Chuva inunda parte central de Itajuípe, um dos municípios associados à Amurc
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O presidente da Amurc e prefeito de Itajuípe, Marcone Amaral (PSD), manteve contato com o governador do Estado, Rui Costa (PT), neste sábado (25), e destacou que a Associação fará levantamento dos prejuízos causados pelas chuvas nos municípios da região. O estudo, segundo ele, será feito em conjunto com os consórcios intermunicipais que integram a entidade.

Marcone ainda recebeu a ligação da deputada Lídice da Mata (PSB) se solidarizando com as consequências negativas das fortes chuvas no sul e sudoeste da Bahia. “Me coloco à disposição da Amurc para o que considerar necessário para o socorro e apoio às cidades atingidas”.

COMITÊ

O comitê de crise vai contar com a participação dos presidentes e secretários dos consórcios que fazem parte da Associação, além de secretários municipais associados para fazer o levantamento dos prejuízos nos municípios. A ideia é apresentar ao governador Rui Costa a situação e solicitar o apoio necessário para mitigar os problemas causados pelas chuvas.

Prefeitura de Uruçuca decreta estado de calamidade pública
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O prefeito Moacyr Leite Júnior decretou, neste sábado (25), estado de calamidade pública em Uruçuca, no sul da Bahia, devido às chuvas intensas e que deixaram centenas de desabrigados no município. As chuvas assolam a região com maior intensidade desde ontem (24) e devem continuar até dia 29, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Para o decreto, o município considerou o enorme volume de água que atingiu Uruçuca, causando “inundações, enxurradas e alagamentos que ocasionaram danos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos econômicos públicos e privados”.

De acordo com o município, houve aumento do número de famílias desabrigadas, que foram removidas para prédios públicos. O decreto também considera a ampliação dos prejuízos decorrentes das chuvas dos dias 9 e 10 de dezembro.

O decreto foi publicado neste sábado e autoriza a mobilização de todos os órgãos municipais para atuarem sob a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil do Município de Uruçuca, nas “ações de resposta ao desastre e reabilitação do cenário e reconstrução e a convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre e a realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade, com o objetivo de facilitar as ações de assistência à população afetada pelo desastre, sob a coordenação da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil do Município de Uruçuca”.

Comitê analisou cenários e decidiu por remoção de mais famílias de áreas de risco
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Nesta noite (25), a Prefeitura de Itabuna informou a remoção preventiva de mais famílias em áreas de elevado risco de inundação devido à previsão de mais de 20 milímetros de chuva nesta madrugada de sábado para domingo (26). Cada milímetro de chuva corresponde à um litro de água por metro quadrado.

As famílias removidas nas últimas horas residem no Sarinha Alcânatara, Maria Matos (Rua de Palha), Ferrradas e Vila Vital. A decisão foi tomada em reunião do Comitê de Crise, presidida pelo tenente-coronel Manfredo Santana, comandante do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros.

Para ter acesso às famílias ilhadas, os bombeiros militares contarão com o reforço de 10 motos aquáticas (jet ski) cedidas por um empresário, quatro delas serão utilizadas na noite deste sábado para levar remédios e alimentos para 97 famílias alojadas no Parque de Exposições Antônio Setenta, no Maria Matos. As famílias estavam alojadas na Escola Municipal Leonor Pacheco mas precisaram ser removidas depois que as águas do Rio Cachoeira subiram e ameaçam inundar a rua.

“Este momento é de resposta às famílias que enfrentam graves problemas com as incessantes chuvas e o alagamento de zonas ribeirinhas pelo rio. Por isso, necessitamos de estreitar ainda mais a cooperação institucional entre a Prefeitura e as demais instituições”, disse o comandante do Grupamento de Bombeiros Militares.

Riacho transbordou e alagou trecho da Ilhéus-Itabuna

APOIO DE MINAS E DO CEARÁ

Segundo Manfredo, chegam ao região sul do Estado, neste domingo (26), 25 bombeiros de Salvador mais 29 oriundos dos Corpos de Bombeiros de Minas Gerais e do Ceará. Os governos destes estados estão cooperando com a Bahia.

O Governo do Estado também vai enviar para a região mais uma aeronave do Graer, que ficará sediada em Ilhéus para atuar no atendimento às demandas de todos os 19 municípios regionais onde há vítimas das chuvas ou das cheias dos rios. O 4º GBM também vai receber mais três botes para resgates vindos da capital do estado e de Eunápolis.

No encontro na Câmara Municipal foi apresentado um relatório apontando que, apesar de o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) ter feito previsão de chover entre 50 e 60 milímetros nas últimas 24 horas, foram registrados 90 milímetros. Como vem chovendo forte na região há 45 dias, o lençol freático está elevado, o que contribui para aumentar o volume de água nos rios, a exemplo do Cachoeira. Em toda a Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira choveu 110 milímetros de ontem para hoje.

DESABRIGADOS

Levantamento preliminar da Defesa Civil indica que, até as 18h deste sábado, 375 domicílios foram invadidos pelas águas, a maioria da Rua da Bananeira, com 204 registros. Se confirmada a previsão de mais 20 mm de chuvas, a estimativa é de que outros 50 domicílios sejam inundados. Por isso, está mobilizado o efetivo de 230 bombeiros militares de Ilhéus e Itabuna que mudou a escala de serviço e emprega até mesmo o pessoal dos setores administrativos.

O vice-prefeito Enderson Guinho (DEM) agradeceu a solidariedade da população itabunense que está mobilizada no socorro aos desalojados e desabrigados com a doação de roupas, calçados, lençóis e colchões. Mas ele destaca que neste momento a maior necessidade das pessoas é alimento.

Os donativos podem ser entregues na Secretaria de Esportes e Lazer, na Rua Casemiro Rego, entre os bairros Góes Calmon e Conceição, próximo à quadra de esportes da Praça Rio Cachoeira, e no Lactário Isolina Guimarães, em frente ao Centro de Cultura Adonias Filho.

Prefeito Augusto Castro decretou situação de emergência em Itabuna

PREFEITO DECRETA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), assinou o Decreto nº 14.767, hoje (25), declarando Situação de Emergência nas áreas do município afetadas por tempestade local/convectiva – chuvas intensas.

O decreto leva em consideração a média de 107 milímetros em 24 horas, iniciado na sexta-feira, passando de 301,84 mm mensal, o que vem causando consideráveis estragos e agravamento de diversas situações nas vias públicas e afeta diretamente a população.

Botijões são levados pela água do Rio Cachoeira
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Já são mais de 30 horas de fortes chuvas no sul e sudoeste da Bahia, com vários rios transbordando e inundando cidades quase que inteiras.  A situação é muito crítica em Itabuna, Pau Brasil, Itapé, Ibicaraí, Itapitanga, Uruçuca, Itajuípe, Coaraci, Pau Brasil, Mascote, Floresta Azul, Dário Meira, Ilhéus, Itororó, Ubaitaba e Itacaré.

Bombeiros resgatam ilhados na região do Atacadão

Em Itabuna, são mais de 300 famílias desabrigadas e o prefeito Augusto Castro decretou situação de emergência. A água do Cachoeira subiu mais de nove metros, atingiu a calçada da praça Rio Cachoeira e as calçadas nas avenidas Firmino Alves e Francisco Ribeiro Júnior.

A água do Rio Cachoeira alagou centenas de casas em vários bairros de Itabuna, Itapé e Ilhéus. Em Itabuna, uma distribuidora de gás de cozinha foi invadida pela água e centenas de botijões desceram rio abaixo.  A situação provocou uma correria de pessoas que se aproveitaram de triste situação. De acordo com a Defesa Civil, choveu quase 108 milímetros nas últimas horas em Itabuna.

Em Ilhéus, há centenas de pessoas desabrigadas pelas fortes chuvas que caem no sul da Bahia. A água do Cachoeira invadiu dezenas de casas nos bairros Salobrinho e Banco da Vitória. No bairro Pontal, em Ilhéus, a cena inusitada foram 14 peixes que apareceram no Aeroporto Jorge. A previsão são que as chuvas continuem castigando a cidade neste domingo (26).

Peixes invadiram pista no aeroporto de Ilhéus

Em Itapé, que teve várias ruas inundadas pela água do Rio Cachoeira,  a cena inusitada foram porcos fugindo de um chiqueiro. Os animais atravessaram a rua e conseguiram escapar. As chuvas deixaram mais de mil famílias desabrigadas no sul da Bahia.  A BR-415 segue interditada em dois trechos entre Ilhéus e Itabuna e outros dois trechos entre Itabuna e Ibicaraí.

Chuva deixa mais de 300 famílias desabrigadas em Itabuna, segundo a Semps
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As chuvas intensas das últimas 24h deixaram mais de 300 famílias desabrigadas em Itabuna, no sul da Bahia, segundo a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Semps). O maior número de desabrigados está concentrado nas áreas ribeirinhas do Rio Cachoeira, que corta o município, principalmente na Rua de Palha (Maria Matos) e Bananeira (Lomanto), até o final da manhã deste sábado (25).

O número de desabrigados foi contabilizado pela Semps até as 10h deste sábado de Natal. “As equipe estão mobilizadas, auxiliando as famílias dos bairros Nova Itabuna, Rua de Palha, e do Bananeira numa ação conjunta com a Defesa Civil do município”, diz a secretária de Promoção Social e Combate à Pobreza, Andrea Castro.

Uma central foi montada na Secretaria de Esporte e Lazer, na Rua CAsemiro Rego, 40, no Góes Calmon, próximo ao restaurante Daniel San, e no Lactário, próximo ao Centro de Cultura Adonias Filho, no Zildolândia, para receber doações.

“Estamos todos atentos, preocupados e unindo esforços para assistir à todos”, disse Andrea Castro. As famílias desabrigadas estão sendo encaminhadas para Escolas Municipais e Igrejas próximas das localidades atingidas. “Roupas, água, alimentos prontos, colchões, e cobertores estão sendo as necessidades mais urgentes no momento”.

PONTES INTERDITADAS

Devido ao aumento de volume de água e baronesa no Rio Cachoeira, a Superintendência de Serviços Públicos interditou o tráfego de veículos e de pessoas na Ponte Miguel Calmon (Marabá) e de transeuntes na Passarela da Ilha do Jegue. A Ponte Lacerda de acesso ao São Caetano também teve remoção, mas com interdição parcial, sentido São Caetano-Centro. A medida visou a segurança da população e facilitar a utilização de uma escavadeira hidráulica para a remoção das plantas aquáticas.

Centenas de famílias estão desabrigadas na Bahia
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Uma força-tarefa, formada pelo Governo Federal, Governo da Bahia, senadores, secretários estaduais e municipais, se reuniu neste sábado (25), para discutir ações de socorro às cidades baianas atingidas pelas fortes chuvas.

Durante a reunião, com a participação do governador Rui Costa e dos ministros João Roma (Cidadania), Rogério Marinho (Desenvolvimento), Marcelo Queiroga (Saúde),além do secretário Nacional de Defesa Civil Cel, Alexandre Lucas, foi montada uma operação conjunta de socorro aos municípios afetados pelas chuvas.

O presidente Jair Bolsonaro determinou ampliação de esforços para atendimento à população. “O momento é de solidariedade e trabalho. As diferenças políticas precisam ser deixadas de lado e todos precisam estar unidos para ajudar as vítimas das enchentes”, disse Rui Costa.

SOCORRO FEDERAL

O socorro do Governo Federal inclui combustível e aeronaves para auxiliar nos resgates. Uma base de apoio para facilitar as ações, instalada na cidade de Ilhéus, no sul do estado, terá o reforço de equipes da Polícia Militar da Bahia, do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, da Secretaria Nacional de Defesa Civil, Superintendência Estadual de Defesa Civil, e da Polícia Rodoviária Federal, que enviará aeronaves e agentes.

Duas escolas na cidade de Ilhéus serão usadas como pontos de apoio para a operação. Uma servirá de alojamento para os agentes envolvidos na força-tarefa e a outra será o quartel general das atividades. Equipes do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais e do Rio Grande do Norte estão a caminho de Ilhéus, também levando aeronaves e equipamentos para se juntar à operação.

No início da manhã, em outra reunião com secretários e técnicos do Estado, o governador Rui Costa já havia informado ter entrado em contato com governadores do Nordeste e de outras regiões para organizar a vinda do apoio necessário ao enfrentamento deste desafio de levar ajuda aos moradores das cidades alagadas. Os estados do Espírito Santo e Maranhão já indicaram que vão se unir aos esforços da Bahia e do Governo Federal.

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Os municípios da região Sul da Bahia estão enfrentando muitos prejuízos devido às fortes chuvas. Nesse sentido, a Amurc, através do presidente Marcone Amaral, está à disposição de todos os municípios afetados pelas chuvas para o atendimento urgente à população.

Marcone, que também é prefeito de Itajuípe, um dos municípios afetados pelas chuvas, conclama o apoio das autoridades a nível Estadual e Federal.

Lembrando que o alerta de chuvas continua para toda a região. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, a previsão é de muita chuva para as próximas horas.

Baronesas levam Emasa a suspender abastecimento de água
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O temporal que atinge o sul da Bahia afeta a captação de água nas estações da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa). O abastecimento de água em Itabuna está comprometido. A empresa está operando com apenas 40% de sua capacidade e alguns bairros vão sofrer interrupção no fornecimento de água nas próximas horas.

No início da tarde de sexta-feira (24), técnicos da Emasa iniciaram a substituição da motobomba da estação de Rio do Braço, em Ilhéus, em uma ação de manutenção preventiva. O trabalho se estendeu até as primeiras horas da madrugada de hoje (25). Por volta das 3h30min, houve a interrupção de energia elétrica na rede que abastece a estação.

Equipes da Emasa e Coelba tentam consertar rede e restabelecer fornecimento de água para Itabuna

De acordo com João Bittencourt, gerente técnico da Emasa, ao iniciar o funcionamento do novo motor a equipe foi surpreendida com a parada no fornecimento de energia. “As rajadas de ventos e as fortes chuvas podem ter contribuído para a paralisação no fornecimento de energia”, disse.

A Coelba foi acionada e técnicos da concessionária de energia elétrica estão atuando junto com a equipe da Emasa, realizando uma varredura na rede para localizar onde ocorreu o problema.

ESTAÇÃO DE NOVA FERRADAS

As chuvas também causaram problemas na estação de captação de Nova Ferradas, na zona oeste de Itabuna. Com a cheia do Rio Cachoeira, muitas baronesas (Eichornia crassipes) entupiram o sistema mecânico das bombas de sucção e a captação teve que ser suspensa.

Com isso, o abastecimento de água foi interrompido em bairros como Urbis IV, Ferradas, Nova Ferradas, Nova Esperança e São José, além dos condomínios Top Park, Jubiabá e Gabriela.

Na manhã deste sábado, operários da Emasa voltaram à estação de Nova Ferradas para tentar desobstruir o entupimento das bombas, mas, por questões de segurança, devido à forte correnteza e o aumento do nível do rio, o trabalho foi suspenso.

Governador anunciou base de apoio em Ilhéus, no sul da Bahia || Reprodução
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Uma base de apoio do governo baiano será instalada em Ilhéus para apoio aos municípios sul-baianos atingidos pela chuva. Segundo o governador Rui Costa, o objetivo da base é “otimizar esforços” para “ajudar as cidades que sofrem com fortes chuvas nas regiões sul, sudoeste e extremo-sul”.

De acordo com a Defesa Civil, 19 municípios das três regiões do estado estão sendo atingidas pelas chuvas que se intensificaram no final da tarde e noite de ontem (24), véspera de Natal. O governador reuniu secretários, Defesa Civil Estadual e Corpo de Bombeiros para as primeiras ações, principalmente a recuperação de serviços essenciais.

O governador também manteve contatos com prefeitos e pediu apoio a governadores que, a exemplo de Flávio Dino, do Maranhão, já ofereceram ajuda.

AUXÍLIO FEDERAL

Por telefone, o governador falou com o ministro da Cidadania, João Roma, que disponibilizou a estrutura do Governo Federal. O ministro e o governador voltam a se reunir, virtualmente, ao meio-dia deste sábado. Secretários estaduais e ministros devem participar da reunião com Rui Costa.

Confira matéria com relato dos impactos das fortes chuvas na véspera de Natal e madrugada de hoje (25).

Jair e Michel Bolsonaro durante o pronunciamento de Natal
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Se pudesse, Bolsonaro teria repetido aos brasileiros o que disse aos norte-americanos naquele jantar. “O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo”. No Natal de 2021, a frase soa ainda mais sincera e tenebrosa.

 

Thiago Dias

Difícil recordar ocasião em que Jair Bolsonaro tenha sido mais sincero do que naquela noite de março de 2019, início do seu governo, quando a embaixada brasileira em Washington ofereceu jantar a extremistas dos Estados Unidos. O trecho mais didático do discurso merece transcrição:

– O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa. Para depois nós começarmos a fazer. Que eu sirva para que, pelo menos, eu possa ser um ponto de inflexão, já estou muito feliz –.

Até aqui, Bolsonaro honra com mérito marcial a palavra-chave daquele discurso. Quem duvida da desconstrução a que submete o país? Importante deixar claro que estamos diante de um eufemismo: destruição é espécie de desconstrução.

Bolsonaro pode se orgulhar das obras da sua arquitetura da destruição, que alcançam as esferas pública e privada da vida brasileira, nas dimensões material – com a produção da morte em larga escala – e subjetiva, com a degradação dos espaços de consensualidade política. A superação das formas de subjetividade forjadas pelo temperamento belicoso exigirá tanto esforço e tempo quanto a recuperação econômica do país.

Esboço a hipótese de que o “ponto de inflexão” resultado do governo Bolsonaro, neste massacre contínuo de três anos, é o desvelamento das contradições inconciliáveis, que impossibilitam o diálogo e desativam o caráter mediador da palavra. Um bom exemplo para o que afirmo vem da editoria cotidiana. Na véspera do Natal de 2021, os sites dos grandes jornais brasileiros apresentavam receitas para viabilizar o convívio em família – ignorar Bolsonaro é único ingrediente que aparece em todas as fórmulas.

Se o presidente deve ser ignorado no jantar em família, a Presidência da República é assunto incontornável do debate público, e ele está lá, no moto-contínuo que paralisa os indignados pelo cansaço da tensão incessante.

A breve pausa do terror é o pronunciamento de Natal. Na tela, ele não faz esforço para fingir que não lê o teleprompter. Ao contrário, esforça-se para demonstrar que cumpre o protocolo de maneira desconfortável; para deixar claro que o palavreado caridoso e o terno não lhe caem bem, como se dissesse: “Alguém escreveu e mandou que eu lesse. Tirei apenas a frase de solidariedade aos enlutados da pandemia”.

Se pudesse, Bolsonaro teria repetido aos brasileiros o que disse aos norte-americanos naquele jantar. “O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo”. No Natal de 2021, a frase soa ainda mais sincera e tenebrosa.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

Riacho transbordou e alagou trecho da Ilhéus-Itabuna
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Moradores de, pelo menos, 15 municípios do sul da Bahia sofrem com as fortes chuvas que caem na região. Em Itabuna, há dezenas de desabrigados em bairros como Maria Matos (Rua de Palha), Ferradas e Nova Ferradas, e na Rua da Bananeira, no Lomanto. São famílias que moram às margens do Rio Cachoeira, que subiu quase seis metros e transbordou em vários trechos.

Riacho que corta os bairros Santa Inês, São Roque e Fátima na manhã deste sábado || Foto Ailton Silva/PIMENTA

Um riacho que corta os bairros Santa Inês, São Roque e Fátima também transbordou em vários trechos durante a madrugada, mas na manhã deste sábado (24) já havia baixado cerca de meio metro. A água invadiu alguns imóveis, mas não há registro de ocorrências mais graves. Itabuna tem mais de 40 áreas consideradas de risco.

Rio Cachoeira subiu quase seis metros e deixa dezenas de desabrigados em Itabuna

A chuva também interrompeu o tráfego de veículos na BR-415 (Ilhéus-Itabuna), trecho nas imediações da Ceplac, na manhã deste sábado. Um dos riachos que corta a rodovia transbordou e deixou ao menos 70 metros da pista coberta. Houve um enorme engarrafamento nos dois sentidos.

Rio Almada transbordou e invadiu casas em Coaraci e Itajuípe

A chuva fez estragos também em municípios como Coaraci, Camacan, Buerarema, Itaju do Colônia, Itororó, Itacaré, Almadina, Itajuípe, Itapitanga, Ibicaraí, Pau Brasil, Firmino Alves, Santa Luzia e Ilhéus. O rio Colônia, um dos afluentes do Cachoeira, transbordou durante a noite, invadindo casas e estabelecimentos comerciais de Itororó.

O dono de uma loja de eletrodomésticos perdeu máquinas de lavar roupas, fogões, geladeiras e sofás, dentre outros eletrodomésticos. Conseguiu salvar pouca coisa. Dezenas de famílias estão desabrigadas no município.

Água do Rio Cachoeira invade casas em Ferradas-Itabuna

SITUAÇÃO DRAMÁTICA EM ITAPITANGA

Há famílias desabrigadas em Coaraci, Firmino Alves, Ibicaraí, Buerarema, Itajuípe, Mascote, Pau Brasil, São José, Vitória e Itaju do Colônia. No sul da Bahia, a situação mais dramática é a de Itapitanga.

Centenas de imóveis residenciais e comerciais ficaram submersos com a elevação do nível das águas. O acesso ao município via Coaraci foi rompido. Os desabrigados foram levados para prédios públicos ou para casas de parentes.

PISTA INTERDITADA E CASAS ALAGADAS EM ILHÉUS

Além de desabrigados, as chuvas provocaram o desabamento de um barranco perto da ladeira da Taperoá, na BA-263, em Firmino Alves. A pista está interditada. Em Ilhéus, entre os bairros mais atingidos estão o Banco da Vitória e Salobrinho, com dezenas de casas quase cobertas pela água do Rio Cachoeira. Há dezenas de desabrigados.

Casas quase cobertas em Banco da Vitória

 

Segundo Tereza Paim, exigência de receita médica para vacina é descabida
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A secretária da Saúde da Bahia, Tereza Paim, informou nesta sexta-feira (24) que o estado não exigirá prescrição médica para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra covid-19. Endossada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a decisão contraria recomendação do Ministério da Saúde.

Para Tereza Paim, a recomendação do governo federal é descabida, pois a segurança da vacina da Pfizer foi atestada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Além disso, o imunizante já foi aplicado em mais de 7 milhões de crianças no mundo.

“Não podemos exigir que, neste momento, com tantos agravos da saúde, em meio a uma pandemia, a surtos de H3N2, enchentes em algumas regiões do Brasil, incluindo a nossa Bahia, crianças não possam ter acesso ao imunobiológico”, argumentou a secretária.

O governo federal, responsável pela compra das vacinas do Programa Nacional de Imunizações, ainda não adquiriu os imunizantes infantis, que têm formulação específica para o público de 5 a 11 anos. A Bahia tem 1,3 milhão de crianças nessa faixa etária.