Secretário Marcos Japu faz balanço do Festival Sabores de Itacaré e revela novidades do verão 2024
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O secretário municipal de Cultura e Turismo, Marcos Souza (Japu), avalia de forma positiva a décima edição do Festival Gastronômico Sabores de Itacaré, que teve seu ponto alto de 30 de novembro a 2 de dezembro, mas segue até o próximo dia 20 nos bares e restaurantes da cidade. Pela primeira vez, o evento tem a curadoria do Instituto Capim Santo.

Nesta entrevista ao PIMENTA, o secretário assegura a continuidade da parceria nas próximas edições do Festival e apresenta um balanço da atual. Também revela resultados obtidos pela cidade após a investida na última exposição da Associação Brasileira de Agências de Viagens, Abav Expo 2023, em novembro, no Rio de Janeiro. Entre as novidades, o destaque para Itacaré na matéria de capa da revista de bordo das aeronaves da Azul Linhas Aéreas, em janeiro de 2024. Leia. 

PIMENTA – Como a Secretaria de Turismo e Cultura avalia a décima edição do Festival Sabores de Itacaré?
Marcos ‘Japu’ Souza – A avaliação é super positiva. O evento foi um sucesso: gastronomia em alto padrão, cultura popular, agricultura familiar e música. Estamos muito satisfeitos. Ainda faremos uma checklist de pontos positivos e negativos. Já planejando o próximo evento, vamos observar os detalhes que faltaram para corrigir no futuro.

Quais foram as iniciativas tocadas pelo Instituto Capim Santo na curadoria do evento?

O Instituto organizou o tema e os convidados para palestras e aulas shows. Selecionou pesquisadores, chefs, bartenders e educadores da área de gastronomia para trazer os conceitos de origens, ancestralidade, família e essências baianas, com respeito às tradições locais. A equipe também alinhou os pratos apresentados dentro do tema, com os ingredientes locais e regionais.

Festival teve curadoria do Instituto Capim Santo

O Instituto continua à frente da curadoria nas próximas edições?

Com certeza. Queremos ampliar a parceria, juntando o Capim Santo, o Barco Itacarezinho e a Prefeitura de Itacaré. A ideia é criar um programa de TV, com a comunidade ribeirinha do Rio de Contas, chefs de cozinha da cidade e convidados. Nesse formato piloto, queremos uma troca de experiências. Os visitantes vão cozinhar para a comunidade e vice-versa. Tudo com itens da agricultura familiar e pescados regionais.

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O impacto para a nossa gastronomia é grande e reflete na economia da cidade.

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É possível fazer um balanço dos impactos do Festival para a cultura gastronômica da cidade ao longo desses dez anos?

O impacto para a nossa gastronomia é grande e reflete na economia da cidade. Outro ponto muito positivo foi a presença das manifestações culturais, com a nossa tradicional puxada da Praça das Mangueiras até a Praça São Miguel, evolvendo o circuito Pituba-Passarela-Orla. Neste ano, a gente conseguiu inserir estandes de comida de rua no Festival, com o mesmo padrão dos grandes estabelecimentos. São empreendedores que trabalham duro nas ruas da cidade. Nada mais justo do que incluir e prestigiar empreendedores, que trabalham duro e um dia vão conquistar seus estabelecimentos.

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“O trade tem papel fundamental, assim como a comunidade. Essa relação nos traz a certeza de que o caminho está bem pavimentado”.

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Qual é o nível de integração do trade, comunidade e das outras secretarias municipais com o evento?

O trade tem papel fundamental, assim como a comunidade. Essa relação nos traz a certeza de que o caminho está bem pavimentado. Falamos do trade, mas também do comerciante e empresário local, que, mesmo não estando dentro do evento, forneceram itens para o consumo e produção de tudo que foi exposto. O agricultor familiar, a cadeia produtiva do cacau, artesãos, charcutarias etc. O Festival envolveu todas as secretarias, mas destaco o apoio total do prefeito Antônio de Anízio e o trabalho da equipe da Setur: Marcelinho, Patrícia, Erasmo, Gabriela, Kikiu, Dudu, Ronara e Miguel.

Banda Filhos de Jorge se apresenta no Festival Sabores de Itacaré

Itacaré fez grande ofensiva de divulgação na Abav Expo 2023, no Rio. A cidade já colhe frutos desse trabalho?

A cidade já colhe um hortifruti inteiro. Depois da Abav, mantivemos um fluxo satisfatório, com lotação acima do esperado na maioria dos feriados. O empresário Luís Paulo, do Restaurante Casa de Taipa, nos apresentou balanço das suas vendas, com os melhores resultados em 15 anos. Diversos hotéis e cabanas de praia sinalizam no mesmo sentido. No Road Show com a Azul Viagens, percorremos cinco cidades em três estados. Apresentamos Itacaré para cerca de 500 operadoras. Trouxemos o jornalismo da Azul Viagens, e Itacaré vai ser a capa da edição de janeiro da revista de bordo de todas as suas aeronaves. Neste mês, a CVC chega com um Fantour em Itacaré. Sem dúvida, nossa presença na Abav abriu muitos caminhos.

Osba traz Drummond em Concerto para o sul da Bahia || Foto Divulgação
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A Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) desembarca no sul do estado, no próximo final de semana, para duas apresentações do espetáculo Drummond em Concerto, que mistura a poesia de Carlos Drummond de Andrade com músicas inspiradas em obras do poeta mineiro do século 20. A Catedral São Sebastião, no Centro Histórico de Ilhéus, recebe o primeiro encontro, neste sábado (9), às 18h, com entrada gratuita.

A Osba leva o Concerto para Itabuna no domingo (10), às 17h, no Centro de Cultura Adonias Filho. Neste caso, o ingresso será trocado por um quilo de alimento não perecível no local, uma hora antes da apresentação.

A regência dos concertos será do maestro Carlos Prazeres, com o barítono carioca Inácio de Nonno como solista. Confira, abaixo, o vídeo promocional de Drummond em Concerto.

Luiz Caldas e Saulo fazem show no Teatro L'Occitane, em Trancoso
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O projeto Beem Trancoso estreia em grande estilo, no dia 3 janeiro de 2024, com o show Luiz Caldas & Saulo. Os dois ícones do Axé Music se apresentam a partir das 20h, no Teatro L’Occitane, em Trancoso, distrito de Porto Seguro, no extremo-sul da Bahia. As estrelas da noite levarão ao palco um espetáculo de voz e violão, num encontro afinado e primoroso de gerações.

Resultado de parceria da Carambola Produções com a Manu Berbert Produções, o Beem Trancoso vai proporcionar arte e entretenimento, unindo sempre experiências únicas e especiais a grandes nomes da cultura. Com Luiz Caldas & Saulo, o projeto nasce com um formato intimista para canções que marcaram época no Carnaval de Salvador.

Ali, cada um no seu banquinho, o que se descortina é um desfile de grandes clássicos e também músicas recentes, num repertório capaz de disparar uma memória afetiva musical que faz da sequência das canções uma sucessão de boas surpresas, suspiros e aplausos. Para completar, o cenário deslumbrante de Trancoso e a belíssima arquitetura do Teatro L’Occitane, que dão um show à parte.

O Teatro L’Occitane encravado no alto de Trancoso || Foto Divulgação

REPERTÓRIO

No repertório, hinos de Luiz Caldas, que ganham ainda mais força interpretados pelo vozeirão do próprio criador, como “Magia”, “É Tão Bom”, “Ajayô”, “Acordes Verdes” e “Flor Cigana”. Do baú de composições de Saulo – que se define como músico louco, baiano, lúdico e que acredita, sobretudo, no amor –, entram a adorada e aplaudida “Raiz de Todo Bem” e também “Sol em Festa”, “Anjo”, “Leve-me ao mar” e “Floresça”, sempre cantadas em coro nos seus shows.

Do legado inventivo de outros compositores, foram escolhidas músicas que entram no espetáculo como homenagens e tesouros eleitos pela dupla. São pérolas como “Mimar Você” (Alain Tavares e Gilson Babilônia para a Timbalada); “Zanzibar” (Cor do Som); “Esquadros” (Adriana Calcanhotto); “Lua dos Amantes” (Moraes Moreira e Pepeu Gomes); “Cara a Cara” (Caetano Veloso), entre outras, num total de 19 títulos.

INSPIRAÇÃO

Uma delas, “Frenesi”, inspirou o espetáculo, que estreou em Salvador, há pouco mais de um ano. A canção é de Ademar Furtacor, compositor e tecladista baiano que, nos anos de 1980, se destacou ao som dessa e de outras canções autorais.

O músico está afastado dos palcos desde 2010 por motivos de saúde e revelou sua dificuldade em custear os exames do seu tratamento, no ano passado. Foi quando Luiz Caldas e Saulo se uniram para fazer um show beneficente em prol da sua saúde. Assim nasceu “Frenesi pra Ademar: Luiz Caldas & Saulo”. De tão aplaudido, o espetáculo agora percorre outros palcos do Brasil.

Os ingressos estão à venda no site e aplicativo da Bilheteria Digital e na recepção do DaGraça Hotel, em Trancoso. A Poltrona VIP custa R$ 380 (inteira)  e R$ 200 (meia). Já a Poltrona Livre sai por R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia). A classificação indicativa é de 14 anos.

Padre Fábio de Melo se apresenta em Itabuna no próximo dia 27
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O Padre Fábio de Melo é atração confirmada para a segunda edição do Celebra Itabuna, conforme anúncio feito pela Prefeitura nesta sexta-feira (1º). Expoente da música religiosa no Brasil, ele se apresenta na noite de 27 de dezembro. Neste ano, o evento será integrado ao Natal de Luzes e Sonhos, na Praça Olinto Leoni.

Nascido em Formiga, Minas Gerais, o Padre se consagrou com os sucessos “Tudo É do Pai”, “Deus Está Aqui”, “Viver Pra Mim É Cristo” e “Eu e o Tempo”. A Prefeitura já havia anunciado a cantora e compositora Aline Barros como atração do evento. O show da estrela da música gospel será no dia 28 de dezembro, na segunda noite do Celebra Itabuna 2023 (veja mais aqui).

Para o presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), Aldo Rebouças, o Celebra Itabuna já se consolida como indutor do turismo religioso e uma marca na celebração do Natal.

Já o prefeito Augusto Castro (PSD) afirmou que a população de Itabuna merece um show grandioso, com muita fé e emoção. Estamos trabalhando e pensando em todos os detalhes para que tudo saia da altura que nosso povo merece”, assegurou o mandatário.

Flisba começa nesta sexta-feira (1º) || Foto Divulgação
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Criado em formato virtual em 2020, durante a pandemia, o Festival Literário Sul-Bahia só teve sua primeira edição presencial no ano passado, em Ilhéus. Agora, ele chega a Itabuna pela primeira vez. O quarto Flisba começa amanhã (1º), às 13h30min, e segue até a noite de sábado (2), no Centro de Cultura Adonias Filho.

A música vai dar o tom da abertura do evento, com apresentação do flautista Saulo Lyrio. Na sequência, o professor e escritor Ramayana Vargens apresenta o tema deste ano, Tecituras Literárias: reconstrução e liberdade. O Teatro de Sombras  será às 14h30min, seguido pelo Sofá Poético, com Rafael Gama, Ramayana, Natali Fernandes e Indy Ribeiro.

Programação segue até sábado, no Centro de Cultura

A música volta ao palco ainda na sexta, às 16h30min, sob o comando da Orquestra Opus. Na reta final do primeiro dia, os visitantes também poderão participar de rodas de conversa sobre literatura infantil, a obra de Euclides Neto e sustentabilidade. Tudo isso antes do Sarau Flisbático, que terá participação de Dan Gomes, Sandro Sussuarana e Coletivo Alvorecer.

No sábado, das 9h às 11h, a atriz Elaine Belavista conduz oficina de teatro para crianças e adolescentes e exercícios de criação cênica para jovens e adultos. Já escritora Elisa Oliveira dará um workshop sobre plano de carreira para escritores.

O Festival é promovido por artistas da região e tem o apoio do Governo da Bahia, das academias de letras de Ilhéus, Itabuna, Canavieiras e Grapiúna e do Centro Público de Economia Solidária (Cesol). Confira, abaixo, a programação completa.

Leia Mais

Evento com Marcelo Veras será em plataforma online
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O Foro Psicanalítico do Sul da Bahia promove, nesta sexta-feira (1º), às 18h, um encontro online com o psicanalista, professor e médico Marcelo Veras. Aberta ao público, a atividade marcará o encerramento do programa de estudos do coletivo em 2023. As inscrições devem ser feitas neste link.

“Como um psicanalista à altura do seu tempo, Marcelo Veras vem nos falar não só da clínica em sentido estrito, no consultório, mas também dessa inserção da psicanálise nas questões do mundo contemporâneo, as guerras, as redes sociais, o suicídio e outros temas”, antecipa ao PIMENTA a psicanalista e professora Conceição Vita, integrante do Foro.

Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, Marcelo Veras é mestre em Psicanálise (Universite de Paris VIII) e doutor em Psicologia (UFRJ). Leciona psicanálise em pós-graduações da UFBA, PUC Paraná e Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública. É dos principais formuladores da orientação lacaniana na contemporaneidade.

Também coordena o Programa de Saúde Mental e Bem-Estar da UFBA (PsiU) e publicou os livros A loucura em nós; Selfie, logo existo; Ruídos e silêncios da vida confinada; e A morte em si: psicanálise e suicídio. Mais informações podem ser obtidas no Instagram do Foro (foropsicanaliticodosuldabahia).

O Berimbau recupera histórias do tempo d´O Troféu Galeota de Ouro", sucesso em Canes
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Já está disponível no site da Amazon mais um livro de autoria de Walmir Rosário, O Berimbau, Valhacouto de Boêmios – como a Confraria d’O Berimbau criou e manteve por anos o Troféu Galeota de Ouro. Inicialmente, o livro foi editado no formato e-book e pode ser consultado pelos leitores e apreciadores deste tipo de obra por meio do link https://bit.ly/47fFSAi no site da Amazon.

No entender do autor, pelo mundo afora pode se verificar, in loco, ou simplesmente por ouvir dizer, que cada um dos botecos tem sua especificidade. É como se fosse um DNA, com as diferenças um do outro, o que agrega tipos diferentes de frequentadores. Com isso não quero dizer que um boêmio não possa frequentar vários botecos, pois pode se identificar com os colegas de mesa e copo de vários deles.

Mas o que Walmir Rosário quer dizer é que O Berimbau, em Canavieiras, é diferente, melhor dizendo, sui generis, por arrebanhar uma “fauna” bastante parecida nos hábitos da boemia, apreciadores dos mesmos gostos, sabores e comportamentos. Muitos que chegaram depois se ajustaram e passaram a ser mais um deles, sem tirar nem pôr, como diz o ditado popular.

Walmir: o livro mostra fatos e histórias d´O Berimbau, criação, símbolos, bebidas e tira-gostos

Mais que um simples boteco, essa plêiade de boêmios fundaram uma confraria com o pomposo nome de Confraria d’O Berimbau. Como todo o boteco que se preza, o Berimbau sempre foi marcado por sua simplicidade, do jeitão de Neném de Argemiro, o líder de um poderoso e heterogêneo grupo, que se igualavam assim que adentravam o ambiente. Não sei se pelo nível do bate-papo, das cachaças com folhas, dos tira-gostos. O livro tem a apresentação de Raimundo Tedesco, um dos fundadores da Confraria d’O Berimbau e do Troféu Galeota de Ouro.

Em cada mudança de sede, os frequentadores seguiam fielmente Neném de Argemiro, e não era apenas pelo som do trompete tocado por Neném. Também eram marca da confraria o sino, com diferentes toques para recepcionar os recém-chegados: longo e intermitente para os mais chegados; mais ou menos para os toleráveis; e um toque breve, este como um aviso que não era da turma.

Outra marca de O Berimbau, que se perpetuou foi o(a) mal(a)assado(a), servido aos confrades aos primeiros sábados de cada mês. Os sábados seguintes eram destinados à gastronomia de sustança, levadas pelos confrades. Mocofato, viúvas de ovinos e caprinos, rabada bovina, sobe-e-desce, galináceos nas mais diversas feituras e até churrascos assados na hora pelos próprios confrades.

Todos os pratos eram antecedidos de tira-gostos dos mais exóticos, como marias-moles, pipocas doces e salgadas e coisas do gênero, levadas por Tyrone Perrucho, um dos fundadores da Confraria d’O Berimbau e do Troféu Galeota de Ouro, junto com os confrades Messias, Turrão, Tolé, Tedesco, Juca Seara, Zé do Gás, e tantos outros, incluindo, aí, Neném de Argemiro.

E a criação do Troféu Galeota de Ouro se deu principalmente por dois motivos: O primeiro, exclusivamente festivo, no qual sobressaíssem atos de euforia, causados pelo excesso de bebidas, desregramento e libertinagem; o segundo, para continuar ao lado de Neném de Argemiro, dono do boteco e personagem inspirador. O evento era realizado no primeiro domingo de dezembro, abrindo o verão canavieirense.

Com o passar dos anos, o Troféu Galeota de Ouro foi acabado pelos confrades, após rusgas entre alguns derivadas da política partidária. Se o evento foi extinto, a confraria continuou mais forte que nunca. Tempos depois, Neném de Argemiro resolve dar adeus aos confrades e se muda para o oriente eterno, decretando, também, a morte da Confraria d’O Berimbau.

Anos se passaram até que Tyrone Perrucho consegue convencer Zé do Gás, genro de Neném de Argemiro e fundador da confraria, para que promovesse a ressurreição d’O Berimbau e a famosa Confraria. E em 13 de dezembro de 2014 eis que O Berimbau abre sua porta aos confrades ainda nesta terra, a outros que desprezaram o hábito da bebida e a novos iniciados.

Seis anos se passaram com a realização das assembleias de sábado da Confraria d’O Berimbau, com comes e bebes regando os animados bate-papo dos confrades, como nos velhos tempos. Mas como diz a sabedoria popular que tudo que é bom dura pouco, chega entre nós a pandemia da Covid-19 e muda os hábitos da população, incluída, aí, os confrades, que até hoje se encontram sem um abrigo da qualidade d’O Berimbau.

O Autor sugere que passem os olhos nas crônicas sobre os usos e costumes dos membros da Confraria d’O Berimbau, pois, quem, sabe, você poderá se identificar como um deles. Confira na leitura se o seu DNA não é o mesmo desses boêmios que tiveram O Berimbau como valhacouto.

Além de “O Berimbau, Valhacouto de Boêmios”, a Amazon disponibiliza outros livros de Walmir Rosário no formato e-book, a exemplo de Os grandes craques que vi jogar; Crônicas de Boteco; e Como Sobreviver à Pandemia.

Zé Lezin retorna a Itabuna em show para celebrar 40 anos de carreira
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Boas risadas garantidas com o novo show de humor de Zé Lezin, neste domingo (26), em Itabuna. A apresentação será às 19H, na Terceira Via Hall. O show é uma celebração aos 40 anos de estrada de um dos maiores nomes do humorismo brasileiro.

O novo show é seleção de histórias e causos hilários de quatro décadas de sucesso por todo o país. Ele reeditou piadas consagradas em 40 anos de recorde de bilheteria. Não tem mistério no que faço. “Na verdade, é porque faço com amor, com um carinho enorme pelas pessoas que acompanham minha carreira desde o início e pelos novos fãs do matuto”.

INGRESSOS

Os ingressos podem ser adquiridos pela internet, por meio do site da Simpla (clique aqui) ou na loja da Seven Multimarcas, no Shopping Jequitibá. Outra opção para compra de ingresso é na bilheteria do evento.

O ingresso custa R$ 70,00 (inteira), mas quem desejar comprar casadinha vai desembolsar apenas R$ 100,00 por dois ingressos. A organização do show de humor informa que estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes (inscritos no CAD Único) podem pagar meia.

SERVIÇO
Zé Lezin – Novo Show! 40 Anos de Humor
Quando: 26 de novembro (domingo), às 19h
Onde: Terceira Via Hall
Valor: R$70,00 (inteira) e R$35,00 (meia) | R$100 (Casadinha)
Classificação: 14 anos
Realização: Manu Berbert Produções e Carambola Produções

Atualização às 18h – Na tarde deste domingo (26), a produção informou o adiamento do show de Zé Lezin devido a questões de logística do humorista. Uma nova data da apresentação será anunciada. Quem adquiriu ingresso e deseja o estorno, deve entrar em contato com a plataforma, caso tenha sido adquirido pelo Sympla, ou no ponto de venda.

Ize Duque apresenta Memória, seu primeiro álbum solo
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Show de lançamento será neste sábado (25), às 19h, no Centro de Cultura Adonias Filho

A música tem papel destacado no cotidiano das igrejas evangélicas, pois é veículo de coesão social, louvor a Deus e educação. Essa tríade é  evidente, por exemplo, entre os batistas, que mantêm a tradição de iniciar as crianças na música ainda na primeira infância. Foi assim com a cantora e compositora Ize Duque. Ela começou a cantar nas atividades da Igreja Batista de Ubaitaba, no sul da Bahia, onde cresceu.

“Aos seis anos, eu já tinha uma rotina de ensaios, com a responsabilidade de me apresentar em eventos religiosos, calendarizados. Costumo dizer que fui me formando uma cantora mirim, muito influenciada pela minha mãe e pela minha avó”, disse a cantora ao PIMENTA, por telefone.

A avó materna de Ize, Janice, gravou um disco autoral de músicas evangélicas em 1984. “Quais mulheres da região tiveram essa oportunidade?”, se pergunta Ize. Segundo ela, o feito de Janice foi viabilizado por uma construção coletiva da comunidade evangélica de Ubaitaba. Além de compositora e cantora, Janice tornou-se referência do ensino de música na cidade. Nancy, mãe de Ize, seguiu os mesmos passos. Autodidata, toca vários instrumentos e foi regente do coral da Igreja.

Para Ize, a tradição familiar demonstra que seu vínculo com a música tem dimensão ancestral. “A música é o nosso grande legado. Tem tudo a ver com minha história essa questão de honrar a ancestralidade, porque a minha família é de origem preta, de poucos bens. Costumo dizer que o grande bem que minha avó e minha mãe me legaram é a música”.

MEMÓRIA

Radicada em Itabuna há mais de 15 anos, Ize divide o palco e a vida com o marido, o guitarrista Jonnie Walker. Eles compõem juntos desde a banda Pastilhas, que formaram com o baterista Juliano Chucri e o baixista Diego Pereira. A banda deu um tempo, mas Ize e Jonnie continuaram compondo. Com o amadurecimento dos últimos dez anos, Ize decidiu registrar oito composições desse percurso em Memória, seu primeiro álbum solo.

Segundo a artista, é uma obra identificada com a cultura do sul da Bahia e, ao mesmo tempo, inserida no mundo globalizado. “Nosso som tem rock, blues, mas também estão ali os instrumentos de matriz africana. O agogô, o tambor, o chocalho, a rabeca estão presentes no som para localizar a gente”.

SERVIÇO

O show de lançamento de Memória será hoje (25), às 19h, no Centro de Cultura Adonias Filho, no Centro de Itabuna. O ingresso custa R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada). É possível comprar pela internet ou na bilheteria do evento.

Na compra, há a opção de incluir o livro encarte do álbum junto com o ingresso, com preço promocional. Fruto de parceria da diretora de arte Mariana Carvalho com o fotógrafo Pabulo Soares, ele traz as letras e cifras das canções.  Confira tudo aqui.  este link traz o álbum em diferentes plataformas digitais. Basta escolher a preferida e apertar play.

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Várias atrações abrem a segunda edição do Blues Jazz Festival Serra Grande nesta sexta-feira (24). O bucólico balneário a menos de uma hora de Ilhéus, no sul da Bahia, vai reunir músicos da cena instrumental e ofertará oficinas e ações de cuidados ambientais em programação que dura até o próximo domingo (26).

Durante os três dias do festival, que abrange uma fusão de estilos, o público terá a oportunidade de apreciar o trabalho de músicos locais e de outras regiões da Bahia, apresentando tanto criações autorais quanto releituras de clássicos.

O evento também contará com oficinas ministradas por profissionais experientes, proporcionando uma
chance para diversos públicos aprimorarem novas habilidades, como dança, musicalização infantil, criação de instrumentos com materiais reciclados e participação em cortejos culturais.

Na sua grade, estão nomes como Geleia Solar, banda base da JAM no MAM, do Solar do Unhão, o grupo Saravá Jazz Bahia, fundamentado no jazz e que contempla elementos da cultura afro-brasileira, o guitarrista e compositor Mou Brasil, que lançou em 2013 seu álbum Farol, listado entre os melhores discos brasileiros, Os Skanibais,
primeira banda de Ska da Bahia, big band de músicos instrumentistas criada em 2013, ambos de Salvador.

Além destes nomes, o contrabaixista Stephan Kurmann, um dos mais conhecidos músicos da Suíça, parte integrante do cenário do jazz na Europa, o guitarrista mineiro Eugênio Aramuni, além da mescla com músicos locais, como
Javali Blues Band, Choro das lobas, Família Caribé e Putorkestra, entre outros. O evento tem apoio da Prefeitura de Uruçuca.

PROGRAMAÇÃO

SEXTA-FEIRA (24)
MANHÃ
10h: Instrumento reciclável, Palazini Oda: Floresta Viva
10h: Juntos contra o monstro do lixo, Juan Ambientalista: Quiosque do Arapyaú

TARDE
17h: Abertura Praça Alimentação
18h: Mistério do canto das baleias na Serra

NOITE
DJ – Bruno Vita
19h: Institucional | Homenagem Matuto
20h: Geleia Solar
21h30: Performance fogo
22h: Eugênio Aramuni | Stephan Kurmann | Ricardo Matos
23h30: Saravá Jazz Bahia

SÁBADO (25)

MANHÃ
10h: Trame nas Astes, Angolinha: Quiosque do Arapyaú
10h: Introdução ao Blues, Bô Bernardi: Casa Azul

TARDE
15h: Tecendo e trançando arte – turbantes, Nina Vieira: Casa Azul
15h: Vivência de pandeiro, Ju Maracá: Quiosque Arapyaú
16h: Técnica vocal, canto coral, Nara Matarelli: Quiosque Arapyaú
16h: Cantoterapia, Lucas Moreira: Casa Azul
17h: Abertura Praça Alimentação (DJ)

NOITE
20h: Mou Brasil
21h30: Zambiapunga
22h: Skanibais
23h30: Apresentação tecido: Ivana Nistico | Guadalupe Tampone
00h: Javali Blues Band

DOMINGO (26)

TARDE
17h: Abertura Praça Alimentação

NOITE
Orixafricano DJ Set
18h: Choro das lobas
19h: Família Caribé
20h: Putorkestra++

Banda norte-americana se apresenta nesta sexta-feira (24) no Festival
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A segunda edição do Festival de Reggae de Itacaré começa nesta sexta (24) e segue até sábado (25), na Praça São Miguel, com shows abertos ao público a partir das 21h. A banda Groundation, atração mais esperada do evento, fará a terceira apresentação da primeira noite de festa, depois de Mussutaíba e Jeremias Gomes. Após o show do grupo norte-americano, a Bruta Raça assume o palco.

A Orquestra de Reggae de Cachoeira abre a programação de sábado, na companhia de um convidado mais que especial, Sine Calmon. A segunda noite ainda terá os shows de Rogério D’Lucca, Nengo Vieira e Ethiopia Federation.

Ordem dos shows nas duas noites do Festival

Criado em 2022, pela Prefeitura de Itacaré, o Festival tem curadoria da produtora Putzzgrillo e faz parte do calendário anual de eventos do paraíso sul-baiano, explica o secretário municipal de Cultura e Turismo, Marcus Japu, em entrevista ao PIMENTA.

CASA CHEIA

A Praça São Miguel e seu entorno comportam oito mil pessoas, estima o secretário. São esperadas mais de 15 mil pessoas em cada noite do Festival, considerando também o movimento na Orla, Pituba e Passarela da Vila. “Nós temos seis mil leitos de hotéis, pousadas e hostels lotados”, comemora.

Nesse momento, Itacaré tem seis hotéis em construção, segundo Japu. Além disso, a Secretaria de Cultura e Turismo iniciou o levantamento das habitações alugadas por meio de aplicativos como o Airbnb, mercado em franca expansão na cidade.

Vinícius Briglia fala sobre plano da Setur para remake de Renascer
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A Prefeitura de Ilhéus pretende usar as redes sociais para ampliar a visibilidade que o remake da novela Renascer, da TV Globo, dará aos atrativos do município. “Nosso maior divulgador vai ser a televisão, que vai transmitir tudo, diariamente, em rede nacional, mas a gente também vai explorar isso”, disse ao PIMENTA o superintendente municipal de Turismo, Vinícius Briglia.

A novela estreia em janeiro de 2024, na faixa das 21h. Segundo Vinícius, as filmagens em Ilhéus duraram 20 dias e tiveram apoio da Secretaria Municipal de Cultura. As gravações passaram por cenários icônicos de Ilhéus, como o Centro Histórico, mas também por lugares menos conhecidos do grande público, a exemplo do Rio do Engenho.

A ideia é reforçar a exposição dos destinos turísticos na internet. “‘A novela veio filmar aqui, venha conhecer’. “Gostou da cidade? Venha conhecer”, exemplificou o superintendente, sugerindo o tipo de mensagem poderá ser disseminada na campanha.

A gestão ilheense negocia com a Globo um lançamento da novela, aberto ao público, no Centro Histórico, antecipou Vinícius Brigla ao PIMENTA. Se a proposta for adiante, a cerimônia deverá ter a presença de atores do elenco.

ILHÉUS GANHA MAIS 30 CAPÍTULOS EM REDE NACIONAL

Sucesso de 1993, o roteiro original de Renascer foi escrito pelo dramaturgo e novelista Benedito Ruy Barbosa. A versão adaptada da obra, que deve ir ao ar na segunda quinzena de janeiro próximo, é de Bruno Luperi, neto de Benedito. Marcos Palmeira, Humberto Carrão, Juliana Paes e Vladmir Brichta fazem parte do elenco do remake.

Mesmo antes da estreia, a Globo decidiu aumentar o número de capítulos da novela de 167 para 197. A expectativa da emissora é estender o enredo até setembro. Serão cinco semanas a mais para Ilhéus em rede nacional, na comparação com o primeiro roteiro.

Mulheres no ato do Dia da Consciência Negra, no Rio de Janeiro || Foto ABr
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Que a força guerreira de Zumbi dos Palmares esteja presente e nos ajude nesta luta, hoje e sempre!

 

 

 

 

 

 

 

Julio Cezar de Oliveira Gomes

Hoje, data em que ocorreu o assassinato de Zumbi dos Palmares durante a defesa do maior quilombo que existiu no Brasil, celebramos o Dia Nacional da Consciência Negra, uma merecida e necessária homenagem que busca enaltecer a luta pela vida e liberdade da população negra e escravizada, luta protagonizada heroicamente por ela mesma.

Atualmente, a data é feriado em seis estados brasileiros: São Paulo, Alagoas, Amazonas, Amapá, Mato Grosso e Rio de Janeiro. Estranhamente, no estado da Bahia, tão importante para a cultura e sobrevivência das populações de origem africana no Brasil, ainda não houve o reconhecimento institucional da extrema importância que esta data tem, reconhecendo-lhe a condição de feriado estadual.

Mas o que concretiza, hoje, a luta pela liberdade, consciência e dignidade da população afrodescendente no Brasil?

Ao lado de todas as belíssimas e indispensáveis manifestações culturais que marcam a data e, aqui na Bahia, o Novembro Negro; além de todas as festas, eventos e painéis expondo a importância e o significado de Zumbi como protagonista do seu povo, faz-se necessárias políticas públicas e ações cotidianas capazes de erguer aqueles que ainda são a maioria dos que passam necessidades, dos que não têm acesso aos serviços públicos, daqueles que recebem as piores remunerações realizando os mais árduos trabalhos e que lotam as prisões, as favelas, as filas da indigência: a população afrodescendente.

Precisamos, para a superação das desigualdades históricas e estruturais da sociedade brasileira, da continuidade de políticas públicas como o Bolsa Família e do acesso ao ensino superior, via Prouni e Fies. Precisamos do fortalecimento dos direitos trabalhistas e previdenciários. Precisamos da afirmação dos direitos das mulheres e das redes de proteção a elas, pois são as não brancas as mais agredidas e mais assassinadas; precisamos de políticas específicas, de cotas para pretos no serviço público e nas instituições e instâncias representativas de nosso Brasil, entre outras ações relevantes.

Mas, precisamos também que cada jovem, cada mulher, cada pessoa afrodescendente se arme do espírito de luta de Zumbi e faça com ainda mais sangue no olho, fé e esperança a parte que lhe cabe: que os jovens estudem de verdade, aproveitando ao máximo as oportunidades que a escolarização e a instrução proporcionam; que as mulheres se valorizem, não se permitindo a relacionamentos que degradam sua dignidade; que todos se afastem da droga e do crime, que apesar do prazer momentâneo e do dinheiro que, respectivamente, proporcionam, terminam invariavelmente com a doença, a exclusão brutal e a morte prematura, em um verdadeiro show de horrores.

Ao mesmo tempo que devemos denunciar todos os tipos de violência a que a população negra está submetida e cobrar das autoridades e do governo que façam a sua parte, é indispensável que cada pessoa do povo afrodescendente e mestiço, nas variadas cores que encontramos na população brasileira, faça a sua parte: estude, trabalhe, conduza-se com responsabilidade, com dignidade e fique longe do crime, das drogas, de todos excessos que embriagam e matam, destruindo vidas, famílias e nações. Que a força guerreira de Zumbi dos Palmares esteja presente e nos ajude nesta luta, hoje e sempre!

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc.

Ilhéus terá últimas apresentações neste sábado (18)
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Com tema “Cabaré Afro Latino Caribenho”, o último Cabaré Makutb deste ano tem, neste sábado (18), performances e dinâmicas inspiradas nessas culturas, mas sem deixar de lado toda a brasilidade e, claro, muita baianidade. As apresentações começam às 20h30min na sede do Grupo Teatro/Circo Maktub, no bairro Nossa Senhora da Vitória, zona sul de Ilhéus. A classificação indicativa é 18 anos e as entradas serão na modalidade Pague Quanto Quiser a partir de R$ 10.

Desde outubro de 2022, o Cabaré Maktub já passeou por várias temáticas, homenageando os anos 70 e 80, Forró Fogo no Cabaré e também pelo Folclore Brasileiro. Além das Drags do Maktub, Palhaços do Maktub e As Madallenas, cada noite conta com convidados de diferentes lugares do mundo.

Dentre os convidados estão o muralista chileno Cláudio Edworld, palhaço Franco Shanahan, Belly Dancer Aishagaby, cantor e dançarino Prince Macauley, cantora Jennifer Marx e dançarina sul-mato-grossense Angela Mendes. Para a sétima e última edição do ano, estão confirmados dois novos nomes: Washington Badé e Will Sabetudo.

De acordo com os organizadores, cada edição é um encontro para celebrar linguagens artísticas em performances e interações com público. As noites festivas são embaladas pela Drag DJ Sindel Blade, ícone das baladas regionais. Uma das motivações é colocar em prática convenções da linguagem Cabaré, estilo de espetáculo que dialoga com várias áreas artísticas e a experimentação de números para apresentações posteriores, conforme afirma os diretores do Cabaré Maktub.

O sétimo Cabaré Maktub vem brincadeiras que são sucesso em todas as edições, além de novidades, como Banheira da Gaga e Camisa Molhada. “Todas e todos estão convidados a se divertirem com a gente. Para isso, recomendamos o uso de roupa de banho”, explica o diretor artístico Fábio Nascimento, que dá vida à dona da festa, Madame Brigitte Gioconda.  Além das apresentações, haverá a venda de comidas e bebidas no local.

Wilfredo analisa primeiro álbum solo de Ricô
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Quando a letra de Missa do Rosário dos Pretos acaba, um saxofone entra em cena. Durante a execução dessa parte da música no show de pré-lançamento do álbum C’est la Vida, em Ilhéus, Ricô puxou um coro, e a plateia o acompanhou. Nesse momento, olhou para um amigo que assistia a tudo diante do palco, o professor e músico Wilfredo Lessa. A troca de olhares sinalizava que eles já esperavam a resposta do público ao ouvir a canção pela primeira vez. Para se ter ideia do nível de interlocução que mantêm, numa entrevista ao PIMENTA, Ricô chamou Wilfredo de guru.

Agora, com o disco disponível em todas as plataformas digitais, o site recorreu ao guru para discutir aspectos do primeiro álbum solo de Ricô, que é baixista da banda OQuadro e forma o duo Ziminino com Rafa Dias (RDD).

“Se você ouvir Fogos de Artifício para o Precipício à Vista, primeira composição de Ricô para OQuadro, os elementos que vão gerar esse atual momento dele já estão ali”, inicia Wilfredo Lessa. Para ele, com essa estreia, a banda expandiu sua linguagem musical a partir de um contraponto construtivo. “Tanto que a música virou um hino, todo mundo canta, os fãs d’OQuadro adoram”.

No seu amadurecimento, continua Wilfredo, Ricô traz a influência do trip hop inglês em diálogo com a música popular brasileira. “É uma onda mais ligada à MPB, mas também voltada para a modernidade, para Massive Attack, Portishead, Everything but the Girl, bandas que influenciaram a gente nos anos 90, 2000”.

Também ressalta a importância do contato especial que Ricô estabeleceu com a obra de Marcelo Yuka (1965-2019), com quem trabalhou no projeto F.U.R.T.O, criado pelo músico carioca após deixar O Rappa.

– Ele gravou os baixos do último disco de Yuka. É o nosso amigo que foi mais próximo a ele, quando morava no Rio. É muito significativo, porque, se você pensar n’O Rappa com Yuka compositor, as temáticas do disco de Ricardo também estão ali: um sentimento antissistema, de busca por justiça, integração com a negritude, com a nossa vontade diaspórica de poder, de ascensão, de mostrar que é possível. E um confronto com a violência, quando ele diz: “Só peço que não me mate, brother”.

ATABAQUES NO COMBATE

O álbum C’est la Vida manifesta uma espiritualidade que não fecha os olhos para “as questões de fogo” do Brasil e do mundo, aponta Wilfredo. “É um amadurecimento de uma geração que está buscando paz espiritual, mas não deixa de entender a vida social como luta, como um lugar de batalha, de combate contra a opressão”.

Para ilustrar seu raciocínio, o professor de inglês recorreu à expressão “atabaques no combate”, da música Intermitência, de Ziminimo. Segundo ele, essa é uma boa síntese de um movimento de espiritualização, de busca do autoconhecimento, que não se desconecta dos conflitos em marcha na sociedade.

Com rara habilidade para encadear referências sem perder o fio da meada, Wilfredo Lessa fez uma leitura psicossocial do show de pré-lançamento citado anteriormente. “Foi uma celebração. Para minha geração, pessoal dos anos 90, foi mágico, porque a gente sonhou ouvir Massive Attack, Portishead, com aquele tipo de sonoridade eletrônica e, ao mesmo tempo, visceralmente física, numa música que tivesse um valor espiritual”.

O som de Ricô, segundo Wilfredo, materializa o que, de alguma forma, já estava sendo concebido em meados dos anos 90, quando a cena ilheense ganhava bandas como Ruanda e, depois, OQuadro. Por isso, afirma, C’est la Vida é obra de coroação geracional.

“É a realização de um sonho da minha geração inteira, que alguém tivesse a capacidade de fazer aquele som e, claro, ter respaldo melódico, harmônio e de letra para dizer as coisas que a gente sente, para trazer essa angústia para fora. Uma das coisas mais importantes do trabalho de Ricardo é a maneira como ele lida com a angústia da pós-modernidade, com a maneira como nós estamos perdidos emocional e mentalmente dentro desse mundo de múltiplas escolhas”.

VOLTA AO BRASIL

Ricô mora na França com a família. Ele antecipou ao PIMENTA que desembarca em Ilhéus no dia 20 de novembro. Na volta ao País, o primeiro show confirmado será com Ziminino, no dia 5 de dezembro, no Rio de Janeiro. Para mais informações sobre a agenda, confira no Instagram (rico_thebass). O álbum C’est Vida pode ser ouvido em qualquer plataforma, a exemplo do canal do artista no YouTube.