Tonelada do cacau fecha dia acima de 10 mil dólares || Foto Tomaz Silva/Agência Brasil
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Do PIMENTA

O preço da tonelada do cacau fechou esta segunda-feira (9) a 10.202,50 dólares no mercado futuro da bolsa de Nova York. Isso equivale a aproximadamente R$ 62 mil. Trata-se do maior valor da commodity desde 26 de abril passado, quando a tonelada bateu 10.594,00 dólares. Nas praças de Itabuna e Ilhéus, a arroba foi vendida hoje a R$ 925.

A expectativa de escassez de cacau para a produção de chocolate, provocada por queda da oferta da matéria-prima, tem favorecido a valorização econômica. A Costa do Marfim, responsável pela maior parte da produção do fruto no mundo, ainda não recuperou os níveis médios de produtividade que manteve até 2022, antes de sua lavoura ser prejudicada pelo clima seco na África Ocidental.

Apesar da alta do cacau, os produtores do sul da Bahia não vão poder aproveitá-la como desejavam, porque lidam com perdas significativas da produção devido a pragas na lavoura. Doenças como a podridão parda estão tirando o sono dos cacauicultores da região. A vassoura-de-bruxa também voltou a assombrar parte deles.

Projeto ConservAção Cacau + Floresta é lançado no sul da Bahia || Foto Sidney Oliveira/Ag. Pará
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O Projeto-Piloto CompensAção Cacau + Floresta vai assegurar R$ 4,9 milhões a produtores de cacau interessados em recuperar áreas de Mata Atlântica. A ideia é aprofundar a integração da lavoura com a floresta, aproveitando as características do sistema cabruca, e estabelecer condições propícias de governança que facilitem a transição agroflorestal, informa a Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia (Sema), parceira da iniciativa.

De acordo com a Sema, o projeto resultará em Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) a 1.600 famílias de agricultores familiares, com a recuperação de ambientes naturais e produtivos de uma área de 10.700 hectares na Região Cacaueira da Bahia.

Os recursos irão custear o PSA por quatro anos, de 2024 a 2027, e o pagamento será vinculado à certificação da cadeia produtiva do cacau livre de desmatamento na Mata Atlântica da região. Mais detalhes serão divulgados no lançamento do projeto, na terça-feira da próxima semana (9), no município de Ibirapitanga.

João conta a Inocêncio que buscará orientação técnica para entrar no mercado de cacau fino || Reprodução/TV Globo
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O drama edipiano do Coronel José Inocêncio com João Pedro, no remake da novela Renascer, da TV Globo, começa no nascimento do filho, com a morte de Maria Santa no parto, se aprofunda na entrada de Mariana na vida de ambos e desemboca na disputa sobre a qualidade do cacau que eles produzem em Ilhéus, no sul da Bahia. Nos últimos capítulos, a trama ganhou um novo personagem, o conhecimento científico como aliado dos produtores de cacau.

Mérito da adaptação de Bruno Luperi para a obra original de Benedito Ruy Barbosa, seu avô, o enredo de Renascer apresenta os esforços de João Pedro, à frente das fazendas que divide com os irmãos, para entrar no mercado do cacau fino. Para isso, João faz investimentos para adequar sua produção às exigências técnicas que habilitam o produtor a obter certificados de qualidade e procedência. E, no capítulo desta segunda-feira (1º), anunciou ao pai que buscará orientação técnica de um centro de pesquisa.

Por linhas tortas, Inocêncio criou João à sua imagem e semelhança. Se o privou da educação superior, transmitiu ao filho o conhecimento acumulado nas décadas de experiência no manejo da cacauicultura. Agora, está prestes a ver a criatura superar o criador, caso João Pedro consiga implementar, com sucesso, as técnicas de produção do cacau fino. Atualizado às 16h03min para correção.

Commodity atinge maior preço dos últimos 47 anos, segundo especialista
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A tonelada de cacau é vendida a US$ 5.121 (R$ 25.509,80), nesta segunda-feira (5), em Nova York. Ao PIMENTA, o analista de mercado Adilson Reis, do site Mercado do Cacau, informa que esse é o maior preço da commodity nos últimos 47 anos. Segundo o especialista, o produto está se valorizando no bojo das crises que atingiram a lavoura dos países da África Ocidental, como Costa do Marfim e Gana.

“O continente africano produz, hoje, 72% do cacau consumido no mundo”, destaca. No ano passado, a região sofreu com chuvas torrenciais. Depois, veio a seca do El Nino. Os eventos extremos diminuíram a expectativa de oferta de cacau no mercado futuro e inflacionaram os preços, acrescenta Adilson Reis.

Adilson Reis: preço deve continuar a subir || Imagem Mercado do Cacau

Além disso, a lavoura africana enfrenta uma praga, o vírus do broto inchado, que também dificulta a produção. Ele já se espalhou pelas plantações de Gana e de Costa do Marfim. Os gestores dos grandes fundos de investimento perceberam que o preço do cacau vai continuar em alta e partiram às compras, explica Adilson. Há quem aposte que a tonelada do fruto de ouro beire a casa dos US$ 6 mil.

Nos últimos doze meses, o cacau se valorizou 94% na bolsa de Nova York. Também subiu na Bahia, onde a arroba fechou a R$ 394,00 hoje (5). Adilson recorda que, no século passado, a produção brasileira de cacau já bateu mais de 400 mil toneladas por ano. Já a safra 2021-2022 atingiu 220 mil toneladas.

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Vinculado ao nosso ecossistema, o valor intrínseco da região não deve se resumir ao chocolate – agora não mais só cacau – nem ao turismo. Há que se ampliar esse portfólio.

Henrique Campos de Oliveira[email protected]

A nossa região foi forjada na medida em que se internacionalizava via exportação cacaueira, do fim do século 19 à primeira metade do século 20. Tudo mudou desde então, mas aqui predomina a visão limitada de que o cacau é o principal recurso do Litoral Sul para acessar mercados internacionais. Num mundo acelerado e devastado, a nossa vantagem competitiva e estratégica não reside no valor de um produto, mas no valor do nosso ecossistema: a Mata Atlântica.

O cacau sul-baiano encontrou condições formidáveis para o seu cultivo, aproveitando a umidade ideal da Mata Atlântica para chegar à produtividade máxima de 60 arrobas por hectare na década de 1980. Como numa relação simbiótica atravessada pela economia, a produção cacaueira não devastou a mata, que lhe retribuía por isso com  uma estufa natural com ótimos índices de produtividade.

Essa relação se altera com a chegada da vassoura de bruxa, que afeta justamente a produtividade da planta. Mas a Mata Atlântica daqui, das mais diversas do mundo, manteve-se preservada a ponto de propiciar paisagens cinematográficas tal como encontramos nas enseadas das praias de Itacaré, com a mata verde-vivo cobrindo rochas banhadas pelo mar azul do Oceano Atlântico, a curvatura da Terra no horizonte infinito, num belo dia ensolarado.

A degradação de ecossistemas e a desumanização da vida urbana transformaram a estadia em lugares como o descrito acima numa experiência sem preço – ou com um bem alto. O anseio por tal vivência se massificou nos anos 1990, quando, também, contou com o avanço da vassoura de bruxa, que trouxe consigo a pressão sobre a mata. Boa parte da lavoura cacaueira desapareceu para que a terra fosse desmatada para extração de madeira ou ocupada pela pecuária, além da contraditória pressão imobiliária do próprio turismo.

Portanto, a cacauicultura foi um dos principais motivos para a preservação do nosso maior bem e não o contrário. Mas a preservação é ameaçada quando o cacau não mais se sustenta e sua produção é substituída por atividades que, normalmente, geram mais desmatamento e degradação.

Todavia, a consciência socioambiental na região cresce mesmo em um contexto de crise, que afeta um território marcado por desigualdade e miséria. Instituições como UESC, Ceplac, UFSB e movimentos como o da Agência de Desenvolvimento Regional Sul da Bahia, reportado pelo PIMENTA, evidenciam a consciência de que a mata é o nosso maior bem.

Além disso, a nossa região tem capacidade de competir com produtos e serviços ligados à sustentabilidade da Mata Atlântica devido aos avanços em políticas de valorização do salário real, de distribuição de renda e demais garantias e direitos constitucionais que constrangem o trabalho análogo ao escravo e infantil.

Costa do Marfim, Gana, Equador, Venezuela e demais países produtores de cacau enfrentam obstáculos maiores para obter certificações e selos de sustentabilidade socioambiental, justamente porque não produzem no sistema cabruca. Ao mesmo tempo, as populações desses países não dispõem de garantias constitucionais e políticas públicas tais como encontramos aqui em prol do trabalho descente.

Ainda temos o turismo vinculado à sustentabilidade e o avanço na qualificação de produtos agrícolas com a verticalização da cadeia produtiva do cacau. Deixamos de ser meros fornecedores de amêndoa ou bens intermediários e insumo da cadeia alimentícia, como a banha e a manteiga de cacau fornecidas pelas moageiras instaladas em Ilhéus desde a década de 1970, para nos destacarmos como fornecedores de chocolate com certificação de origem e com premiações internacionais de qualidade.

Vinculado ao nosso ecossistema, o valor intrínseco da região não deve se resumir ao chocolate – agora não mais só cacau – nem ao turismo. Há que se ampliar esse portfólio.

CERTIFICAÇÕES E INTERNACIONALIZAÇÃO

Como já dito, estruturalmente, a região preenche requisitos para conseguir selos de certificação e acessar nichos de mercado fechados. Há selos de todo tipo, como o Hallal para produtos adequados às exigências islâmicas ou o Koscher para judeus. Recentemente, tivemos um boom de selos de sustentabilidade, orgânicos e produtos com erradicação de trabalho análogo ao escravo ou infantil. Há um selo específico para a preservação da Mata Atlântica, o Follow the Frog.

Atender a essas especificações é um caminho paralelo a ser percorrido também para responder às exigências técnicas de mercados com rigorosos procedimentos para importação, como o norte-americano, o europeu e o japonês. Tudo isso requer capacidade técnica nos processos produtivo e logístico, além de recursos públicos e do terceiro setor para o avanço em questões socioambientais.

COOPERAÇÃO TÉCNICA E FINANCEIRA PARA MUNICÍPIOS E ATIVIDADES PRODUTIVAS

Com o intuito de conseguir apoio técnico e financeiro para internacionalização de negócios sustentáveis, uma série de organizações internacionais, agências e fundos de fomentos empregam recursos para capacitar potenciais exportadores. É o caso da Ajuda Oficial para o Desenvolvimento, que disponibiliza recursos tanto para projetos vinculados à internacionalização de uma cooperativa, como acesso a recursos por parte de municípios para despoluírem rios.

Além da obtenção de certificados, esse apoio permite o acesso a mercados específicos, sempre dispostos a pagar mais para ter uma consciência mais tranquila na hora de degustar uma fruta tropical.

INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA

A região, a Bahia e o país sofrem com uma infraestrutura precária, defasada e desintegrada. Além de custos maiores, essa fragilidade gera imprevisibilidade, o terror para o planejamento logístico, principalmente, para produtos perecíveis, como os da fruticultura tropical. Assim, a região, mais do que um porto para minério, carece do já prometido aeroporto internacional, que abrigue, na sua poligonal alfandegária, armazéns comuns e refrigerados para acomodar os produtos da região.

Além do mais, tal aeroporto permitiria a conexão de voos diretos da região, favorecendo o turismo. Do mesmo modo, seria necessário garantir linhas aéreas para os principais centros dos mercados-alvos, como Los Angeles, Nova York, Frankfurt e Tóquio. Como se sabe, um mel de cacau ou um mangostão pode estar disponível na mesa de um nova-iorquino mais rápido do que na mesa de um paulista sem a mesma disposição monetária comprar esses produtos.

Nesta coluna, quero discutir a internacionalização do Litoral Sul da Bahia com foco na Mata Atlântica. Pretendo detalhar, nas próximas edições, pontos tratados aqui de forma panorâmica. A intenção é provocar um debate e propor soluções que nos desloquem de uma posição passiva na cadeia global de alimentos para uma posição altiva na cadeia global sustentável.

Henrique Campos de Oliveira é ibicaraiense, doutor em Ciências Sociais pela UFBA e professor do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas da Universidade Salvador (Unifacs).

Luiz Ferreira defende programa de recuperação da cacauicultura no sul da Bahia
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No ano que vem, 2023, 60 anos da fundação do CEPEC (Centro de Pesquisas do Cacau), oportunidade a um terceiro Encontro. Vale pensar com muito carinho!

Luiz Ferreira

Seu Luiz, como assim o chamávamos por ser mais velho, motorista da turma de solos (Pedologia), ao se aposentar – um dos primeiros – fez um gesto simbólico ao beijar o chão, antes de transpor os umbrais da sede da CEPLAC.

Provavelmente, baseou-se no Papa João Paulo II, que tinha o hábito de beijar o chão de um país tão logo pisasse, como uma maneira de expressar seu amor e respeito pelo país e o seu povo.

Esse gesto do modesto servidor expressava sua gratidão àquela Casa que o acolhera e ali se sentira feliz em prestar sus serviços, enviando provavelmente um recado aos que ficaram: – “CEPLAC, Escola, Lar, Provedora”.

É preciso entender como foi edificada essa Instituição para se mensurar o visgo em mão dupla: Instituição versus servidor. O sentimento via dever profissional; o comprometimento com o cacau; o respeito ao homem do campo; a bandeira da excelência.

Brandão, primeiro secretário-geral, implantou um tal de espírito de corpo, incutindo-nos uma filosofia de solidariedade e lealdade ao grupo, colocando a organização na mira do trabalho profícuo. Zé Haroldo, subsequente Diretor-Geral, cravou o decálogo profissional. Paulo Alvim, Diretor científico, trouxe o mote do aperfeiçoamento. E o colega, líder extensionista, Ubaldino Dantas Machado, movimentava sua turma, com a palavra parceiro, hoje em moda.

Vale a pena registrar a importância do Banco do Brasil neste contexto, cujos funcionários cedidos transportaram os princípios éticos e de proficiência profissional da sua organização de origem, tida como de excelência.

Também, de relevância, o produtor de cacau, financiador por muitos anos, através da taxa de retenção, recursos estes gerenciados com probidade, possibilitando o retorno de bens para toda região cacaueira.

Em 2017, mesmo distante, organizei com apoio de outros colegas de Salvador, um Encontro, oportunidade que homenageamos a CEPLAC com um livro. Foi tão profícuo, que repetimos a dose em 2018, com um tributo a José Haroldo, registrado em outro livro.

Muitos se fizeram presentes, deslocando-se de Ilhéus, Itabuna, Maceió, Belém, Brasília, não pelos meus olhos, mas pelo sentimento ceplaqueano, diferentemente, talvez, se fôssemos apenas colegas de uma instituição qualquer.

No ano que vem, 2023, 60 anos da fundação do CEPEC (Centro de Pesquisas do Cacau), oportunidade a um terceiro Encontro. Vale pensar com muito carinho!

Pelo exposto, concluo que a CEPLAC é uma RELIGIÃO; e os que se formaram nela, uma ruma, como diz o bom baiano, de ABENÇOADOS.

Luiz Ferreira é pesquisador aposentado e “sócio fundador” do Cepec em 1963.

João Carlos Oliveira apresenta campanha de prevenção à Monilíase Cacaueira || Foto GOVBA
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O Governo da Bahia lançou campanha de prevenção à Monilíase Cacaueira, fungo que atinge o fruto do cacau e do cupuaçu e pode dizimar plantações inteiras dessas espécies. O lançamento foi feito nesta terça-feira (22), no auditório da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), em Salvador.

A praga atingiu lavouras de cacau do Acre, no norte do país, em julho de 2021. Segundo o secretário João Carlos Oliveira, o fungo é mais danoso do que a vassoura de bruxa. “Ela incide diretamente nos frutos, ou seja, na base econômica do cacau. Além disso, é um fungo cosmopolita. Ele se adapta às variações de temperatura e altitude. Nós estamos aqui fazendo uma campanha educativa nos portos, aeroportos e barreiras sanitárias”, acrescentou.

BARREIRAS SANITÁRIAS

Além de peças publicitárias, a campanha também envolverá a montagem de barreiras sanitárias no estado, para evitar a chegada de frutos de cacau ou de cupuaçu vindos de outros estados, além de sementes, hastes ou qualquer material vegetal dessas espécies.  Outra frente é a expansão do uso de mudas de clones resistentes a pragas, adquiridas de viveiros credenciados pelo Ministério da Agricultura.

Na cerimônia de hoje, também foi apresentado o Sistema de Defesa Agropecuária da Bahia (Sidab), que integra o projeto de inovação tecnológica da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

A proteção das lavouras baianas é crucial para que a retomada do segmento não seja prejudicada, afirma o secretário estadual de Agricultura. No ano passado, a Bahia produziu 140 mil toneladas de cacau, representando 71% da produção brasileira.

“Nós estamos num grande momento. Já estamos com mais de cem marcas de chocolate de origem no sul da Bahia, que foram colocadas no salão de chocolate na França, e não deixou a desejar em relação aos chocolates do mundo”, completou João Carlos Oliveira.

Moacyr Leite, Jair Bolsonaro e Águido Muniz durante reunião em Brasília
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O prefeito de Uruçuca, Moacyr Leite Júnior (DEM), solicitou ao presidente Jair Bolsonaro (PL), em reunião nesta segunda-feira (21) em Brasília, apoio do governo federal à retomada do desenvolvimento da lavoura cacaueira no sul da Bahia. O secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Águido Muniz, também participou da audiência, assim como representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb).

Bolsonaro mostrou-se disposto a atender às demandas do agronegócio baiano, segundo Moacyr. O presidente determinou que a ministra Tereza Cristina inclua o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na agenda de trabalho com as lideranças da Bahia.

Moacyr avaliou o resultado da audiência de forma positiva. “Estou feliz muito feliz e satisfeito com a nossa reunião, além de estar extremamente esperançoso com os resultados que virão, na certeza de que a nossa região terá um grande impacto positivo com o apoio e luta do governo federal na missão em prol do nosso desenvolvimento”.

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Diversificação garante um novo momento na cacauicultora do sul da Bahia|| Foto Aguido Ferreira/Ceplac

Jovens fabricantes de chocolate do sul da Bahia definem o momento atual da cadeia produtiva de cacau no sul da Bahia como uma fase de recomeço e renovação. Atualmente, o estado já tem mais de 70 marcas de chocolates. Depois de já ter sido o maior produtor de cacau do Brasil, a Bahia também quer se consolidar como referência na produção de chocolate de qualidade.

O sul do estado já possui Indicação Geográfica de procedência do cacau. Aumentar produtividade e agregar valor são expressões que têm sido cada vez mais usados pelos especialistas e produtores da Bahia e dos outros estados que desenvolvem a cacauicultura.

O movimento focado na diversificação e verticalização da cadeia produtiva de cacau se intensificou a partir de 2009. “É um nicho que há algum tempo vem se descobrindo. Das 70 marcas de chocolate da região, 95% saíram daqui da Ceplac e a gente percebe uma mudança no perfil de quem produz e no consumidor”, comenta Carlos Alexandre Silva, superintendente da principalmente depois do incentivo dado por pesquisadores da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) na Bahia.

NOVO NICHO

Sob o olhar atento do cacauicultor, desde a colheita até o processo de fermentação, secagem, torra e a transformação na indústria, o chocolate fino ganha forma e fama na região sul da Bahia. Seguindo o movimento de produção “da amêndoa para o chocolate” (bean to bar) ou “da árvore para o chocolate” (tree to bar), produtores locais estão diversificando os negócios e impulsionando a produção de cacau com objetivo de atender um novo nicho de mercado.

Irmãos fazem parte da nova geração de produtores do sul da Bahia|| Foto Aguido Ferreira/Ceplac Bahia

Entre eles, os irmãos Antônio e Leonor Lavigne, proprietários da Fazenda Alegrias, situada entre Ilhéus e Itabuna e uma das produtoras de cacau mais antigas da região. “Nós somos a sexta geração plantando cacau, nossa família planta cacau há duzentos anos. Meu pai foi um eterno crente do cacau”, relata Leonor.

Mantendo a paixão do pai, há pouco mais de 10 anos, a família decidiu investir na etapa pós-colheita do cacau e produzir mais do que o fruto. Aproveitando a proximidade com a Superintendência da Ceplac em Ilhéus e com as principais universidades da região, Antônio Lavigne começou a fazer cursos de capacitação em beneficiamento do cacau para aperfeiçoar o conhecimento nos processos de fermentação das amêndoas, secagem, classificação, torra até a transformação final do chocolate.

“A cultura do cacau vive hoje um momento animador de reconstrução. Estimula que a região saia dessa linha commodity e fortalece com produção, beneficiamento, novos produtos e toda essa linha de derivados do cacau”, destaca Antônio.

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Sede da Ceplac no sul da Bahia || Foto Pimenta

A sigla permanecerá, mas a Ceplac mudará de nome.
Deixará de ser Comissão Executiva do Plano para se tornar Centro de Excelência das Políticas para a Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Mais importante que a não mexida na “sopa de letras”: a Ceplac voltará a ter autonomia.
Agora, é esperar o Diário Oficial cantar.

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Helenilson Chaves

Espera-se, em caráter imediato, uma medida que impeça a importação desenfreada de cacau, absolutamente desnecessária neste momento.

É com satisfação que vemos a iniciativa dos produtores de cacau do Sul da Bahia de promover manifestação contra a importação de cacau. Um movimento que não deve se limitar aos produtores, mas a toda sociedade organizada.
Por conta da queda na produção de cacau brasileira, a importação de amêndoas da África e da Ásia se tornou necessária para manter as indústrias em funcionamento.
Ocorre que nos últimos dois anos, a safra brasileira vem apresentando um processo contínuo de recuperação, chegando a 137 mil toneladas na safra 2012/2013. E a tendência é de que esse volume aumente na próxima safra.
Com isso, o que era solução, se transformou em problema. A manutenção das importações faz com que as indústrias processadoras deixem de comprar o cacau nacional. E com oferta crescente, os preços despencam, chegando a irrisórios 58 reais a arroba. Um valor que não cobre nem os custos de produção.
É importante observar que mesmo com dividas astronômicas e dificuldades para a obtenção de novos créditos, os produtores sul baianos, dotados de notável espírito empreendedor, conseguem retomar a produção e delinear um quadro em que o cacau volte a ser um fator preponderante na economia regional, com a necessária ressalva que não se pode mais pensar em monocultura.
Mas, por outro lado, não se pode tratar o cacau como uma cultura irrelevante, que já deu o que tinha que dar.
E é aí que entra a necessidade de uma ação governamental mais efetiva, transformando em realidade projetos de recuperação da lavoura, como o PAC do Cacau.  É o mínimo que se pode esperar como retribuição a um produto que tanto contribuiu com a economia do Brasil e da Bahia e que ainda tem muito oferecer aos sul-baianos.
Espera-se, em caráter imediato, uma medida que impeça a importação desenfreada de cacau, absolutamente desnecessária neste momento; além do risco de introdução de novas pragas numa lavoura que já sofreu o suficiente com a vassoura-de-bruxa.
Um dos grandes pecados do produtor de cacau ao longo de décadas foi o excessivo individualismo, a completa ausência de espírito coletivo, a incapacidade de mobilização.
A manifestação contra a importação de cacau pode sinalizar um novo paradigma, em que a soma de esforços de uma sociedade que luta para se reerguer, resultará numa união permanente, que nos tornará fortes o suficiente para sermos ouvidos e atendidos em nossas justíssimas reivindicações.
Helenilson Chaves é diretor-presidente do Grupo Chaves.

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O superintendente da Ceplac para a Bahia, Juvenal Maynart, emitiu nota de pesar pela morte do produtor rural e advogado Humberto Salomão Mafuz, morto ontem à noite (28).
Juvenal lembrou da liderança de Mafuz nas questões da lavoura cacaueira e o período em que o advogado esteve à frente do Conselho Nacional dos Produtores de Cacau (CNPC), então conselho consultivo (CCPC).
“Seu desassombro na luta pelo fortalecimento da cacauicultura nacional, em particular pela cacauicultura baiana, entre as décadas de 70 e 90, o fez reconhecido e respeitado entre autoridades governamentais e os produtores de cacau do País”, destacou. Confira íntegra da nota no “leia mais”.
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