DECLÍNIO

Tempo de leitura: < 1 minuto

Miralva: desgaste.

Um petista bastante próximo ao deputado federal Geraldo Simões disse hoje ao Pimenta que são bem remotas as chances da professora Miralva Moitinho, presidente do diretório do PT em Itabuna, ser candidata a prefeita em 2012.
Segundo o militante, o deputado, cacique do partido no município, anda ressabiado com a presidente e estaria decidido a, como se diz, “lhe dar um gelo”. Diz que ela terá, inclusive, reduzida sua influência na campanha geraldista de reeleição a deputado. O escolhido para coordenar a campanha teria sido o engenheiro Eduardo Barcellos.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Os produtores rurais da região de Olivença (Ilhéus), Una, São José da Vitória e Buerarema, no sul da Bahia, se reúnem nesta segunda-feira, às 9h, no Sindicato Rural de Ilhéus. Vão discutir uma linha de ação diante de informações de autoridades governamentais de que será anulado despacho da presidência da Funai, em abril do ano passado, que entendia como dos tupinambá uma área de 47.7 mil hectares de terras na região.
A reunião de amanhã, no sindicato ilheense, será coordenada pelos produtores Isodoro Gesteira e Luiz Uaquim. A portaria seria revogada após contestações do estudo antropológico que reconheceu a terra como tupinambá.
Produtores e indígenas da região vivem em conflito há mais de três anos. Atualmente, as principais lideranças da tribo estão presas: o cacique Babau e os irmãos Gil e Glicélia – esta última, presa após receber homenagem das mãos do presidente Lula.

Tempo de leitura: 2 minutos

Azevedo torra mais de R$ 500 mil na festa.

A prefeitura de Itabuna gastará mais de R$ 500 mil apenas com as contratações de bandas e cantores para a Festa do Centenário.
O valor apurado não inclui gastos do município com estrutura de shows, hospedagem e transporte das atrações que se apresentarão nos dias 27 e 28 na avenida Princesa Isabel, ao lado do centro administrativo Firmino Alves.
De acordo com os contratos, o show do Chiclete com Banana ficará por R$ 240 mil. Será a atração mais cara. O cachê de Fábio Júnior é de R$ 103 mil. A Banda Lordão custará R$ 71 mil, conforme divulgado na última sexta-feira (clique aqui).
No dia 27, ainda se apresentam Banda Vera Cruz e John Kelson. Outras bandas de menor expressão foram contratadas pelo município. A Festa do Centenário ainda prevê apresentações gospel na avenida Princesa Isabel, dia 28. Aline Barros é a principal atração do dia 28, aniversário de 100 anos de emancipação político-administrativa de Itabuna. A apresentação custará R$ 58,4 mil.
A prefeitura não divulga em seu material informativo à imprensa qual a estimativa de gastos com a contratação de bandas e cantores e estrutura de shows. A informação é de que o Grupo Chaves assumirá parte dos custos com infraestrutura de shows, mas não é divulgado qual o valor investido pelo grupo.
Os extratos dos contratos publicados pelo município deixam claro a contratação dos serviços musicais das atrações, mas não esclarecem sobre os custos com transporte, hospedagem e infraestrutura de shows. Os R$ 500 mil só como cachê na festa é o equivalente à realização de um Carnaval Antecipado no município.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Flávio Oliveira | A Tarde
Laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) confirma que a ossada humana encontrada por pescadores é a do empresário inglês Alan Kempson, um dos seis desaparecidos num acidente aéreo em Ilhéus (litoral sul do Estado) há dois anos.
Em 2 de maio de 2008, um bimotor Cessna C-310, prefixo PT-JGX, desapareceu a nove minutos do pouso, no Aeroporto de Ilhéus. Estavam a bordo os empresários ingleses Sean Woodhall, Ricky Every, Alan Kempson e Nigel Hodges, além do piloto Clóvis Revault (lotado na Casa Civil do governo da Bahia) e o co-piloto Leandro Veloso, ambos brasileiros.
O bimotor havia sido alugado da empresa Aero Star Táxi Aéreo. Woodhall e Every eramdiretoresdacompanhia Worldwide Destinations, que tinha projeto para construção de um resort de luxo em Itacaré. O objetivo da viagem era sobrevoar a área, onde seria construído o empreendimento.
Leia mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

Serra, tucaníssimo ao tratar do Porto Sul

Em uma das frases curtas de sua entrevista coletiva no Bar Vesúvio, em Ilhéus, o presidenciável José Serra, como bom tucano, tentou posicionar-se no alto do muro quando abordou o tema “Porto Sul”. Primeiro, o candidato disse que o projeto é bom e importante, e logo em seguida criticou uma suposta pressa nas definições relativas ao complexo logístico, o que comprometeria o desenvolvimento sustentável.
O petista Josias Gomes, candidato a deputado federal, ironizou o equilibrismo do tucano. “Inteligente, Serra não poderia dizer que é contra o Porto Sul, mesmo porque ele e sua assessoria sabem que a esmagadora maioria dos ilheenses apoia o projeto, mas ao mesmo tempo ele precisava fazer alguma crítica, já que o puro elogio a uma iniciativa do governo do PT não poderia ser feita pelo adversário”, avalia Josias.
Fazendo trocadilho, o petista diz que a observação relativa ao desenvolvimento sustentável “não se sustenta”. Segundo ele, o projeto está sendo tocado com estrito cumprimento da legislação ambiental e é amplamente fiscalizado pelas instituições competentes. “O licenciamento ambiental tem condicionantes da maior relevância e, diferentemente do que alguns apregoam, a tendência é de que o projeto não apenas produza desenvolvimento econômico, como também favoreça a recuperação de áreas da Mata Atlântica que já vêm há muito tempo sendo destruídas”, observa.

Tempo de leitura: 2 minutos

Marco Wense

Wagner e Geraldo: relação mudou.

O relacionamento político do governador Jaques Wagner com o ex-prefeito de Itabuna, Geraldo Simões, vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, não é mais o mesmo. Aquela proximidade de GS com o mandatário-mor da Bahia é coisa do passado.
O início do esfriamento começou com a candidatura de Juçara Feitosa na última sucessão municipal. O governador queria o próprio Geraldo como candidato. Deu no que deu: uma acachapante vitória – mais de 12 mil votos de frente – do Capitão Azevedo (DEM).
Depois, o ex-alcaide embirrou com o nome do senador César Borges para compor a chapa majoritária situacionista. Como não bastasse, liderou o movimento a favor de Waldir Pires como candidato ao Senado da República em detrimento de Walter Pinheiro.
Qual será o próximo aborrecimento do governador Jaques Wagner com Geraldo Simões? Tem gente apostando em Miralva Moitinho, que preside o diretório municipal do PT, como pré-candidata a prefeita de Itabuna na sucessão de 2012.
FIDELIDADE
Loiola, o infiel.

Como sempre acontece no período eleitoral, volta à tona a discussão sobre a reforma política. Depois da eleição, o assunto é esquecido, já que não interessa aos senhores políticos, aos senhores “homens públicos”.
Tem também o lado hilariante da reforma, o famoso jeitinho brasileiro. Acabam de inventar a tal da fidelidade “enviesada”. Ou seja, não há infidelidade se um parlamentar de um partido apoiar um candidato de outra agremiação partidária, desde que façam parte da mesma coligação.
Tem até a fidelidade “enviesada” no plano nacional. Clóvis Loyola, presidente da Câmara de Vereadores, vai votar em Augusto Castro (PSDB), candidato a deputado estadual, em detrimento do companheiro de partido, o também candidato César Brandão (PPS).
Como argumento, o edil, nobre representante do povo, diz que o PPS, junto com o DEM, faz parte da coligação do candidato à presidência da República, o tucano José Serra.
Pois é. Fidelidade partidária enviesada. Esses políticos, hein!
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Depois de abrir 3 a 1 sobre o São Paulo no Barradão, o Vitória viu o São Paulo crescer, descontar e partir em busca do empate. Enquanto se fechava e segurava o semifinalista da Copa Libertadores para sair com uma importante vitória em casa, a equipe rubro-negra ouvia a sua torcida cantar incessantemente: “Time de guerreiros, time de guerreiros”.
E é exatamente encarando cada partida como uma decisão que o Vitória quer se recuperar no Brasileirão: “Quarta-feira nós temos outra decisão. É desta forma que estamos encarando, porque cada jogo é uma decisão. Nosso time voltou ao espírito guerreiro, ao espírito vencedor. Espero que o torcedor possa comparecer contra o Goiás para nos empurrar novamente”, destacou o volante Vanderson.
Leia mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

Zelão | publixcriativo1987@hotmail.com

Sem a verba do poder público municipal e da falta de uma liderança popular que fosse capaz de mobilizar a população, o evento com a presença do candidato a presidência da república, Jose Serra, em Itabuna, acabou se transformando em um flagrante fracasso.
Nem parecia se tratar da vinda do mesmo candidato que, em 2002, aqui em Itabuna, (quase) bateu Lula nas urnas no segundo turno [quando o atual presidente obteve 48.145 votos e Serra, 44.055].
Faltou tudo no evento: desde divulgação eficiente a mobilização popular. E se pior não foi, agradeçam à incansável Maria Alice e ao esperto candidato a deputado César Brandão (PPS).

Preparem-se senhores blogueiros, fotógrafos e câmeras: vem aí uma imagem que, pela sua composição, merecerá ser registrada para a posteridade.
Caso a volúpia eleitoral do “capitão prefeito” se confirme (e a sua frouxidão permita), veremos no mesmo palanque: Azevedo bem ao lado de Geraldo Simões – esboçando um sorriso amarelo e tendo ao seu lado a sua consorte Juçara Feitosa emburrada -, tecendo loas ao “galego” Jaques Wagner e pedindo os votos do povo para a sua reeleição.
Por um lado, o sorriso amarelo de Geraldo se justifica, por ter sido desprestigiado por Wagner com a demissão da Seagri, pela perda do controle da Ceplac e da Biofábrica. A Wagner, Geraldo devotou sempre apoio incondicional e irrestrito em todas as tentativas políticas anteriores a eleição para governador.
Por outro lado, a união esdrúxula com Azevedo coloca em questão a liderança de Geraldo em Itabuna e afeta, diretamente, as pesprectivas de sucesso da candidatura de Juçara a prefeito em 2012. Essa será uma foto “apimentada” a ser exibida… aqui no Pimenta.
Zelão é especialista em marketing político.

Tempo de leitura: 7 minutos

A MÍDIA TEME ENTERRAR AS ALMAS

Ousarme Citoaian
Em tempos imemoriais, quando a tuberculose era doença gravíssima, bastava alguém ter uma simples tosse que logo surgia um engraçadinho, com a piada manjada: “Trate da alma, pois o corpo não tem mais jeito”. Toda a turma de aposentados da pracinha já ouviu esta bobagem – que, de uns anos para cá, me tem sido lembrada, quase sempre que a mídia noticia um sepultamento: atualmente, na visão dos nossos redatores, já não se enterram pessoas, enterram-se corpos. Como corpo e alma são entidades dicotômicas, ficamos com a impressão de que nos querem dizer que a alma do penitente não desceu à cova, mas apenas o corpo. Então, tá.

POETA FOI SEPULTADO EM JUNHO

Uma tragédia que se abateu sobre (pelo menos) duas famílias em Itabuna, no mês passado, alimentou a má construção de textos na mídia: poucos veículos deixaram de mencionar que “os corpos foram enterrados”. Mas a boa linguagem fornece muitos exemplos no sentido contrário. A Rádio Notícias deu, em 2005, a seguinte nota: “O Papa João Paulo II foi sepultado esta sexta-feira, na cripta da Basílica de São Pedro…”, o jornal Voz da Rússia noticiou que “O poeta Andrei Voznessenski (foto), que faleceu no dia 1º de junho, foi sepultado no Cemitério Novodevitchie de Moscou” – sem especificar que os enterros foram dos corpos. Nem precisava. Não se enterra a alma.

JK FOI ENTERRADO AO LADO DO AMIGO

Os exemplos são legião. Num artigo sobre personagens históricos fico sabendo que “Ciro foi sepultado em uma simples tumba de pedra”, em referência ao rei Ciro I (559-530 a. C.), do Império Persa; na Bíblia, relata-se que “Sara, Abraão, Isaque, Rebeca, Lia e Jacó foram enterrados em Hebrom, numa caverna denominada Cova de Macpela”; retornando ao Brasil, em texto do jornalista Francisco Basso Dias, Os anos JK, anoto que “JK foi enterrado ao lado do amigo Bernardo Sayão, engenheiro e principal executor da construção de Brasília” – na foto, Juscelino Kubitscheck com Fidel Castro, em 1959. Vejam que nos três exemplos menciona-se o enterro (ou sepultamento) das pessoas, não dos seus corpos.

BOBAGEM QUE JÁ FOI CONSAGRADA

Adianto-me às vozes que vão defender tal escolha: sei que o emprego de “enterrar o corpo de Fulano” (em vez de, mais simples, enterrar Fulano) está sedimentado, certamente com a ajuda daqueles que, nas redações, se limitam ao processo de repetição, decretado o fim do trabalho de pensar. Alguém escolhe uma fórmula, outros vão atrás e, quando menos se espera, a coisa está “consagrada pelo uso”. É o caso: variados meios utilizam esse incômodo “corpo”, sempre que noticiam um sepultamento. Esquecendo que a simplicidade é uma qualidade do estilo, esses novidadeiros fazem questão de dificultar o que é fácil.

TELMO PADILHA E A TRAGÉDIA DA SOLIDÃO

Se não há montanhas,
como escalá-las?
Se não há florestas,
como embrenhar-me
em sombras
que não estas?
Se não há o mar,
como falar-te de águas
e horizontes?

Sou o cantor
desta planície,
e me abismo
em mim,
e desço aos outros
de mim,
e sofro os outros
de mim.

“A MORTE, A NOITE, O NADA, O TEMPO”

Em “Itabuna” (com foto de Waldyr Gomes), acima, Telmo Padilha (1930-1997) justifica o crítico Fausto Cunha, que identifica um lado “estranhamente trágico” na produção do poeta itabunense. Esta página, bebida em O anjo apunhalado (1980), confronta o cantor com a impossibilidade do canto (como cantar as águas e os horizontes, se não há mar?). Esse sofrimento diante do imutável parece ser a essência do trágico no autor de Canto rouco. Poeta universal, Telmo Padilha (foto), ao longo de sua obra, com cerca de 35 títulos, foi fiel aos temas que inquietam o ser humano, desde que este se descobriu na terra, lembrados na crítica que lhe fez Augusto Frederico Schmidt: “a morte, a noite, o nada, o tempo” – a tragédia da vida vivida, enfim.

BOM PARA ELES, “BOM” PARA O BRASIL

Sei que vou mexer em casa de maribondos, mas devo dizer que abomino a pronúncia anglicizada “raicai” – para aquele pequeno poema japonês que o Vocabulário Ortográfico denomina haicai. Já ouvi tal pronúncia vinda de alguns intelectuais, mas sempre imaginei tratar-se de mero descuido, pois eles são obrigados a saber, mais do que eu, que o H português/brasileiro não tem e não teve jamais som de R. Logo, haicai (com H mudo) é a escolha, não importa que alguns autores, muito receptivos ao que nos vem da América do Norte (“O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”, dizia um ex-governador baiano), desejem “consagrar” a deplorável forma “raicai”.

O “REXA” DO BRASIL FOI ADIADO PARA 2014

Como haicai é dicionarizada, chamá-la “raicai” cria uma exceção injustificável. A não ser que passássemos a falar “rábito” (hábito), “rabitar” (habitar), “Raiti” e “raitiano” (Haiti e haitiano), e em vez de hastear a bandeira, a “rastearíamos”. Lembremo-nos de que o H seguido de outras vogais que não o A dos exemplos anteriores, formaria excrescências prosódicas interessantes: “rolístico” (em lugar de holístico), “Rélio” – para azar de Hélio Pólvora (foto), “ríbrido” (híbrido) etc. Os brasileiros passariam a sonhar com o “rexa” (novo nome para o hexacampeonato) e aquele bichinho que ri, não se sabe de quê, sairia no lucro: seria chamado “riena”, ganhando um nome apropriado.

SUMIDADE JURÍDICA DIANTE DO ESPELHO

E imagino não estar tão distante o dia em que, pela macaquice que brasileiro alimenta com a língua inglesa, será criado esse H aspirado que parece tanta falta fazer a essa gente. É que, além de “raicai”, já ouvi um douto jurista (ao menos, ele assim se vê no espelho) referir-se ao Código de “Ramurabi”, quando todo mundo que passou pela aula de História sabe tratar-se do Código de Hamurabi). Acreditem em mim: também vi um religioso judeu ser tratado em página de jornal como “habino”, em lugar do óbvio rabino. E aí já é mais grave, pois o H e o R fizeram um caminho surpreendente, de sorte que a pronúncia correta (rabino) contaminou a escrita (“habino”). E ainda mexeram com o judaísmo.

FORD, BLUES, LENDAS E FATOS

Todo mundo já ouviu por aí que William Christopher Handy (o WC Handy) inventou o gênero blues, com Saint Louis blues. São lendas que alimentam a música negra norte-americana. Pouco importa que o próprio Handy tenha feito Menphis blues dois anos antes (Saint Louis blues é de 1914), e que seu pioneirismo seja contestado por dez entre dez especialistas. Outro americano (John Ford, no filme O homem que matou o facínora) já sugeriu que quando a lenda é mais interessante do que o fato, deve-se publicar a lenda. A invenção do blues é pura lenda; fato é que WC Handy fez várias canções, mas se tivesse parado em Saint Louis blues já estaria “clássico”.

O BLUES ADOTADO “NA RAÇA”

O tema foi gravado por Besse Smith, Billy Eckstine, Armstrong, Velva Midleton, Cab Calloway, Harry James, Glenn Miller, Nat King Cole, Billie Holiday, Dave Brubeck e Ella Fitzgerald, só os poucos de quem me lembro. A brasileira Rosa Maria (foto), aquela do California dreams, também gravou St. Louis blues. A verdade é que WC Handy se tornou “Pai do blues” porque ele mesmo se apropriou do título, com o livro The father of the blues, lançado em 1941 (como o filho estava órfão, ele se adiantou com o processo de adoção). Diz a lenda que Handy, já em criança, tinha um ouvido incrível, a ponto de anotar em notas musicais o assovio dos pássaros, o apito dos barcos e o barulho das águas do rio Tennessee.

MÚSICA NASCIDA NO SOFRIMENTO

Gerado nas work songs (canções de trabalho) dos negros colhedores de algodão, o blues rima bem com tristeza. O Brasil até usava, há decênios, uma gíria americana, numa estranha forma singularizada de blues: “Fulano está blue”, dizia-se, para identificar alguém jururu, de crista baixa. St. Louis blues fala de um indivíduo solitário, esmagado pela cidadezinha, roendo saudades da mulher querida que foi embora. As que ficaram, cheias de jóias, dominadoras, arrastam seu homem por aí, pelos cordões do avental (by her apron strings), não lhe servem, é claro. Sem perspectivas, ele diz que vai fazer as malas e dar o fora. O tema é recorrente, mas, na composição de Handy (foto), se mantém vivo há 96 anos.
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

BRANCO E PRETO, LIGHT E VISCERAL

O St. Louis blues já beirava os 70 anos, quando nasceu Peter Cincotti, em Nova Iorque. Hoje, o artista está com 27 (nasceu em 1983) e administra uma carreira de talentoso cantor e pianista de jazz. O fato de um artista de tão pouca idade se deixar empolgar por uma canção popular antiga é sintomático do gosto dele e da qualidade dela. O arranjo, cheio de swing, desdenha a tristeza típica do gênero, mas é justo dizer-se que Cincotti não está nada mal, para um jovem branquelo descendente de italianos. Em seguida, Nathalie Cole (com luxuosa participação “tecnológica” do próprio Handy) mostra a diferença entre cantores negros e brancos: ele é light; ela, visceral.

(O.C.)
Tempo de leitura: < 1 minuto

Uma legião de secretários municipais de Itabuna estão evitando falar ao celular. Suspeitam que a KGB da prefeitura anda a “grampear” as linhas telefônicas. Os arapongas não estão ‘ligando’ para corrupção ou desvios éticos. A grampolândia teria a finalidade, apenas, de propagar aquilo que é mais velho até que o homem, o fuxico.

Tempo de leitura: < 1 minuto

O candidato a deputado estadual César Brandão, do PPS, estava irradiante na visita de Serra a Itabuna. Tudo porque, se não fosse o seu partido, o evento teria sido um fracasso de público. “Todo mundo tá me falando isso. Mas nós conseguimos mobilizar nossa gente”, disse o ex-vereador e postulante a uma das 63 cadeiras da Assembleia Legislativa baiana.
O PPS conseguiu aglutinar cerca de 200 cabos eleitorais, a R$ 10,00 por cabeça. No evento do presidenciável tucano, o partido de Roberto Freire pintou a avenida do Cinquentenário de amarelo. Houve quem lamentasse a falta de participação da presidente do DEM de Itabuna, Maria Alice Pereira, na organização do evento.
O pequeno público provocou o atraso do candidato tucano e, também, o abreviamento de sua permanência em Itabuna, apesar do caloroso corpo-a-corpo pela Cinquentenário. Provocado pelo Pimenta, o vice-prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, observou que na Terra de Gabriela o evento prometia, pois fez-se a opção por um corpo-a-corpo com o eleitor.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Quinta-feira, 15 de julho, Prefeitura de Itabuna. Enquanto o Capitão Azevedo se preparava para ir ao lançamento da candidatura de Luiz Argôlo (PP) a deputado federal, uma das secretárias do prefeito disparava ligações para diversos outros candidatos ao mesmo cargo.
A cada um, a secretária, cheia de cuidados, justificava a presença de Azevedo no evento de Argôlo. E adiantava que, uma vez convidado, o prefeito também iria a outros lançamentos.
Por educação, naturalmente.

Tempo de leitura: 2 minutos

EXCLUSIVO

Serra mudou de posição e agora é favorável a ZPE em Ilhéus (Foto Pimenta).

O presidenciável José Serra (PSDB) disse ao Pimenta que mudou a sua posição quanto às Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) mudou – principalmente no caso de Ilhéus. Apesar de deixar claro que o contexto econômico é outro, ele afirmou que os demais projetos de ZPEs têm de ser analisados caso a casa. Atualmente, são cerca de 20 projetos.
Quando ainda era deputado constituinte e logo depois senador paulista, Serra afirmou que as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) era um estímulo à sonegação. Hoje, no sul da Bahia, mudou sua visão. O município ilheense já implantou a sua ZPE, na zona norte, e trabalha com a perspectiva de gerar 30 mil empregos até 2020. Os projetos estão focados na agroindústria e eletroeletrônicos. As ZPEs têm sua produção voltada para o mercado externo.
Se deslanchou ao falar de projetos para o sul da Bahia, mostrou-se econômico ao extremo ao falar de ZPEs.
Pimenta – O sr. ainda continua contra às ZPEs no Brasil?

Serra – O contexto brasileiro mudou. A situação mudou. Eu era contra ZPEs no final dos anos 80.Era outro contexto.
Pimenta – Hoje o sr. é favorável?
Serra – Aqui em Ilhéus, sim, não é todas [as cidades*]. Depende de cada uma. Cada caso é um caso. A ZPE é um grande fator de desenvolvimento.
—-
Antes, na entrevista ao Pimenta e ao repórter Roger Sarmento, da TV Santa Cruz, Serra atacou a lentidão do governo em projetos de infraestrutura para o sul da Bahia e, também, a municipalização da água em Itabuna.
O presidenciável tucano criticou os governos federal e estadual por apresentar “só agora” o Complexo Intermodal Porto Sul. “Por que só agora esse projeto, depois de sete anos de governo, no apagar das luzes?”, questiona. “Realmente, não dá tempo”.
Outra estocada foi no ex-prefeito Fernando Gomes, que municipalizou o serviço de abastecimento de água. “Itabuna tem um problema que me parece inacreditável no século XXI. Houve uma municipalização do saneamento que não deu certo. Essa é uma coisa que nós vamos equacionar. Não dá para [Itabuna] completar o centenário agora e faltar água”
Ele prometeu ainda levar o Bolsa-Família para pessoas pobres às quais “o programa ainda não chegou”. Casado com o Bolsa-Família, ele disse que vai investir na criação do Protec, o Prouni do ensino técnico-profissionalizante. “Temos de ajduar os jovens a ter acesso à educação profissionalizante”, disse.
Ainda no plano regional, disse ser inaceitável que o aeroporto de Ilhéus, “uma cidade turística”, não opere por instrumentos. “Podemos montar um aeroporto digno até para receber turistas”. Por conta da falta de instrumentos, observou, muitos são obrigados a viajar até seis horas para usar o aeroporto internacional de Salvador.
Enquanto Serra falava, o presidente do PSDB baiano, Antônio Imbassahy, comemorava: “Adervan, ele seguiu direitinho aquilo que a gente combinou”. Largou um sorriso ao identificar o repórter do Pimenta flagrando a “comemoração”.
Tempo de leitura: 2 minutos

Com público reduzido e chuvas, Serra parte para o corpo-a-corpo na Cinquentenário (Foto Pimenta).

A caminhada do presidenciável José Serra (PSDB) em Itabuna terminou antes do previsto. O tucano se limitou ao corpo-a-corpo com o eleitor e a uma entrevista à imprensa na avenida do Cinquentenário devido ao pequeno público que o acompanhou na caminhada.
De acordo com o tenente Monivon, da Polícia Militar, cerca de 500 pessoas participaram do primeiro grande evento da campanha eleitoral em Itabuna. O ex-governador paulista ainda chegou com uma hora e meia de atraso à avenida.
Acompanhado do candidato a governador Paulo Souto (DEM), o presidente do PSDB baiano, Antônio Imbassahy, e de candidatos da coligação PSDB-DEM, Serra se deslocou para Ilhéus. Na Terra de Gabriela, o presidenciável visitará os bairros Teotônio Vilela e Nossa Senhora das Vitórias e dá uma parada no Vesúvio, famoso nas obras do itabunense Jorge Amado.
O fato curioso da caminhada de Serra em Itabuna é que o prefeito Capitão Azevedo (DEM) não compareceu ao evento. Na prefeitura, é dado como líquido e certo que o democrata apoiará a ex-ministra Dilma Rousseff e o candidato à reeleição, governador Jaques Wagner, ambos do PT.

Serra parte para Ilhéus sem discursar e deixa público e políticos confusos (Foto Pimenta).