Tyrone Perrucho em foto que sugeria ter atravessado o caudaloso rio em Canes
Tempo de leitura: 4 minutos

 

Como se diz na política, ele não preparou em tempo um substituto à altura para agregar os seus amigos, que hoje vivem desgarrados, errantes de bar em bar.

 

Walmir Rosário

Na tarde de ontem (quarta-feira, 11 de janeiro), pasmem os senhores e senhoras, eu me encontrava no bar Mac Vita, como um simples expectador, assistindo a meus amigos Batista e Walter Júnior beberem um litrão de Coca Cola. Confesso que me sentia incomodado, haja vista considerar uma profanação de um dos botecos de memoráveis histórias festivas de Canavieiras, sede ocasional da Confraria d’O Berimbau e da Clube dos Rolas Cansadas.

Eis que de repente um carro dá uma parada e ouço algumas perguntas: Quem foi o melhor ponta-esquerda de Itabuna? E o melhor zagueiro? Respondo que Fernando Riela e Ronaldo Dantas, Piaba, dentre outros. E aí reconheço o autor das perguntas, o engenheiro agrônomo e advogado João Geraldo, que faz nova pergunta: “E quem mais desfrutou das noites e madrugadas de Canavieiras?”. E ele mesmo responde: “Tyrone Perrucho”.

João Geraldo segue caminho e nós continuamos nossa amena conversa tendo como testemunha um litrão de Coca Cola, embora, de antemão, confesso que não bebi. Na manhã desta quinta-feira recebo, via whatsapp, uma foto de Tyrone Perrucho, enviada por Alberto Fiscal. Já Raimundo Ribeiro, direto do Belém do Pará, responde presente na chamada. Foi aí que caiu a ficha: hoje é o segundo aniversário sem Tyrone Perrucho.

Tyrone era uma pessoa que se destacava por suas diferenças. Na foto acima, aparece ele como se estivesse saindo de uma epopeia de natação, após atravessar um braço de mar, cruzar de uma margem a outra de um rio. Que nada, era simplesmente uma foto para a sua gloriosa coleção. O dito cujo sequer sabia nadar; até que tentou, mas o professor gentilmente solicitou que ele buscasse algo mais parecido com suas habilidades.

Na realidade, o nosso ausente personagem gostava mesmo era de se dedicar à redação e edição do seu jornal, o Tabu, morto de morte matada assim que completou 50 anos. Foi um chega pra lá que deixou os leitores de boca aberta. Fora disso, nada mais lhe aprazia do que jogar conversa fora, de preferência num dos botequins em que “sentava praça” com frequente habitualidade, com a presença de amigos tantos.

Era pau pra toda a obra. Comemorava de tudo, datas festivas, aniversários, casamentos, batizados. Quando não os tinha, inventava, astuciava. Há décadas passadas escandalizou a sociedade canavieirense e o judiciário ao marcar seu casamento civil à beira da praia, ele, a coligada e convidados vestidos rigorosamente em trajes de banho. As autoridades forenses não permitiram e a praia da Costa continuou, apenas, como sítio de comemorações.

Ao planejar sua sonhada aposentadoria na Ceplac – após 30 longos anos de bons serviços prestados –, jurou que todos os dias beberia duas cervejas para abrir o apetite. Passou a comer pela manhã, ao meio-dia e à noite. Na ilha da Atalaia, onde se refugiou, mantinha contato com os amigos, via telefone, e-mail ou whatsapp, geralmente avisando o boteco que nos receberia, fazendo questão de informar que se tratava apenas um aviso e não convite.

Certa feita, comprou um carro novo em Salvador, apenas e tão somente para aproveitar a viagem de forma etílica e ainda convida o amigo da vida inteira, Antônio Tolentino (Tolé) para irem juntos. Tolé avisou que iria a Itabuna no domingo para assistir a um jogo do Itabuna, pois ainda não conhecia o novo (à época) Estádio Luiz Viana Filho. Tyrone diz que também gostaria de estar presente, mesmo sem gostar de futebol.

Chegaram em Salvador, pegaram o carro e viajaram com destino a Itabuna e Canavieiras, viagem que demorou quase uma semana. Conforme o garantido, chegaram a tempo de assistir à partida futebolística, mas caminhos diversos o tiraram do estádio, para a tristeza de Tolé, que somente foi conhecer o Itabunão um ano e meio depois, numa viagem feita em sigilo absoluto, para evitar a presença e interferência do amigo Tyrone.

Ao ler a crônica sobre a recuperação do famoso jipinho Gurgel, um dos mais antigos colegas da velha Divisão de Comunicação (Dicom) da Ceplac, Raimundo Nogueira, retrucou: “Não sei o porquê dessa implicância do amigo Perrucho com os carros. Também não sei o motivo que alguns colegas passaram a rejeitar as caronas por ele oferecidas, rumo quase sempre a uma boa farra…”.

E continuou. E por falar nessa matéria e o proverbial descaso de Tyrone Perrucho em cuidados com seus carros, certa feita aconteceram dois casos típicos. Primeiro, roubaram a antena da sua Brasília e ele, prontamente, colocou um fio de arame farpado no lugar, e como funcionou nunca mais tirou. Segundo, certa feita, alguém no banco traseiro deixou cair uma caixa de ovos caipira que se espatifou. Os ovos ali quebrados e mau cheiro correlato permaneceram no carro, intocados, por mais de dois meses. Sobrou mau cheiro e faltaram caronas.

Pois é! Dois anos sem o amigo e promoteur Tyrone Perrucho e a alegria que nos contagiava, por certo diminuiu bastante. Como se diz na política, ele não preparou em tempo um substituto à altura para agregar os seus amigos, que hoje vivem desgarrados, errantes de bar em bar. Também nem deu tempo, a tal da Covid-19 lhe pegou de jeito, levando para o outro mundo, se é que existe.

Até que ensaiaram uma campanha do tipo “Volte Tyrone Perrucho”, mas não funcionou. Fica apenas a eterna lembrança.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Itabuna estreia bem no Campeonato Baiano || Fotoreprodução TVE
Tempo de leitura: < 1 minuto

O Itabuna estreou bem no Campeonato Baiano de 2023. Jogando na noite desta terça-feira (10), no Estádio Lomanto Júnior, em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, o Dragão do Sul venceu o Jacobinense por 1 a 0. O gol foi marcado por Flavinho, que deu um lindo toque na saída do goleiro João Gomes e garantiu os primeiros três pontos para o Azulino.

O Itabuna retornou à elite do futebol baiano depois de 10 anos, manda suas partidas longe da torcida porque o Estádio Luiz Viana Filho não possuem condições estruturais de receber jogos de equipes profissionais.

Na  segunda rodada, no domingo (15), o Itabuna enfrenta o Vitória, no Estádio Manoel Barradas (Barradão), em Salvador. A partida está marcada para às 16h.  Na quinta-feira (12), o próximo adversário do Dragão do Sul joga contra o Bahia de Feira no Estádio Professor Jodilton Souza (Arena Cajueiro). A partida está prevista para começar às 19h15min.

BARCELONA DE ILHÉUS

Hoje é dia de estreia do Barcelona de Ilhéus. A equipe recebe o Atlético de Alagoinhas, no Estádio Lomanto Júnior, em Vitória da Conquista. Assim como ocorre com o Itabunão, o Estádio Mário Pessoa não apresenta condições de receber jogos de equipes profissionais. A partida está marcada para às 21h30min.  Nesta primeira rodada do Campeonato Baiano ainda terá o Bahia contra Juazeirense, nesta quarta, no Estádio de Pituaçu, em Salvador. Nesse mesmo estádio, o Doce Mel enfrenta o Jacuipense na quinta-feira (12), às 21h30min. O Campeonato Baiano é transmitido pela TVE-BA.

 

TVE transmitirá jogos do Baianão 2023 || Imagem Redes Sociais
Tempo de leitura: < 1 minuto

A TVE será a emissora oficial do Campeonato Baiano de Futebol 2023. A bola começa a rolar nesta terça-feira (10). Na largada, o jogo será Itabuna contra Jacobinense, campeão e vice da Série B de 2022, a partir das 21h30min, direto do estádio Lomanto Júnior (Lomantão), em Vitória da Conquista.

A transmissão ao vivo e exclusiva será na telinha da TVE e no YouTube e Facebook da emissora. Serão 10 times na disputa pelo título: o atual bicampeão Atlético, Bahia, Bahia de Feira, Barcelona, Doce Mel, Itabuna, Jacobinense, Jacuipense, Juazeirense e Vitória.

Na primeira fase as equipes integram um único grupo e disputam partidas entre si. Os 4 primeiros colocados avançam às semifinais e se enfrentam em partidas de ida e volta.

BARCELONA NA TELINHA

Além de Itabuna contra Jacobinense, completando a primeira rodada, na quarta-feira (11), a TVE exibe Bahia e Juazeirense, às 19h15min, no Estádio Roberto Santos, e Barcelona e Atlético, às 21h30min, em Vitória da Conquista. Na quinta-feira (12), da Arena Cajueiro, em Feira de Santana, a emissora vai mostrar a partida entre Bahia de Feira e Vitória, às 19h15min, seguida de Doce Mel e Jacuipense, em Pituaçu, às 21h30min.

A cobertura terá narração de Valter Lima, Rainan Peralva e Manuela Avena, com comentários de Rodrigo Araújo, e inclui ainda conteúdos exclusivos no Instagram.com/tvebahia, tiktok.com/@tvebahia e Twitter.com/tvebahia.

Os torcedores poderão participar também pelo WhatsApp 71 99626 0307. Os programas TVE Esporte (segunda-feira, às 19h), TVE Revista (diariamente às 12h) e TVE Notícias (diariamente às 18h30min) fazem a cobertura especial da competição.

Seleção de Veteranos Augusto Mangabeira é o terceiro, em pé, da esquerda para a direita || Arquivo Walmir Rosário
Tempo de leitura: 4 minutos

 

Se não for pecado, torço que o Todo-poderoso forme uma seleção imbatível. Competência eles têm, pois aqui foram testados e aprovados.

 

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Longe de mim querer me imiscuir nas coisas divinas, especialmente do céu, mas não posso deixar de me manifestar acerca de alguns acontecimentos passados de um certo tempo pra cá. Pelo que tenho notado, Deus tem feito escolhas bastante significativas nas pessoas levadas para junto dele, nos deixando chorosos. Esse fato me dá a impressão de que ele pretende formar uma seleção de futebol aí por cima.

E num ato de contrição, vou logo pedindo desculpas, se for o caso: “Eu pecador, me confesso a Deus Todo-poderoso, que pequei muitas vezes, por pensamentos, palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha máxima culpa…”. Não quero, aqui, dar pitacos sobre as decisões divinas, e vou ressaltando que estou arrependido de todos os pecados que por acaso aqui cometerei. Mas não é só por minha culpa.

Desde cedo – ainda na infância – me acostumei com as imagens produzidas pelos artistas plásticos – especialmente os pintores – sobre o céu, com aquelas paisagens tranquilas, sempre nas cores azul e branco, e os personagens em profunda contemplação. Peço perdão caso meu raciocínio venha profanar a morada celestial, mas acredito que não combina a enlevação dos pensamentos com a prática do futebol nesta santa morada.

Os amigos que me perdoem se insisto em falar desse tema, misturando fatos mundanos e divinos. Mas minha mente não consegue alcançar o porquê dessas escolhas – o que é mais um pecado. Nos últimos tempos perdemos por aqui Léo Briglia, Fernando Riela, Lua Riela, Luiz Carlos, Daniel Souza Neto (Danielzão), e agora, sem mais nem menos, Nelito Pedreira, João Augusto Mangabeira França e Pelé. De uma só vez!

Nelito e Augusto foram dois baques feios. Parece até aquelas cenas de filmes hollywoodianos. Amigos tão chegados no futebol e na vida, foram embora, sem mais nem menos, em cerca de 44 horas. Nelito, por anos professor de química, empresário do ramo do comércio agropecuário, esportista, aos sábados, não dispensava o encontro com os amigos para o “baba” semanal. E lutou para ter um campo próprio.

Assim que soube da morte dos dois amigos, liguei para outro em comum, Napoleão Guimarães, que lamentou o desaparecimento de Nelito e Mangabeira, com os quais conviveu e trabalhou ao lado deles por vários anos. Contou-me a situação debilitada em que os dois se encontravam e enalteceu a passagem deles no planeta terra. “Parece até que combinaram”, arriscou dizer Napoleão.

João Augusto Mangabeira França era um itabunense nascido em Senhor do Bonfim, com passagem pela capital baiana, onde exerceu a profissão de jogador profissional no Galícia, o Demolidor de Campeões, primeiro Tricampeão Baiano de futebol. Em campo, desempenhava o ofício de zagueiro, não daqueles acostumados a tirar a bola do adversário com chutes e pontapés, mas com classe, se antecipando às jogadas.

Em Itabuna foi professor de Educação Física, professor de Inglês, vendedor de produtos agropecuários e empresário do ramo de representações de empresas, mais conhecido como caixeiro viajante. Viajou pelo sul e extremo sul da Bahia vendendo produtos alimentícios aos supermercados. Não dispensava passar o fim de semana em Itabuna para o “baba” dos veteranos, no estádio Luiz Viana Filho, e depois no bairro Jorge Amado.

Juntos, cursamos direito, ainda na Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna (Fespi), depois Uesc. Ainda acadêmico, era conhecido pelo carinhoso nome de Corregedor, título dado por nós, pela sua idade superior à nossa e pelo seu jeito de dar seu parecer para finalizar as discussões. No período de provas estudávamos em sua casa, grupo de estudos que se transformava num encontro etílico após umas boas doses da famosa Cuba Livre.

Por muitos anos me abastecia com as histórias e estórias do seu tempo como jogador profissional no Galícia. Ele se divertia com a diversidade de cultura e temperamento dos jogadores e contava passagens memoráveis acontecida em campo e extracampo. Dentre os seus personagens prediletos o colega Apaná Venâncio e o treinador Sotero Montero, este pela surrada frase: “É pelo arriar das malas que conheço o bom jogador”.

Por algum tempo o Dr. Augusto Mangabeira frequentou as lides forenses, mas não se conformava com as pesadas gavetas nas quais dormitavam os processos, mesmo sendo arquivados em armários de prateleiras de aço, portanto, fáceis de serem vistos e retirados para apreciação. Continuou se dedicando às pastas de representação, tirando pedidos nos armazéns e supermercados, nos quais era bastante conhecido e querido.

Passamos um certo tempo sumidos entre nós e recebia notícias dele quando encontrava o seu irmão, o médico Antônio Mangabeira, que uma das vezes me informou sobre o acometimento de Alzheimer. Outro colega desde os tempos da universidade, o advogado José Augusto Ferreira Filho, me contou que, ao chegar para uma audiência, encontra o colega Augusto Mangabeira, desta feita não no mister de advogado, mas como parte, quando era requerida sua interdição, por causa dos esquecimentos provocados pelo mal.

Todos que por aqui passam cumprem sua missão, mas não sei o que está sendo reservado para eles lá em cima. Se não for pecado, torço que o Todo-poderoso forme uma seleção imbatível. Competência eles têm, pois aqui foram testados e aprovados.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Rei Pelé foi o único jogador a conquistar três copas do mundo de futebol || Foto Redes Sociais
Tempo de leitura: 2 minutos

A certidão de óbito de Pelé, emitida hoje (30), mostra que a morte do Rei do Futebol foi causada por adenocarcinoma de cólon, broncopneumonia, insuficiência renal e insuficiência cardíaca. Os médicos que atestaram o óbito foram Juliana Cardoso Zogheib e Cesar Martins da Costa. A morte ocorreu, segundo o documento, às 15h27min de ontem.

O corpo de Pelé, único jogar a conquistar três copas do mundo de futebol, permanece no hospital Albert Einstein, na capital paulista, onde ele ficou internado por um mês antes de morrer. O velório, aberto ao público, será no Estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, a partir das 10h (horário de Brasília) da próxima segunda-feira (2).

“O corpo seguirá do Hospital Albert Einstein direto para o estádio na madrugada de segunda-feira (2) e o caixão será posicionado no centro do gramado”, diz nota do Santos FC. O acesso de populares ao velório será feito pelos portões 2 e 3, enquanto as autoridades terão acesso pelo portão 10.

A cerimônia seguirá até as 10h de terça-feira (3), quando será realizado o cortejo pelas ruas de Santos, que passará pelo Canal 6, onde mora a mãe de Pelé, dona Celeste, seguindo até a Memorial Necrópole Ecumênica, para o sepultamento reservado aos familiares.

Pele chega ao Estádio Mário Pessoa em Ilhéus, em 1967 || Foto Acervo Santista
Tempo de leitura: < 1 minuto

Bicampeão mundial de clubes, o Santos da década de 1960 era o queridinho da criançada da época, segundo o ex-vice-prefeito de Ilhéus, fotógrafo e memorialista José Nazal (Rede). Foi naquela década que ele viu Pelé, falecido hoje (29), jogar no Estádio Mário Pessoa contra a Seleção de Ilhéus.

O memorialista relembra a atmosfera da cidade naquele 7 de maio de 1967. “Euforia geral, era o que se falava, era o assunto da cidade. Eu tenho um amigo, um vizinho, que o pai levou no Ilhéus Hotel pra tirar foto com Pelé. Eu não consegui ir”, disse Nazal em conversa com o PIMENTA.

O time paulista venceu o duelo por 3 a 1. Adilson, Pele e Toninho marcaram para os visitantes. Americano descontou para o time da casa. Apesar da derrota da Seleção de Ilhéus, Nazal, então com 11 anos, gostou do resultado e, hoje, confessa: “torci pelo Santos”.

Pelé faleceu nesta quinta-feira (29) || Foto Ricardo Stuckert
Tempo de leitura: < 1 minuto

Edson Arantes do Nascimento, Pelé, faleceu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos, no Hospital Albert Einstein, na cidade de São Paulo, onde estava internado desde 29 de novembro. Ele lutava contra um câncer de cólon, não resistiu à doença e morreu em decorrência da falência múltipla de órgãos.

Autor de 1.283 gols na carreira e tricampeão mundial de futebol (1958, 1962 e 1970), Pelé foi eleito Atleta do Século, em 1980, em votação que reuniu jornalistas das vinte maiores publicações esportivas do mundo. Dos 26 títulos conquistados pelo Santos, destaque para duas Libertadores e os Mundiais de 1962 e 1963.

Pelé deixa a viúva Márcia Aokki e os filhos Edinho, Kelly, Rosemeri, Joshua, Celeste e Flávia, além de netos. Em 2006, ele havia perdido a filha Sandra Regina, que lutou na Justiça pelo reconhecimento da filiação.

O vídeo a seguir reúne os 12 gols de Pelé em Copas do Mundo. Confira.

Califórnia se torna tricampeã do Interbairros de Futebol
Tempo de leitura: 2 minutos

A Seleção da Califórnia faturou o título de campeã do Interbairros de Futebol 2022 ao derrotar Nova Ferradas na cobrança de penalidades, no Estádio Luiz Viana Filho, Itabunão, neste sábado (17), por 4 a 3, após empate em 2 a 2. Tornou-se tricampeã da competição.

– Foi um jogo tecnicamente equilibrado, com bons lances e um placar justo, com um final digno das melhores seleções – disse o supervisor da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, Marcelo Souza.

A seleção do Califórnia, agora tricampeã, receberá o prêmio de R$ 10 mil, enquanto a segunda colocada, Nova Ferradas, R$ 5 mil, e o Pedro Jerônimo, R$ 3 mil. Além dos prêmios em dinheiro, as seleções também receberam troféus e medalhas. Na quarta-feira (21), às 19h, na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Itabuna, haverá festa de congraçamento para as seleções que disputaram o Interbairros 2022.

O presidente da Associação dos Moradores do Califórnia e diretor esportivo da Seleção, Matusalém Costa de Brito, mal conseguia expressar sentimento de alegria dada a sua emoção pela conquista do título. Segundo ele, a emoção era única. Ver a equipe repetir o título conquistado em 2010 e 2015 é demais. O futebol amador é tudo de bom. Que o prefeito Augusto Castro continue apostando no esporte como vem fazendo desde o início.

O prefeito de Itabuna afirmou que o investimento no esporte continuará sendo uma das prioridades de seu governo. “Itabuna merece os investimentos no esporte e o Interbairros é um bom exemplo disso”, disse. O prefeito aproveitou para confirmar a reforma do Estádio Luiz Viana Filho no próximo ano, com a parceria do Governo do Estado. A reforma já havia sido anunciada, há cerca de dois meses, pelo prefeito e pelo governador Rui Costa, em solenidade em Itabuna.

“A sensação que fica é a do dever cumprido. Tivemos um campeonato à altura do que Itabuna merece, com boa participação dos torcedores, com atletas que souberam dar o melhor de si em campo e que agiram como verdadeiros profissionais. Foi bonito de ver”, resumiu o secretário municipal de Esportes e Lazer, José Alcântara Pellegrini. Ele aproveitou para confirmar a realização do campeonato no próximo ano. “Já começaremos a trabalhar a partir de agora”, afiançou.

Rosivaldo diz que município poderá solicitar conferência, caso seja confirmada a redução populacional
Tempo de leitura: 3 minutos

 

A bola foi tocada e, na primeira passada, irritado, o marcador provocado tentou me tirar do lance para não ser zoado. Acertou um chute por trás, direto no tendão que, por mais de cinco décadas, nunca havia sido alcançado.

 

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

Hoje, compartilho com vocês a minha volta ao gramado, numa terça-feira à noite, num baba disputado. No meu pensamento, 12 anos depois de ter parado, estava de volta a uma rotina que imaginei ter cessado.

Parei de jogar aos 42 anos, um recorde se a CBF tivesse registrado. Bom, agora aos 54, os cabelos brancos já são logo notados, trazendo com eles um apelido colado, alguém diz, sonoramente: “olha o coroa do lado”.

A minha volta era resultado do clima da copa e do incentivo da turma do trabalho. Além dessas duas verdades, o desejo de pisar pra jogar numa das areninhas que viraram febre, fruto da parceria da gestão municipal com a gestão do estado. Todas essas coisinhas me passavam energia e me deixavam empolgado.

Pronto, a hora chegou e, com tudo novo, a reestreia enfim tinha chegado. Calma! Explico o tudo novo falado, antes que alguém questione querendo ser engraçado: os itens esportivos (materiais de trabalho) – chuteira, caneleira, meião, short, camisa, bola e gramado e o cinquentão aqui ainda conservado.

O jogo começou, a bola correu de canto a canto, e eu passeava por conhecer os atalhos. Usava da sabedoria e tocava de lado, deixando a turma mais nova correr até ficar cansada. Eles têm mais afinco, afinal, estou com 54 e logo mais 55.

Os lances aconteciam, o pensamento estava em dia, as jogadas saíam mesmo que o físico não atendesse plenamente o drible e o lance idealizados.

Terminei a primeira partida. Suado, meio extenuado. Por um momento pensei: por hoje, estou realizado.

Saí um pouco, 15 minutos depois já me achei recuperado, e pedi pra ser novamente escalado. O ‘Rosi’ fominha já estava atualizado.

Voltei, a essa altura achando tudo engraçado. Na sequência vos conto porque acabei engessado. Já antecipo o final antes que alguém se intrometa e mude a verdade dos fatos.

Pedi a bola, falei em tom de provocação: “joga em mim, não estou marcado!”. Olhei de relance e vi o marcador com a expressão de zangado. A bola foi tocada e, na primeira passada, irritado, o marcador provocado tentou me tirar do lance para não ser zoado. Acertou um chute por trás, direto no tendão que, por mais de cinco décadas, nunca havia sido alcançado.

Ainda tentei caminhar, mas só me restou deitar, de imediato gritar e me contorcer no chão, e escutar a zoação: caiu sozinho, tropeçou nas próprias pernas e outras contrariedades. Mas sempre tem a turma que presta solidariedade. Resumo do lance: amparado para fora do campo de jogo, o atleta foi transportado e o jogo continuado.

Saí dali com uma imaginação: era apenas um machucado. Ao chegar em casa, olhei e percebi que o pé, o tornozelo e a panturrilha estavam todos inchados. Esperei por uma semana para estar recuperado. Sem melhora e aconselhado, fui ao médico que, ao examinar o local, disse: “Tem jeito não. Rompimento de tendão, mas vamos fazer uma imagem pra compreender a extensão”.

Logo após o raio-X, manteve a impressão e pediu ultrassom para ter certeza da tomada de decisão. Procedimento feito e ele novamente, com especial atenção, disse: “você fará cirurgia de tendão, uns dias com limitação, depois, fisioterapia e estará na ativa pra contar a ocorrência de um atleta cinquentão”.

Aqui, encerro a narrativa do retorno do atleta bem-humorado, que com graça provocou o marcador e terminou engessado. Por fim, essa história teve dor, mas eu conto com humor porque sei que não vale a pena guardar nenhum rancor. Já com a página virada, assisti à Seleção, que também foi eliminada. Assim é a vida, e seguimos a nossa jornada.

Vou ficando por aqui. Até o próximo texto, a próxima copa e a próxima jogada. Um abraço, cambada.

Rosivaldo Pinheiro, atleta cinquentão, é economista e especialista em Planejamento de Cidades.

Piaba, primeiro em pé, à esquerda, era de família pródiga em craques do futebol
Tempo de leitura: 4 minutos

 

Piaba foi convocado para a Seleção de Itabuna e já em 1961 terminou o Campeonato Intermunicipal como bicampeão. Daí não saiu mais até a conquista do hexacampeonato

 

 

Walmir Rosário 

Custo a acreditar que o craque já nasce feito, embora tenha minhas dúvidas sempre me vem à mente a história de determinados jogadores de futebol do passado, que já apareceram “arrepiando” nos campinhos de baba, tanto faz na zona rural ou na cidade. É certo que, por mais modesto que tenha sido, sempre atuava um “jogador técnico” nos diversos times de futebol por esse Brasil afora.

No caso em questão, me refiro a Piaba, um itajuipense baixinho que “sobrava” nas zagas e meio campo dos times pelos quais passou, e tinha lugar assegurado na Seleção de Itabuna amadora, a hexacampeã baiana. E Piaba fazia parte de uma família pródiga em craques, com os irmãos Almir, Abel, Aloísio, Luiz e Ariston, jogadores importantes nos clubes de Itajuípe, Buerarema, Ibicaraí, Ilhéus e Itabuna.

Batizado Antônio Avelino dos Santos, nasceu em Itajuípe em 26 de outubro de 1935 e o apelido Piaba veio do seu comportamento e estilo de jogo, pela forma esguia, escorregadia, serelepe de tomar a bola e se desvencilhar dos adversários. Assim que saiu da fazenda Independência, onde foi criado e veio residir em Itajuípe, começou a aprender o ofício de alfaiate com o mestre Boca-rica, o mesmo que lhe deu o apelido.

E foi o Boca-rica – um mestre de alfaiataria de renome – que apadrinhou Piaba em sua famosa oficina e nos campos de futebol, atuando pelo Independente, Internacional e o lendário Bahia de Itajuípe. Com o tempo, Boca-rica se muda para Ibicaraí, e não abre mão do seu aprendiz de alfaiate e promessa de craque. Na nova cidade, Piaba dá um show de bola e se torna revelação.

No Independente de Itajuípe, de Litinho (Wanderlito Barbosa), chamava a atenção a atuação de duas famílias, que praticamente completavam o time inteiro. Eram Piaba e os cinco irmãos, além do próprio Litinho e seu irmão Bel. Esse era um pequeno exemplo da quantidade de craques itajuipenses que jogavam em sua cidade, além de Itabuna, Ilhéus e até em Salvador, a capital do estado.

Mas Piaba dá saudade de casa e retorna a Itajuípe, passando a jogar no lendário Bahia. Considerado um dos maiores craques, é também convocado para a Seleção de Itajuípe. E não era por menos, pois o Bahia chegou a ser considerado o time do século da região cacaueira. Com o crescimento de Piaba no futebol passou a ser cobiçado pelos grandes clubes das cidades de Itabuna e Ilhéus.

E o Flamengo de Ilhéus, de Gildásio Almeida, foi mais rápido e conseguiu fechar contrato com Piaba, levando o craque para a cidade rival de Itabuna. O goleiro Antônio Pires, do Bahia de Itajuípe e do Janízaros, ainda lembra que o dirigente do Fluminense de Itabuna, Frederico Midlej, e o itajuipense Hemetério Moreira, diretor do Janízaros, disputaram a vinda de Piaba para Itabuna, queda de braço vencida pelo Fluminense. Posteriormente, Piaba se transfere para o Janízaros, como queria o amigo Hemetério Moreira.

Em Itabuna, como era praxe entre os jogadores de Itajuípe, Piaba chega pra ficar, encantando pelo seu futebol sério e decisivo, despertando a atenção de outros clubes. O atleta itajuipense também jogou pelo Flamengo, sagrando-se campeão em 1963, com o timaço formado por Luiz Carlos, Abiezer, Zé David, Leto, Péricles, e Piaba; Gagé, Maneca, Tertu, Tombinho e Luiz Carlos II.

Apesar de sua pequena estatura – 1,66 metro de altura – Piaba tinha disposição para cabecear e bolas altas não eram problema. Possuía uma grande impulsão, sendo constantemente comparado ao seu companheiro de seleção, Ronaldo Dantas, outro baixinho do futebol que não se amedrontava com adversários mais altos. Piaba e Ronaldo se revezavam nos jogos da seleção.

Piaba foi convocado para a Seleção de Itabuna e já em 1961 terminou o Campeonato Intermunicipal como bicampeão. Daí não saiu mais até a conquista do hexacampeonato, em janeiro de 1966, embora o certame seja relativo a 1965. Na seleção de Itabuna foi decisivo na conquista do Hexacampeonato baiano e sua figura em cima do carro do Corpo de Bombeiros com o rosto enfaixado chamou a atenção.

Na partida final, Piaba levou um pontapé no rosto, aplicado num choque com o jogador Meruca, que até hoje gera controvérsias se foi um simples encontrão ou premeditado para tirar o craque de campo, pois seu substituto estava contundido. Meruca foi o mesmo jogador que não conseguiu evitar a cabeçada de Pinga e que resultou no gol da vitória da Seleção de Itabuna e no hexacampeonato.

A chegada da Seleção itabunense que acabara de conquistar o Hexacampeonato Baiano de Futebol amador em Itabuna foi uma verdadeira apoteose, numa comemoração sem precedentes. Na chegada foi realizada uma carreata com os jogadores desfilando em cima do carro de bombeiros, cedido pela Prefeitura de Itabuna. A imagem mais marcante era a de Piaba com o rosto inchado e coberto com gases e faixas, contrastando com a alegria estampada na fisionomia dos jogadores e da torcida.

Piaba foi um dos poucos jogadores a atuar pelas seleções de Itajuípe, Ilhéus e Itabuna, além do Galícia, de Salvador. Devido a alguns problemas de saúde, Piaba retorna a Itajuípe, sua terra natal. Até atingir os 30 anos de idade, o atleta não bebia nem fumava. Porém, o laudo médico apontou o uso do cigarro como a causa de sua morte, em 15 de julho de 1997.

Piaba morreu triste, no hospital, sem conseguir ver os seus companheiros de sucesso no futebol.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

 

Finalíssima do Interbairros será disputada no próximo sábado (17) || Foto Roberto Santos
Tempo de leitura: < 1 minuto

A seleção campeã do Interbairros de Futebol 2022 terá premiação de R$ 10 mil, anunciou o secretário de Esportes e Lazer, José Alcântara Pellegrini, nesta terça-feira (13). O título deste ano será disputado pelas seleções da Califórnia e de Nova Ferradas, no próximo sábado (17), às 15h, no Estádio Luiz Viana Filho, o Itabunão.

Não apenas a seleção campeã terá direito a premiação em dinheiro. A equipe vice-campeã levará R$ 5 mil, enquanto a terceira colocada fará jus a R$ 3 mil.

A coordenação do Interbairros também vai premiar o melhor jogador/artilheiro, atleta revelação, melhor goleiro e melhor torcida, com premiação em dinheiro variando de R$ 500,00 a R$ 1 mil, de acordo com o regulamento da competição.

Nesta terça-feira, o secretário José Alcântara Pellegrini promoveu encontro com todos os colaboradores para alinhamento das medidas, incluindo a logística para a finalíssima do Interbairros, no sábado. A reunião teve a participação do coordenador da competição, Gabriel Santos.

Além de muito futebol e integração entre as comunidades que participaram, o Interbairros terá segurança reforçada na final. No domingo passado, quando foram definidos os finalistas, a Polícia Militar revistou os torcedores, já que para o ingresso no estádio foi proibida a entrada de garrafas, copos de vidro e objetos perfurocortantes, medidas consideradas fundamentais.

Seleção Brasileira de 1970, com botafoguenses e tricampeã
Tempo de leitura: 4 minutos

 

Minha convicção foi formada logo após uma reunião no Bar do Everaldo, em Itabuna, patrocinada pelos jornalistas botafoguenses Cláudio da Luz, Raimundo Nogueira e Joel Filho, com o apoio de um vascaíno, quando ficou vaticinado que copa do mundo sem jogador do Botafogo é eliminação na certa. E não deu outra…

 

Walmir Rosário

E não é que os desavisados choram a copa perdida? Pra mim não foi nenhuma novidade os brasileiros retornarem sem o caneco na mão, sem som de reco-recos, tamborins, atabaques e o samba atravessado na voz dos jogadores canarinhos. Vamos pular essa parte, pois não dá para chamar essa equipe juntada no continente europeu de canarinho, pois acredito que seja uma ofensa aos jogadores passados.

No meu conceito, copa do mundo é para quem sabe jogar! Para isso se faz necessário escolher os melhores e não apenas os apadrinhados de alguns despachantes de luxo que administram carreiras. Do goleiro ao ponta-esquerda, passando pelos reservas têm que ter um bom pedigree, curriculum vitae de fazer inveja aos estrangeiros de Europa, mas, para tanto, temos que escolher um técnico que saiba das coisas.

Além do que falei, faltou um componente essencial para vencer uma copa do mundo: a convocação dos jogadores do Botafogo, desconhecidos do tal técnico, observador do jogos dos torneios europeus, para onde viaja para vê-los em ação. Tudo isso ganhando polpudas diárias, recebidas em euros, moeda forte do velho continente, e não em reais pelos estados brasileiros.

Pois perdeu tempo e dinheiro, sem falar no título, voltando mais cedo para casa (quase todos para os países europeus, onde moram), como um país qualquer, sem tradição nesse bravo e tinhoso esporte bretão. Por falar em bretão, também deixaram o Catar a Inglaterra, inventora do futebol, Portugal. Permanecem a implacável Croácia, que despachou o Brasil após um jogo apático e uma desastrada cobrança de pênaltis, França, Marrocos e Argentina.

E por falar em penalidades máximas, não posso deixar de me ater a um breve comentário sobre os pecados cometidos pelos jogadores brasileiros. E não me venham com a velha teoria de Neném Prancha, de que a responsabilidade de bater um pênalti é tanta, que deveria se cobrado pelo presidente do clube, no caso em questão, a Confederação Brasileira de Futebol, a carcomida CBF.

Os tempos são outros e quem se dedica a jogar futebol – e ganhar muito dinheiro – tem que saber batê-los, chutando com perfeição, dentro dos três paus e fora do alcance do goleiro, pois alguns também treinam como pegá-los. De Zico pra cá, caiu por terra o conceito de Neném Prancha, já que os que desejavam se tornar craques perfeitos treinavam por horas, depois do coletivo, a cobrança de faltas e penalidades máximas.

Pelo que ouvi dizer, o nosso goleiro não é afeito a defender penalidades e nossos cobradores não tem lá essas intimidades todas em batê-las com perfeição, marcando os gols necessários para vencer a partida. Mesmo sendo uruguaio, convoco aqui o botafoguense “Loco Abreu” com suas cavadinhas, daquelas que desmoralizavam dezenas de goleiros, por mais preparados que fossem.

Confesso que não sou um técnico em futebol, mas na condição de brasileiro me acho no dever e no direito de – se não analisar – pelo menos expressar minha indignação por esse  selecionado, pálido, desanimado, xoxo, que foi ao Catar desesperançar o povo brasileiro. Pelo que soube, essa derrota para a Croácia provocou muito choro e desespero nas criancinhas brasileiras, muitas delas que deixaram de ir à escola para ver o jogo na TV.

À noite, num bar em que me encontrava, a discussão não poderia de ser outra: os vizinhos de mesa estavam inconsoláveis com a indecorosa proposta, feita sem qualquer pudor pelo narrador global Galvão Bueno, que defendia nos consolarmos passando a torcer pela Argentina, como se nunca tivesse ouvido o saudoso Nélson Rodrigues falar sobre a “pátria de chuteiras”, para expressar nossa apaixonada relação com a Seleção Brasileira de futebol.

Esse murro na cara do brasileiro, aplicado por Galvão Bueno, nos remete ao conceito, também criado por Nélson Rodrigues: o famoso “complexo de vira-lata”, nos colocando em inferioridade frente aos hermanos argentinos. Jamais! Pelo que diziam meus vizinhos de mesa, a singela pretensão do aposentável narrador, era apenas e tão somente que o público brasileiro não desligasse seus aparelhos de TV, seguindo-o até o final da copa.

Bons tempos aqueles em que não se decretava feriado nas repartições públicas em dias de jogos da seleção brasileira. Longe disso, veriam os jogos os verdadeiros torcedores, aqueles que amavam o futebol praticado pelos craques canarinhos. Não éramos “obrigados” a dar audiência aos meios de comunicação detentores dos direitos das transmissões esportivas da copa do mundo.

Pois é, não vou mentir para vosmecês e confesso que cheguei a assistir algumas partidas de seleções estrangeiras, mas não me animaram aquele esquema de passes atrasados da linha de ataque até o goleiro, como se a finalidade de um jogo de futebol não fosse a marcação dos gols. Futebol é pra quem sabe jogar, driblar os adversários, dar lançamentos precisos, invadir a área adversária, fazer vibrar os torcedores com o gol.

Desde antes já tinha definido minha ausência na audiência televisiva, até pela plena certeza que a seleção brasileira daria com os burros n’água, ou nas areias do deserto. E a minha convicção foi formada logo após uma reunião no Bar do Everaldo, em Itabuna, patrocinada pelos jornalistas botafoguenses Cláudio da Luz, Raimundo Nogueira e Joel Filho, com o apoio de um vascaíno, quando ficou vaticinado que copa do mundo sem jogador do Botafogo é eliminação na certa. E não deu outra…

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Assembleia do Bahia aprova criação de SAF e venda para o Grupo City || Foto Divulgação
Tempo de leitura: 2 minutos

Durante assembleia neste sábado (3), os sócios do Esporte Clube Bahia aprovaram a criação de Sociedade Anônima de Futebol (SAF), com 90% da associação para o City Football Group (CFG). O Bahia ficará com 10% da associação criada. “Agora continuamos trabalhando no processo da transação, que esperamos finalizar no início de 2023”, afirmou Ferran Soriano, CEO do City Football Group. A transação é estimada em R$ 1 bilhão.

O valor seria dividido para compra de jogadores (R$ 500 milhões), pagamento de dívidas (R$ 300 milhões) e investimento em infraestrutura, capital de giro e categorias de base (R$ 200 milhões). O desembolso do City seria feito ao longo de 15 anos.

Com a aprovação da proposta, o Grupo City se comprometerá a investir R$ 1 bilhão. A quantia será dividida em três montantes. Serão R$ 500 milhões para a compra de jogadores, R$ 300 milhões para o pagamento de dívidas e outros R$ 200 milhões em infraestrutura, categorias de base e capital de giro. No entanto, este último item não é obrigatório.

ALTO NÍVEL

A promessa do Grupo City, a longo prazo, é “fortalecer os elencos e as divisões de base para competir em alto nível, engajando com os torcedores e melhorando a experiência deles, alcançando uma sustentabilidade financeira sólida de longo prazo e mantendo sempre em foco os fortes valores, as raízes e a identidade do EC Bahia”, segundo Ferran.

O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, definiu o resultado da assembleia como histórico e a decisão, democrática. Para ele, a SAF aproxima o clube de “formar parte do maior e mais pioneiro grupo de futebol do mundo e de um novo futuro para o nosso querido e ousado clube”.

Ele completou afirmando que os próximos meses serão de trabalho duro para concluir o investimento. “Pra mim, pessoalmente, é um momento incrível na minha vida, ainda mais pelo retorno imediato à Serie A. Obrigado a todos pela confiança e vamos em frente”, disse Bellintani por meio de nota.

FAMÍLIA CITY

Após a conclusão da transação, conforme Bahia e o CFG, o acordo tornará o Bahia SAF o 13º clube da família global do City Football Group. Os clubes que já aderiram ao formato SAF “ganharam ligas nacionais nos Estados Unidos, Austrália, Bolívia, Inglaterra, Índia e Japão nos últimos dois anos”.

Gol Seleção e Fiat Argo são algumas das séries tendo a Copa como apelo
Tempo de leitura: 2 minutos
Ícaro Mota é consultor automotivo

Carro e futebol são duas paixões compartilhadas por uma imensidão de pessoas. Tenho certeza que você há de concordar comigo. Quando as duas se juntam, ficam ainda melhores.

Desde 1982, uma pequena porção de fabricantes tem “juntado” o setor futebolístico ao automobilístico.

O chute inicial partiu da Volkswagen, que naquele ano lançou o Gol Copa. Daí, puxou a fila, que se estendeu para Fiat, GM e Hyundai.

Cito aqui alguns exemplos: Uno Rua, Monza Club, Gol Seleção, HB20 Copa, S10 e Corsa Champ.

Agora em 2022 a copa sediada no Catar não ficou esquecida pela Hyundai, pois neste ano foi lançado o HB20 Copa do Mundo III.

O que todos esses caros têm em comum são emblemas exclusivos e mimos espalhados em seu interior e exterior que remetem a algo ligado ao esporte. Posso citar como exemplo as rodas de liga leve do Fox Seleção 2014, que lembram muito uma bola de futebol.

Fox Seleção vinha com rodas que pareciam bola de futebol || Foto Carrosnaweb

Mesmo não tendo a sua produção tão limitada quanto pode parecer, eles são carros que com o passar do tempo acabam tendo maior facilidade de revenda sobre as versões que não são “exclusivas” com mesmo ano de fabricação.

Ícaro Mota é consultor automotivo e diretor da I´CAR. A coluna é publicada às sextas-feiras.

Clique e confira mais no Instagram.

Tite defende time que perdeu para Camarões || Foto Lucas Figueiredo/CBF
Tempo de leitura: < 1 minuto

O técnico Tite afirmou, em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (2), após derrota de 1 a 0 do Brasil para Camarões, que a “Copa do Mundo não dá uma segunda chance”. Segundo o comandante da seleção brasileira, os jogadores têm que se recuperar rápido do revés, pois a equipe canarinho volta a entrar em campo já na próxima segunda-feira (5), quando enfrentará a Coreia do Sul pelas oitavas de final a partir das 16h (horário de Brasília).

“Tem que sentir quando se perde, pois faz parte da vida. Porém, o futebol e a competição te proporcionam, até por termos vencido dois jogos, uma segunda chance. Mas temos que ficar sentidos até a tarde de amanhã, quando iniciarmos a preparação”, declarou o treinador do Brasil.

Segundo Tite, o mérito da vitória é todo da equipe africana, que triunfou no Estádio de Lusail graças a um gol do atacante Aboubakar: “Camarões teve mérito de marcar o gol e vencer o jogo. Todos nós perdemos, pois nossa preparação é conjunta, a vitória é conjunta e a derrota é conjunta”.