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jsoledadeJuliana Soledade | jsoledade@uol.com.br

O governo não pode e não deve manter-se com a venda nos olhos. É necessário reacender a bandeira da esperança, para nós, itabunenses desacreditados com tantos desmandos.

Inúmeras irregularidades cercam o comércio informal, desde a utilização imprópria do espaço público, passando pela falta de procedência de diversos tipos de mercadorias, até as condições precárias de trabalho.

É comum perceber, por exemplo, a Avenida do Cinquentenário e suas transversais atravancadas, bem como as calçadas e vagas de carros ocupadas com o famoso ‘camelô’, sem limite de área. A propósito, a ocupação irregular é um transtorno que prejudica o pedestre, que por vezes precisa trafegar pelas vias, expondo-se ao risco de atropelamento; ou ainda, o acúmulo de pessoas, favorecendo a ação de marginais em furtos ou assaltos.

Não fossem suficientes os entraves, há que se perceber que os ambulantes formam uma barreira visual para as lojas instaladas ao longo do comércio, inibindo a visualização das vitrines e aniquilando a sedução do consumidor, gerando insatisfações no faturamento mensal.

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marco-lessa-festival-do-chocolateMarco Lessa

Quem diria…de cenário de romances como Gabriela, Cravo e Canela a um tenebroso cenário de filme de terror.

Desde que o gênero terror surgiu no cinema, existem zumbis, mortos-vivos, múmias e outras assombrações de mentirinha.
Como em muitos casos a vida imita a arte, estamos vivendo em Ilhéus, como noutras cidades brasileiras, iguais aos moradores de zumbilândia, ou melhor, zumbilhéus.

A concentração de jovens usuários de crack, maltrapilhos, imundos, mal cheirosos, violentos, bêbados, descontrolados, inconvenientes, lamentavelmente esquecidos pela sociedade, deve ser a maior do sul da Bahia.

Dormem pelas ruas, em portas de lojas, calçadas, roubam, furtam, assaltam a mão armada com facas e objetos cortantes, amedrontam e ameaçam moradores e turistas, afugentam clientes dos estabelecimentos.

Os nossos zumbis não morreram e ressuscitaram meia-boca.

São vítimas de um sistema também zumbi, que finge estar vivo, mas não ampara os que realmente precisam.

Há não muito tempo um dos zumbis, dos mais perigosos, apareceu morto. De vez, morto.

Provavelmente outros terão o mesmo destino, ou por conflitos entre eles na briga por espaço para ‘guardarem vagas e carros’, ou pela própria droga.

Ou de alguma outra forma impensável, mas não impossível.

zumbis articleAntes de sermos uma cidade turística, somos uma cidade de cidadãos e cidadãs trabalhadores e de bem.

Não é justo nos sujeitarmos e submetermos a ameaças desses pobres coitados, que apesar de pobres, coitados e doentes, não têm tal direito.

Chegou a hora do governo municipal tomar uma providência e construir programas para acabar com a zumbilândia de Ilhéus. E não apenas para o verão.

Os problemas herdados e causados já são muitos, mas não podemos ficar de braços cruzados.

Senão, aos poucos, estaremos num cenário de filme de terror: escuridão, lixo, buracos e medo de sair às ruas por conta dos marginais tradicionais e dos zumbis do crack.

Quem diria…de cenário de romances como Gabriela, Cravo e Canela a um tenebroso cenário de filme de terror.

Se não mudarmos logo esse enredo, reescrevermos essa história, não chegaremos a um final tão feliz.

E aê…tem uma moedinha aí, seo nacib?

Marco Lessa é publicitário, empresário e presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (Atil). Artigo postado originalmente no Facebook.

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sócratesSócrates Santana | soulsocrates@gmail.com

Enfrentar nomes improváveis como os prefeitos de Salvador ou de Feira de Santana, respectivamente, ACM Neto ou José Ronaldo, mais calejados como o ex-governador Paulo Souto ou até mesmo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, não é uma tarefa qualquer.

Nesta manhã nublada de quarta-feira (2), acompanhei a entrevista do secretário da Casa Civil da Bahia Rui Costa na Rádio Tudo FM, que perdeu muito com a saída do jornalista Evilásio Jr (registre-se). Após discorrer de maneira bastante segura sobre uma série de intervenções de infraestrutura do governador Jaques Wagner no estado, o preferido do Palácio de Ondina teceu comentários sobre a sucessão estadual de 2014.

Sendo um dos quatro pré-candidatos do PT, Rui Costa usou de analogias futebolísticas para rechaçar as críticas internas e externas ao seu nome. Primeiro, rechaçou quem usa da comum prática de publicar notas via imprensa de maneira anônima para emitir uma opinião. Depois, avaliou como natural quem prefere este ou aquele candidato. Comparou, porém, a opção pessoal de cada um ao clássico BAVI. Mas, a escolha deste ou daquele candidato não é uma questão de torcida. Se fosse assim, Flamengo e Corinthians venceriam todos os campeonatos nacionais. Mas não ganham.

A questão é quem está pronto para encabeçar uma disputa majoritária. Não é, simplesmente, quem possui mais densidade eleitoral, a exemplo dos torcedores da candidatura do senador Walter Pinheiro. Nem tão pouco, quem prefere um nome mais habituado às querelas municipais, a exemplo dos torcedores do ex-prefeito Luiz Caetano. Também não é uma questão de quem tem mais visibilidade nacional, como o ex-presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli de Azevedo, menos ainda uma questão tão pessoal como o chamego do governador pelo secretário da Casa Civil.

Numa disputa majoritária, todos sabem disso, o candidato é o principal comandante contra as nuvens movediças do ex-governador mineiro, Magalhães Pinto: “Política é como nuvem, muda de forma toda hora”. É quem vai enfrentar notícias – plantadas ou não – sobre o envolvimento de petistas ou aliados em episódios polêmicos, a exemplo de operações da Polícia Federal, contas rejeitas pelos tribunais de contas, envolvimento em grandes transações, a exemplo de Pasadena, greves, atraso de fornecedores e dos servidores, além de golpes baixos sobre a vida pessoal de cada um.

A superação de cada um desses embates também não é resolvida simplesmente com a disposição de cada um para enfrentar esses dilemas. Não basta ser convincente, como dizem os publicitários, é preciso parecer convincente. Enfrentar nomes improváveis como os prefeitos de Salvador ou de Feira de Santana, respectivamente, ACM Neto ou José Ronaldo, mais calejados como o ex-governador Paulo Souto ou até mesmo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, não é uma tarefa qualquer. Não basta decorar as principais realizações do governo, nem possuir o principal cabo eleitoral do país ou do estado ao lado.

Apesar de compreensível, a postura do secretário da Casa Civil de entregar nas mãos do governador a tarefa de articular a viabilidade de sua candidatura junto ao PT e aos demais membros da base aliada, tira dele o papel de protagonista de uma eleição suspensa pela fúria das manifestações de junho ainda em curso no país. Afinal de contas, o discurso da continuidade soa extremamente vago quando as pessoas querem tudo, menos o que está aí. E, quem fingir ou enterrar a cabeça debaixo da terra, pode assistir atônito a banda passar cantando sobre como as coisas da política não são resolvidas apenas com partidos e obras.

Sócrates Santana é jornalista e filiado ao Partido dos Trabalhadores.

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marco wense1Marco Wense

Faz-se necessária uma ação urgente, de uma urgência inadiável, em relação à criação de novas siglas partidárias com o nítido propósito da malandragem.

Pluralismo político, que é um princípio fundamental da República do Brasil, é diferente de pluralidade partidária, mesmo que um seja consequência do outro.

Poderia muito bem, sem nenhum desrespeito a Carta Magna, no tocante principalmente ao pluripartidarismo, criar regras mais rígidas para o surgimento de novas legendas.

Esse leilão de políticos é vergonhoso. Esse troca-troca de partidos é de uma promiscuidade inominável. O toma-lá-dá-cá é escancarado.

A própria legislação eleitoral incentiva a prostituição quando permite a filiação ao partido recém-criado sem perda de mandato. O instituto da fidelidade partidária é jogado na lata do lixo.

Com o ar da graça do Pros (Partido Republicano da Ordem Social) e do Solidariedade, do sindicalista Paulinho da Força Sindical, agora ex-PDT, são 32 siglas partidárias.

O Pros e o Solidariedade vão receber R$ 600 mil do fundo partidário, o mesmo valor repassado ao Partido da Causa Operária (PCO) em 2012.

Dos abarrotados cofres públicos, onde tem dinheiro meu, seu e de todos os brasileiros, já saíram para as legendas, via fundo partidário, R$ 2,36 bilhões.

O comandante do Pros é o desconhecido Eurípedes Júnior, ex-vereador de Planaltina de Goiás. Foi eleito pelo PSL, mudou para o PRP e terminou no PRTB.

A fila das siglas que coletam assinaturas para registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é enorme, assustadora e, em alguns casos, até hilariante. Segue relação abaixo.

O PLB (Partido Liberal Brasileiro), POP (Partido Ordem e Progresso), PRVP (Partido de Representação da Vontade Popular), PRD (Partido da Real Democracia), PCI (Partido da Construção Imperial), Novo (Partido Novo), Piratas (Partido Pirata do Brasil), o Liber (Libertários), PF (Partido Federalista) e o PSPB (Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada).

Ainda temos o Rede Sustentabilidade de Marina Silva e o Arena (Aliança Renovadora Nacional). Sem falar na briga pela sigla PMB, que pode ser Partido da Mulher Brasileira ou Partido do Militar Brasileiro.

Urgentíssimas providências devem ser tomadas para evitar a criação de partidos escancaradamente de aluguel, sob pena de uma bagunça generalizada e incontrolável.

Democracia sem disciplina, sem regras claras e punitivas, não é democracia. É simulacro.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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campus jorge amado ufesbaEditorial do Jornal Agora

O prefeito de Itabuna, Vane do Renascer, não é dado às sentenças morais, ficando distante, em tempo e intenções, do Marquês de Maricá. Adiante-se, com desculpas a quem já o sabe, tratar-se de Mariano José Pereira da Fonseca (1773-1848), político e escritor da fase imperial do Brasil. Mesmo assim, o dirigente itabunense saiu-se bem ao apontar, no ritual de criação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), a sexta-feira (20) como “data histórica”. A UFSB, disse o prefeito, é “uma das mais importantes conquistas de Itabuna e região”. É bom saber que ele conhece a exata dimensão desse projeto.

Observando-se o comportamento da chamada sociedade organizada, atinge-se o sentimento de que,até agora, certos setores, sempre atentos na pregação contra o governo federal,não se aperceberam do significado da nova academia. Nem se considere exagero admitir(isto é visível nas diversas mídias regionais) a existência de grande torcida contra o projeto. A não concretização da UFSB seria, nesta perspectiva negativa, motivo para festejo de mais um fracasso da atual administração, mais uma promessa não cumprida etc. E como 2014 é ano de eleição, a palavra de ordem do momento é “quanto pior, melhor”.

Na semana passada, uma equipe de educadores, liderada pelo reitor Naomar de Almeida Filho, esteve entre nós, durante três dias, para estabelecer planejamento de trabalho e, prioritariamente, redigir a Carta de Fundação da nova Escola. Tal grupo de mestres e doutores, em outro local e circunstâncias, seria recebido com tapete vermelho. Para tanto, precisaríamos entender que esses “desbravadores”,portadores de nova proposta de política educacional, estão para nós como o iluminismo esteve para as trevas do século XVIII. São agentes da mudança, semeadores de ideias, arautos da esperança dos jovens.

Ao reconhecer na instalação da Universidade uma marcante “data histórica”, o prefeito Vane do Renascer externou, consciente ou inconscientemente, o que vai no imaginário daqueles que colocam o desenvolvimento regional acima das questiúnculas ideológicas. A UFSB é o farol no fim do túnel.

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Professora Maria EfigêniaMaria Efigênia Oliveira | ambiente_educar@hotmail.com

Estas confusões estão atrapalhando o processo ensino/aprendizagem e a aquisição da verdadeira autonomia do indivíduo que, por sua vez, confunde Independência e liberdade com licenciosidade, o que é muito perigoso.

Quem assina contra o projeto do deputado Bacelar (veja aqui), passa distante de imaginar o que é uma sala de aula. A situação é, no mínimo, surreal. De tal forma que quando nos ausentamos do ambiente, esquecemos o constrangimento pelo qual passa o docente interditado de exercer seu trabalho pelos constantes ruídos praticados pelos próprios destinatários.

A meninada hoje em dia, a maioria, tem experiências de adultos sem estar psicologicamente preparada para tal. Pelo celular recebem mensagens totalmente adversas ao que se passa no ambiente reservado ao desenvolvimento de atividades cognitivas. Essas experiências também conferem ao educando a falsa ideia de poder desautorizar o trabalho do professor, que para ele em nada contribui para suas preferências.

O celular será muito útil ao trabalho pedagógico quando todos possuírem maturidade e aparelhos com dispositivos adequados para o compartilhamento de atividades que o professor recomendar, de forma que todos interajam com objetivo comum.

Muita gente que recomenda o uso do celular livremente em sala de aula confunde habilidade da meninada em utilizá-lo para ouvir ruídos sonoros, passar e receber mensagens, fotografar e jogar na rede, inclusive sem a mínima responsabilidade com o conteúdo, tampouco respeito pelos colegas e professores.

Já virou moda alunos utilizarem fotos nas redes sociais para a prática do bullying com a intenção de denegrir e depreciar alguém que imaginam estar no caminho deles – inclusive professores que pedem licença para passar a aula com bom aproveitamento.

Isso demonstra a falta de competência para fazer uso das TIs (Tecnologias de Informação), uma vez que o ambiente escolar é destinado para vivenciar saberes que não se vivenciam em casa, pois professor (a) não dá aula de Português, Matemática ou outras disciplinas nas reuniões de família, portanto, o tempo que se passa na escola tem que ser bem utilizado.

O grande público precisa aderir urgentemente aos ideais de formação de nossos jovens, pois sem isso estamos formando gerações sem limites em casa e na escola, porque na rua e nas “tribos” ninguém suporta a arrogância e a ditadura que praticam na escola, pessoas que julgam a vida pelos próprios critérios, haja vista a insuportabilidade que provoca a matança dos jovens por eles próprios.

É interessante compreender o que significa habilidade e o que significa competência. A primeira pode ser a prática sem o devido critério e está relacionada à informação pura e simples; a segunda está relacionada ao fazer criterioso, tem a ver com conhecimento, o que, aliás, a maioria confunde e descarta, apenas por achar que já sabe o que viu aleatoriamente.

Estas confusões estão atrapalhando o processo ensino/aprendizagem e a aquisição da verdadeira autonomia do indivíduo que, por sua vez, confunde Independência e liberdade com licenciosidade, o que é muito perigoso.

Este é um dos fatores que dão origem à violência escolar, motivo pelo qual, o pelo vereador Júnior Brandão reservou a próxima terça-feira, 17/09, às 19 horas, para tratar do problema e encontrar soluções junto aos pais, professores e autoridades competentes que já foram devidamente convidadas para o evento na Câmara Municipal de Itabuna.

Vale lembrar que o momento não é para tratar de abusos da escola, mas para cuidar das feridas de nossa sociedade, para cuidar da autonomia de nossa numerosa prole atingida pelo que se supõe progresso. Se não apelarmos para nossa responsabilidade de “educar a criança, estaremos punindo o homem”, que é nada menos que uma enorme exclusão e injustiça social.

Maria Efigênia Oliveira é educadora.

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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

Nem passava pela cabeça deles perder tudo o que fizeram ao longo dos anos para bandidos travestidos de índios, com o beneplácito governamental. Mas é a vida!

A guerra civil está perto de nós que nem notamos. Ou fazemos questão de não notar. O sentimento de sofrimento e a apreensão por que passa a população dos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema não tem chegado aos conterrâneos vizinhos, que assistem, de camarote, a maior ação de banditismo já praticada no Sul da Bahia. Essas invasões e agressões praticadas por pseudos índios aos produtores rurais fariam corar os coronéis do cacau e seus jagunços, transformando-os em anjos de candura e bondade.

A crescente desmoralização do Estado nos traz a necessidade iminente de uma reflexão sobre tão importante tema na vida da sociedade moderna. Gerido por pessoas, o Estado, como uma instituição, deve estar acima do interesse de grupos ou partidos políticos, sob pena de ingressamos no poço sem fundo da anarquia. Mas, infelizmente, esse cuidado não tem sido objeto de preocupação do governo atual, ao contrário, é instado a servir como ferramenta para a consecução dos seus interesses.

Por uma questão de economicidade e de “não chover no molhado”, como diz o ditado popular, não entraremos no mérito de questões várias da apropriação de valores e materiais do patrimônio do Estado, como sobejamente vêm sendo divulgado na mídia. Isto porque já se encontram sob a tutela policial (investigação), Ministério Público (denúncia) e do judiciário (julgamento), como é o caso do Mensalão e de outros casos.

Aqui trataremos, apenas da atrocidade que vem sendo cometida pelos que estão à frente das instituições basilares responsáveis pela sustentação de qualquer país democrático: Executivo, Legislativo e Judiciário. No caso em questão, os agentes do Executivo cometem erros históricos, mascarando situações, elaboram relatórios mentirosos, transformando regiões produtivas em reservas indígenas, para quem não possui referência Tupinambá. Um simples exame de DNA comprovaria. E o Legislativo não está nem aí, sob os olhares complacentes do Judiciário. Uma farsa!

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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

 

Se os fazendeiros estão desarmados – até por imposição do Estado –, os falsos indígenas se encontram “armados até os dentes”, portando armas de grosso calibre, desfilando de forma acintosa à sociedade e com a cumplicidade das autoridades.

 

O estado democrático de direito é um conceito que designa qualquer Estado que garante o respeito das liberdades civis, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. Em um estado de direito, as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito das regras aprovadas.

No Brasil de hoje vivemos num sistema em que os direitos somente são respeitados para uma casta “amiga do rei, ou rainha”, apesar da insurgência de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar o conhecido mensalão. O país está sendo transformado num imenso “sindicato” e a população vive ao “Deus dará”, a exemplo do que acontece em Buerarema, que vive uma verdadeira guerra civil.

Embora vivamos em épocas distintas, os ensinamento do jurista Ruy Barbosa parecem atuais. E esse grande baiano ensinava: “a República é o governo dos homens sujeitos à lei, debaixo de uma responsabilidade inevitável, por seus atos”. Porém, o que vemos é a violação das responsabilidades e valores dos princípios republicanos. É o que acontece em Buerarema, quando o Estado tutela pseudo-índios, que se organizam em quadrilhas para assaltar e tomar as terras de quem trabalha e produz.

Não se trata de questão social, das perversidades cometidas pelo capitalismo, pois os espoliados são micro e pequenos produtores rurais, instalados em suas “buraras” por períodos centenários. E os fizeram de forma mansa, pacífica, legal. Ali trabalharam com dignidade, formaram suas famílias, criaram seus filhos, pagaram impostos e contribuíram para transformar o Brasil num país democrático e desenvolvido.

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Ricardo Noblat | Blog do Noblat 

Sem tolices, por favor. Queriam o quê? Que precisando contratar médicos para fixar no interior do país o governo não o fizesse só por que os nossos têm outros planos? Ou então que contratasse estrangeiros, mas não cubanos por que eles vivem sob uma ditadura?

Com quantas ditaduras o Brasil mantém relações? Sabe em que governo o Brasil reatou relações diplomáticas com Cuba? No do conservador José Sarney. Pois não é?

Desembarcaram por aqui no último fim de semana os 400 médicos cubanos que aceitaram trabalhar durante três anos nos 701 municípios rejeitados por brasileiros e estrangeiros em geral inscritos no programa “Mais Médicos”.

São municípios que exibem os piores índices de desenvolvimento humano do país, 84% deles situados no Norte e no Nordeste. Os nossos médicos brancos e de olhos azuis não topam servir onde mais precisam deles.

Médicos brancos e de olhos azuis… (Olha o racismo aí, gente!) O que eles querem mesmo é conforto, um consultório para chamar de seu e bastante dinheiro. Igarapés? Mosquitos? Casas de pau a pique? Internet lenta? Medicina, em parte, como uma espécie de sacerdócio? Argh!

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Karoline VitalKaroline Vital | karolinevital@gmail.com

O Teatro Popular de Ilhéus, que sempre se preocupou em levar ações para a periferia ilheense e a zona rural, consegue alçar voos mais longos.

A força do Teatro Popular de Ilhéus (TPI) vai além da plasticidade dos seus espetáculos. É um grupo que resiste bravamente às intempéries econômicas, políticas e sociais. O primeiro espetáculo do grupo criado por Équio Reis em 1995 (a data exata ninguém se lembra com exatidão) colocou à prova os artistas sociais. Apresentando A estória engraçada e singela de Fuscão – o quase capão – e o cabo eleitoral, o elenco precisou fugir da “plateia” enfurecida, no bairro Teotônio Vilela.

A primeira peça do grupo era encenada na rua, entre os transeuntes desavisados que estavam em meio ao palco. O enredo era baseado no drama de um homem passando mal que não recebia atendimento porque um puxa-saco de político queria promover seu candidato. O “público” enfurecido reagiu à situação esdrúxula dando uma carreira nos atores, atirando pedras e concedendo predicados impublicáveis. A provocação do espetáculo surtiu efeito, já que o povo demonstrou saber como reagir às injustiças.

Desde então, é impossível assistir aos espetáculos do Teatro Popular de Ilhéus e não sentir a pulsação da essência do grupo em cada cena: a arte como instrumento de transformação social. Mas é assistir de verdade, saboreando com os sentidos cada fala, movimento, música, luz, etc. A valorização da cultura popular, o discurso crítico que coloca o povo como protagonista, a provocação sobre as posturas da comunidade, o sonho de um mundo mais justo. Esses são os temperos básicos de cada montagem, independente da idade do público.

O Teatro Popular de Ilhéus é formado por uma turma que carrega ideais acima de vaidades. No TPI, não há espaço para estrelas ou vedetes e, com modéstia, todos trabalham para promover o conteúdo das montagens. Capitaneados com a ousadia de Romualdo Lisboa, desde o falecimento de Équio em 2001, seguem remando contra a maré do entretenimento vazio, da alienação ideológica e desvalorização das riquezas da nossa terra, da falta de apoio financeiro.

É incrível ver como o Teatro Popular de Ilhéus, mesmo com recursos limitados, mantém o único espaço cultural da região com programação regular não só de espetáculos, mas que oferece cursos e oficinas artísticas. Um grupo do interior da Bahia que possui cinco peças em seu repertório atual e mais de 20 produções em seu currículo, todas escritas, produzidas e executadas com alta qualidade técnica. Cada montagem é uma gestação e um parto, embasada em pesquisas científicas, apoio técnico de acadêmicos, preparação de corpo e voz com profissionais, além de muita inventividade.

Mesmo primando pela excelência, nem sempre o TPI conta com a atenção do público local ou de agentes financiadores que desejem investir em um produto cultural tão vivo e instigante. Os apoios financeiros dos governos Estadual e Federal garantem a estrutura básica para execução das ações. Através dos editais, conseguem financiar algumas atividades, escrevendo e submetendo mais de 20 projetos por ano. Porém, a falta de visão e interesse da iniciativa privada não permite a ampliação dos projetos planejados para beneficiar toda uma região, agregando diferentes grupos, artistas, linguagens e fortalecendo a nossa identidade cultural.

O Teatro Popular de Ilhéus, que sempre se preocupou em levar ações para a periferia ilheense e a zona rural, consegue alçar voos mais longos. Já pousou em outras cidades do interior baiano e até do sertão de Alagoas e deixou sua marca nos palcos de grandes capitais como Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Mas, ao invés de despertar vaidade pelos aplausos e reconhecimento nacional, o amadurecimento reforçou o sentimento de responsabilidade sociocultural com sua terra mãe.

Eu sou muito feliz por fazer parte de um grupo que não carrega um discurso individualista. Em cada pequena revolução que promove, o Teatro Popular de Ilhéus lança sementes de ideias por um mundo melhor. E isso me enche de orgulho.

Karoline Vital é jornalista e coordenadora de Comunicação do Teatro Popular de Ilhéus.

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Manu BerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

Particularmente não acredito no fim da corrupção com a condenação dos réus do mensalão, mas carrego comigo a certeza de que a luz do fim do túnel da impunidade foi ele quem acendeu. Abre o olho, ministro!

Não precisa estar morando em Brasília para sentir que estão tentando transformar o processo do mensalão, que poderia ser um marco na moralização da política nacional, numa enorme pizza mal cheirosa e indigesta. Tudo começou quando o revisor do caso, Ricardo Lewandowski, comentou que Joaquim Barbosa estava atrasando a entrega do seu relatório.  O ministro revidou afirmando que os autos estavam disponíveis eletronicamente na base do Supremo Tribunal Federal, alegando inclusive que se estavam ignorando-o era por preguiça ou vontade de que prescrevesse, garantindo a vitória e absolvição da corja.

É preciso ressaltar que estamos falando de algo assustador: além do montante roubado descaradamente dos cofres públicos, são 40 acusados e mais de 650 testemunhas elencados em mais de 49 mil páginas. Embora delicadeza não faça mesmo parte da sua conduta pessoal e profissional, o prazo para o julgamento fez com que Joaquim Barbosa fosse grosseiro com o também ministro Lewandowski, pedindo que não se excedesse nas falas. Era o que faltava para que se instalasse um caos na alta Corte da justiça do país.

Acusam Joaquim Barbosa de debochado, soberbo e autoritário. O jornalista Ricardo Noblat, reconhecido nacionalmente, chegou a escrever em artigo bombástico que falta a ele “conhecimento de assuntos de direito”, afirmando que grandes juristas da primeira linha do país atestam essa opinião. “Quem o Ministro Joaquim Barbosa pensa que é?” questionou para, em seguida, afirmar que o mesmo fora indicado pelo então presidente Lula por ser negro, e que seria politicamente correto para o partido agir assim à época.

Acontece que é aí que mora o X da questão: o desempenho dele desagrada ao PT. Como deve ao partido sua nomeação para o STF, esperavam que atuasse de forma errônea e não fizesse essa devassa na vida de grandes nomes da política nacional. Tornou-se um anjo preto para o povo brasileiro porque teve a coragem de enfrentar a maior roubalheira já vista por aqui. Agora, como era de se esperar, querem puxar o seu tapete.

Particularmente não acredito no fim da corrupção com a condenação dos réus do mensalão, mas carrego comigo a certeza de que a luz do fim do túnel da impunidade foi ele quem acendeu. Abre o olho, ministro!

Manuela Berbert é publicitária, jornalista e colunista do Diário Bahia.

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ricardo artigosRicardo Ribeiro | ricardo_rb10@hotmail.com

 

O governo precisa melhorar, e muito, mas não se furta ao diálogo com a sociedade. Um contato que os opositores mais destacados têm dificuldade para estabelecer, ainda mais quando demonstram torcer pelo pior cenário, sobretudo na área econômica, para dar a volta por cima.

 

Eis que a presidenta Dilma Rousseff, após período de tormenta, começa a enxergar a bonança. Não o céu de brigadeiro que tinha antes do navio encontrar-se perto de adernar, mas já lhe é possível ter perspectivas otimistas.

Em junho, com as ruas no meio do fogaréu, a governanta despencou de quase 60% de aprovação para 30%, o menor índice de seu mandato. Já os números de agosto apontam recuperação, chegando a 36% os que veem o governo como bom ou ótimo. Vá lá que não seja uma coisa nem outra, mas muito provavelmente o brasileiro tem se perguntado sobre quais seriam as alternativas.

Refém de uma base parlamentar venal e traiçoeira, Dilma viu rapidamente sua queda nas pesquisas se transformar em inferno político. Os apoios já não estariam assegurados pelos partidos que se aperfeiçoaram em sobreviver na aba do mandatário de plantão, não importa quem seja. Com a presidenta cambaleante, iniciaram-se as tramoias e conchavos, com direito a piscadelas para a oposição.

As inclinações dos oportunistas era alimentada pelas sombrias projeções para o cenário econômico, antevendo-se inflação galopante, crescimento do desemprego, “Pibinho”, fuga de investimentos e um 2014 de penúria. Ou seja, chance de reeleição próxima de zero.

O Brasil que foi para as ruas viu a cambada de políticos que se mexeu com a astúcia de sempre, manjadíssima, tentando se locupletar dos protestos. Gente sem vergonha, que já mandou e principalmente desmandou no país, posando de indignada, como se tivesse acabado de chegar de outro planeta com a solução para todos os nossos problemas. Até poderia funcionar, mas só se viessem em outro corpo, mudassem a identidade e a filiação partidária, além de apagar todos os registros biográficos.

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marco wense1Marco Wense

Todas as pesquisas eleitorais visando o Palácio de Ondina, encomendadas pelos dois lados, oposição e situação, apontam ACM Neto em uma posição privilegiada.

E mais: a diferença de Neto para a turma do governo, sob a batuta do governador Jaques Wagner, é considerável. Outro detalhe é que Paulo Souto e Geddel, segundo e terceiro colocados, são oposicionistas.

A fila segue com Lídice da Mata, Wálter Pinheiro, Otto Alencar, Rui Costa e Marcelo Nilo, respectivamente na quarta e oitava colocações. Todos da base de apoio ao governo estadual.

O engraçado no traiçoeiro e movediço jogo sucessório, quase sempre marcado por desconfianças recíprocas, fica por conta da senadora Lídice da Mata.

A ilustre parlamentar, que é presidente estadual do PSB e líder da legenda no Senado, quer o apoio do governador Jaques Wagner independente do cenário nacional.

“Se Eduardo Campos for candidato não impede que o governo me tenha como candidata”, diz a senadora. Campos é governador de Pernambuco e presidenciável pelo PSB.

Pois é. Lídice quer um palanque diferenciado, sem a presença de Dilma, que busca a reeleição, e de Lula. Quer se fortalecer com o apoio de Wagner para pedir votos para Eduardo Campos.

Lídice também criticou a articulação política do governo Dilma: “Ninguém imaginava Cézar Borges como ministro e Otto Alencar como vice de Wagner. O PT se misturou”.

Se o saudoso Gonzaguinha estivesse vivo, diria que o governador Jaques Wagner não tem “cara de panaca” e “jeito de babaca”.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

Além de disponibilizar formação geral capaz de expandir horizontes intelectuais, a UFSBA permitirá que estudantes sul baianos alcancem e frequentem uma universidade de alto nível sem saírem de suas cidades.

Na semana em que as chaves do Campus Jorge Amado da Universidade Federal do Sul da Bahia foram entregues ao seu Reitor é conveniente que reflitamos a respeito do quão importante é a chegada de uma Universidade desse porte à nossa região. Não é preciso conhecer profundamente a dinâmica acadêmica para obter noção das revoluções que ocorrerão em breve em terras sul baianas. E, em se tratando de revolução, talvez a questão mais chamativa da Universidade que chega são os Colégios Universitários (CUNI).

Embora ainda causem curiosidade devido ao seu caráter de inovação, os CUNIs não se constituem em novidade no mundo. Nos Estados Unidos, há mais de um século formam jovens através dos Junior Colleges. No Canadá, Collèges D’Enseignement Général ET Professionnel (CEGEP) oferecem um ciclo inicial que dá acesso às universidades públicas desde os anos 60. Na Venezuela mais de mil Aldeas Universitárias funcionam em mais de 300 municípios.

Nascidos no Brasil a partir da idealização do educador baiano Anísio Teixeira, os Colégios Universitários constituíram-se na base da reforma universitária da UNE nos anos 60 e foram fortemente debatidos em diversas reuniões à época.

Em 1962, na reunião de Belo Horizonte, foi documentado o seguinte: “O Colégio Universitário atenderia aos anseios da massa na medida em que, obedecendo a rigoroso planejamento, procurará dar ao aluno que nele ingresse uma visão geral das profissões, dentro de uma perspectiva mundial e brasileira, permitindo uma escolha consciente, voltada para a comunidade e não para si mesmo.” Mais adequado aos anseios do mundo contemporâneo, impossível. Contudo, daí por diante veio o golpe militar que derrubou os esforços de avanços sociais e políticos da educação brasileira.

A década de 2000 trouxe novamente à tona os CUNIs. O regime de ciclos de formação passar a ser efetivamente disponibilizado. Em 2007, a UFABC implanta Bacharelado Interdisciplinar (BI) em Ciência & Tecnologia. No ano seguinte, a UFBA faz o mesmo em todas as áreas de formação. Em 2014, a UFSBA recebe seus primeiros alunos dos BIs. A grande revolução que o Sul da Bahia experimentará é que a etapa de formação geral dos BIs da UFSBA poderá ser feita nos Colégios Universitários.

Os CUNIs serão implantados em municípios da região que contem com mais de 20.000 habitantes e situados a mais de 30 km do campus de referência (Itabuna, Porto Seguro ou Teixeira de Freitas). A entrada dos alunos na formação geral será através do ENEM, contudo sem utilizar o SISU. As vagas serão exclusivas para estudantes residentes no município, que tenham cursado todo o ensino médio em escolas públicas.

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Allah-GóesAllah Góes | allah.goes@hotmail.com

 

Ou o pretendente se dispõe a gastar mais de Um Milhão de Reais, ou dificilmente obterá sucesso, o que contribui para que o agora eleito e empossado deputado acredite que não deve qualquer satisfação de seu mandato ao povo que o elegeu, pois comprou, e pagou, por sua vaga.

 

Após esta avalanche de protestos contra o “aumento da passagem de ônibus”, mas que na verdade foi contra os políticos, a corrupção, os gastos públicos etc., ficou claro que o principal responsável por quase todas as mazelas de nosso país é este anacrônico sistema político que temos e que permite ao povo somente participar do processo como espectador, quase nunca como ator.

Nosso sistema político-administrativo, além de falho, também é corrupto. Não que seja novo o sistema do “toma lá, da cá”, ou o do subfaturamento oficial dos gastos nas campanhas políticas, ou aquele do regime de “ajuda e financiamento desinteressado” dos empresários, praticas que são utilizadas desde os primórdios da “nova república”, vide a forma como surgiu a Frente Liberal, hoje DEM, após “negociações desinteressadas” de parte do PDS com o PMDB.

Neste sistema, ganha a eleição (e passa a ser o nosso representante), aquele que tem o melhor bolso, raramente o que tem a melhor proposta, pois para se entrar numa disputa, a exemplo de uma vaga na Assembleia Legislativa, ou o pretendente se dispõe a gastar mais de Um Milhão de Reais, ou dificilmente obterá sucesso, o que contribui para que o agora eleito e empossado deputado acredite que não deve qualquer satisfação de seu mandato ao povo que o elegeu, pois comprou, e pagou, por sua vaga.

Esta era a regra que valia, a do “comprou, levou”. Observem que disse “valia”, pois o “grito das ruas”, que continua ecoando (vide as últimas manifestações ocorridas esta semana no Rio de Janeiro), tem trazido preocupação aos ditos “deputados gafanhotos” (aqueles que mudam o local onde são eleitos à cada eleição, não tendo nenhum vinculo com os seus eleitores), pois começou-se a discutir prazos para a implementação da reforma política.

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