O Ministério Público da Bahia ajuizou, nesta terça-feira (14), ação civil pública contra a Prefeitura de Wenceslau Guimarães e seis empresas para que Justiça determine, imediatamente, o cancelamento do “São João do Sessentão”. O Município encontra-se em estado de emergência e tem previsão de gastar mais de R$ 1,2 milhão.
A festa junina no município do baixo sul da Bahia está programada para começar a partir da próxima quinta-feira ( 16) até o domingo (19), na sede. O município anunciou ainda que a festa prosseguirá nos dias 23 e 24 de junho, no povoado Cocão; e nos dias 1° e 2 de julho, no povoado Nova Esperança.
Na ação, a promotora de Justiça Rita de Cássia Pires Bezerra Cavalcanti destaca que não se mostra possível que o mesmo município que informou necessitar de ajuda e recursos para salvaguardar a sua população de catástrofe natural e que vivenciou um estado de calamidade televisionado para o Brasil inteiro anuncie, em poucos meses, a contratação de artistas com cachês que, somados, se apresentam incompatíveis com as dimensões, arrecadações, necessidades de primeira monta e saúde financeira.
GASTO MAIOR DO QUE O DESTINADO À SAÚDE
De acordo com Rita Cavalcanti, a quantia prevista para a festa é superior ao que o Município recebeu do Governo Federal para ações emergenciais. Além disso, em apenas oito dias, Wenceslau Guimarães gastaria quantia superior a 32% do que destinou no ano inteiro de 2021 à saúde, resume a promotora de Justiça.
Rita Cavalcanti informa ainda que o valor anunciado para a realização da festa supera os gastos em saúde do primeiro quadrimestre de 2022. Para ela, há uma desproporcionalidade entre as ações prioritárias e o evento festivo, sobretudo em face de estado de emergência, “o que pode acarretar risco ao atendimento das necessidades primárias da grande parte da população”.