Fábio Lago, Jorginho Nascimento, neto de seu Oreco, e Duda Santos || Fotos Camila Maltez
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Camile Maltez

Os atores Fábio Lago e Duda Santos participaram, na terça e quarta-feiras (17 e 18), de workshop com o Bumba Meu Boi de Seu Oreco para as gravações do remake de Renascer, da TV Globo. O encontro foi na localidade de Urucutuca, zona rural de Ilhéus. O grupo folclórico é o mesmo que participou da primeira versão da novela, em 1993, e deu enredo a história de amor de José Inocêncio.

Após 30 anos, Renascer volta a ser gravada na região cacaueira e será exibida em horário nobre. O ator ilheense Fábio Lago dará vida ao polêmico Venâncio, pai de Maria Santa, vivida pela atriz Duda Santos, e grande amor do protagonista José Inocêncio. O personagem vivido por Fábio tem grande orgulho de ser a cabeça do boi do Boi Bumbá e todo o enredo começa com as apresentações do grupo fictício.

Bumba Meu Boi de Seu Oreco é mantido em remake de produção global || Foto Ingrid Reis

TRADIÇÕES CULTURAIS

A produção da novela fez questão de manter todas as tradições culturais abordadas com o grupo na primeira versão e promoveu a imersão dos atores com a comunidade local e o Bumba Meu Boi de Seu Oreco. “É um privilégio estar aqui na minha terra e poder viver toda essa potência que é o bumba e a cultura popular. É o meu papel enquanto artista voltar aqui e fazer parte desse mundo real e único do nosso folclore. E que é daqui, de Ilhéus!”, comemora.

Fábio Lago também descreve o momento dele com toda a efervescência no município sul-baiano com as gravações de Renascer:

– Estou vivendo uma experiência inesquecível. Que o bumba nos norteie nesta festa com alegria, brincadeira! E leve isso para a novela, para os olhares dos brasileiros. Vejam o bumba, vejam as manifestações culturais daqui e da sua cidade, façam parte, valorizem a cultura popular – recomenda o ator ilheense.

Workshop põe elenco global em contato com a cultura sul-baiana || Foto Ingrid Reis

NOVA GERAÇÃO DO BUMBA

O Bumba Meu Boi de Seu Oreco foi idealizado e criado por Aurelino Alves Galdinho, Seu Oreco, falecido em 2018. Ele chegou à comunidade de Urucutuca ainda menino para trabalhar na antiga Estrada de Ferro da região, e trouxe a tradição da brincadeira do boi.

Ele costumava contar que a manifestação cultural começou com o seu avô, e foi passada de geração em geração. Assim, seguindo o costume, Jorginho Nascimento, neto de Seu Oreco, assumiu a liderança, garantindo a manutenção da tradição da cultura popular.

Ilheense Fábio Lago, o Venâncio, com Duda Santos, que viverá a personagem Maria Santa || Foto Camile Maltez

“Na época das gravações da primeira versão da novela, vovô Oreco ainda era vivo e movimentou toda a região para dar vida ao bumba meu boi do pai de Maria Santa. Agora, tanto tempo depois, estamos de volta passando a nossa cultura e brincadeira para Fábio e toda a equipe”, destaca Nascimento.

Aulas começam na próxima semana
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Reinaugurado no último mês, em solenidade com a presença do governador Jerônimo Rodrigues (PT), o Centro de Cultura Adonias Filho, em Itabuna, recebe o Ginga de Angola, projeto de extensão da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) em parceria com o espaço cultural do Governo do Estado. O objetivo é promover a iniciação no estilo mais antigo da capoeira, sob a orientação do pesquisador e servidor federal Paulo Magalhães, o contramestre Sem Terra.

Doutor em Cultura e Sociedade pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Paulo concilia a prática e a pesquisa da capoeira de angola. Ao PIMENTA, ele informa que as oficinas são gratuitas e serão ministradas às terças e quintas, das 16h30min às 18h, a partir da próxima terça (26).

A primeira oficina, antecipa o contramestre, terá a aprendizagem musical como ponto de partida. “É através da música produzida coletivamente que se inicia a imersão na capoeira angola, e prepara-se o corpo para o movimento”, explica. Depois, será a vez dos exercícios de alongamento e aquecimento, antes do treinamento mais específicos da arte-luta.

INSCRIÇÃO ONLINE

As inscrições estão abertas e devem ser feitas no site da Sigeventos, portal da UFSB. Para se inscrever, é necessário se cadastrar. Depois de fazer o login, basta selecionar o módulo Área do Participante e clicar no ícone de inscrições, selecionando o evento Ginga de Angola.

Evento em Itacaré ganha curadoria do Instituto Capim Santo || Foto Andrade
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Celebração de aromas, sabores, sons e cultura, a 10ª edição do Festival Gastronômico de Itacaré, no finalzinho de novembro e início de dezembro, terá um ingrediente especial na estratégia de consolidação como produto turístico e de apelo nacional. O evento deverá ter, a partir deste ano, a curadoria de uma das principais grifes da gastronomia nacional, o Instituto Capim Santo.

O interesse da instituição foi confirmado ao PIMENTA, há pouco, pelo secretário de Turismo de Itacaré, Marcos Japu. O evento começará em 30 de novembro e vai até 2 de dezembro, Dia do Samba, data que será marcada com show de um grande nome da música nacional.

Representantes do município e do Instituto Capim Santo se reuniram na manhã desta quarta-feira (11), em Itacaré. Além da curadoria, os atrativos e atrações do evento serão estrelas das redes sociais do Capim Santo no período do evento, caso se confirme a parceria. “Pela proposta, toda comunicação vai ser partilhada”, afirma o secretário Marcos Japu ao lado de Maurício Pessoa, do Instituto e nome reconhecido nacionalmente por comandar grandes eventos na área cultural.

Festival reúne o melhor da gastronomia em Itacaré || Foto Divulgação

SALTO DE QUALIDADE

A chegada do Instituto Capim Santo, diz o secretário, vai além da curadoria do evento. “Representa um salto de qualidade nos 10 anos do Festival e traz uma tranquilidade para essa parte técnica”, diz Marcos, acrescentando o papel desenvolvido pelo Instituto, em Itacaré, na formação de profissionais. “Pessoas simples, quilombolas, hoje são referências na gastronomia”.

O Instituto, braço da rede de restaurantes Capim Santo, trará sua expertise e, por meio de exposição em suas mídias, ajudará a consolidar o Festival como um dos produtos turísticos de Itacaré com expressão nacional. “O Capim Santo é instituto com grande relevância na gastronomia nacional”, reforça Marcelo Dias, diretor de Promoções Turísticas da Secretaria de Turismo de Itacaré. “Estamos muito felizes e empolgados com a possibilidade”, completa.

PROGRAMAÇÃO

A programação do Festival Gastronômico de Itacaré começará em 30 de novembro com um cortejo cultural reunindo a Banda Didá e a atração local Dedo de Moça, além da presença de autoridades nacionais e estaduais e do prefeito Antônio de Anízio. O encerramento, no dia 2 de dezembro, terá uma grande expressão do samba nacional.

A abertura, explicam Maurício Pessoa e Marcos Japu, seguirá o mote do empoderamento feminino, com a Dedo de Moça e Banda Didá. Além do melhor sabor da terra, o festival, antecipa o secretário, terá dinâmicas de outras edições, com manifestações culturais, Feira da Agricultura Familiar e a Feira do Artesanato. “O interesse do Instituto em enviar a proposta é de extrema importância para o evento e para Itacaré. É instituição de envergadura, respeitada no Brasil e no mundo, e já com serviço social relevante no município”, finaliza Japu.

Evento será no Parque de Exposições Antônio Setenta, em dezembro
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A venda de ingressos para a primeira edição do Axé Cola na Manu foi liberada na manhã desta quinta-feira (5). O evento será em 9 de dezembro, em Itabuna, com duas atrações regionais e shows de Luiz Caldas e Carlinhos Brown, dois monstros sagrados do axé music.

O primeiro Axé Cola Na Manu tem a assinatura de Manu Berbert e de Milena Leão, da Carambola Produções, e promessa é de grande estrutura para o público, tendo a garantia de grandes eventos desde 2014. Para curtir a festa que celebra a temporada mais quente e aguardada da Bahia, o Verão, o público poderá optar pela Arena (pista) ou Lounge Vip, que proporcionará maior conforto, cenários inovadores e serviços de bar e praça de alimentação diferenciados.

A compra do ingresso pode ser feita pela internet (clique aqui). Neste primeiro lote, o ingresso para Arena custa R$ 60,00 e sai a R$ 100,00 a casadinha. Para a área Lounge Vip, R$ 120,00 individual e R$ 200,00 a casadinha.

A festa será no Parque de Exposições Antônio Setenta, a partir das 18h. Quem curte o melhor do axé music e grandes festas poderá curtir todas as novidades do Axé Cola na Manu também pelos perfis oficiais no Instagram (@axecolanamanu e @colanamanueventos).

Prefeito Moacyr Leite Júnior fala no encerramento do Festival
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O prefeito de Uruçuca, Moacyr Leite Júnior (UB), prestigiou, no sábado (30), o encerramento do sexto Festival de Arte e Gastronomia de Serra Grande. Segundo ele, a iniciativa é resultado da luta de vários segmentos da comunidade. “É a sexta edição do Festival, apesar das dificuldades, da falta de recursos, mas buscando parcerias importantes, trazer esse apoio para realizar o evento”, comentou.

A repercussão do Festival ultrapassou as divisas da Bahia e chegou a diversas partes do País, afirmou o prefeito. “Foi um sucesso, estão todos de parabéns”, acrescentou, dirigindo-se aos organizadores.

A gestão municipal apoiou o evento. “A Prefeitura é parceira, fomos buscar o apoio do Sebrae, através do diretor Franklin e do presidente do Conselho [Deliberativo Estadual do Sebrae], Dr. Humberto Miranda; Sindicato dos Produtores Rurais de Uruçuca; e do Senar”.

“Agradeço a toda comunidade de Serra Grande e aos empresários, que participaram do evento de grande importância para Serra, para Uruçuca”, concluiu o mandatário.

Roteiros de turismo ativo une esportes à imersão na cultura regional || Fotos Elo Bike & Trips
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Caía a tarde quando a silhueta de ciclistas apareceu, em contraluz, aproximando-se lentamente da Ponta do Mutá, em Barra Grande, no litoral sul da Bahia. Esgotados, desabaram na areia em frente ao famoso Camping Lagosta Azul, onde turistas aguardavam o pôr do sol. Era o verão de 2006, às vésperas da virada do ano, a Península de Maraú estava lotada. Os aventureiros tinham saído de Ilhéus e pedalado mais de 120 km em dois dias. Um deles foi derrubado por uma insolação e precisou de 48h para se recuperar. Mesmo para jovens saudáveis, foi um perrengue daqueles.

A viagem de bicicleta de Ilhéus à Península de Maraú é uma das rotas de passeio da Elo Bike & Trips. Criada em 2019, em Serra Grande, distrito de Uruçuca, a agência promove o cicloturismo no sul da Bahia. “Nosso olhar para o turismo não é local, é regional”, explica ao PIMENTA Juliano Borghi de Mendonça, 40, fundador da empresa. Ao contrário daquele grupo de amigos ilheenses que se aventurou sem planejamento, as viagens da Elo têm outra pegada, mais contemplativa e confortável, assegura o empresário. “Sem perrengue”.

Juliano Borghi: “vi uma história a ser contada”

A Rota Península de Maraú leva oito dias, considerando a chegada e saída para quem não mora no sul do estado e desembarca no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, por exemplo. A primeira parada é em Serra Grande e a dormida, em Itacaré. O segundo dia começa com a travessia de balsa na foz do Rio de Contas, seguida por visita guiada à Ecovila Piracanga, com direito a café da manhã. A jornada continua nas piscinas naturais do Cassange. “É uma viagem com calma, cada dia uma atividade”, diz o anfitrião da Elo. A última parada é em Barra Grande.

O ritmo das atividades não exige histórico de atleta, mas, a rota na Península de Maraú é um parque de diversões para quem gosta de esporte. “Tem bike, rafting, mergulho, caminhada, canoa havaiana. É uma viagem multiesportiva para pessoas que não são atletas. As pessoas olham para esse tipo de viagem e pensam que vão pedalar o tempo inteiro. Não, é o contrário. A gente pedala, no máximo, 30 km por dia”, conta Juliano.

ROTA DO CACAU

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 Eu vi que tinha uma história muito interessante para ser contada, que é essa história do cacau e do chocolate, que pouca gente conhece no Brasil. Contar isso através de vivências ativas, pedalando, é perfeito.

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A Elo também formatou a Rota do Cacau, de sete dias. “O roteiro começa em Ilhéus. A gente dorme uma noite, as pessoas conhecem a história de Jorge Amado, da cidade, e fazem uma visita guiada ao Centro Histórico”, detalha. A parada seguinte é em Serra Grande, com três dias de visita a fazendas de cacau do entorno, antes de seguir para Itacaré.

Turistas visitam fazenda de cacau no sul da Bahia

O grupo viaja com estrutura de apoio, hospedagem em hotéis e bicicletas fornecidas pela agência. É um mergulho na cultura que, durante um século e meio, foi o principal segmento econômico da formação social do sul da Bahia.

“Eu vi que tinha uma história muito interessante para ser contada, que é essa história do cacau e do chocolate, que pouca gente conhece no Brasil. Contar isso através de vivências ativas, pedalando, é muito incrível, diferente, é perfeito, na real”, resume Juliano, recordando a ideia que deu origem à Elo.

PONTE

Cassange é um dos paraísos na Rota Maraú, que vai de Ilhéus a Barra Grande

Nascido na cidade de São Paulo, Juliano Borghi de Mendonça mora em Serra Grande desde 2013. Formado em Geografia e mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável, já percorreu diversos países da América Latina de bicicleta. Na Elo Bike & Trips, uniu a formação acadêmica e a paixão pelo ciclismo em um empreendimento integrado à vocação territorial do sul da Bahia, com seu reduto da Mata Atlântica, que abriga as riquezas, contradições e identidades da civilização cacaueira.

Com as viagens, a agência aciona uma rede de prestadores de serviço e fornecedores da região. Segundo Juliano, seu trabalho não almeja protagonismo nos destinos turísticos.

– A gente só está no papel de facilitador, de ponte, porque em cada fazenda, em cada projeto que a gente vai, tem os anfitriões locais. Estou há dez anos na Bahia, mas sou paulistano. Estou só fazendo a ponte, recebendo as pessoas, fazendo essa articulação. Mas, quando a gente chega nas fazendas, quem recebe são os trabalhadores, os proprietários. São eles que contam as histórias.

Turista observa paisagem em Serra Grande || Fotos Elo Bike & Trips

A Elo Bike & Trips ganhou mais duas anfitriãs, que organizarão viagens de experiência para pessoas que não pedalam. Um roteiro vai se concentrar em cultura e cacau e outro em imersões na natureza, com práticas de meditação e rodas de conversa com as erveiras, mulheres com saberes tradicionais sobre as diferentes formas de uso da flora regional.

“Vai ter visita à Ecovila de Piracanga, uma série de atividades para as pessoas se conectarem com elas mesmas e também conhecerem a verdadeira identidade do sul da Bahia”, antecipa Juliano. Mas essa é outra história.

Exposição pode ser visitada no Shopping Jequitibá até sexta (29)
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A Exposição Fotográfica UFSB 10 anos – Uma Jornada de Conquistas narra os principais capítulos dos dez anos de história da Universidade Federal do Sul da Bahia. As visitas ao acervo foram abertas segunda-feira (25), no Shopping Jequitibá, em Itabuna.

A coletânea é exposta em três seções. A seção 1, A História, traz fotografias da cerimônia de fundação, eventos acadêmicos, culturais e esportivos, formaturas, congressos, festivais e competições. Já a segunda, Vivências na UFSB, apresenta registros de atividades acadêmicas; enquanto a terceira, UFSB e Comunidade, retrata projetos de extensão.

Com formato itinerante, a exposição permanece em Itabuna até sexta-feira (29). De 2 a 6 de outubro será a vez do Campus Jorge Amado, em Ilhéus. A programação seguirá nos campi Sosígenes Costa, em Porto Seguro, de 16 a 20 de outubro; e Paulo Freire, em Teixeira de Freitas, de 23 a 27 do mesmo mês.

Evento será na Praça Pedro Gomes, a partir das 16h
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Neste sábado (23), das 16h às 21h, a Praça Pedro Gomes, em Serra Grande, recebe a Feira de Iniciativas Comunitárias, com a participação de coletivos que atuam com causas socioambientais no Litoral Sul da Bahia. O evento contará com estandes de projetos, apresentações artísticas e culturais, além de rodas de conversa sobre formas de apoio e engajamento para o desenvolvimento local.

Promovida pela Tabôa Fortalecimento Comunitário, a Feira integra a programação do Mês da Filantropia que Transforma, movimento criado pela Rede Comuá. A mobilização nacional tem como objetivo debater, visibilizar e fomentar práticas de filantropia comunitária e de justiça socioambiental.

“A Feira responde a uma demanda trazida pelas próprias iniciativas comunitárias, que reforçaram a importância de ampliar a visibilidade do trabalho feito por coletivos, organizações e projetos comunitários, promovendo maior engajamento social”, explica Robson Bitencourt, gerente do Programa de Desenvolvimento Territorial de Serra Grande e Entorno, da Tabôa.

A escuta social foi feita pela instituição, resultando no levantamento de informações sobre 19 iniciativas comunitárias que atuam em Serra Grande, com dados sobre causas de atuação, necessidades e demandas para seu fortalecimento institucional. O documento pode ser acessado no site taboa.org.br.

Eduardo Mello autografa a tradicional Cachaça Coqueiro, de Paraty (RJ)
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Se a moda pega, Eduardinho tem que se preparar para fortalecer a munheca.

Walmir Rosário

Confesso que do alto dos meus bem vividos setenta e tantos janeiros já vi muita coisa nesta vida, mas sempre me surpreendo com algumas novidades a que somos apresentados nos dias atuais. É uma simples constatação de que por mais conhecimentos que temos, sempre existe uma novidade a presenciar, não simplesmente por ouvir dizer, mas ao vivo e em cores, como afirmava aquela propaganda televisiva de recuados anos.

E vou logo dando uma pista para não amolar o prezado leitor: o que vou citar é costume antigo, praticado por gente famosa, acostumada a fazer sucesso com determinadas atividades, quase que exclusivamente artística. Pelo que sempre vi, esse hábito era para quem cantava, tocava instrumentos, atuava nos palcos de teatro, filmes e novelas. Mas teria que fazer muito sucesso.

O assédio era total em determinados artistas, tanto que eram formadas filas enormes nas saídas das emissoras de rádio e TV e as multidões de fãs conseguiam furar os bloqueios em busca do tão sonhado autógrafo. Euforia e desmaios eram comuns no passado, quando uma fã conseguia ultrapassar a barreira de segurança e voltava com o autógrafo do seu ídolo escrito no caderninho.

Diziam as revistas focadas nas especulações artísticas que muitas dessas multidões eram “fabricadas” pelas próprias gravadores e agentes dos artistas para dar uma mãozinha na carreira de sucesso que viria a acontecer com mais rapidez. Lembro até de um português cujo troféu buscado não era o simples autógrafo, o que lhe satisfazia era beijar a pessoa famosa, fosse homem ou mulher, daí seu apelido de beijoqueiro.

Com o tempo, vimos diminuir esse interesse pelos autógrafos, até porque ninguém – ou quase nenhum vivente – tem o velho costume de carregar lápis, caneta ou um pedaço de papel nos bolsos ou bolsa. Coisa do passado que não volta mais. Agora – há cerca de 15 anos ou mais – o costume é foto do tipo selfie, lado a lado do famoso de estimação. Basta publicar instantaneamente nas redes sociais e cruzar o mundo em um segundo.

Alguns artistas têm ojeriza à multidões – inclusive de fãs – e dão um jeitinho de não se aproximar das legiões de tietes, seja por uma logística competente ou mesmo por mau humor. Outros nem tanto, pacientemente param, acenam posam para as selfies, causando o desespero de sua entourage. Não critico os que se escusam, pois faz parte do seu modo de vida, mesmo que dependa do sucesso.

Dia desses vi no YouTube um lançamento de um livro, numa grande livraria de São Paulo, capital. Uma fila quilométrica, de dobrar quarteirões, em que pessoas aguardavam, pacientemente, pelo seu autógrafo no livro recém-lançado. O autor em questão era o advogado e jornalista Tiago Pavinatto, que apresentava sua mais recente obra: Da Silva: “A Grande Fake News da Esquerda”. Um fenômeno.

Não é todo o santo dia que presenciamos tamanho sucesso, principalmente quando o centro das atenções é um livro, mesmo sendo o autor um personagem na crista da onda nas áreas da comunicação e da política. Pelo que soube, algumas pesquisas já creditavam tamanho apoio na próxima eleição para o cargo presidencial, embora ele sempre negue pretensão de ingressar nesse meandro.

Pois bem, neste fim de semana me deparo com outro sucesso absoluto em plena cidade maravilhosa, o Rio de Janeiro. Exatamente no dia 13 de setembro de 2023, uma quarta-feira à noite, e o local, pelo que soube, era a Academia da Cachaça. Sentado à mesa, lá estava o meu amigo Eduardo Mello, CEO da Destilaria Engenho D’água, de Paraty, autografando litros e garrafas da conceituada cachaça que fabrica: a Coqueiro.

Diante de tal cena pergunto pelo WhatsApp ao meu amigo Antônio Mello (Neguinho), irmão de Eduardo, que me descreva a imagem, embora tenha enxergado bem com esses olhos que a terra um dia há comer. E como resposta, fico sabendo que a cada viagem do comendador Eduardinho o ritual se repete por uma legião de cachaceiros (consumidores) de boa cepa, que fazem questão de levar pra suas adegas as garrafas devidamente autografadas.

Apesar de não ter perguntado, ficou subtendido que não basta ao nobre consumidor desta iguaria paratiense levar pra casa um produto confiável, mas que também tenha um selo atestando o padrão de qualidade, afiançado pelo próprio fabricante. Não vejo a hora de voltar a Paraty para sentarmos à mesa – quem sabe no próprio alambique – para jogar conversa fora enquanto Eduardinho autografa garrafa por garrafa de Coqueiro.

Com essas preciosidades, mesmo que consuma todo o estoque em tempo recorde – isto é, antes de retornar a Paraty – posso expor as garrafas como verdadeiros troféus, mesmo que vazias à espera da reposição de um meu objeto de desejo, sonho de consumo, a boa cachaça. E digo isso com toda a autoridade de quem participou das farras com a Quero Essa e o início da produção da Coqueiro no seio da família Mello.

Se a moda pega, Eduardinho tem que se preparar para fortalecer a munheca.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor de Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Grupo estadunidense se apresenta pela primeira vez em Itacaré || Divulgação
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Groundation é atração confirmada no Festival de Reggae de Itacaré, marcado para os dias 24 e 25 de novembro. A banda estadunidense sobe ao palco na primeira noite da festa, numa sexta-feira, em show aberto ao público.

Será a primeira vez da Groundation na cidade paradisíaca do sul da Bahia. Um dos maiores nomes do reggae contemporâneo, o grupo traz ao Brasil a turnê que marca seus 25 anos na estrada e os 20 anos do Hebron Gate, álbum mais celebrado da banda.

A Prefeitura de Itacaré promove o Festival em parceria com a produtora Putz Grillo!  A grade completa de atrações será divulgada em breve.

Daniel Thame apresenta O gato que tinha 3 nomes no Festival da Primavera
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O jornalista e escritor Daniel Thame lança, neste domingo (17), às 16h, seu primeiro livro infantil, O gato que tinha 3 nomes, durante a Feira Literária, uma das atrações do Festival da Primavera Ilhéus, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, localizado na Avenida Soares Lopes. O livro conta a história de um gato que, de tão apaixonado pelo chocolate do sul da Bahia, acaba virando ou sendo confundido com uma deliciosa barra do produto de origem.

Editado pela Via Litterarum, o livro tem ilustrações fantásticas da artista e produtora cultural Juraci Masiero Pozzobon. “A obra celebra a família, o amor aos animais e a conservação da natureza, numa linguagem típica do universo infantil e vai encantar crianças de todas as idades”, afirma Daniel Thame.

A inspiração veio do gato adotado pela família do próprio autor, que é chamado por três nomes diferentes e, com sua personalidade forte, tornou-se o verdadeiro dono da casa. “Procurei trabalhar valores que são importantes na formação das crianças e também fazer um livro em que as crianças vão se divertir, com ilustrações que destacam o universo do cacau, do chocolate e da Mata Atlântica, três marcas do sul da Bahia”, acrescenta o autor.

A obra já está à venda e pode ser adquirida por e-mail (danielthame@gmail.com) ou telefone/WhatsApp (73) 9 9981-7482.

OUTRAS OBRAS

Daniel Thame também é autor dos livros Vassoura, série de contos sobre os impactos da vassoura de bruxa no sul da Bahia; A Mulher do Lobisomem, contos sobre o universo feminino; “Jorge100anosAmado”, que apresenta releituras dos romances do escritor grapiúna; e Manual de Baixo Ajuda, como transformar sua autoestima em anã, contraponto bem-humorado e politicamente incorreto dos manuais de autoajuda.

Festa promete agitar Ibicaraí no próximo dia 30
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O Festival Primavera Palestina anunciou as atrações musicais de sua primeira edição, marcada para o próximo dia 30, um sábado, em Ibicaraí, no sul da Bahia. Aberto ao público, o evento confirmou os shows de Adriano Farias, Pucumã, Pietro Leal, Dost e Getône. O palco será montado na Praça Henrique Sampaio, no Centro, e o som vai rolar a partir das 16h.

O objetivo do Festival, segundo os organizadores, é celebrar a Música Popular Brasileira (MPB). Além do foco em artistas sul-baianos, a festa pretende se consolidar como um espaço da cena alternativa, com destaque para expressões musicais à margem da indústria cultural.

Atrações musicais confirmadas no Festival

Fruto de trabalho colaborativo, a iniciativa também visa democratizar o acesso à arte, retomando os tempos de efervescência artística de Ibicaraí. Por isso a decisão de fazer os shows sem cobrar ingresso, numa praça simbólica para a cultura da cidade.

A primeira edição do Festival Primavera Palestina é organizada pela Associação de Basquete de Ibicaraí (Abir) em parceria com Labiroska Bar e Eva Comunicação Visual. Para ficar ligado nas atualizações, basta seguir o perfil do evento no Instagram: @festivalprimaverapalestina.

Luiz Caldas e Carlinhos Brown confirmados no Axé Cola na Manu, em dezembro
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No comecinho de dezembro, o primeiro Axé Cola na Manu vai sacudir o sul da Bahia com Carlinhos Brown e Luiz Caldas. A festa de celebração do verão e do axé music terá ainda na grade atrações regionais que serão anunciadas durante o lançamento da festa, segundo Manu Berbert.

Com uma pausa nos grandes eventos desde o final de 2021, para se dedicar ao Casarão, Manu relembra como tudo começou:

– O primeiro Arraiá Cola Na Manu aconteceu para um grupo de amigos e foi tomando corpo ao longo dos anos. Já passaram por nossa grade de atrações nomes como Dorgival Dantas e Lordão. A partir daí, fomos criando também novas estruturas, como o Cola Na Manu Show Square, que trouxe a Timbalada e Jau, e o Cola Na Manu no Comando, com Harmonia do Samba. Agora, chegou o momento de uma festa dedicada às nossas raízes culturais, com o axé de Carlinhos Brown e Luiz Caldas – relembra Manu.

O Axé Cola Na Manu tem a assinatura de Manu Berbert e de Milena Leão, da Carambola Produções, e a promessa é de festa com uma grande estrutura. “Estamos preparando um grande evento, como Itabuna e região merecem. Lounges vips, que proporcionarão conforto ao público, cenários inovadores, que criarão memórias afetivas com a festa, e tecnologia de ponta em diversos setores, proporcionando segurança e acesso ao que há de mais moderno em eventos no país”, adiantou Milena.

O Axé Cola Na Manu será no dia 9 de dezembro, na área verde do Parque de Exposições Antônio Setenta, em Itabuna. O lançamento oficial e início das vendas dos ingressos serão ainda em setembro.

Kocó receberá homenagem do Legislativo baiano nesta quinta (14)
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A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) marcou para esta quinta-feira, às 15h, a solenidade de entrega da Comenda 2 de Julho ao músico Clóvis Leite, o Kocó da Banda Lordão. Nascido no Rio de Janeiro e radicado na Bahia desde a década de 1960, o artista está à frente do grupo musical há mais de 50 anos.

Já homenageado com o título de cidadão itabunense e com a Comenda Firmino Alves, Kocó vive em Itabuna desde 1972. Ele é casado com Sônia Leite, com quem teve os filhos Clóvis Júnior e Marcus Vinícius. Além de músico, é formado em Administração.

A entrega da Comenda 2 de Julho ao artista foi proposta pelo deputado estadual Fabrício Pancadinha (SD), que também é músico. “Receber essa comenda aos 72 anos é um momento muito importante pra mim”, disse Kocó. Segundo o cantor, toda a sua família está muito feliz com a maior honraria do Legislativo baiano. “Isso fez com que aumentasse ainda mais minha vontade de viver. Acredito que ainda vou abrilhantar muitos shows”, concluiu o líder da Banda Lordão.

Capela de Nossa Senhora Santana está ameaça pela erosão de rio || Foto Iphan
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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional  atestou, em visita a Ilhéus, a necessidade de intervenções de emergência para conservar a Capela de Nossa Senhora de Santana, localizada no Rio do Engenho, na zona rural do município. Ao PIMENTA, o Iphan disponibilizou relatório fotográfico elaborado pela arquiteta Laura Lima de Sousa. Especialista em Restauro de Arquitetura e Gestão de Restauro, a assessora técnica do Instituto visitou o sítio histórico no mês passado. A autarquia federal também emitiu esclarecimentos sobre a história da Igreja, tombada como patrimônio nacional desde 1984.

A ameaça da erosão do Rio Santana ao patrimônio histórico foi reportada em matéria recente do PIMENTA, com informações do secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, sobre a vistoria do último dia 21. No relatório, a arquiteta constata que a base da estrutura da Capela precisa de consolidação e reforço estrutural. A constatação acompanha a nona imagem do documento (veja abaixo).

Base da estrutura da Igreja precisa de consolidação e reforço, segundo Iphan

O relatório também corrobora a movimentação do terreno em direção ao Rio Santana, o que causou danos à base do cruzeiro de alvenaria construído em frente à Capela (imagem 10).

Relatório assinala movimento da terra sob o cruzeiro da Capela || Iphan

A movimentação do terreno foi observada nas quatro últimas visitas técnicas do Instituto. “Assim, é necessária a realização de obras emergenciais de contenção da área, cuja proposta de intervenção deve ser previamente aprovada pelo Iphan”, informou a Autarquia ao PIMENTA.

Qualquer intervenção deve ser precedida de diagnóstico e projeto estrutura feito por engenheiro estruturalista, acrescenta o Iphan. Serviços que demandarem escavações no terreno deverão ser acompanhado por arqueólogo e da respectiva Ficha de Caracterização de Atividade, conforme a Instrução Normativa Iphan nº 1/2015.

O relatório também aponta carência de serviços dentro da Capela, mas atesta que o piso e o telhado, por exemplo, apresentam estado regular de conservação.

RESPONSABILIDADE

Relatório também recomenda intervenções dentro da Capela || Iphan

O Instituto esclarece que a responsabilidade pela conservação das edificações tombadas é de seus proprietários e/ou responsáveis, devendo estes proceder às obras e serviços necessários, após a aprovação já mencionada. Atualmente, o imóvel pertence à família Maranhão. Maria Aparecida Maranhão Dias afirmou, em entrevista recente à TV Santa Cruz, que a família não dispõe de recursos para custear a reparação da Igreja.

No esclarecimento ao PIMENTA, o Iphan relembra que, em 2012 e 2013, executou obras emergenciais e serviços de restauração na Capela, no valor total de R$ 297.032,40. Segundo o Instituto, à época, a Igreja “apresentava péssimo estado de conservação e risco de arruinamento”.

Os serviços executados compreenderam: a substituição da cobertura; a revisão dos pisos e do barroteamento; a recuperação das alvenarias e esquadrias; a imunização dos elementos de madeira; a pintura geral do edifício; a revisão das instalações elétricas e hidrossanitárias; e a restauração das imagens sacras.

Nesse momento, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional não tem previsão orçamentária para reformar a Capela de Nossa Senhora de Santana. Ao PIMENTA, o secretário de Cultura de Ilhéus, Geraldo Magela, disse que a Prefeitura busca parceria para a elaboração do projeto estrutural. Os dois parceiros potenciais são a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Bahia Mineração S/A (Bamin), segundo ele.

CONTROVÉRSIA

Capela-mor do templo Católico || Iphan

O site do Iphan e o processo de tombamento da Igreja informam que ela foi construída no século 17. Pesquisadores locais divergem, a exemplo do próprio secretário Geraldo Magela, que é historiador e organizador informativo Engenho de Santana. Segundo o texto, o templo foi erguido ainda na primeira metade do século 16, em 1537. Considerando essa data, a Capela é a quinta mais antiga do Brasil.

Para o memorialista, fotógrafo e ex-vice-prefeito José Nazal (Rede), também ouvido pelo PIMENTA, é mais provável que a Igreja tenha sido construída depois, mas ainda no século 16. Ele informa que o inventário do governador-geral Mem de Sá, de 1572, já apontava a existência da Capela.

Sobre a controvérsia, o Iphan sustenta que não teve acesso a qualquer pesquisa demonstrando que a capela tenha sido construída no século 16. “Porém, é possível que estudos recentes tenham encontrado indícios ou documentos que confirmem tal tese”.