José Paulo Kupfer
Do blog Crônicas da economia brasileira
Um sexto da população brasileira subiu na escala social, entre 2003 e 2008, ou seja, no governo Lula. Foram 32 milhões de pessoas que passaram a fazer parte das classes A, B e C. A conclusão é da insuspeita Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Desse conjunto, quase dois terços deixaram para trás as classes D e E. Em números absolutos, cerca de 20 milhões de brasileiros saíram das faixas mais pobres. As classes D e E, com o movimento, encolheram, no período, acima de 40%.
Quem diz tudo isso é o economista Marcelo Néri, coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV. Néri é um dos maiores especialistas brasileiros na organização e análise dos microdados fornecidos pelos levantamentos sócio-demográficos, em especial dos censos e das pesquisas por amostras, do tipo das PNADs. Não consta que alguma vez, na sua já longa e bem sucedida carreira de pesquisador, tenha se preocupado com possíveis ”usos eleitorais” de seus achados técnicos.