além do App do Shopping Jequitibá. Aqueles que comprarem entradas e combos pelo celular, diretamente no cinema, não terão custo extra. Os ATMs, localizados próximos às bilheterias, também realizarão a venda de ingressos. Apenas um caixa estará aberto, exclusivo para pagamentos em dinheiro.

As pipocas e produtos da Cinemark poderão ser adquiridos também pelo aplicativo e nos ATMs. Quando o cliente desejar que o pedido seja preparado, basta acessar o QR Code presente nos materiais de comunicação, que irá direcioná-lo para o número de Whatsapp da rede, por onde poderá enviar o número pedido. O espectador também pode optar por se dirigir aos caixas indicados para a liberação das solicitações. Para retirar os pedidos na bombonière, basta aguardar até ser chamado no painel eletrônico – outro recurso para evitar filas e aglomerações. Os alimentos só poderão ser consumidos dentro das salas.Leia Mais

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Seguem abertas até o dia 31 de outubro as inscrições para a Mostra Cinema de Casa. Serão selecionados 10 curtas-metragens de até 30 minutos filmados no período de quarentena ocasionada pela pandemia da COVID-19. Os curtas devem ser produzidos por realizadores baianos. A mostra, que integra o 3º Circuito Cine Éden, busca estimular a reflexão e a diversidade de olhares sobre o isolamento social. Os selecionados ganharão cachê de R$ 400 e os filmes serão exibidos pela TVE-Bahia e no site do evento.

O regulamento e a ficha e inscrição da Mostra podem ser acessados no site www.circuitocineeden.com.br, onde também será divulgada a lista de selecionados até o dia 15 de novembro. Dúvidas ou informações podem ser dirimidas pelo email contato@circuitocineeden.com.br

A Mostra é parte da programação do terceiro Circuito Cine Éden, que este ano será online e contará com exibições, debates e minicursos no site do evento, no período de 1º a 04 de dezembro de 2020.

O CIRCUITO CINE ÉDEN

Evento criado para promover debate sobre a valorização da nossa cultura e memória, destacando os cinemas de rua abandonados em diversas partes do Brasil. Chega à terceira edição se consolidando como um espaço de permanente encontro da crescente produção audiovisual, colocando a cidade de Ipiaú (BA), onde foi idealizado, no centro dos debates sobre as produções audiovisuais nacionais. Tem reunido ao longo de suas edições produtores, realizadores, diretores, estudantes, professores e a classe artística em geral, interessada em assuntos da sétima arte.

Nas redes sociais, está no Instagram @circuitocineeden, no Facebook https://www.facebook.com/circuitocineeden e no Youtube: https://www.youtube.com/circuitocineeden. A 3ª edição do Circuito Cine Éden é uma produção da Voo Audiovisual, foi selecionada pelo Edital Setorial de Audiovisual de 2019, e tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e da Secretaria de Cultura da Bahia.

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O município de Itabuna segue com mais uma flexibilização da 5ª fase do Plano de Retomada Parcial e Progressiva para o funcionamento das atividades comerciais na cidade de forma coordenada e segura. De acordo com o Decreto 13.853, de 15 de Outubro de 2020, os cinemas estão autorizados a funcionar, desde que sejam obedecidas uma série de exigências, entre elas, ter máximo de 100 pessoas por sala; distanciamento mínimo de duas poltronas por venda e intervalo mínimo de 20 minutos entre cada sessão para higienização da sala e venda de ingressos, preferencialmente pela internet.

Shopping Center poderá funcionar de domingo a sábado, das 10 às 22 horas. Para os clubes, entre as regras estão limitação da quantidade máxima de 100 pessoas por horário no clube; capacitar os colaboradores para que saibam orientar os clientes sobre as medidas de prevenção do estabelecimento; disponibilização de material de higiene adequado aos funcionários e clientes, tais como álcool em gel, sabão líquido e toalhas de papel. Vale ressaltar que as saunas ainda não estão liberadas.

Já os templos religiosos, que já estavam funcionando, agora podem receber pessoas com mais de 60 anos, desde que cumpram as medidas protetivas, sanitárias, de distanciamento social, além de máscara e álcool em gel. Sobre as casas de shows e eventos, podem ser realizadas reuniões de cunho religioso, cultural, cultos de agradecimentos, bem como solenidades acadêmicas, desde que obedeça ao limite de 50% da capacidade máxima de pessoas, tenha duração máxima de quatro horas, que portas e janelas sejam mantidas abertas, e que seja mantido o distanciamento entre assentos, deixando o espaço de um assento vazio para cada ocupado.

Também deverá ser aferida a temperatura de todos os presentes, disponibilização de álcool em gel, treinamento da equipe de colaboradores, além de outros cuidados previstos em decretos publicados anteriormente. As feiras livres podem funcionar, conforme diretrizes estabelecidas pela Secretaria Municipal de Sustentabilidade Econômica e Meio Ambiente.